A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA COMO MEIO PROVÁVEL PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA

 

RESUMO

 

SANTANA, Moacir Tomaz[1]

 

 

Sabe-se que a influência e evolução da tecnologia no meio educacional se faz presente e necessária no dia-a-dia, assim ao se analisar a importância da tecnologia no desenvolvimento da educação a distância na formação continuada de professores buscando compreender essa relação entre as necessidades contemporâneas reais da Educação a distância e o exercício dessa modalidade de ensino. O presente estudo justifica-se por considerar as necessidades de entender o processo tecnológico que envolve o processo educacional a distância no Brasil, e também a sua utilização para a formação continuada. A hipótese do estudo aponta que as modalidades diversificadas de ensino à distância estão por atingir todos os estados brasileiros. Assim, o que se busca com a elaboração do mesmo é apontar algumas situações em que se evidencie Identificar como a educação à distância está atendendo tanto alunos quanto professores através da internet. A metodologia do estudo orientou-se pela pesquisa bibliográfica e exploratória.

 

 

Palavras chave: Educação à distância, ensino, formação continuada, metodologia e tecnologia.

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

O Ensino com as facilidades da tecnologia produziu mudanças qualitativas no processo educacional na medida em que os custos se reduziram, trazendo um universo de possibilidades e modalidades educativas, favorecem o aprendizado em todos os sentidos.

A importância da Educação informatizada no mundo não é somente sob o ponto de vista pedagógico, mas também político, com ênfase à cidadania. Os alunos de baixo poder aquisitivo careciam de uma modalidade educacional que atendesse plenamente suas expectativas e as colocasse em sintonia global.

O objetivo de conciliar informática e educação é assegurar que todos tenham acesso ao que há de melhor em educação de forma a preparar os educandos a viverem plenamente seu papel na sociedade moderna e contribuem para a geração de riquezas.

A tecnologia se tornou, em curto espaço de tempo, um dos alicerces básicos do Ensino à Distância. Com a difusão da internet e o domínio de sistemas seguros possibilitou a EAD em muitos países, como parte do seu núcleo de educação, desde o ciclo fundamental até cursos superiores.

Sabe-se que existe uma inter-relação de elementos sociais no processo de construção do saber que reforçam a perspectiva de que há uma relação interativa entre as concepções educacionais a distância e as práticas docentes, ou seja, cremos que estas concepções formam um elemento mediador da nossa relação com a realidade, funcionando como filtro na organização das instituições que atuam dentro desta modalidade de ensino.

Considerando que, a responsabilidade do investigador ante a sociedade é indispensável. No cerne da atividade de pesquisa residem os motivos que a estimulam e abarcam tanto aspectos profissionais como pessoais direcionados a um mesmo fim. Desse modo, em nossas atividades de pesquisa procuramos estabelecer uma comunicação entre objeto e sujeito, entre fatos e valores.

No setor educacional surgem novas abordagens, teorias e metodologias que passam a ser experimentadas e reconstruídas. Os modelos educacionais vigentes não respondem a todas as situações emergentes, o conhecimento construído através das práticas pedagógicas antes restritas ao âmbito escolar, passa a ser exercitado em novos ambientes ou espaços de aprendizagem que apresentam elementos ainda em parte desconhecidos.

Nesse panorama ressurge a Educação a Distância - EAD, como uma modalidade capaz de atender as necessidades atuais de formação continuada e, de certa forma, contribuir para desenvolver competências para o uso das tecnologias da informação e comunicação, pois estas são utilizadas na sua concepção metodológica e de forma processual.

A EAD tem ampliado para Corrêa (2001), sua oferta de cursos como uma alternativa de formação profissional, não apenas para a área de educação mas para outros segmentos que necessitam também de atualização constante.

Na perspectiva da educação continuada a EAD torna-se elemento importante, porque os profissionais podem participar de cursos sem terem que se afastar dos locais de trabalho e de poderem adequar o tempo disponível para estudo.

