FACULDADE DE TECNOLOGIA TERRA NORDESTE ? FATENE
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL





EDNA SANTOS SAMPAIO MOURA

A DIFICULDADE NA LEITURA E NA ESCRITA DURANTE O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

CAUCAIA - CE
Dezembro de 2010
A DIFICULDADE NA LEITURA E NA ESCRITA DURANTE O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO¹


Edna Santos Sampaio Moura²


RESUMO: O presente artigo, de caráter bibliográfico, reflete sobre as dificuldades na leitura e na escrita apresentadas pelos alunos no processo de letramento. Aponta possíveis estratégias que podem ser utilizadas para mudar essa realidade que atinge educandos de várias idades e classes sociais no Brasil. Os educadores precisam identificar, de forma intensa, essas barreiras que acompanham os alunos e dificultam o aprendizado. É de suma importância a dedicação, o desempenho, e a capacitação dos educandos para ajudar os discentes que enfrentam essa problemática. A avaliação psicológica desses alunos é um ponto de partida que possibilitará a identificação das causas que norteiam a problemática em toda sua extensão. A práxis da pedagogia é aqui identificada como de fundamental importância, pois é notório o grande número de crianças que passam para as séries seguintes sem saber ler e escrever.

Palavras-chave: Escrita. Leitura. Alfabetização. Dificuldades.


ABSTRACT: This article bibliographic charater, reflects on the dificuties in reading and writing present by pupils in literacy the process. Points possible strategies that can be used to change this reality that reaches students of various ages and social classes in Brazil. Educator need to uniquely identify intense these barriers wich accompany students and hinder learning. Is of utmost importance to dedication, performance, and empowering students to help dicents facing problem psychplogical assessment of the student is partid proper identification of the causes that guide the problematic. The praxis of pedagogy is here identified as fundamentally important the fact that a large number of children are passing to the series following without knowing how to read and write. This fact is quite worring for parents, techers and society in general and brings to the country reflections negatives regarding the quality of education.

Key-words: Writing. Reading. Literacy. Difficulties.


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¹ Artigo apresentado como pré-requisito para a conclusão de pós-graduação em Psicopedagogia Institucional da Faculdade Terra Nordeste ? FATENE, sob orientação do Prof. Ms. Edson Ferreira da Costa.
² Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú ? UVA e pós-graduanda em Psicopedagogia pela Faculdade Terra Nordeste ? FATENE.

