RESUMO

A carência de Professores de matemática na cidade de Manacapuru na Rede Estadual de Ensino tem sido somente a parte de um "Ice-berg" que em sua profundidade demonstra claramente condicionantes que estão atrelados a esta problemática, dentre eles, tem-se a desvalorização do Profissional do Magistério que é infelizmente histórica e se este, for comparado com outras profissões pode-se vê patentemente o descaso ou o trato ingrato que é dado aos docentes. Tem-se também o ofício Sacerdotal confundido com o docente, neste, cegamente alguns acreditam que professor deve exercer uma atividade Sacerdotal e não se preocupar com ganhos materiais. Atrelado ao problema maior tem-se políticas Educacionais que em vez de incentivar os melhores alunos a se voltar para o Magistério, fazem com que os mesmos se distanciem. Sendo assim, juntamente com o condicionante anterior se têm várias outras situações que serão pormenorizadas mais adiante e que acabam sendo decisivas na entrada e na saída do Magistério. No mesmo contexto comenta-se sobre os indicadores negativos no ensino Fundamental e no Médio registrado pelos mecanismos de avaliação do Estado, e também, o impacto da incidência desses índices negativos nas escolas. Fechando esta parte sobre a base teórica se faz menção sobre a falta de cultura matemática abrindo um breve parágrafo sobre a matemática e, neste seguimento argumentativo levanta-se algumas objeções tipo como: Matéria difícil? Linguagem dos deuses? Ou poucos têm afinidade à mesma? No tocante a segunda parte da monografia apresenta-se os aspectos metodológicos, os caminhos da pesquisa com seus entraves e dificuldades. Coloca-se a aventura na produção deste trabalho com as técnicas de amostragem e pesquisa bibliográfica. E apresentando os resultados de uma pesquisa que se utilizou de um enfoque ou abordagem Crítico-dialético e, é claro que procurou-se sempre respeitar a temática e os problemas levantados. Já concernente a apresentação dos resultados, buscou-se seguir a fidelidade científica, posto que, tratava-se de dados responsáveis que se manipulados para agradar o sistema sairíamos do curso da fidedignidade. As informações levantadas foram de quatro escolas Públicas Estaduais: Nossa Senhora de Nazaré, Carlos Pinho, José Mota e José Seffair. Trata-se do Número de Professores que estão atuando no ensino de matemática que são Licenciados e os que não são. Escolheu-se as Escolas Supramencionadas, pois, as mesmas são tidas como amostras no tocante ao ensino público Estadual de Manacapuru, tanto em Matemática quanto no Geral. A opção pela amostra se deveu a alguns condicionantes que emperraram nossa pesquisa. Na apresentação dos Resultados apresenta-se o resultado de uma pesquisa feita com os acadêmicos de Matemática, buscou-se extrair através desta entrevista as aspirações dos atuais acadêmicos, e, também levou-se em consideração os condicionantes abordados e que mais chamou a atenção neste trabalho como se apresenta no Capítulo três. Portanto, fecha-se este trabalho fazendo as considerações finais com relação ao tema central da pesquisa e os rumos para se ser potência no Ensino de Matemática.

Palavras-chave;Carência-Matemática-Profissional

INTRODUÇÃO

A pesquisa aqui apresentada articulou questões relativas à carência de Professores de Matemática na cidade de Manacapuru na Rede Estadual de Ensino, sendo assim, dentro da temática em questão definiu-se quatro eixos: Professores não Licenciados, Escolas com o corpo docente formado, aspiração ao magistério, entraves que dificultam o recém formado de exercer a atividade docente.
Para efeito desse estudo levantou-se, então, as seguintes perguntas. 1) A que se atribui à carência desse Profissional nas Escolas Públicas Estaduais de Manacapuru? 2) Já que há lacunas, é realmente necessário recrutar um outro qualquer, de outra área, que não tem nada haver com a disciplina? 3) Nas escolas selecionadas para realizar o estágio, todos os professores que atuam são Licenciados em Matemática? 4) Após serem formados, será que é desejo desse profissional atuar na Educação? 5) Que entraves atrapalham o Profissional da área de exercer a atividade docente?
A partir destas questões norteadoras, perseguiu-se os seguintes objetivos: Investigar porque ainda se tem nas Escolas Públicas Estaduais de Manacapuru a carência do Licenciado em Matemática; Saber a que se atribui à carência deste profissional nas Escolas Públicas Estaduais em Manacapuru; Identificar quantas vagas existem para suprir o atual quadro das Escolas Estaduais e quantos professores estão trabalhando sem ser Licenciado em Matemática. Identificar se nas escolas selecionadas para realizar o estágio, todos os professores que atuam, são Licenciados em Matemática; Identificar se os que estão sendo formados têm desejo de atuar na Educação; Identificar que entraves atrapalha o profissional da área de exercer a atividade docente.
Justificou-se a escolha desta temática juntamente com os condicionantes atrelados a mesma pelo fato de ser a Matemática tão importante para a cultura do discente, assim como a Língua Portuguesa, porém, nas Escolas Públicas Estaduais de Manacapuru ainda não se reflete de forma notória o resultado dessa importância, uma vez que, mecanismo de avaliação do Estado tem demonstrado índices negativos, seja no rendimento na disciplina, Olimpíadas da Matemática, Prova Brasil, ou seja, na carência do Profissional da área para desempenhar bem o trabalho docente e alavancar a cultura Matemática na Sociedade. Justifica-se também, no sentido da já mencionada temática dar uma contribuição para as áreas afins, pois, mostra dados atuais que serve como fonte de pesquisa para outros trabalhos acadêmicos.
Para uma aproximação mais concreta com a realidade que se propôs investigar, encontrou-se no enfoque Crítico-Dialético a metodologia adequada para investigar e alcançar os objetivos, e, também responder as questões levantadas. Atrelado ao enfoque definiu-se pelo estudo de caso, e como técnica entrevistas, observações, pesquisa documental, bibliográfica e eletrônica. Desta forma, foi possível chegar a cada ponto previamente focado para esclarecer o objeto deste estudo.
To tocante a apresentação da organização da Monografia, a mesma está dividida em três capítulos. O Capítulo I apresentando a idéia Central com seus respectivos condicionantes conforme se segue: A que se atribui à carência desse Profissional nas Escolas Públicas Estaduais de Manacapuru?
O capítulo II apresentando os Aspéctos Metodológicos e o Caminho da Pesquisa e Finalizando apresenta-se o Capítulo III com a Discussão e apresentação dos Resultados e as Considerações Finais.



















1 CARÊNCIA DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA NA CIDADE DE MANACAPURU NA REDE ESTADUAL DE ENSINO: À LUZ DE TEORIAS E DADOS ATUAIS

O presente capitulo apresenta discussões que giram em torno do tema e do objetivo central ? A que se deve a carência de Professores de Matemática na rede Estadual de Ensino na Cidade de Manacapuru. Girando em circulo ou visualizando 360º com o intuito de compreender todos os condicionantes que se atrelam à temática. Logo, cada tópico explicita e colabora no sentido de fornecer um entendimento claro sobre o estudo em questão conforme se apresenta.

1.1 CONDICIONANTES QUE INCIDEM NA CARÊNCIA DO LICENCIADO EM MATEMÁTICA NAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DE MANACAPURU

Diante de um problema histórico que perpassa governos e épocas, mudanças de estilo de vida, de economia, de tecnologia e etc., onde todos mudam, mas somente a educação continua a mesma, pelo menos no tocante a carência de professores de Matemática, pois esse, tem sido o calcanhar de Aquiles tanto das Universidades quanto das escolas Publicas Estaduais e Municipais. Desta forma, busca-se explicações em números e em teóricos para conhecer os porquês dessa lacuna que fragiliza o ensino público estadual de Manacapuru. A começar pelos condicionantes que estão atrelados à desvalorização do Profissional; o ofício da docência sendo confundido com o sacerdócio; políticas educacionais paliativas que não resolvem o problema; situações que são decisivas na entrada e na saída do docente do magistério; e indicadores negativos. Fazendo então, uma análise a partir desses condicionantes supramencionados é que traz-se explicitações sobre o objeto desse estudo.
Atribuir culpa a alguém, ou encontrar os culpados desta lacuna histórica que ainda hoje em pleno século XXI enfraquece o sistema de ensino público Estadual de Manacapuru seria uma atitude irresponsável, pelo menos em se tratando de Município, visto que, o problema é de proporção nacional. E por assim ser, se não se delimitasse um ponto de estudo, isto é, em Manacapuru, teríamos que lançar um olhar para trás no túnel do tempo e verificar que erros foram cometidos e quantas políticas educacionais foram elaboradas na tentativa de resolver tal situação. Mas, pelos atuais déficits na Educação não precisamos ser tão detalhistas ou viajar no tempo para descobrir os porquês, uma vez que, a atual realidade educacional, especificamente voltada para formação de professores de Matemática, se torna um ícone notório e nos mostra. Um estudo realizado pelo próprio MEC revela que;
Os números [..] são alarmantes. Algumas disciplinas formaram, em 10 anos, metade do número necessário de professores para cobrir a demanda nacional. Matemática é um dos exemplos mais preocupantes e revela uma crise nacional que está prestes a estourar. De 1990 a 2001, em todo o País, foram licenciados apenas 55.334 professores de matemática. A carência de docentes da matéria no Brasil chega a 106.634. < www.mec.com.br >

