A EDUCAÇÃO ATUAL COMO REFLEXO DOS INTERVENIENTES SOCIOCULTURAIS


Atualmente a educação e os problemas que permeiam o sistema educacional têm sido alvos constantes de pesquisas, questionamentos e críticas que buscam incansavelmente um "culpado" e anseiam por melhorias.
Mas, o que precisa ser feito? Qual é o conceito de educação que nossa sociedade possui? Quem são os responsáveis pela educação? Onde estão às melhorias tão explicitadas nos índices que o governo nos mostra? Tais questões já ocuparam espaço nas discussões no artigo: Educação e desenvolvimento de Juacy da Silva e na revista Documenta, número 3, ano 2010 ? com o Tema: Comunicação e Democracia.
Sob as mesmas perspectivas é possível verificar os apontamentos do especialista Carlos Cury realizados no seu texto "Legislação educacional brasileira".
É inegável que todos já são conhecedores da situação atual da educação, entretanto, o fator mais preocupante é a indiferença ou o comodismo da sociedade, pois, além de docentes, discentes e especialistas, poucos ousam questionar as razões desta inaceitável realidade. Mas é fácil entender porque isso acontece, embora na prática as condições do ensino estejam precárias, o que nos mostra o governo através de grandes e gritantes divulgações.
As informações recebidas na sociedade são de que nosso sistema educacional está repleto de melhorias, como mostram os indicativos tão prazerosos de serem ouvidos, lidos e aceitos, como por exemplo: "Aumento da taxa de alfabetização." Ou ainda: "crescimento do índice de alunos que se matriculam nas escolas e faculdades." São essas realidades que nos são passadas como mostram dados do IBGE:




Diante dos números, que nos mostram fatos, não há mesmo argumentos. Mas, não seria o momento então de questionarmos o que se entende por "alfabetização"? Ou direcionar maior atenção para o número de alunos que concluem o ensino fundamental que continua sendo muito mais baixo do que o número de matrículas, ou seja, a quantidade de desistentes?
Infelizmente, somos uma sociedade que tem abdicado do direito à educação por renegar a importância de conhecer a legislação educacional atuante em nosso país, se não conhecemos nossas leis, como é possível questioná-las e utilizá-las em nosso beneficio? É o que Cury afirma:
"a lei não é identificada e reconhecida como um instrumento linear ou mecânico de realização de direitos sociais" [...] O dissenso não significa a violação da norma e sim um canal de expressão de minorias que questionam o que não funciona no sistema social e demandam alterações do status quo. (Cury, 2002, p. 08).

Pertinente a esta consideração, pode-se citar ainda o que o autor diz a respeito da legislação: "Não se pode menosprezar a legislação, pois ela já avançou muito e cumpre efetivá-la. Será longo o caminho pela frente a fim de que a educação se efetive como um direito a serviço do pleno desenvolvimento do educando" (Cury, 2002, p. 79).
A partir do que o autor nos traz em seu texto, percebemos que a solução está no conhecimento, é preciso que se perceba a legislação como um instrumento a ser utilizado por cada cidadão, pois só assim, os princípios e fins da educação, da Nova LDB, tão citados por nós, se tornarão efetivos.
Permeando o meio social, além da família, da comunidade e do educando, encontramos no professor uma das maiores possibilidades do "fazer acontecer". Mas, Por que o professor? Podemos transferir para o governo, para a escola, para a direção ou para os pais esta responsabilidade de melhoria.
Entretanto, a condição em que estamos inseridos é esta, a condição de: Professor.E porque não fazer a diferença?Cabe a nós, responsáveis por mediar o conhecimento,