Contudo, para que esse estudo fosse possível, foi necessário, por um lado, um pensamento apto a refletir sobre os fatos e organizá-los para efetivar o conhecimento num processo racional, por outro, um pensamento capaz de imaginar a estirpe dos valores no campo cultural e social. A importância dessa pesquisa será demonstrar como as novas tecnologias favoreceram através da EAD (Educação a Distância) a formação continuada dos professores.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2 REVISÃO DE LITERATURA

 

2.1 EDUCAÇÃO Á DISTÂNCIA

 

 

A educação a distância pode ser compreendida como uma modalidade de ensino em que alunos e professores estão dispersos geograficamente. A interação entre eles se dá por intermédio principalmente das tecnologias de informação e comunicação (TIC’s) que contribuem para a potencialização do aprendizado do aluno democratizando-o seu acesso a educação.

 

2.2 CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)

 

 

Os conceitos e definições de Educação a Distância (EaD) vêm se modificando ao longo dos anos, se antes a literatura era reduzida, hoje são encontradas cada vez mais pesquisadores e estudiosos interessados em explorar o tema. Para amparar essa análise seguindo uma ordem cronológica, alguns conceitos e definições serão expostos:

Na França dos anos 70, a EaD era entendida como uma formação continuada, ou educação ao longo da vida, sendo parte de um sistema mais amplo de transmissão de saber. O Ensino a Distância é o ensino que não implica a presença física de um professor indicado para ministrá-lo no lugar onde é recebido, ou no qual o professor está presente apenas em certas ocasiões ou para determinadas tarefas. (LEI FRANCESA, 1971 apud BELLONI, 2001.p.25).

Peters (2004) define educação a distância como um método de transmitir conhecimentos, habilidades e atitudes, racionalizando, mediante aplicação da divisão do trabalho e de princípios organizacionais, assim como o uso extensivo de meios técnicos, especialmente para o objetivo de reproduzir material de ensino de alta qualidade, que torna possível instruir um grande número de alunos ao mesmo tempo e onde quer que vivam. É uma forma industrial de ensinar e aprender. Nessa época as tecnologias da Ead eram fitas de áudio, televisão, fitas de vídeos, faz e papel impresso.

Kaye e Rumble (1979, apud Landim 1997) definiram a Educação a Distância, destacando suas principais características:

  • Pode-se atender, em geral, a uma população estudantil dispersa geograficamente e, em particular, aquela que se encontra em zonas periféricas, que não dispõem das redes das instituições convencionais;
  • Administra mecanismos de comunicação múltipla, que permitem enriquecer os recursos de aprendizagem e eliminar a dependência de ensino face a face.
  • Favorece a possibilidade de melhorar a qualidade da instrução ao atribuir a elaboração dos materiais didáticos aos melhores especialistas.
  • Estabelece a possibilidade de personalizar o processo de aprendizagem, para garantir uma seqüência acadêmica que responda ao ritmo do rendimento do aluno.
  • Promove a formação de habilidades para o trabalho independente e para um esforço auto-responsável.
  • Formaliza vias de comunicação bidirecionais e freqüentes relações de mediação dinâmica e inovadora.
  • Garante a permanência do aluno em seu meio cultural e natural com o que se evitam os êxodos que incidem no desenvolvimento regional.
  • Alcança níveis de custos decrescentes, já que, depois de um forte peso financeiro inicial, se produzem coberturas de ampla margem de expansão.
  • Realiza esforços que permitem combinar a centralização da produção com a descentralização do processo de aprendizagem.
  • Precisa de uma modalidade para atuar com eficácia e eficiência na atenção de necessidades conjunturais da sociedade, sem os desajustes gerados pela separação dos usuários de seus campos de atuação.

 

Educação à distância é uma relação de diálogo, estrutura e autonomia que requer meios técnicos para mediar esta comunicação. A EaD é um subconjunto de todos os programas educacionais caracterizados por: grande estrutura, baixo diálogo e grande distância transacional – itens que visam principalmente a aprendizagem (MOORE, 2004).

Trindade (1992, p. 52), acredita que:

EaD é uma metodologia que desenha para aprendentes adultos, baseada no postulado que, estando dadas sua motivação para adquirir conhecimento e qualificações e a disponibilidade de materiais apropriados para aprender, eles estão aptos a terem êxito em um modo de auto-aprendizagem.

 

O Diário Oficial da União decreto n. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, define a educação à distância como:

Uma forma de ensino que possibilita a auto aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação.