Na realidade a crise já estourou há tempo, alguns não a viram como uma crise e simplesmente a ignoraram. Outros, por sua vez, não acharam que era prioridade nacional, pois se fosse, já teriam declarado estado de sítio (analogamente postulando; guerra política educacional para vencer os problemas no ensino Brasileiro) ou até mesmo calamidade pública. Outros também não viram como ameaça à economia nacional, pois se de algum modo se tornasse especulação financeira, medidas estratégicas e eficientes teriam sido feitas para proteger a economia nacional. Na verdade, é uma Crise Educacional, que pede socorro e poucos se importam.
Ainda no tocante a esses números vergonhosos e alarmantes, eles traduzem exatamente a atual realidade Nacional e que por sua vez, incide sobre os Estados e Municípios. Como o epicentro da crise se deve à carência de Doutores e Mestres, logo, a mesma alcança as cidades, municípios, bairros e vilarejos. Se temos de um lado, as universidades formando poucos Doutores e Mestres, é evidente que faltará o licenciado. E se de outro lado não se tem o licenciado ou de outra forma se tem, mas, existem lacunas na formação deste, é natural que haja fracasso no ensino fundamental e médio.
Ora, não pretendemos chocar ninguém com este estudo, pois os próprios números levantados pelo MEC, se encarregam disto. Segundo o relatório apresentado à instituição, pelo diretor CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) Dilvo Ristof

Apresentou aos participantes do encontro a situação atual da formação dos Professores e onde estão as maiores carências. De todos os professores que lecionam nas redes públicas da Educação básica, do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, e nos três anos do ensino médio, 353.747 não tem formação específica na disciplina em que atuam.
<www.fapeam.am.gov.br>


Em se tratando das ciências exatas o mesmo relatório apresentado se apresenta como algo que foi percebido, mas parece ironia! Só agora notaram que um número significativo dos Professores que atuam no magistério não tem formação específica. Ora, tudo indica que para educação "qualquer um serve": é o engenheiro estúpido e ignorante que nunca estudou didática, é o próprio professor de matemática ensinando física e química, é aquele que mal sabe ler alfabetizando, é o que não é licenciado ou não sabe se comunicar em língua estrangeira ensinando o verbo "to bum", em vez do verbo to be. Ainda bem, que finalmente nesses últimos dois anos vieram despertar para realidade que, para pilotar um avião precisa-se antes estudar, e em se tratando de Magistério, licenciar-se. Dilvo destaca situação seríssima e que precisa ser levada em consideração e que é colocado entre aspas "situação dramática"

[...] Ristof avalia que " a situação é dramática" quando se trata da formação de professores de física e química. [...] Em química, nos últimos vinte e cinco anos, se formaram trinta e três mil profissionais sendo que oito mil estão na ativa. Concluem o curso de química, 3.630 profissionais, mas, as escolas necessitam de 56 mil para atender os alunos de 5ª a 8º séries e do ensino médio.
<www.fapeam.am.gov.br>


Seguindo a mesma trilha argumentativa em sentido nacional para compreendermos o objeto de estudo, apresentamos dados do mesmo relatório, só que desta vez por regiões e sendo assim, pode-se compreender as desigualdades regionais no país. O mesmo relatório relata o seguinte;

Nas cinco regiões do país, o quadro de formação em Licenciatura específicas também está distante do que prevêem a lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e o plano Educacional de Educação (PNE). Segundo Ristof, esses são os índices de Professores com formação específica: Região Norte, 31% do quadro; Nordeste, 32%, Centro-oeste, 46,5%; Sul 60,5%; Sudeste, 61%.


Agora, os índices acima demonstram claramente disparidades regionais. É evidente que atualmente existem brasis dentro do Próprio Brasil, isto é, a região do pobre e a do rico; a dos intelectuais e a dos funcionais; a dos verdadeiros Profissionais e a dos apedeutas (acadêmico que estuda e não consegue tornar-se Profissional). São informações como estas que nos revelam porque que a maioria dos melhores empregos deste Estado, está nas mãos de pessoas do sul e sudeste. As mesmas ainda mostram que alguns estados se importam mais com a formação de seu corpo docente que outros e, vergonhosamente aparece o Norte e o Nordeste como sendo a periferia no que concerne à educação.

Visto que desigualdades regionais incidem sobre as sóciais, a sociedade brasileira (formada em sua maioria por pobres), também é afetada na sua escolha. Os dados do Exame Nacional de Avaliação de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2005, 2006 e 2007 trazem outras informações sobre a realidade educacional brasileira
Da escola pública, apenas 8% ingressam em cursos de medicina; 19% em odontologia e 25% em medicina veterinária. Já em matemática são 72%; em pedagogia 72% e o curso Normal Superior, 79%. Na avaliação de Dilvo Ristof, os números mostram que as carreiras do magistério são, majoritariamente, constituídas por profissionais filhos de pais de baixa renda e com pouca escolaridade.
<www.fapeam.am.gov.br>


Está estampado o fato de que os melhores alunos que saem das escolas públicas não querem nada com o Magistério, visto que o foco maior deste, é sempre voltar-se para àquilo que está no topo da pirâmide, isto é, odontologia, medicina, engenharias. De outra banda, se tem nestes dados uma maioria significante que forçosamente são obrigados a estudarem matemática, pedagogia e Normal Superior. Mas, mesmo assim, ainda se tem necessidade de Licenciados em ciências exatas.

1.1.2 Desvalorização do Profissional de Educação.

Ainda se utilizando do dado argumentativo do parágrafo anterior, no tocante aos melhores alunos que saem da escola publica focado em cursos do tôpo da pirâmide, bem que estes poderiam ser atraídos para colaborarem na melhoria do ensino público. Contudo, estes não se sentem estimulados, visto que, a desvalorização do Profissional de educação desestimula a grande maioria dos alunos e até mesmo os docentes que estão atuando. Alguns pesquisadores avaliam que;

A desvalorização do professor é o principal problema do ensino público no país na opinião da população. Para a secretária da Confederação Nacional dos Trabalhadores em educação (CNTE), Juçara Vieira, o intenso debate sobre a lei que estabeleceu o piso nacional de R$ 950 para o magistério, no ano passado, trouxe o professor para o foco do processo educacional.
<www.iparaiba.com.br acesso>


Se o propósito das Políticas Educacionais é melhorar, então somente alguns estados da região nordeste vão se sentir alcançados, visto que os educadores do ensino fundamental ganham o pior provento da Nação. O Norte ? parceiro em índice negativo, nem ao menos vai se motivar, pois eles já ganham acima do que propõem o piso Nacional. E, se comparada com outras profissões, tem-se verdadeiramente certeza que o magistério é tido como importante somente pela sociedade (quando se trata de ensino), mas não por àqueles que deveriam tomar alguma atitude para atrair os melhores alunos e estimular os docentes a serem mais eficientes. O obvio é que estamos diante de uma causa e efeito refletindo na sociedade, sim, por àqueles que compõem a base da pirâmide. Quem mais precisa da escola pública não pode tomar decisões para aumentar o salário dos professores. Quem não precisa pode, porém, não ligam à mínima, pois seus filhos estudam nas melhores escolas privadas do País ou do exterior. E quando aprovam alguma medida paliativa é nos moldes desse número (R$ 950,000 por 40 h aula, e isto não agrada nem um pouco os que se sentem profissionais).
E, o que é mais frustrante é que àqueles que usufruem do verbo "Poder" , ainda impetram recurso no STF(Supremo Tribunal Federal) para justamente perpetuar o total desprezo e nojo por estes Profissionais. Mozart Neves (2008)


