Introdução

Tudo que se pensa nos últimos tempos é poder mudar cada vez mais os métodos educacionais a favor das crianças, de uma forma que favoreça não só a elas, mas também os familiares, os professores, as instituições etc. As idéias de transformar a educação surgem de forma crescente, contando com a ajuda de diversos avanços tecnológicos, mas é preciso mais. A tecnologia não pode avaliar os sentimentos, não pode sentir e favorecer confiança, mas apenas facilitar. Nas organizações escolares essa transformação passa a existir como suporte para interagir escola e sociedade. A psicopedagogia usa suas ferramentas de uma forma mais senssível, ultilizando diagnósticos como base para identificar possíveis falhas do aprendizado. Usada como ferramenta da aprendizagem, tem grande relevância na área de gestão por  tratar de uma visão voltada para o ser. E através do imaginário a psicopedagogia coloca a criança como ser capaz de produzir elementos que ajudam o desenvolvimento social e consequentemente educacional. Citado na matéria de Daniela Almeida o escritor Juan Delval (2010) usa uma frase que diz que: “é essencial saber como o aluno aprende". Em uma instituição diante das necessidades, muitas vezes passa muito vago procurar saber como o aluno aprende. Na maioria das vezes seguem os mesmos métodos, e como diz o autor muito se fala em "levantar o conhecimento prévio do aluno", mas pouco se sabe realmente sobre os caminhos do pensamento infantil. Não existe um ponto de partida zero para ensinar ou aprender. Todos nós possuímos um conhecimento, além de representações e modelos elaborados e estabelecidos individualmente, para entender o mundo. Por compartilhar dessa visão, o autor espanhol Juan Delval centrou seu trabalho na pesquisa sobre o desenvolvimento do pensamento científico e no levantamento do que as crianças acham sobre questões sociais. Conhecer as concepções delas, de acordo com ele, é um passo importante para ensinar bem, uma vez que um dos objetivos da escola é levar os estudantes a formar representações adequadas do mundo em que vivem, o educador precisa ter como referência essas idéias preconcebidas para realizar sua tarefa satisfatoriamente. O papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervém ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição. O Psicopedagogo propõe e ajuda o desenvolvimento dos projetos favoráveis a mudanças.

O imaginário

O psicopedagogo é o primeiro a ter que se repensar continuamente em um processo de mudança. Mas quando falamos em mudanças, varias coisas vem em nosso pensamento. Trago um problema muito discutido que é a atuação do psicopedagogo a partir do imaginário. Na supervisão institucional um dos problemas que o psicopedagogo enfrenta é aquele apresentado pelo imaginário. O registro do imaginário tece as relações entre as pessoas. Para Vygotsky, o sujeito se tece no social. Ele é um produto do social.

Vygostsky atribui enorme importância ao papel da integração social no desenvolvimento do ser humano. Uma das mais significativas contribuições das teses que formulou está na tentativa de explicitar (e não apenas de pressupor) como o processo desenvolvimento  é socialmente constituído. Essa é a principal razão de seu interesse no estudo da infância (REGO, 2001, p.56).

E é através desta idéia de Vygostsky que passamos a pensar com carinho o imaginário na vida da criança, e pelo que sabemos começa bem cedo. Nas instituições, tudo para ela é novidade, tudo é diferente do mundo em que ela está acostumada a vivenciar e dependendo da forma como passa a aprender, pode ser bom ou não. Se o que passa a ver e aprender forem de forma concreta, sem um carinho que toque seu mundo e sua imaginação, não traz interesse intelectual, mas apenas social.

O psicopedagogo procura trabalhar o imaginário atua para que fique preso na imagem e não na escuta. De uma forma discreta e segura, é no plano individual e não no grupal que o imaginário exerce um poder de impacto maior. Pressupor que a instituição é sempre um local fantástico formado e inalterável é ficar com uma imagem congelada da instituição. Neste novo milênio a escola precisará sofrer transformações para garantir a qualidade nos serviços educacionais. A escola não poderá se furtar de aderir rapidamente às mudanças, agindo quase como um ser ou uma entidade autonoma. Este foi o erro das concepções reprodutivistas da escola, que acabaram por desencadear uma imagem das instituições escolares, onde nunca haveria uma mudança.

Mas, podemos pensar diferente, buscando novas estratégias que auxiliem a aumentar a produtividade, onde tornará o ensino aprendizajem mais eficaz.

Dessa forma o professor e todos os demais membros e segmentos da comunidade escolar precisarão ter uma visão geral dos conceitos de administração e dos planejamentos voltados para a área da educação. Enfim, trabalhando em equipe com a certeza de que muito pode ser feito e mudado dentro da instituição e fora também com a participação e colaboração dos país. É preciso sair do caminho concreto, vemos que o concreto já está falido, fracassado, e desta forma irmos para outro caminho, a partir do imaginário seguirmos um trabalho onde todos devem proporcionar sua ação visando os desenvolvimentos integrais da personalidade do individuo e seu ajustamento pessoal e social. Com criatividade, com inovação, o trabalho calcado nessas referências contribuirá verdadeiramente para o alcance dos objetivos propostos de inovar.