 

Segundo Niskier (2000) a EaD pode ser entendida por um conceito simples: alunos e professores estão separados por uma certa distância e, às vezes, pelo tempo. A modalidade modifica aquela velha idéia de que, para existir ensino, seria sempre necessário contar com a figura do professor em sala e de um grupo de estudantes. Aretio (apud Gava 2002, p.70) entende a Educação à distância como:

[...] um sistema tecnológico de comunicação bidirecional, que pode ser massivo e que substitui a interação pessoal, na sala de aula, de professor e aluno, com meio preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma organização e tutoria que proporcionam a aprendizagem independente e flexível dos alunos

 

Para Santos (2007, p.163) a Educação a Distância caracteriza-se por uma modalidade de educação que promove situações de aprendizagem em que os sujeitos por muitas vezes não compartilham do mesmo espaço e tempo comum nas modalidades de educação presencial. Para isso torna-se necessário a utilização de recursos tecnológicos agindo como mediador na relação entre o aprendiz, as informações e o conhecimento.

O estudo a distância implica, portanto não apenas a distância física, mas também a possibilidade da comunicação diferida na qual o aprendizado se dá sem que, no mesmo instante, os personagens envolvidos estejam participando das atividades, ao contrario do que ocorre normalmente no ensino tradicional e presencial (MAIA;MATTAR. 2007; p.6)

 

Compreende-se que não existe um conceito único sobre Educação à distância, e sim um consenso sobre a idéia de que a modalidade EaD é fundamentada no principio de que professores e alunos não necessitam estar presente fisicamente no mesmo local. O conceito vem se atualizando à medida que novas tecnologias e práticas pedagógicas vêm surgindo.

Para entendermos como a Educação a Distância transformou-se é necessário atentar alguns fatores. Para Maia e Mattar (2007) a história da EaD pode ser compreendida em três gerações distintas:

Primeira geração: Cursos por correspondências: A Ead surge efetivamente em meados do século XIX em função do desenvolvimento de transportes e comunicação, principalmente o ensino por correspondência. Anos mais tardes várias iniciativas de criação de cursos se espalharam com surgimentos de institutos e escolas.

Segunda geração: novas mídias e universidades abertas: Nessa geração novas mídias foram acrescidas para auxiliar o ensino a distância entre elas a televisão, rádio, e o telefone. Datam também dessa geração a criação de universidades abertas de ensino a distância, influenciadas pelo modelo da Open University.

Terceira Geração: EaD on-line: Com inserção de videotexto, de microcomputadores, da tecnologia multimídia. A terceira geração é marcada pelo desenvolvimento das tecnologias da informação, o desenvolvimento da internet e o surgimento de várias instituições de ensino a distância.

 

 

2.3 TÉCNICA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO

 

 

A educação a distância tem sido realizada, ao longo dos anos, por diversos meios de comunicações, seja rádio, correio, telefone, televisão, dentre outros. Não se pode negar que o surgimento de novas tecnologias de informação e comunicação (TIC’s), originadas na década de 60 e consolidadas nos anos 90, têm colaborado para o crescimento dessa modalidade (Ead). As TIC’s, provocaram uma revolução não só no campo da educação como também influenciaram todo o estilo de vida da sociedade no final do século XX. A principal característica que impulsionou sua aplicação na EaD foi a possibilidade de ampliar a interação entre professor e aluno. (BRITO, 2003).

Na visão de Moran, Masetto e Behrens (2002) na sociedade da informação, estamos aprendendo a comunicar-se, ensinar, interagir com o tecnológico, integrar o individual o grupal e o social. A tecnologia está a serviço do homem e pode ser utilizada como ferramenta para facilitar o desenvolvimento de aptidões.

A tecnologia desempenha um papel fundamental na Era do Conhecimento, utilizando-se de técnicas e métodos que facilitam a captação, estruturação e disseminação do conhecimento. A tecnologia de informação acelera as atividades de uma série de informações, mas uma organização torna-se verdadeiramente voltada para o conhecimento quando se conscientiza e envolve um nível profundo no qual se busca a informação pelo seu próprio valor intrínseco. (PEREIRA, 2002).

Dentre as tecnologias destinadas a gestão do conhecimento as TIC’s são as mais empregadas. Segundo Mendes (2008) as TIC’s podem ser compreendidas como um conjunto de recursos tecnológicos utilizadas para reunir, distribuir e compartilhar informações.