1 INTRODUÇÃO


O objetivo deste artigo é fazer uma análise dos fatores que causam dificuldades de leitura e escrita nos alunos em processo de alfabetização. É notório o grande contingente de crianças que passam da alfabetização para outras séries sem saber ler e escrever. Ao longo dos anos, a alfabetização escolar tem sido alvo constante de controvérsias metodológicas e teóricas, exigindo dos educadores um ritmo intenso de capacitação, que pressupõe uma mudança no quadro da educação brasileira. Em nosso país predominou, durante décadas, o questionamento acerca da eficácia dos métodos de alfabetização.
Segundo Soares (2004), alfabetizar é a ação de ensinar a ler e escrever. Percebe-se que, nessa afirmação, o processo de letramento é um conjunto de estratégias e ações infinitas. Para Freire (1980 e 1984), alfabetizar é desenvolvimento da consciência crítica, que é um dos instrumentos primordiais para a emancipação do homem; enfatiza a necessidade do educador libertar-se, definitivamente, das práticas pedagógicas ultrapassadas e alienadoras e descobrir a importância da busca do conhecimento diário. Lúria (1988) afirma que a escrita da criança começa muito antes da primeira vez que o professor coloca um lápis em sua mão.
A incapacidade da criança em associar a escrita com a leitura pode ser o resultado da não valorização daquilo que ela sabia e praticava antes de chegar ao processo de alfabetização. Sabe-se que muitos pais alfabetizam seus filhos em casa, não utilizando a metodologia da escola, mas metodologias empíricas e aproveitam meios simples e eficazes. Alguns fatores, de cunho psicológico, também precisam ser avaliados nesse processo de identificação das causas do desinteresse da criança e do déficit cognitivo para assimilar as estratégias utilizadas no processo de letramento.
Letramento, para Soares (2001), é o resultado obtido a partir das ações simultâneas de ensinar e aprender as práticas sociais da leitura e da escrita. A importância das práticas sociais de leitura e escrita também teve relevante suporte de estudos que, no âmbito da linguística, da sociolinguística e da psicolingüística, enfatizaram as diferenças entre as modalidades língua oral e língua escrita e demonstraram como muitas crianças se apropriavam da linguagem escrita através do contato com diferentes gêneros textuais. Nas atividades em sala, os professores observam a diversidade de comportamento das crianças mediante apresentação de objetos que estão presentes no seu cotidiano (livros, revistas, embalagens com marcas comerciais muito conhecidas): a grande maioria escreve e lê com facilidade e percebe que, ao visualizar coisas que fazem parte do seu cotidiano, criam estórias e situações, mesmo sem o estímulo do professor.
De acordo com Jean Piaget (1979), no caso de desenvolvimento da leitura e escrita, a dificuldade para adotar o ponto de vista da criança foi tão grande que ignoramos completamente as manifestações mais evidentes das tentativas infantis para compreender o sistema da escrita.
A necessidade do homem de se expressar através da leitura e da escrita, algumas vezes, pode ser um processo doloroso e traumático, por isso devem ser repensadas as atitudes dos educadores para com as crianças que não acompanham o ritmo de aprendizagem imposto pelo modelo educacional.
A concomitância dessas dificuldades é considerada bastante frequente. De acordo com Graminha (1994), de modo geral, as crianças com dificuldade aprendizagem necessitam de um apoio psicopedagógico contínuo até alcançarem níveis desejáveis e satisfatórios de letramento. Sugere-se uma estratégia onde as ações estejam direcionadas para a criança e sua família.
Nessa perspectiva, o letramento dar-se-ia através de uma profunda imersão da criança nas práticas sociais de leitura e escrita, destacando-se qualquer tipo de atividade didática que não tivesse estreito vínculo com essas práticas.
Outro exemplo de atividades que ajudam a criança a desenvolver o cognitivo seria inserir brincadeiras ou exercícios que a induzissem a falar espontaneamente, revelando, assim, suas dificuldades, partindo de uma análise para se verificar o que a criança mais gosta de fazer, incentivando-a a desenvolver o raciocínio crítico de acordo com sua idade.

2 AS PERCEPÇÕES DA APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA

Durante muito tempo, a alfabetização foi compreendida como mero processo de entendimento do B+A=BA, ou seja, como aquisição de um código criado na relação entre fonemas e grafemas. Em uma sociedade constituída, em grande parte, por analfabetos e marcada por uma redução nas práticas de leitura e escrita, a simples consciência fonológica, que permitia aos indivíduos à associação de sons e letras para produzir, interpretar palavras e frases curtas, parecia ser suficiente para diferenciar o alfabetizado do analfabeto.
Com o passar dos anos, a superação do analfabetismo em massa e a crescente complexidade da sociedade, propiciaram o surgimento de variadas práticas do uso da língua, falada e escrita. Tão fortes são os apelos que o mundo letrado exerce sobre as pessoas, que já não lhes basta a capacidade de desenhar letras ou decifrar o código da leitura. Seguindo a mesma trajetória dos países desenvolvidos, o surgimento, em massa, de novas tecnologias, na chegada do século XX, exigiu o conhecimento da língua escrita, não mais como meta de conhecimento desejável, mas, como verdadeira condição de sobrevivência e conquista da cidadania. Foi no contexto das grandes transformações culturais, sociais, políticas, econômicas e tecnológicas que surgiu o termo "letramento", ampliando, assim, o sentido do que tradicionalmente se conhecia por alfabetização. (SOARES, 2003).
Atualmente, tão importante quanto entender o funcionamento do sistema de escrita, é poder se engajar em práticas sociais letradas, respondendo aos inevitáveis apelos de uma cultura grafocêntrica.
Percebemos que, enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de uma sociedade (TFOUNI, 1995).