Apesar de ter sido aprovada pelo Congresso Nacional, a lei que estabelece o piso Nacional para a categoria está sendo questionada por governantes no Supremo Tribunal Federal (STF). Na avaliação de Mozart Neves, presidente do movimento todos pela educação, entidade responsável pela pesquisa, R$ 950 "não é nada extraordinário".
<www.iparaiba.com.br>


Se compararmos com outras profissões e destacam-se aqui os "Policiais" - que a maioria nem nível Superior tem, chega-se a um afunilamento da análise que realmente o executivo e congresso desprezam os profissionais da Educação, neste sentido, encontramos pessoas que não ligam para a melhoria do ensino, pois se quisessem, levariam a Educação para o topo do debate, trariam medidas eficientes e a tornariam prioridade nacional. No momento, o que é prioridade é a segurança pública, e estão esquecendo que quando um país coloca a Educação em primeiro lugar se tem uma sociedade mais educada, a máquina repressiva do estado só vai ser necessária quando a família e a escola falhar. Tem-se também como probabilidade de melhoria, uma sociedade mais qualificada, pois o desenvolvimento de uma nação se deve a investimentos. Desta maneira, o executivo e o legislativo devem tratar a Educação como célula mater. Pois dessa célula, podem vir os resultados necessários para se crescer como nação. Neste contexto, entra a escola com o conhecimento sistematizado

A escola não precisa ser a extensão de um restaurante ou de um clube. O fundamental está em a escola habilitar o aluno para lidar com os instrumentos necessários a sua vida profissional, social, político e cultural. Saber ler e
escrever, realizar cálculos matemáticos, identificar, analisar, compreender e transformar o espaço histórico em que está inserido e outros, são habilidades necessárias a serem adquiridas pelo aluno na escola básica (BEZERRA, 1994, p.8- 9).

É, também, com o conhecimento específico e sistematizado que se fabrica bombas atômicas, e se pode produzir energia para fins pacíficos através do urânio (isto não quer dizer supremacia entre os povos no sentido de intimidação, porém, respeito, totalmente o contrário, de quem quer ter o domínio dessa tecnologia para destruição de outras nações), é com o domínio das ciências exatas que se chega aos conhecimentos necessários para a construção para a arquitetura, para a engenharia naval, espacial, para conhecimentos meteorológicos. Colocando como prioridade nacional a qualificação de professores nas diversas áreas do saber é que se pode ser potência. Agora, está em algumas importantes áreas sem tecnologia própria e, ser incapaz de produzir os aviões de guerra "made in Brasil"; ter que dá bilhões de dólares por simples aeronaves usadas somente em troca da tecnologia, nos torna enquanto nação, alienados, ou até mais que isto, subservientes. O Brasil pode até viver economicamente sem precisar de grandes potências, porém, se não parar de apresentar somente políticas educacionais paliativas e tornar a Educação nas diversas áreas prioridade Nacional, como o Japão fez, vai permanecer como está, isto é agrário como sempre foi, e, em poucos setores industrializados.

Voltando a comparação entre o magistério e outras profissões. Está sendo discutida atualmente no congresso (2010) uma lei para aumentar o salário dos policiais- PEC que eleva o provento destes para quase R$ 4.000, não se tem nada contra, estes também merecem, todavia, por que o olhar de desprezo para os trabalhadores da Educação? Mozart Neves (2008) diz que;

O salário de alguns profissionais, como advogados e engenheiros, são valores bem mais importantes do que um professor ganha hoje na rede pública. Os países que estão no topo da Educação mundial dão um salário inicial extremamente atraente para trazer os melhores alunos para a profissão. <www.iparaiba. com.br>


Japão, Coréia do Sul são países que dão exemplo para o mundo de como se deve melhor fazer a Educação. São países bem industrializados, bem desenvolvidos e que já tiveram seus momentos de dificuldades na Educação, porém, priorizaram a mesma, e hoje estão aí servindo de ícone para o Brasil.
Mozart postula também que o sucesso da escola pública não está somente vinculado com o ônus, mas também em uma boa formação; Iparaiba (2008)

Além de salários mais altos para atrair jovens talentos para o magistério, a equação se completa com uma formação adequada aos professores. O grande desafio passa por esforço do ensino superior para uma formação dos nossos professores que seja adequada à realidade.
<www.iparaiba.com.br>

Vale também chamar a atenção para o seguinte condicionante. Não sendo os profissionais do magistério valorizado, se tem o seguinte efeito, o atual acadêmico que está hoje estudando não consegue ver poesia em trabalhar tanto e ganhar pouco. Este, com certeza, vê seus professores enfrentando falta de interesse por parte dos alunos e a complexa relação docente-discente. Sendo assim, estes ficam de olho nos empregos que estão no topo da pirâmide; Auditor, Técnico do Tribunal Regional Eleitoral e outros. Em uma das citações anterior têm-se que 72% dos alunos das Escolas públicas ingressam nas Universidades para Estudarem Matemática, entretanto, poucos firmam compromisso para lecionar nas escolas em que são oriundos. Um índice significativo que poderia acabar com as carências das Escolas, porém, é triste saber que poucos querem a docência. Dilvo Ristof (2008) destaca que

A situação é ainda mais grave quando se observa a grande carência de
Profissionais para suprir a demanda nacional. Segundo o presidente da CAPES, Dilvo Ristoff, nos últimos 15 anos, as universidades formaram 110 mil professores de matemática, mas apenas 43 mil estão no magistério. Além disso, os professores em exercício apresentam em média uma faixa etária de 40 anos, fato indicativo de que as pessoas que se formam não estão seguindo a carreira de magistério. Ai se encontra o ponto chave deste discurso, os professores que estão em exercícios passaram pela faculdade a pelo menos 20 anos atrás, a sociedade mudou, os alunos mudaram, mas a escola continua a mesma. Em contrapartida suas necessidades e funções mudaram. (MEC, 2008)
<www.mec.com.br>



1.1.3 Ofício Sacerdotal ou Profissional?

O atual quadro situacional no magistério é ainda mais grave quando se leva em consideração àqueles que estão atuando nas salas. De uma banda, o próprio trabalho árduo se torna mais desgastante psicologicamente quando se aceita o que muitos dizem. "Professor é um ofício de sacerdote; se deve ter vocação para estar na educação". Este tipo de colocação transmite a idéia que, um professor tem que suportar tudo; tem que ganhar pouco mesmo. Verdadeiramente, até certo ponto, quando se faz uma reflexão sobre o que passa tais profissionais, estes, até que podem ser comparados a sacerdote, mas, não ganhar um provento vergonhoso. De outra banda, não se deve esquecer que o verdadeiro sacerdote não é apegado aos bens materiais; não trabalha diretamente com adolescentes rebeldes e violentos, não tem compromisso com o estado, com a nação. Já o docente, lhe é incumbido a tarefa de fazer o que na maioria das vezes não consegue por razões de força maior (isto é, abrir o cérebro do discente e colocar o conteúdo). Alunos deveriam vir para a sala de aula para querer aprender, entretanto, poucos vêm à escola com este propósito.
Por exemplo, nem todos os alunos gostam de matemática, e isto pode ser aversão à matéria. Quando o próprio discente ouve o nome da disciplina, já começa a ficar inquieto e, é aí que muitos docentes começam a experimentar os dessabores da educação. Muitos não conseguem ser "babysiter", vocacionados e sacerdotes, na realidade, estes são professores vulneráveis a qualquer sentimento. Em um curso de licenciatura, não é ensinado ao acadêmico a atuar como um verdadeiro sacerdote, neste contexto, vem então o abandono do magistério, pois muitas das vezes ameaças, falta de interesse dos discentes, salas superlotadas, assédio moral de gestores, desrespeito de alunos, são situações que fazem com que alguns manifestem desgosto e baixa estima. Em uma página na web Joana Flávia (2008) faz menção; <www. Anped.org.br>

É expressivo o número de professores que já pensou em mudar de profissão. As razões para esta atitude se justificam pela desvalorização social, refletida em baixos salários e em condições inapropriadas de trabalho, presente em grande parte dos depoimentos coletados. Ainda assim, há uma clara ambigüidade traduzidas nas falas dos que dizem satisfeitos em relação ao que fazem. Ao mesmo modo, suas representações revelam outra contradição: mesmo acreditando que a sociedade faz uma imagem negativa da profissão e descontentes com o salário que recebem, é reduzido o número dos que tem algum tipo de participação política e menos ainda daqueles que exercem atividades em associações ou sindicatos profissionais.