A área da educação pode usufruir as TICs dando pulos de qualidade e criatividade, tudo em nome de uma nova maneira de ver este "mundo" e isto irá fortalecer desde a educação básica às pesquisas científicas, passando pelo ensino à distância (EAD). (MENDES, 2008, p.1)

 

As tecnologias de informação e comunicação favorecem a auto aprendizagem nos cursos de educação a distância e ao mesmo tempo conseguem promover para Equipe a gestão do conhecimento, devido às suas ferramentas de compartilhamento e difusão de informações e conhecimento. Uma vez que é veículo principal utilizado para o desenvolvimento do trabalho em EaD e compartilhamento de informações.

Para Silva (2004, p.148 apud Uriarte, 2006, p.33)

A TI é fundamental para a combinação (agrupamento) dos conhecimentos explícitos, mas não contribui significativamente com o formato tácito do conhecimento. Basicamente, o máximo que pode fazer para a troca de conhecimento tácito-tácito é facilitar que pessoas sejam encontradas (contactadas) (e a partir daí podendo ocorrer socialização). No entanto, a TI pode facilitar as outras duas conversões do conhecimento, quanto o formato tácito está em equilíbrio com o formato explícito. Assim sendo, pode facilitar a externalização (auxilia no registro do conhecimento) e a internalização (agiliza o acesso ao conhecimento explícito).

 

De acordo com Santos e Rodrigues (1999) as tecnologias utilizadas na Ead permitem a transmissão de dados, imagens e sons. E podem ser classificados em:

  • · Voz/ Áudio: telefone, áudio- conferência, rádio, áudio-sob-demanda, CD, fita cassete, etc.
  • ·Vídeo/Imagem: slides, filmes, videocassete, DVD, videoconferência, vídeosob-demanda, animação, arquivos de vídeos, etc.
  • · Dados: programa de computadores, CD-ROM, fax, correio eletrônico, bate papo, WWW, arquivos de textos (documentos), etc.
  • · Impresso: livros, apostila, guias de estudo, cadernos de exercícios, notas de aulas, estudo de caso, etc.

Segundo Calvani (apud TELES, 2001), os termos educação e tecnologias têm facetas diversas e apresenta um nível de complexidade a ser considerado nas atividades pedagógicas educativas. As inovações proporcionadas pelas tecnologias podem ser consideradas como sistemas a partir das seguintes categorias:

  • projeção didática e programação educativa
  • produção de materiais e meios didáticos
  • gestão ou condução das dinâmicas comunicativas
  • avaliação como dimensão formal na representação dos processos de ensinar e aprender
  • desenvolvimento e experimentação
  • implementação dos novos modelos educativos e dos ambientes formativos.

As tecnologias da informação e comunicação mesmo não tendo sido originadas com finalidades educacionais, oferecem possibilidades de se trabalhar atividades de forma interdisciplinar, sendo considerada como uma área que tem uma pluralidade de competências e elementos que potencializam a construção de ambientes formativos em vários níveis de complexidade (TELES, 2001).

 

 

3 A INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA NA FORMAÇÃO DOCENTE

 

Tem-se discutido bastante o papel do professor na era tecnológica e o consenso foi que nunca se falou tanto sobre as mudanças ocorridas nos últimos anos a respeito do aprimoramento profissional do docente. Este fato motiva diversos autores a escreverem sobre o assunto, educadores a debaterem em diferentes seminários e congressos e mesmo assim o assunto não se esgota.

Acredita-se que o professor tem passado ao longo de sua trajetória por diversos desafios até repensar o seu conceito de educação tecnológica.

É claro que algumas mudanças ocorridas na sociedade, nas últimas décadas, vêm desvelando as insuficiências do modelo tradicional do professor ensinar para o nosso tempo e demanda outros modos de pensar e fazer educação.

Entretanto, acredita-se que em espaços educacionais que reconheçam e valorizem o papel do professor e do aluno em sua especificidade, a concepção de abertura e de flexibilidade dos recursos tecnológicos faz com que o educando possa experimentar múltiplos papéis além do de facilitador da aprendizagem potencializando diferentes abordagens ao uso desse espaço escolar. Sendo assim, uma das questões que desafia o professor a essa nova realidade é a crescente heterogeneidade dos alunos, em virtude da ampliação dos conhecimentos estudados no que se refere a grupos de classes, etnias e tradições culturais cada vez mais diversificados.