3 O GRANDE DESAFIO NO PROCESSO DE LETRAMENTO

De acordo com Piaget (1979), no caso do desenvolvimento da leitura e escrita, a dificuldade para adotar o ponto de vista da criança foi tão grande que ignoramos completamente as manifestações mais evidentes das tentativas infantis para compreender o sistema da escrita.
A partir de 1980, a alfabetização escolar no Brasil começou a passar por novos questionamentos, porém, desta feita, o foco das discussões era a emergência de novas concepções no modelo de alfabetização, baseadas no resultado de pesquisas na área da psicologia cognitiva e da psicolinguística, que mostravam a necessidade de se compreender o funcionamento dos sistemas alfabéticos de escrita e de saber utilizá-los em situações reais de comunicação e escrita, prevenindo, desde já, o chamado analfabetismo funcional e obrigando a mudança na base educacional: a alfabetização. Temos que encarar a dura realidade educacional atualmente em nosso país, a começar, por exemplo, pelo exame do ENADE, onde notamos que, segundo pesquisas universitárias, os alunos, prestes a concluir o ensino superior, não sabem resolver questões de raciocínio lógico, que, atualmente, são aplicadas para os de séries iniciais; eles também não conseguem interpretar textos simples e sequer resolver operações matemáticas básicas (divisão e multiplicação).
A alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades para ler e escrever. Ou seja: domínio da tecnologia, do conjunto de técnicas para exercer a arte e ciência da escrita. Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita denomina-se letramento, que implica várias habilidades, tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos (RIBEIRO, 2003).

4 SINAIS QUE PRECISAM SER OBSERVADOS POR EDUCADORES QUE DESENPENHAM RELEVANTE PAPEL NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO


Segundo Paim (2003), podemos classificar esses sinais como agnosias, alterações que se manifestam como uma impossibilidade de reconhecer objetos através de uma modalidade sensorial. Esses transtornos no reconhecimento configuracional ocorrem devido a uma falha na organização do funcionamento de áreas cerebrais que guardam a lembrança do percebido. Não são considerados agnosias aqueles casos nos quais existe a presença de um déficit sensorial primário (cegueira, hipoacusia), baixo nível intelectual e/ou transtornos da linguagem.
Vale lembrar que esses sinais não surgem de repente e as crianças que apresentam
dificuldades em um desses processos, ou nos dois, se veem limitadas ou impedidas de conseguir uma interação entre elas, e, para essas crianças, é dificultado o ir e vir do simultâneo ao seqüencial, e vice e versa, de acordo com a atividade ou situação em que se encontram.
Paim (2003) relata que podem ser distinguidas as seguintes formas de agnosias, entre outras:
1. Agnosias com objetos inanimados e com imagens;
2. Agnosias com objetos animados e com fisionomias;
3. Agnosias com símbolos gráficos;
4. Agnosias com símbolos linguísticos: são diferenciadas agnosias com relação a grafemas, números, ícones e símbolos musicais. Nesses casos, a dificuldade se traduz na incapacidade de leitura;
5. Agnosias espaciais.

Para que exista uma correta percepção visual é necessário que o reconhecimento e diferenciação dos distintos estímulos visuais sejam adequados. É constante em sala de aula alunos relatarem que não conseguem ver o que a professora escreveu no quadro e, geralmente, procuram sentar-se bem próximo, muitas vezes chegando a ficar de pé para escrever o que está no quadro: esse é um sinal que merece toda a atenção do professor e exige medidas urgente para solucionar o problema visual do aluno. Nesse caso, o professor deve comunicar imediatamente aos pais, para que providências sejam tomadas.
Podemos considerar algumas gnosias táteis, como a diferenciação entre o duro e o mole, o áspero e o macio etc. Também estão compreendidas as gnosias auditivas, como a diferenciação e reconhecimento de sons. Dentre as gnosias complexas, podemos citar as visomotoras, as espaciais e as visomotoras-auditivas. As gnosias visoespaciais têm grande importância na aprendizagem da leitura e escrita. A capacidade de reconhecer sinais gráficos é dada pelo fortalecimento da produção de conexões retinianas (olhos) e proprioceptivas (movimento). A repetição de estímulos visoespaciais, interpretadas pelo sistema nervoso (estereótipos), vem a ser a base fisiológica das gnosias visoespaciais. Os sistemas proprioceptivos nos proporcionam informação sobre o funcionamento harmônico dos músculos, tendões e articulações; regula a direção e alcance dos movimentos; é o que permite reações e respostas automáticas; intervêm, além disso, no desenvolvimento do esquema corporal e na relação com o espaço e é base da ação motora planificada.
5 O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM INFANTIL A PARTIR DO SEIS ANOS DE IDADE