Outros não, realmente tem prazer de vivenciar esta complexidade e talvez quem sabe que sejam essas as pessoas que vivem uma vida sacerdotal e suportam, porém, o profissional não, aliás, todos os terráqueos vivem em seu limite, isto poderia ser mudado se tivéssemos pessoas mais humanas, se todos, em todas as instâncias da educação fizessem sua parte, isto, poderia fazer a diferença, embora que ligeiramente, quem sabe. Mas, não é isto que se presencia, todos os anos a escola pública perde excelentes professores para as empresas que oferecem mais vantagens, e estes, não são mercenários, como alguns poderiam postular, são Profissionais. Na verdade, como a sociedade ocidental latino Americana adotou o sistema Capitalista, é comum que o docente migre para um emprego que lhe ofereça mais suporte financeiro, plano de saúde e estrutura. Visto que, o que atualmente ganha não dá para suprir as necessidades básicas de sua família. <www. Anped.org.br>

[...] a profissão é sempre bem vista em relação ao nível de formação cultural, embora seja desvalorizada em termos financeiros (WTC). Identifica-se, assim, uma dissonância presente na vida dos professores: internamente ele sabe que é importante, mas o que lhe chega do exterior lhe diz que não é, lhe diz que o que oferece não vale tanto assim, pelo contrario vale muito menos que o trabalho de outros com o mesmo nível de exigência

Desta maneira, toda a cadeia da sociedade perde, e, inclusive os municípios, os estados e a nação como um todo.

1.1.4 Mais Educação ou mais Desvalorização?

Visto que se faz uma trajetória argumentativa usando como ponto de referência Brasília, (pois de lá emana todas as tentativas para solucionar os atuais déficits da educação) é necessário mencionar neste contexto, uma das políticas educacionais. O programa mais Educação do Governo Federal este, tem boas pretensões; visa dar suporte aos alunos que tem alguma deficiência na leitura; melhorar os conhecimentos matemáticos de crianças que estão na educação Básica e outras, conforme relata a revista


Instituído em 2007, o objetivo do Mais Educação é ampliar o tempo e o espaço educacional dos alunos da rede pública. As escolas atendidas oferecem jornada integral, com atividades no contraturno. Essas atividades precisam estar relacionadas ao projeto político-pedagógico da escola e dialogar com a comunidade do entorno. As ações podem ocorrer na unidade escolar ou em outro espaço socioeducativo.
De acordo com a diretora de Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), do MEC, Jaqueline Moll, o desafio central do programa é conectar as atividades do contraturno ao currículo regular. A jornada ampliada não deve ser compreendida como dois momentos distintos. "É um tempo contínuo. As atividades devem incidir para qualificar o currículo e a experiência educativa"
<www.aprendiz.com.br>;

Como já se referiu antes, a esfera federal tem suas preocupações, tem suas intenções; porém, sempre deu margem para críticas, pois no momento de implementar suas políticas educacionais se esquece que o principal agente na hora de aplicar e fazer valer os projetos educacionais, é a figura do Professor. Não lembra que este é o profissional, não leva em consideração, que este não estudou para doar tempo e sim para ganhar tempo. Mas, também sabe que o docente pode fazer a diferença se valorizado, mas, isto não é respeitado.

Em Manacapuru, os acadêmicos envolvidos no projeto, (para a felicidade do Governo) são àqueles que são desfavorecidos economicamente, e, que por situações difíceis são forçados a trabalharem muito e ganharem pouco. Analisado a partir do prisma do Burguês e do empregado, tem-se que, o burguês leva a vantagem, pois, paga pouco, isto é, R$ 300,00 por 20 horas de trabalho. Estes que levam vantagem, podem até dar uma explicação sociológica, a da inclusão social, ou seja, dar um emprego ao que não tem. Agora de outro lado, se tem o trabalho qualificado sendo vendido forçadamente. E o pior de tudo, é que aquele que aceita uma situação como esta, esquece que é em primeiro lugar é humano e não cão para aceitar as migalhas que caem da mesa de seu senhor; não leva em consideração que o provento que ganha se comparado ao capitalismo selvagem existente em muitas lojas, evapora; não reflete que tem que ser, e se fazer existir. Doutra sorte, como sobreviverá diante de uma selvageria capitalista que impera neste país, onde poucos têm muito, e muitos têm pouco. Desta forma, o que se pode dizer do mais educação é que o mesmo, traz mais desvalorização ao profissional do magistério.

1.2 SITUAÇÕES QUE ACABAM SENDO DECISIVAS NA ENTRADA E NA SAÍDA DO MAGISTÉRIO.

Dos 72% e 79% relatados na citação do condicionante "a que se atribui a carência de professores" relatou-se ligeiramente sobre os alunos da rede pública que acabam estudando uma Licenciatura em Matemática, Pedagogia e Curso Normal Superior; na realidade estes números não expressam um desejo espontâneo dos discentes para cursarem uma dessas Licenciaturas. De outro ângulo, o que os números não dizem estampadamente é que os vestibas são empurrados pela situação sócio-econômica, com isso, não tendo acesso aquilo que é desejável, o que resta então é cursar uma licenciatura. Diga-se de passagem, que os restos que caem da mesa dos poderosos, e embora não querendo a grande maioria da população se obriga a pegar. Alguns levam ainda em consideração as seguintes prerrogativas de se ter um nível superior: a probabilidade de arranjar um emprego melhor quando estiver em um seletivo de uma empresa privada; a probabilidade de não dividir a mesma cela na cadeia com bandidos comuns e altamente perigosos; o fato de poder enfrentar um concurso para pessoas que tem o nível superior, tais como, Auditoria Pública, Diplomata, Polícia Federal e outros empregos que ficam no cume da pirâmide de Ascensão social. Entretanto, nem todos que já cursaram ingressam na rede pública de Educação. Um exemplo que vale a pena mencionar é o do relatório que Dilvo Ristof apresenta; em 15 anos 110 se formaram, porém somente 43 mil estão na docência. De acordo com <www.anped.org.br/reuniões/25Joana Flávia>

[...] os depoimentos registram que a docência era o meio mais fácil, quiçá única, para obter alguma forma de remuneração. Como afirma weber (1996) menos do que decisões individuais em relação às oportunidades sociais, as trajetórias de trabalho consistem, principalmente, nas oportunidades sociais que podem ou não ser aproveitadas pelos indivíduos, dada a sua própria localização em uma determinada estrutura social.


Logo de início, quando o ex-acadêmico termina sua licenciatura tem uma sede extraordinária para fazer a diferença, ora, a isto se tem uma explicação: o desemprego. Porém, desses 43 mil que são forçados pelas situações sócio-econômicas, alguns trabalham no máximo uns dois ou três anos com êxito, com a estima razoável, levando em consideração o seu emprego que antes não tinha; o ganha pão de cada dia. Porém, a vida do docente se mostra imprevisível quando situações complexas acontecem na sala de aula. Alunos que não se mostram interessados pela matéria e que tiram nota baixa. E o frustrante disso tudo, é que quando isso acontece, o professor é tido pela equipe pedagógica como sendo o vilão; são as metodologias que não foram capazes de alcançar o aluno desinteressado; o aluno que gazeta; o aluno que passa de mês sem vir na escola. Desta forma, são ignorados os vários culpados dessa realidade e culpam de forma unilateral o Professor de Matemática. Acredita-se, no entanto, que quem ousa apontar uma reta para o docente dessa disciplina, como sendo culpado, deixou de aprender uma matemática básica do ensino fundamental, que é o circulo trigonométrico. Neste, trabalha-se os vários ângulos existente em um círculo. No mesmo contexto, usar o ângulo de 90° graus (analogamente postulando) é observar somente a partir de um angulo, sendo assim, nos leva a alusão que tais pessoas são impotentes para estarem na educação. Pois no próprio relógio trigonométrico existem vários ângulos, e, desta forma, nos permite observar toda a complexidade de um problema; isto é, 360° graus, não deixando de analisar nem uma variável atrelado a um condicionante. Logo, assim como situações sócio-econômicas dificultam o "vestiba" a ingressar no curso desejado, da mesma forma as mesmas situações forçam o licenciado a entrar e sair do magistério.