Apesar de o professor estar, paulatinamente transpondo as fases da tecnologia educacional e também se confrontando com alguns desafios na utilização de ferramentas pedagógicas , acredita-se que ele chegará a ser um estrategista da aprendizagem na quarta fase. Alguém que vai precisar conhecer com profundidade todas as etapas da tecnologia educacional e, neste contexto, aprimorar-se em sua realidade educacional onde sempre deverá ser uma tarefa de muito esforço conjunto também com outros professores e com a própria instituição escolar.

Segundo Nogueira (1998), é papel da escola formar indivíduos - crianças e professores - que saibam usar crítica e criativamente o computador - tecnologia social e história como o cinema, a fotografia, a pena, a impressão e a escrita. È papel da escola democratizar o acesso a mais um instrumento de criação (humana).

Existem duas formas, também, de analisar as fases do aprimoramento do educador: na capacitação dos recursos metodológicos e na construção do conhecimento adquirido no uso da tecnologia educacional.

Pierre Lévy usa duas expressões interessantes para falar do professor: arquiteto cognitivo e engenheiro do conhecimento. Traduzindo: aquele profissional responsável por traçar e sugerir caminhos na construção do saber.

De modo geral, as instituições de ensino devem repensar a sua postura de ensino, através do uso de novos recursos tecnológicos e do aprimoramento dos já existentes. Torna-se necessário, também, que esta realidade comece a se transformar a partir do momento que as instituições passem a investir no educador e no educando.

A tecnologia está presente na vida do educador no atual contexto educacional. Nas mais diversas atividades, onde ela coloca o professor diante dos recursos virtuais, conduzindo a sua constante utilização na sala de aula. Através dessa realidade, alguns educadores têm se preocupado em inovar os conhecimentos tecno-pedagógicos, a fim de que enfrentem as exigências que o mercado de trabalho pede.

A busca individual do professor é essencial dentro deste contexto para articular a ação pedagógica com os recursos metodológicos já utilizados e os novos, e conseqüentemente, criando ambientes de aprendizagem interdisciplinares, propondo desafios e explorações que possam conduzir a descobertas e promover a construção de conhecimentos.

Tem-se observado que alguns educadores procuram instituições educacionais em busca de uma formação continuada, através de cursos de extensão , pós-graduação na área de tecnologia educacional.

Segundo Niskier (2000), o professor deve ter a oportunidade de discutir o como se aprende e o como se ensina, e ter a chance de poder compreender a própria prática e transformá-la em um conjunto de técnicas, de meios e de instrumentos colocados a serviço da educação.

Trata-se de uma nova realidade, onde o mundo globalizado, que o professor está inserido, traz mudanças significativas. Isto é, a atividade produtiva do educador passa a depender de conhecimentos tecnológicos, por exemplo, e a partir dessa realidade, o professor deverá ser um sujeito criativo e preparado para agir e se adaptar rapidamente às mudanças pela educação.

O diploma passa a não significar necessariamente uma garantia de emprego e sim, a busca de uma metodologia adequada para a realidade educacional. Entretanto, aponta-se esta realidade para um compromisso de se investir e a alcançar o novo desafio do atual educador.

 

 

4 A IMPORTÂNCIA DOS PROCESSOS DE FORMAÇÃO ON-LINE

 

A modalidade de educação a distância intermediada pela Internet é chamada de Educação On-Line, uma combinação de processo educativo e tecnologia, conforme mencionado anteriormente. Estudos e pesquisas sobre as implicações pedagógicas dessa forma de ensino vêm crescendo e apontando para um uso cada vez maior como uma possibilidade de atualização e formação continuada de profissionais de todas as áreas. No entanto, é preciso considerar que a EaD requer uma estrutura específica que pouca semelhança possui com as estruturas voltadas ao ensino presencial. Esta estrutura, porém, não é única, variando de acordo com algumas características relacionadas às propostas pedagógicas dos cursos.

A EaD, segundo essa abordagem, favorece a criação de redes de aprendizagem nas quais cada sujeito envolvido contribua com o enriquecimento do grupo, com suas experiências e conhecimentos. As interações nessa rede ocorrem por meio do ambiente de aprendizagem a distância e de outros meios de interação (vídeos, teleconferências, encontros presenciais).

