A lingüística nasce no século XVIII, quando intelectuais europeus passam a estudar o sânscrito. Nesta conjuntura, em 1786, William Jones apresenta seu trabalho sobre as diversas semelhanças entre o sânscrito, o latim e o grego (acrescentando mais tarde o céltico, o gótico e o persa antigo), levantando a hipótese de uma origem comum dessas línguas. E em 1808, Friedrich Schlegel reforça essa tese de parentesco do sânscrito com o latim, com o grego, o gótico e o persa, evidenciando este parentesco pelos elementos gramaticais (morfológicos e fonológicos).
Porém, apesar de todo este estudo introdutório, foi Franz Bopp quem demonstrou, em 1816, as correspondências sistemáticas entre essas línguas através da comparação da morfologia verbal de cada uma dessas línguas, princípio básico para se estabelecer empiricamente o efetivo parentesco, surgindo, assim, o método comparativo, no qual, além de explicitar o parentesco entre línguas, também determina características da língua ascendente comum de um determinado grupo de línguas.
Embora Franz Bopp tenha desenvolvido o método comparativo, foi Jacob Grimm quem estabeleceu o estudo histórico, a partir de seu livro "Deutsche Grammatik", onde interpretou que as correspondências fonéticas sistemáticas entre as línguas são resultado de mutações regulares no tempo. Ao estudar o grupo germânico das línguas indo-européias, Grimm distribuiu seus dados numa sequência de 14 séculos, estabelecendo, assim, a sucessão histórica das formas que estava comparando.
Pode-se dizer, então, que enquanto Bopp basicamente estabeleceu o parentesco entre as línguas, sem seguir nenhuma cronologia, ignorando o percurso histórico de um estágio anterior para outro(s) posterior(es). Grimm determinou que a sistematicidade das correspondências entre as línguas estava inevitavelmente atrelada ao fluxo histórico e á regularidade dos processos de mudança lingüística.