1.3 INDICADORES NEGATIVOS NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

O SAEB ( Sistema Nacional de Avaliação Escolar da Educação Básica) e o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) tem sido os portadores de má notícia para Governos quando o assunto é Educação. Dois indicadores que servem de termômetro para medir a temperatura (analogamente postulando) do ensino no país têm mostrado que o nosso ensino tem apresentado lacunas (para ser gentil, pois na verdade, trata-se de buraco negro) principalmente quando se leva em consideração o ensino de Matemática e Língua Portuguesa. Visto que, não se quer sair do foco, apresenta-se como objeto principal o primeiro, e, em se tratando de matemática, é comum ouvir de alunos e pais que a escola pública não consegue formar o discente com o conhecimento necessário para enfrentar um vestibular de forma igualitária com àqueles que estudam em Escolas Particulares. Ora, se da escola pública somente 8% ingressam nos cursos de medicinas, odontologia, logo, a reclamação dos alunos e da sociedade não é novidade, é histórica. Agora, de outra banda, o que só faltava era que isto se tornasse oficial, para perturbar os governantes, e os professores da área, pois, alguns conhecimentos fundamentais no tocante a disciplina os alunos realmente não sabem. De acordo com <www.tudosobrepedagogia.com.br>

Considerando a disciplina de matemática, resultados de avaliações institucionais como o SAEB (Sistema Nacional de Avaliação Escolar da Educação Básica) e o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), promovidos pelo governo Federal, revelam que muitos alunos terminam o Ensino Médio com dificuldades em conceitos e procedimentos fundamentais, tais como operar com números reais, interpretar gráficos e tabelas, dentre outras coisas.


Tais lacunas levam os alunos a sentirem dificuldades quando ingressam no ensino superior, pois, este grau de ensino, vai requerer do aluno domínio dos conhecimentos do ensino fundamental e médio. Como a maioria são oriundos da escola pública ficam impactados quando algumas disciplinas obrigatórias são estudadas segundo o INEP (Instituto Nacional de Estatística e Pesquisa)

Ao ingressar no Ensino Superior, esses alunos defrontam-se com a disciplina de cálculo diferencial e integral, disciplina esta que figura como obrigatória em muitos cursos de diversas áreas e tem um alto índice de reprovação, segundo estudos desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP).
<www.inep.gov.br>

Essas dificuldades deixam os professores das disciplinas de Matemática e Português expostos, como se fossem eles os principais culpados deste insucesso, e, sendo assim, quando os país e as escolas se deparam com os resultados que os mecanismos do Estado usa para avaliar o ensino das duas disciplinas, ficam evidentemente insatisfeitos. A insatisfação é compreensiva, porém as críticas voltadas única e exclusivamente para estes docentes se torna um ato inconseqüente, visto, que existem outros fatores que estão obviamente ligados a este problema e que já se mencionou antes. Mesmo assim, apesar de se ter colocado o docente de matemática em evidência, ou ter elevado este profissional a terça potência, no que concerne a; responsabilidade, ao compromisso, e ao ensino; ou resumindo ter dado mais fardo para que o mesmo carregue sem muitas condições, isto, tem gerado uma atitude de mudança no tocante as metodologias com forme referem o site <www.tudosobrepedagogia.com.br>

As críticas acerca dos resultados negativos do ensino da matemática levam professores comprometidos com a educação da matemática nas séries iniciais do ensino fundamental a buscarem caminhos para solucionar essas deficiências apresentadas pelos alunos. Eles buscam ensinar a matemática voltada à realidade dos alunos.


1.4 REAÇÃO DA INCIDÊNCIA DOS ÍNDICES NEGATIVOS NAS ESCOLAS.


Tais índices negativos têm levado os governos a pressionarem seus secretários por melhorias no ensino. Os secretários da mesma forma o fazem com os gestores, porém, isto não tem apresentado resultados positivos, pois, se tem o docente como figura central; estes últimos, que ainda são comprometidos com a educação se negam em produzir números satisfatórios ao governo; os mesmos somente apresentam os resultados que são alcançados pelos alunos. O governo de um lado até que tenta dando um estímulo pagando o décimo quarto salário aos professores das escolas que alcançam um índice satisfatório no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), porém, somente um número insignificante das escolas do Amazonas alcançam. As que alcançam, caem no circulo vicioso para quererem alcançar a qualquer custo no ano seguinte, ignorando assim, a ética e o compromisso com a verdade. De outra forma, os alunos que se saem bem nas olimpíadas de Matemáticas, ou são oriundos das Escolas Privadas ou das Públicas Federais. Nesta ultima, o acesso é restrito; o aluno passa por um exame de seleção rigoroso. Dentre as públicas federais e estaduais, destaca-se o colégio Militar. Já se sabe que o rigor e a cobrança aos alunos e aos professores desse colégio é totalmente diferente das escolas públicas civis. Em 2008, a SEDUC (Secretaria do Estado de Educação do Amazonas) honrosamente publicou em sua página "alguns" alunos que se destacaram

O colégio militar da Polícia Militar/Seduc, que teve alunos destacados nacionalmente também foi premiado, recebendo um notebook com Kit de Projeção móvel (data show) e coleção de livros para a composição de uma biblioteca básica em Matemática. Ainda no âmbito da rede pública estadual, o Município de Benjamim Constant foi premiado com um troféu, por ter se destacado na competição.
<file://J: SEDUC - Secretaria do Estado de Educação do Amazonashtm>

Porém, já se sabe que a políticas Educacionais para as escolas militares se diferenciam das civis. Pega-se o gancho dos prêmios que diferenciam as escolas. Um se destaca ganhando um notebook e estima-se que este esteja num valor de R$ 2.500,00 a R$ 3.000,00. O outro ganha um simples troféu, estima-se o valor deste esteja em R$ 30,00 a R$ 50,00. Destarte, se percebe uma diferença tanto em políticas quanto em qualidade de ensino. Qualidade de um lado, estando vinculada ao Professor que ganha melhor, e, é pressionado a trabalhar com mais eficiência, pois a quem tanto dar, muito lhe é requerido. O outro lhe é negado por isso, trabalha com o que tem, sem pressão, e só faz o que lhe é imcubido fazer.


1.5 MATEMÁTICA; MATÉRIA DIFÍCIL, LINGUAGEM DOS DEUSES OU POUCOS TEM AFINIDADE A MESMA?

Dominar esta disciplina na época de Sócrates, de Platão, de Aristóteles, de Gauss, de Euclídes, de Descartes e tantos outros matemáticos e filósofos nos remete a leitura que, somente os que eram iluminados pelos deuses (expressão do momento épico desses Gigantes) se apoderavam e tinham conhecimentos dos conteúdos dessa disciplina. Estudar matemática na era desses grandes nomes, também era um privilégio de poucos. Era um momento totalmente inverso, do que se tem e se vive hoje. No momento contemporâneo, a febre, é a medicina, a informática, as engenharias em geral, a biomedicina e outras. No momento épico de cada um desses nomes, o que se queria estudar era a matemática e a filosofia, e, por incrível que pareça aos contemporâneos do século XXI, somente as pessoas que eram economicamente favorecidas podiam ter acesso a tais conhecimentos. Bem, estes, não precisavam ser só iluminados, eles tinham que ter posses. Descartes é um desses exemplos de pessoas que tinham condições para usufruir do conhecimento que era até então negado a outros. Com forme segue um breve comentário de sua história;

Quando Descartes tinha oito anos (alguns historiadores dizem 10), seu pai o mandou para La Fléche, uma escola jesuita que era nova, mas que em breve se tornaria famosa. O diretor da escola permitiu que o jovem Descartes ficasse na cama até mais tarde todas as manhãs, até que se sentisse pronto para se juntar aos demais. Não é um mau hábito, se você puder mante-lo, e isso Descarte fez até os últimos meses de sua via. (JENNINGS et al 2009)

Enquanto que muitos não ligam para o curso de matemática hoje, Descarte se apaixonou pela exatidão dos números e desistiu de Letras;

[...] Descarte abandonou o estudo das letras e mudou-se para paris. Lá passou as noites vagueando pelo circulo social. De dia ele ficava na cama estudando matemática ( começando a estudar, é claro, á tarde). Após um curto espaço de tempo, no entanto. Paris tornou-se tediosa e desinteressante para ele. (JENNINGS et al 2009)

Visto que se alongaria bastante citando um pouco da inclusão dos matemáticos épicos nas escolas de suas respectivas épocas, segue-se um paralelo destes com os de hoje, voltando ao curso argumentativo central.
A inclusão de muitos acadêmicos hoje em se tratando do curso de Licenciatura em Matemática, não se deve a bens financeiros, mas a um exame seletivo que não é muito disputado devido a pouca procura. Recentemente uma política educacional da esfera Federal facilitou ainda mais a inclusão de docentes que não eram Licenciados, todavia, pelo atual número de professores que desistiram em 2010 (isto é 28 pelo núcleo da UFAM, Manacapuru) alude-se que, poucos gostam mesmo da disciplina que os deuses adoravam. Agora, a que se deve este desinteresse? Está evidente que se deve a falta de cultura matemática. Os alunos que saem das escolas públicas, muitos deles saem sem uma formação fundamental da matéria. Isto evidentemente vai resultar em uma falta de interesse. Outros saem odiando a disciplina. Totalmente o contrário dos estudiosos épicos supramencionados.
Outro fato a mencionar é sobre os cursos televisionados. Muitos acadêmicos que iniciaram a licenciatura no Sistema Presencial Mediado (UEA 2006) desistiram facilmente. Foram matriculados 1200 aspirantes ao curso em 2006, contudo, somente 571 acadêmicos permanecem estudando. Muitos são os condicionantes atrelado a estas desistências dentre os quais já se mencionou antes, mas, há algumas expressões comuns que a sociedade usualmente fala quando o assunto é matemática. "Matemática não é pra qualquer um", "matemática ame-a ou deixe-a"; "supere-a ou deixe-a". De outra sorte, pode-se até comparar o desafio de estudar a disciplina, como uma formação militar, sendo que tanto o militarismo quanto a licenciatura se utilizam de uma doutrina bem comum O Pragmatismo, isto é, o que prima pela objetividade, pela exatidão, pelo treino excessivo até alcançar a eficiência. Superação psicológica, tanto um quanto outra requer.