Aos cinco anos, consideramos que a criança aperfeiçoou a construção gramatical; aos seis anos, ela já pode emitir qualquer som do idioma, pode expressar, de forma clara, o essencial dos acontecimentos, pode realizar, adequadamente, a concordância entre sujeito e verbo, assim como a concordância de tempos entre a oração principal e a subordinada. Para a Psicopedagogia é por meio da linguagem que aprendemos, desevolvemo- nos e criamos nossa realidade. É dessa maneira que a criança apropria-se do conhecimento e de suas ações.

5.1 A figura do professor no processo de letramento

De acordo com Seber (1997), o desafio de alfabetizar na escola é conseguir que as crianças leiam e escrevam de forma espontânea, criativa, construtiva e que possam inserir-se no universo da cultura escrita. Alfabetizar, na Educação Infantil, requer, antes de qualquer coisa, provocar e despertar nas crianças o desejo e o prazer de ler e escrever, inserindo-as, de forma lúdica, no mundo da leitura e da escrita. Frade (2003) considera que a alfabetização é um fenômeno social, político e histórico, envolvendo a linguística, a pedagogia, a psicologia e a antropologia.
Segundo Nunes e Bryant (1997), uma pessoa é funcionalmente alfabetizada quando adquire conhecimentos e habilidades na leitura e escrita que a capacitam a engajar-se efetivamente em todas as atividades nas quais a alfabetização é normalmente suposta em sua cultura ou grupo.
Torres (2003) não acredita que possamos atribuir à escola toda responsabilidade de formar o cidadão alfabetizado de que se necessita: leitor crítico e versátil, escritor criativo e competente. A tarefa alfabetizadora ultrapassa, e muito, a escola.
Soares (2000) se preocupa com a abrangência que se tem dado à alfabetização, ressaltando o esquecimento de sua especificidade. Adverte que é preciso diferenciar o processo de aquisição da linguagem escrita e oral do processo de desenvolvimento da linguagem escrita e oral, este último um processo permanente que se dá ao longo da vida e não se esgota com a aprendizagem da leitura e escrita.
Soares (2003) chama a atenção para a última avaliação do sistema nacional de avaliação (Saeb), denunciando que, aproximadamente 33% dos alunos com quarto anos de escolaridade, são analfabetos, ou seja, a criança termina a 4ª série do ensino fundamental sem saber ler e escrever.
Segundo Morais (2004), a escrita alfabética é um sistema e não um código, ler não é decodificar, escrever não é decodificar. O que a criança precisa compreender é que a escrita alfabética é um sistema notacional. Isso faz muita diferença.
Para Soares (2003), a criança precisa desenvolver habilidades de análise fonológica, reconhecendo os segmentos sonoros das palavras como reflexão metalinguística e destaca que a criança precisa se apropriar do sistema alfabético.
Tfouni (2004) afirma que, enquanto se ocupa (quem se ocupa?) da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupos de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade.
De acordo com Talles (2001), o desenvolvimento do pensamento é possível à medida que o indivíduo interioriza o patrimônio cultural humano objetivado nos produtos materiais e intelectuais (linguagem, ciências, artes etc.) que recebe ao nascer como legado das gerações passadas.
Segundo Teberosky (2003), o construtivismo contribuiu para a compreensão de que a alfabetização ocorre em contextos culturais e sociais determinados, e de que a escrita, a linguagem oral e a leitura se desenvolvem de modo interdependente desde a mais tenra idade.
Para Zunino (1995), uma proposta pedagógica deve responder ao compromisso de criar um âmbito de aprendizagem no qual os adultos contribuam para favorecer os esforços cognitivos das crianças na apropriação dos conteúdos escolares. Entende a proposta pedagógica como metodologia, como um caminho para se chegar a um fim. No caso, esse fim é a aprendizagem da linguagem oral e escrita, ou seja, é alfabetizar e letrar.
Para finalizar, relembro os objetivos propostos para o ensino da linguagem oral e escrita. Acatamos a sugestão do referencial curricular para focar o ensino da linguagem oral e escrita em três blocos de conteúdos: falar e escutar, práticas de leitura e práticas de escrita.