Nesse sentido, os programas de EaD desenvolvidos por meio de ambientes virtuais estimulam, além de diferentes formas de comunicação, a auto-aprendizagem que permite um desenvolvimento pessoal contínuo dos indivíduos. De acordo com Almeida, M. E. (2009, p. 107), a “auto-aprendizagem se desenvolve em interdependência com a interaprendizagem entre pessoas que se agrupam por motivações e necessidades convergentes para atingir determinado objetivo [...]”. No entanto, a realização das ações propostas para se atingir tais objetivos implica em um nível significativo de participação e de compromisso para que, em um processo de interação com o grupo e com os mediadores, os papéis se alternem dando espaço para que as competências se evidenciem e sejam valorizadas, bem como desenvolvidas nas diferentes etapas da formação.

[...] a experiência pessoalmente significativa que emerge no contexto e orienta o desenvolvimento, pode trazer efetivas contribuições se utilizada como instrumento de reconhecimento do desenvolvimento do aprendiz e daquilo que é significativo para ele, especialmente quando as relações de ensino e aprendizagem ocorrem a distância, com a mediação das TIC (ALMEIDA, M. E., 2009, p. 107).

 

Vale salientar, aqui também, o potencial dos ambientes virtuais de aprendizagem para o desenvolvimento da autonomia. A autonomia realiza-se via processos psicológicos e é construída quando cada pessoa em particular constrói seus significados e recria sua cultura.

Percebemos, assim, que a autonomia é o ponto de partida que possibilita o desenvolvimento da cidadania das pessoas, e isto está diretamente relacionado com a possibilidade de elas participarem dignamente de todas as atividades sociais. Segundo Libâneo (2001), as mídias, amplamente utilizadas na educação contemporânea, têm sido aplicadas de forma positiva na promoção de processos reflexivos e de autonomia, uma vez que favorecem: “o desenvolvimento de pensamento autônomo, estratégias cognitivas, autonomia para organizar e dirigir seu próprio processo de aprendizagem, facilidade de análise e resolução de problemas, etc.” (p.70). Assim, torna-se imperativo que se privilegie uma formação centrada na autonomia, na criatividade e na larga utilização de uma imaginação inventiva e solidária.

Uma proposta pedagógica que vise ao uso de ambientes virtuais como suporte aos processos de ensino e aprendizagem para que possa corresponder aos anseios de uma proposta educativa voltada ao desenvolvimento da autonomia, conforme mencionado, deve levar em conta a necessidade de oferecer aos alunos oportunidades e possibilidades de tornarem-se protagonistas da aprendizagem. Isso pode ocorrer por meio de uma ação de caráter crítico e reflexivo a partir de suas próprias experiências e vivências, aliando-se a prática à teoria abordada. A questão da teoria e prática vem sendo amplamente discutida por educadores. Para Freire (2002, p.106-107): "não se pode separar a prática da teoria, autoridade de liberdade, ignorância de saber, respeito ao professor de respeito aos alunos, ensinar de aprender".

Além disso, não se pode deixar de evidenciar o papel fundamental do professor como mediador desse processo de formação desencadeado em ambientes virtuais, uma vez que as relações que estabelece nesse contexto com os alunos, que não se dá com base nas mesmas prerrogativas da relação presencial, seja eficiente e produtiva. Belloni (2001, p. 54) efetua um recorte nesta questão ao afirmar que “a interação entre professor e estudante ocorre de modo indireto no espaço (a distância, descontínua) e no tempo (comunicação diferida, não simultânea) o que acrescenta complexidade ao já bastante complexo processo de ensino prendizagem na EaD”.

Ao eliminar barreiras de espaço e tempo, abrem-se caminhos de formação a pessoas que tenham dificuldades de deslocações ou de agendas para estudar. O desenvolvimento das atividades em contextos on-line também implica um respeito à forma como cada um concebe o tempo e o espaço, pois alunos e professores não necessariamente encontram-se no mesmo local e ao mesmo tempo. Assim, o tempo e o espaço passam a ganhar nova significação a partir do sujeito, pois é ele que lhes dá sentido. De acordo com Kenski (2004, p. 02), “em nossas relações cotidianas não podemos deixar de sentir que as tecnologias transformam o modo como nós [...] representamos o tempo e o espaço à nossa volta. [...] o mundo tecnológico invade a nossa vida e nos ajuda a viver com as necessidades e exigências da atualidade”.