2bASPECTOS METODOLÓGICOS

O presente capítulo mostra sistematicamente os procedimentos de alcance da pesquisa, apresentando o que foi utilizado para melhor pequirir informações que levassem ao ponto focal de cada objetivo antes formulado, seja em pesquisas bibliográficas para a fundamentação de cada argumento, ou até mesmo na busca da melhor técnica, ou decidir o melhor método para ir a fundo na tentativa de explicitar cada problemática levantada, de modo que nada passasse desapercebido pelo olhar ontológico e empírico do pesquisador. Desta forma, apresenta-se a seguir cada passo dado pelo investigador no tocante a este trabalho.

2.1 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

Em se tratando de informações que nos levasse a compreensão de cada objetivo previamente traçado foi necessário recorrer a alguns livros, artigos eletrônicos e sites, mas, primeiramente foi preciso nos munir de métodos, pois através dos mesmos esteve-se mais preparados para investigar com eficiência e levantar os dados necessários para fundamentar cada postulado. Com a ajuda do livro de metodologia e com as aulas de metodologia do desenvolvimento da pesquisa, primeiramente aprendeu-se a como fichar os dados e a fazer as notações necessárias, sendo assim, levantou-se os dados relevantes para embasar as ponderações desenvolvidas. Nesta busca de informações organizou-se quase que forçadamente um caderno de fichamento contendo cerca de 100 (cem) citações (vista logo de início como uma exigência desnecessária do Curso), todavia o tempo se encarregou de mostrar a utilidade do mesmo.

O volume do material coletado, aproveitável e adequado variará de acordo com a habilidade do pesquisador, de sua experiência e capacidade em descobrir indícios ou subsídios importantes para seu trabalho. Antes de iniciar qualquer pesquisa de campo, o primeiro passo é a análise minuciosa de todas as fontes documentais, que sirvam de suporte a investigação projetada. A pesquisa preliminar deve ser realizada por dois aspectos: documentos e contatos diretos. (OLIVEIRA, 2002, p.156-157)


Tendo de um lado, o volume do material coletado e sistematicamente organizado em um caderno de citações, esperou-se de um outro o concatenar das idéias, pois somente o tempo e a medida que se produzia o primeiro capitulo foi que se lembrou de encaixar cada fundamento nas ponderações organizadas em cada condicionante.

Na medida em que os documentos passam a interessar ao investigador, estes devem ser relacionados, fazendo parte daquilo que se chama relação bibliográfica. Devem estar relacionados com o plano de assunto. A seleção desse material deverá sempre levar em consideração o tema ou assunto que se quer desenvolver. (OLIVEIRA, 2002, p. 157)

A busca de citações no geral se centrou nos sites eletrônicos, visto que as informações que se precisou eram mais voltadas para dados atuais (isto é 2008) sobre a Carência de Professores de matemática. Informações estas que se fosse em outros tempos, como por exemplo a uns Vinte anos atrás, o acesso aos dados seria possível, porém caro. Precisaria de recurso para viajar a Manaus e ir aos setores que tivessem as informações necessárias, todavia com a acessibilidade que nos proporcionou a internet, todas as barreiras foram quebradas e é claro obtidas as respostas que se objetivava alcançar.

A palavra está por toda parte. Internet, Internet, Internet. Nas tecnologias de micreiros, nas manchetes e até mesmo nas conversas dos bêbados de bar. Não há nada mais forte no universo da tecnologia, nada mais empolgante no horizonte empresarial. Criada nos Estados Unidos há vinte e seis anos, a internet é uma super-rede de computadores capaz de interligar numa teia digital as residências, empresas e o comercio do mundo inteiro. Misto de correio instantâneo, biblioteca universal e catálogo eletrônico de compras, ela já atinge 146 países, vem sendo usado por um número estimado em vinte milhões de pessoas e cresce 30% ao ano. (OLIVEIRA, 2002, p. 8)


Como se fez uma exposição de condicionantes ligado ao tema e aos objetivos, querer saber sobre as políticas Educacionais foi necessário, desta forma ir até Brasília sem sair de casa e ter acesso ao relatório que o Diretor da CAPES, Dilvo Ilmo Ristolf produziu a partir de pesquisas encomendadas pelo MEC (Ministério de Educação e cultura) foi facilitado pela Web (Teia) conexão antes impossível. Outros levantamentos foram feitos, nas escolas durante o estágio supervisionado, porém, a Internet foi minha principal ferramenta, posto que se tratava de uma pesquisa de cunho Critico-dialético, esta metodologia examina tudo o que possa ter relação com o objeto de pesquisa, e, como o fator tempo é extremamente essencial nos dia de hoje, precisou-se de algo bem prático, e acessível.



2.2 O CAMINHO DA PESQUISA

Entende-se que a definição metodológica de qualquer pesquisa deve surgir ligada à problematizasão do tema e a Fundamentação teórica que dá base ao estudo, indispensáveis não somente a definição do que foi investigado como também a análise dos dados colhidos durante a pesquisa em sites, em livros, em artigos e em setores que tinham dados sobre a carência de Professores de Matemática. Desta forma, cogitou-se em um método, visto que este, é o caminho que conduziu o homo Sapiens a obtenção dos objetivos.


O método é de certa forma o encaminhamento, a busca, contrapondo-se a obtenção de um resultado qualquer ao acaso. Este conceito traz implícito o fato de que antes de se desenvolver o método é preciso estabelecer os objetivos visados de forma muito clara; por exemplo, descobrir, analisar, estudar, pesquisar, se o telefone celular produz nos usuários dores de cabeça, calor e coceira no rosto, enjôo e sonolência. (OLIVEIRA, 2002, p. 8)



Partiu-se de pressupostos conceituais que nos permitiu a inserção reflexiva nos contextos com os quais trabalhou-se. Utilizou-se os problemas e as hipóteses que foram formulados para melhor abordar o tema em questão. Respeitando então, a temática e os problemas de nossa investigação, encontrou-se na abordagem Crítico-Dialético, a metodologia adequada para tentar alcançar nossos objetivos e responder as questões levantadas, visto que, esta investigação visava investigar fenômenos que estavam intrinsecamente ligados a sala de aula, logo, a referida abordagem se adequou ao tipo de pesquisa que se propôs investigar.

No enfoque crítico-dialético, verifica-se a preocupação de descobrir os conflitos de interesse que existem no cotidiano escolar e principalmente na sala de aula. Esta é compreendida como espaço de desigualdades sociais, contradições, confrontos e conflitos, intimamente relacionados com realidade social. Segundo esse enfoque, é importante conhecer a realidade em sua concretude, contextualizando-a historicamente, compreendo as interações entre sujeitos em processo de ação-reflexão-ação. (WALMIR, 2008, p. 22)


Esta abordagem nos auxiliou no tocante aos estudos dos conflitos existentes nos segmentos selecionados para a pesquisa, e, em se tratando da falta de docentes nas Escolas Públicas, investigou-se as contradições, os confrontos e conflitos intimamente relacionados com a realidade social dessa categoria. Neste sentido, parafraseando Walmir de Alburquerque et al, o enfoque já referido, defende a importância de se conhecer a realidade no sentido concreto, e, enquanto as falácias, tal assunto não deve nem ser considerado, e foi o que se buscou fazer. Ainda nesta abordagem

O concreto é construído como ponto de chegada de um processo que tem origem empírico objetiva, passa pelo abstrato, de características subjetivas, e forma uma síntese, validada na mesma ação de conhecer, quando o conhecido é confrontado com seu ponto de partida através da prática. (FAZENDA, 2000, p. 103).