6 OBJETIVOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM INFANTIL PARA CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS DE IDADE

? Ampliar, gradativamente, suas possibilidades de comunicação e expressão, fazendo-a conhecer vários gêneros orais e escritos e participando de diversas situações de intercâmbio social nas quais possa contar suas vivências, ouvir as de outras crianças, elaborar e responder perguntas.
? Familiarizar-se com escrita por meio do manuseio de livros, revistas e outros portadores de textos da vivência de diversas situações na quais seu uso se faça necessário.
? Escutar textos lidos pelo professor, apreciando a leitura feita.
? Interessa-se por escrever palavras e textos, ainda que não de forma convencional.
? Reconhecer seu nome escrito, sabendo identificá-lo nas diversas situações do cotidiano.
? Escolher os livros para apreciar e ler.

Neste capítulo, falamos dos desafios da teoria, fazendo apropriação do referencial teórico sociointeracionista, para macro questões, ou seja, as questões epistemológicas da prática pedagógica e dos estudos e pesquisas específicas sobre alfabetização e letramento para as microquestões. Assim, nos apropriamos dos estudos de Emilia Ferrero, Ana Teberosky, Delia lerner, Magda Soares, Arttur Moraes, Alina spinillo, Adriana e outros.
Mesmo com todos esses estudos disponíveis, ainda é um desafio o processo de ensino-aprendizagem da leitura e escrita. Alfabetizar e letrar não se esgotam num tipo de conduta metodológica, nem em materiais pedagógicos, nem em livros didáticos, nem apenas num ambiente alfabetizador.



7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O olhar sensível é benéfico por remeter à vontade de pesquisar e trabalhar cada vez mais em prol de uma educação de qualidade, especialmente para o indivíduo que se apresenta diante das condições atuais de formação do professor alfabetizador em nosso país, em busca de um novo método revolucionário de ensino e aprendizagem da leitura e escrita.
É pertinente ressaltar que essa luta deve ser de todos aqueles que ainda acreditam no sonho de transformar o mundo para melhor através da educação, sim uma educação de qualidade, a qual é direito de toda criança mediante a constituição do nosso país.
Nos dias atuais, em virtude do grande fracasso escolar na rede de ensino, principalmente na área de alfabetização e letramento do ensino infantil, deve-se considerar alguns métodos de ensino já utilizados e não ter medo de aplicá-lo em sala de aula. Há uma busca por conceitos no qual o resultado seja da determinação clara de objetivos definidores, dos conceitos de habilidades e atitudes que caracterizam a pessoa alfabetizada, numa perspectiva (psicológica, linguística, e, também, sobretudo, na área social e política) que seja obtida como um resultado da opção pelos paradigmas conceituais (psicológicos, linguísticos e pedagógicos), que trouxeram uma nova concepção dos processos de aprendizagem da língua escrita pela criança. Carece compreender o sujeito como agente que é capaz de construir o seu próprio conhecimento, não sendo passivo diante dos estímulos externos.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



TEBEROSKY, Ana. Psicopedagogía da Linguagem Escrita. 4.ed. São Paulo: Trajetória Cultural, 1991.

SPINILLO, Alina Galvão. O conhecimento de crianças sobre diferentes tipos de textos. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Brasília: 13, 329-338.

TFOUNI, Leda Verdiani. Letramento e Alfabetização, Porto Alegre: Editora Cortez, 2003.

ZUNINO, Delía Lenner de; PIAZONI, Alícia palácios. A escrita na escola: reflexões sobre a proposta pedagógica construtivista, 2. ed. Porto Alegre: Editora Artmed, 1995.

SOARES , Magda. Letramento, um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2000.

_________. Alfabetização e letramento. São Paulo, Editora Contexto 2003a.
_________. A reinvenção da alfabetização. Revista Presença Pedagógica. v. 9, n 52. Belo Horizonte, Dimensão jul/agosto 2003b.

KLEIMAN, Angela B(org). Os significados do letramento.Campinas: Editora Mercado das Letras, 1995.

FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua escrita. Porto Alegre: Editora Artes Médicas. 1986.

_________. Alfabetização em processo. 5. ed., São Paulo: Editora Cortez, 1989.