Diante desse cenário, a prática da formação continuada vem se intensificando como forma de atender à demanda pela atualização dos educadores, visando à necessidade da criação de ambientes de aprendizagem mediados pela tecnologia e coerentes às exigências observadas no atual contexto. Assim sendo, a formação continuada de educadores deve ser desenvolvida com o intuito de favorecer um espaço de reflexão sobre as práticas e de (re)construção permanente de uma identidade pessoal e profissional (NÓVOA, 1995). Enfim, trata-se de investir no profissional de educação e reconhecer o seu potencial e sua experiência, permitindo a ele que tal experiência possa ser continuada durante o exercício de sua prática pedagógica.

Com essas iniciativas, originam-se métodos e formas de trabalho que envolvem a partilha de experiências. Nos estudos recentes sobre educação continuada, são apontados os trabalhos coletivos, participativos, a troca de experiências como essenciais para uma prática educacional mais autêntica. Para Libâneo (2001, p. 23), “é imprescindível ter-se clareza hoje de que os professores aprendem muito compartilhando sua profissão, seus problemas, no contexto de trabalho”. O autor complementa ainda ressaltando que “é no exercício do trabalho que, de fato, o professor produz sua profissionalidade. Esta é hoje a ideia-chave do conceito de formação continuada”. Esta socialização serve para potencializar a vivência pessoal, como também permite promover o aprofundamento da experiência grupal, cooperativa, momento em que cada um contribui de alguma forma para o sucesso do conjunto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

 

Constata-se que ainda falta certa percepção por parte da população e das instituições de ensino para que o potencial deste método seja bem aproveitado em todos os níveis escolares. Neste sentido, os estudos apontam a necessidade de um projeto educacional à Distância que possa valorizar a educação acadêmica e profissional, na medida em que devem haver a flexibilização curricular e as formas de atuação para um pedagogia crítica.  Percebe-se que por parte das instituições de ensino tem havido, em alguns casos, investimento na qualidade da educação.

Compreende-se que tal realidade de se investir no âmbito tecnológico, na instituição educacional, vai de encontro aos diversos instrumentos e estratégias que são oferecidos para maior envolvimento do educador.

A tecnologia deve ser um apoio técnico à criatividade de alunos e professores numa escola.Oferece-se, em determinadas escolas diversas formas de usar as ferramentas descritas nas múltiplas fases do educador. Porém, há instituições que facilitam o trabalho do professor na operacionalização de diversos recursos tecnológicos para fins didáticos. Como exemplos podemos citar: a internet, softwares educativos e outros recursos metodológicos.

Somos sabedores, que a qualidade do curso também deverá ser levada em conta para uma boa formação não somente de professores, mas em todas as áreas do conhecimento, uma vez que a tecnologia EaD se espalha por todo o Pais, e que por vezes, tais instituições ainda deixam aspectos considerados insuficientes para que realmente se concretize  o processo de ensino-aprendizagem, entre professor e aluno, no caso da EaD, entre professor Tutor  e aluno.

Deve-se ressaltar que o interesse de se investir nos conhecimentos tecnológicos em uma dada instituição educacional, sempre será uma luta contra a exclusão escolar, pois as contribuições da tecnologia educacional possibilitam ao educador e ao educando uma aprendizagem participativa.

Mediante ao exposto nos capítulos anteriores, concluí-se que, o interesse do professor em investir nos conhecimentos tecnológicos deve ser uma luta da pedagogia contra a exclusão escolar, pois as contribuições que a tecnologia educacional tem a dar estão na sua complexidade e diversidade em utilizar situações de aprendizagem ricas que possibilitam o aluno ser o condutor da descoberta sem que a responsabilidade da aprendizagem se limite ao educador.

A partir dessa consciência e dos seus objetivos pedagógicos, o professor, seja da rede pública ou particular, deve planejar a reconstrução da sua prática. Em outras palavras, é preciso capacitar o professor para confrontar prática e teoria, para escolher e não sujeitar-se a teorias formais e pré-concebidas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

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[1] Formado em Ciências Biológicas pela Faculdade Ingá, Pós- Graduado em Metodologia do Ensino de Biologia pela Universidade Gama Filho; Pós-Graduando em Docência do Ensino Superior pelo Cesumar.