Definiu-se, assim, considerando as características desta abordagem, que supramencionou-se nos resta agora referir os métodos usados. Um foi o comparativo ? pois se precisou comparar o Licenciado e o não, Cursos Presenciais Mediado e o Normal. Neste ainda

Visa investigar diversos indivíduos, grupos sociais, classes fenômenos ou fatos, verificando suas semelhanças e suas diferenças, podendo ser utilizado em todas as fases ou níveis da pesquisa. [...] sua preciosidade está em poder investigar a explicação dos fenômenos em larga escala, em situações concretas, em estudos qualitativos e quantitativos. (WALMIR, 2008, p. 22)


O outro foi o estudo de caso ou o monográfico, pois se delimitou o ambiente de pesquisa, que foi exatamente a Coordenadoria do Estado no já referido município, nela obteu-se as informações necessárias sobre quantos Professores Licenciados em Matemática estão trabalhando e quantos trabalham sem ter concluído o Curso. Ainda sobre este método

O método monográfico no estudo de determinado indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações. A investigação deve examinar o tema escolhido, observando todos os fatores que o influenciaram e analisando-o em todos os seus aspectos. (LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 108)

Ainda no tocante aos métodos utilizou-se o qualitativo, visto que, precisou-se analisar as entrevistas com os acadêmicos, verificar cuidadosamente o numero de professores que tinham o nível superior e os que não tinham, verificar se os números que a Coordenadoria do estado do Município de manacapuru tinha era compatível com os das Escolas selecionadas para estagiar e pesquisar, e, quantificar os dados. Esta etapa da pesquisa é uma característica notória desta metodologia.

Quando trabalhamos com procedimentos estatístico, os dados coletados podem ser quantificados, arrumados, descritos e analisados de forma direta e objetiva. [...] isso porque dados qualitativos são resultados de procedimento de coleta de dados que não se pautaram pela quantificação, desde o plano de pesquisa, necessariamente. São dados de observação, dados de entrevistas abertas, de relatos longos e livres, que não passaram por formas de controle estatístico ou não requerem esse procedimento. (WALMIR, 2008, p. 22)

Desta forma, ao se utilizar dos métodos referidos buscou-se analisar todos os fatores que estavam relacionados com a atual carência de professores de matemática conforme apresenta-se na apresentação dos resultados da pesquisa.

2.3 TÉCNICA DA PESQUISA DE CAMPO

Desta forma, utilizou-se de técnicas que nos levou a uma aproximação com as realidades e as informações que se objetivou investigar. Partimos da leitura de alguns sites eletrônicos, artigos, revistas eletrônicas e livros ( Documentação Indireta). Entendendo assim, terem sido estes o curso para se ter chegado às teorias, lugares e sujeitos, objeto investigado (Documentação Direta). Resumidamente postulando, a técnica é a parte material da pesquisa ou como postula o autor a seguir

[...] é a parte prática pela qual se desenvolve a habilidade de ensinar, aprender, produzir, descobrir e inventar. A técnica é o suporte físico, são os instrumentos que o auxiliam para que se possa chegar a um determinado resultado: ensino, descoberta, aprendizado, invenção, investigação [...] Quanto melhor forem os recursos técnicos, metodologicamente os resultados serão melhores. (OLIVEIRA, 2002, p. 58)


Desta forma, foi preciso se utilizar desta parte material e requerer a coordenadoria de Educação do Município de Manacapuru o número de professores que são licenciados e os que não são de quatro importante Escolas Estaduais, conhecidas por formarem o alunado de Manacapuru. Distribuir questionários a 38 acadêmicos para sondar-lhes o que pensam sobre a docência e suas aspirações futuras no Magistério, se acham que a docência deve ser tratada como ofício sacerdotal ou Profissional? Se concordam com o que ganha o Professor. Desta forma delineado, é que se conseguiu juntar dados que serão apresentados no capítulo seguinte.






3 DISCUSSÃO E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Pensando nos eixos que se propôs investigar dentro da temática deste estudo, destaca-se em cada um deles as principais constatações, fazendo algumas reflexões a partir do trabalho elaborado. Neste contexto apresenta-se os resultados encontrados através das metodologias e técnicas previamente elaboradas para esta finalidade. Seguindo a ordem elencada no projeto de pesquisa tem-se o que investigou-se: a carência do Licenciado em Matemática; Atribuição à carência deste profissional nas Escolas Públicas Estaduais em Manacapuru; Vagas existente para suprir o atual quadro das Escolas Estaduais e quantos professores estão trabalhando sem ser Licenciado em Matemática. Identificação se nas escolas selecionadas para realizar o estágio, todos os professores que atuam, são Licenciados em Matemática; Aspirações quanto os que estão sendo formados a Educação;

3.1 A CARÊNCIA DO LICENCIADO EM MATEMÁTICA

Pautado em pesquisas realizadas na internet e na página eletrônica do MEC (Ministério de Educação e Cultura) pode-se dizer que é uma lacuna que ainda vai levar tempo para ser preenchida, posto que, somente no ano passado isto é, 2009 foi que o Governo Federal implantou um ousado Projeto de Formação continuada através da Plataforma Freire, mesmo assim, constatou-se que no núcleo da UFAM em Manacapuru (Universidade Federal do Amazonas) um número significativo de Professores do Estado e do Município desistiram do Curso de Matemática totalizando assim Vinte e oito. Neste contexto de desistências fica patente uma das explicações do objetivo investigado, outra se deve a falta do licenciado. Por se tratar de uma pesquisa de cunho crítico-Dialético pode-se dizer no geral que é devido a falta de cultura matemática e falta de incentivos para atrair os melhores acadêmicos para atuar na docência.

3.2 ATRIBUIÇÃO À CARÊNCIA DESTE PROFISSIONAL NAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS PESQUISADAS EM MANACAPURU

Dentre os condicionantes já mencionados a partir dos resultados das pesquisas bibliográficas, e as feitas em sites eletrônicos que embasou este trabalho, encontrou-se também alguns resultados que correlacionam o feito em nível Nacional (relatório apresentado pelo Diretor da CAPES Dilvo Ristolf) com este de Nível Municipal. Neste sentido, apresenta-se uma entrevista feita com trinta e oito Acadêmicos de Matemática do Núcleo da UEA de Manacapuru (Universidade do Estado do Amazonas) realizada no dia Vinte e nove do mês de Abril de 2010. A entrevista pontuou cinco questões que objetivavam cercar o entrevistado e fazer com que os mesmos extraíssem respostas que estavam relacionadas com seu querer e suas aspirações com relação ao Magistério. Desta forma, saber o que queriam fazer o atual acadêmico quando concluísse sua licenciatura tornou-se assim um dos objetivos principal deste trabalho, posto que, são estes os futuros professores que o Sistema Educacional espera.
As perguntas eram simples e não apresentavam nenhuma dificuldade e nem espaço para interpretações dúbias, mesmo assim, notou-se incoerências ou falta de maturidade com relação à profissão. Em seguida, apresenta-se os questionários atrelado aos principais objetivos e condicionantes desta obra. Você deseja exercer a docência? Você atuaria na docência pela vocação? Você atuaria pelo salário? Se você fosse professor e passasse em um Concurso de uma empresa que pagasse melhor você desistiria da docência? Você esta satisfeito com o que ganha o Professor?

Analisando separadamente cada condicionante com suas contradições e ponderações constatou-se que, a maioria dos entrevistados que estão hoje estudando uma licenciatura em Matemática, querem de alguma forma exercer a atividade docente, como se vê no gráfico apresentado, porém isto não é garantia de se ter uma procura como acontece com outros empregos que estão no topo da pirâmide, e sim uma necessidade primária se devendo a atual situação socioeconômica dos acadêmicos que encontram-se desempregados.













Grafico 1- Você deseja exercer a docência?

Fonte: Antunes, 2010


Dos entrevistados, isto é, 38 (trinta e oito acadêmicos), 34 ( trinta e quatro) disseram que desejam exercer a atividade docente e, somente 4 (quatro) disseram que não. Juntamente com este dado, apresenta-se o resultado Parcial do Processo Seletivo Simplificado do Interior de 13 de Janeiro de 2009 da SEDUC (Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino) com Sessenta e Seis Candidatos concorrendo a algumas vagas até então não divulgadas no referido documento e que por sua vez, apresenta um certo "interesse" de um número significativo de Professores e Acadêmicos. Uns querendo se firmar na educação e outros querendo se salvar no Magistério visto que estão desempregados. Este dado é colocado paralelo ao condicionante da entrevista feita com os acadêmicos, pois o mesmo reforça o embasamento do condicionante que partiu de pressupostos ontológicos e se firmou com os dados analisados do PSS (Processo Seletivo Simplificado), ou seja, antes era somente um pensamento depois ganhou força e concreticidade com os números da entrevista. A entrevista de um lado apresentando a aspiração e o Seletivo mostrando a demanda e a procura, desta forma, ambos adicionam valores ao condicionante. Esta proposição discutida foi apresentada no primeiro capítulo com dados de cunho nacional de forma ampla, nesta parte, apresentamos e discutimos o postulado de forma bem delimitada para propiciar compreensão ao objeto de pesquisa.
Apesar se ter uma busca significativa como supramencionou, por outro lado, a docência ainda apresenta um certo distanciamento de se tornar decente no tocante a valorização profissional, visto que, se o atual acadêmico que está concluindo a sua licenciatura for colocado diante de uma situação de escolha entre uma empresa que paga um provento melhor e a sua atual, o cujo não hesitará e nem hesita em trocar de trabalho, isto, foi também colocado como uma situação problema para instigar os entrevistados a falarem sobre tal hipótese no condicionante que segue.

Gráfico 2- Se você fosse professor e passasse em um concurso de uma empresa que pagasse melhor você desistiria da docência?



Fonte: Antunes, 2010


Tem-se neste resultado uma patente e significativa rejeição ao magistério, que mostra também que docência só se adere quando se estar desempregado, porém, quando um emprego melhor aparece adeus ética, vocação ou paixão, poder-se-ia dizer que os 25(vinte e cinco) ou 68%(sessenta e oito por cento apresentado no gráfico) que optariam pelo emprego que paga melhor são mercenários, porém, quando se analisa outros condicionantes relacionados a pobreza, ao capitalismo selvagem ou a "American way of life" - estilo de vida Americana que
prima pelo sonho de consumo- compreende-se normalmente e sem preconceitos as pessoas que optariam pelo emprego que oferece um provento melhor. Porém, como se trata de uma pesquisa, compreender não é o objetivo e sim apurar fatos relacionados à carência de Professores de Matemática. Desta forma, a análise dos dois condicionantes supramencionados nos remeteu a leitura de uma incoerência, posto que, de uma banda se tem a procura e, de outra a desistência.
Atrelado ao supra postulado tem-se também outro condicionante que foi também objeto de entrevista. Pelo que se pôde extrair dos entrevistados se utilizando da pergunta abaixo, muitos acadêmicos finalistas não apresentam satisfação. Desta vez, uma maioria se opõe ao que ganha o Profissional da Educação como apresenta-se a seguir.

Gráfico 3- Você estar satisfeito com o que ganha o Professor?

Fonte: Antunes, 2010

Incoerentemente muitos também apresentaram confusão em suas respostas visto que, hora se posicionavam a favor e hora contra, isto é bem notório em outra pergunta.






Gráfico 4 ? Você atuaria pelo salário?

Fonte: Antunes, 2010
A partir desse último dado chegou-se a seguinte análise, quando o entrevistado respondeu afirmativamente estava interessado no emprego que ainda não tinha, sendo assim esta pergunta se atrela a primeira, que indaga sobre a possibilidade de exercer a docência. Esta profissão é linda e traz consigo todos os predicativos do bem, posto que a mesma trabalha valores, tem "estatus quo", permite ao professor ter ascensão social e política, todavia, quando se trata da ascensão econômica, muitos a desprezam por não oferecer incentivos econômicos como fazem outras profissões.

Logo abaixo, apresenta-se outro condicionante que revela claramente que os atuais acadêmicos estão preocupados é com o vencimento e não com vocação, isto, por um lado preocupa pois se forem Professores vão certamente fazer do Magistério um passa tempo












Gráfico 5- Você atuaria pela vocação?


Fonte: Antunes, 2010
Apesar deste gráfico apresentar um número positivo que revela o desejo de aderência ao magistério, o mesmo se mostra incoerente quando comparado com a satisfação salarial, por outro lado, se mostra compatível com o "querer exercer". É uma profissão alcançada por pessoas que compõem a base da pirâmide, porém, nem todos os que estão hoje nessa base se conformam com o que ganha tais profissionais, os mesmos visualizam os empregos do topo da cadeia socioeconômica e, é desta forma que se dá a migração para outros empregos.
Mesmo diante disso, ainda não se consegue vê esforços para tornar a docência uma Profissão e, isto só quem pode fazer são àqueles que usufruem do verbo "Poder". Poder de atrair, com incentivos, poder de valorizar e poder de pagar um provento honroso.

3.3 VAGAS EXISTENTES PARA SUPRIR O ATUAL QUADRO DAS ESCOLAS ESTADUAIS PESQUISADAS E QUANTOS PROFESSORES ESTÃO TRABALHANDO SEM SER LICENCIADO EM MATEMÁTICA

Vagas literalmente apresentáveis não existem (quem for filósofo entenda) em nenhuma das escolas que foram objeto de pesquisa, posto que para a educação historicamente convive-se com algumas ponderações que são tidas como "ponderações imperativas", se não tem o Licenciado, qualquer um professor pode assumir e ministrar aulas de Física, Matemática, Química e outras. Por outro lado, as vacâncias legais existem, visto que, não é qualquer um Docente que pode legalmente ministrar aulas de Física, de Matemática e de Química, porém o licenciado na área. Agora no tocante a essas vagâncias Legais algumas escolas ainda apresentam a carência do Profissional da área. Apresenta-se a seguir os dados da Escola Estadual Agra Reis.
Gráfico 6- Licenciados em Matemática na Escola Estadual Agra Reis

Fonte: Escola Estadual Agra Reis, 2010

Na Escola Estadual Agra Reis Existem quatro Professores que atuam com a disciplina Matemática, e somente um não é Licenciada na área.







Já na Escola Estadual Carlos Pinho tem-se os seguintes números.
Gráfico 7- Licenciados em Matemática na Escola Estadual Carlos Pinho

Fonte: Escola Estadual Carlos Pinho, 2010

Na supramencionada Escola existe quatro Professores sendo que, dois são Licenciados em Matemática, Um tem o Curso Normal Superior, porém já está incluso no Programa de Formação do governo Federal e estuda Licenciatura em matemática. A outra também é licenciada em matemática.
Agora a outra escola (Nossa Senhora de Nazaré) que também foi objeto de Pesquisa e estágio constatou-se que os docentes que atualmente ministram matemática todos têm Licenciatura Plena em Matemática.






Gráfico 8- Licenciados em Matemática na Escola Estadual Nossa Senhora de Nazaré

Fonte: Escola Estadual Nossa Senhora de Nazaré

Como se apresentou acima, uma minoria dos Professores não tem a formação específica, desta forma carência para estas escolas não é um problema. Mas, sim para outras escolas do Estado. Desta forma, como perseguiu-se os objetivos proposto e, os usamos como norte verificou-se por escola que somente duas instituições, isto é Agra Reis e Carlos Pinho tem dois Professores para serem graduado.










CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do que foi exposto nos gráficos e em suas respectivas análises sobre os eixos que propô-se estudar atrelado ao objeto de estudo desta pesquisa chega-se a seguinte conclusão, que a carência do Licenciado em Matemática é uma realidade mínima nas escolas investigadas, porém, não pesquisou-se outras escolas, outras realidades posto que, resolveu-se delimitar em somente três instituições para facilitar a obtenção dos dados. Já com relação ao número de Professores que não são Licenciados é mínimo (isto é dois) e o número de vagas também é mínima (duas vagas). Já em se tratando dos entraves são muitos, porém, como a docência em muitos municípios sempre foi uma forma de inclusão social, ou talvez um dos empregos mais alcançáveis, muitos ex-discentes acabam migrando para o magistério. Por outro lado, quando se compara com a Cidade grande, onde existe uma gama de oportunidade de empregos, vê-se o Magistério sendo rejeitado. Agora no tocante as aspirações dos acadêmicos muitos dos que foram entrevistados desejam o Magistério como se mostrou nos gráficos.
Recomenda-se, portanto, que a docência seja tratado com decência, que seja tratado não como um ofício sacerdotal e sim como uma Profissão. E que as esferas Municipais, Estaduais e Federais continuem ombreadas no sentido de formarem docentes que não são Licenciados e, que haja atrativos para atrair para o magistério os melhores alunos das escolas públicas e privadas assim como fazem os clubes de "Football", atraindo os melhores jogadores. Só assim, é que seremos campeões na Educação.









REFERÊNCIAS

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