A interpretação do psicopedagogo introduz uma outra imagem, um outro símbolo. É importante que todos de uma instituição se falem para que possam se escutar e criar o que está mais próximo do real. Muitas vezes se fecham em um mundo com medo de receber o que se faz presente. Questiona para não possibilitar que entre no circuito psicopedagógico aquilo que ele conserva com mais carinho: as suas imagens ideais. Paralisam o processo de aprendizagem do novo para não perder os seus ideais.

Desta forma retomo algumas idéias expostas por Vygotsky e lembradas por Rego:

Os postulados de Vygotsky parecem apontar para a necessidade de criação de uma escola bem diferente da que conhecemos. Uma escola em que as pessoas  possam  dialogar, duvidar, discutir, questionar e compartilhar saberes.Onde há espaço para  transformações, para  a colaboração mútua e para a criatividade. Uma escola em que professores e alunos tenham autonomia, possam pensar, refletir sobre seu próprio processo de construção de conhecimentos e ter acesso a novas informações. (2001, p.118) 

As nossas escolas de hoje continuam ensinando os mesmos valores industriais que serviriam durante os anos industriais e que são totalmente contraproducentes na sociedade pós-industrial (ou sociedade do conhecimento, nome que muitos atribuem também aos novos tempos em que vivemos). Quais então os valores emergentes nessa nova sociedade pós-industrial?  

A criatividade

É quase certo que esse valor seja o valor intelectual seguindo em importância, sem dúvida nenhuma, pela criatividade. A criatividade é um dos máximos valores nessa época em que vivemos porque, o que mais se consome neste momento são idéias. Para que surjam as idéias, é necessário que se fertilizem novas visões para nossas vidas e as vidas das nossas crianças.

O trabalho psicopedagógico tem tudo para trazer, tudo isso e muito mais, só é preciso sem dúvida que essa profissão seja reconhecida e mais valorizada.

Segundo Carvalho; Cuzin (2008, p.28), “é essencial que o profissional da psicopedagogia esteja sempre disposto a buscar o conhecimento necessário para uma melhor atuação, contribuindo assim, para o reconhecimento desta área de estudos como uma profissão”.

Mas devemos observá-la sob diversos ângulos, assim como a técnica pode ser aplicada a todas as atividades humanas e não apenas à atividade específica de criar boa comunicação, pode ser aplicada à medicina, à sociologia, ao marketing, às finanças, etc. Se formos analisar do ponto de vista humano, a psicopedagogia é importante para formarmos novas táticas ou estruturas que resolvam um problema de forma incomum, ou obtenham resultados de valor para um indivíduo ou uma sociedade, no qual possa fazer aparecer resultados de valor estético ou perceptual. A psicopedagogia utiliza-se da criatividade para trazer benefícios e recursos na resolução de situações do cotidiano num ato concreto.

O que para nós adultos é simples e comum, muitas vezes aos olhos de uma criança pode ter outro valor, e para os olhos de um adolescente pode ser até melhor lapidado dependendo da situação. Pois, não somente nas escolas o imaginário se faz presente e necessário, mas também em outras instituições.

Nossas escolas já não suportam mais, os métodos usados já não condiz mais com nossa sociedade, tudo isso já é passado.

Hoje em dia vemos muitas crianças abandonadas, crianças drogadas, crianças estupradas, adolescentes se perdendo em um mundo sem sequer saber o que é aprendizado.  Os métodos precisam ser mudados, o trabalho do professor precisa ser acompanhado por uma equipe mais segura às quais tenham ferramentas para enfrentar todos esses problemas e poder apoiar e ajudar a família. Uma das formas de terapia psicopedagógica voltada para as habilidades e funções vem o trabalho com a família, para ajudá-la a perceber seu importante papel, neste período de aprendizado. A criança se sente amparada perante sua família, seus desejos e suas emoções, deixam transparecer com a valorização dos pais. Elas querem mostrar e apresentar tudo que conseguiram fazer e tudo que conquistaram.

Sabemos que não só o corpo da criança, mas também suas emoções precisam ser levadas para dentro da sala de aula. As emoções têm papel importante no desenvolvimento da pessoa, assim como a comunicação, a afetividade etc. É através delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades. Mas, infelizmente são expressões que não tem espaço, nem tempo para as crianças, devido aos modelos tradicionais de ensino.

Muitas das praticas vigentes atualmente na escola tendem a reduzir a criatividade do indivíduo abaixo do nível de suas reais possibilidades, levando-o a se perceber como pouco criativo, e a cultivar bloqueios que geram insegurança, minam a autoconfiança e levam a um enorme desperdício de talento e de potencial para produzir novas idéias.

Estamos vivendo em uma época em que se faz necessário buscar saídas criativas para preenchermos as dificuldades encontradas nas instituições de ensino. Sabemos que é preciso ter um ensino mais aberto buscando sempre fazer com que o aluno se interesse mais pela educação.

Alguns textos baseados na teoria piagetiana nos fazem entender o quanto é importante compreender melhor o mundo das crianças e seus períodos para podermos trabalhar a criatividade de acordo com sua idade. Segundo Goulart (2001, p. 19) “se a criança estiver no nível intuitivo, contudo, será preferível que use jogos e atividades estruturados, capazes de levar a formação de conceitos simples e à aquisição de algumas aptidões”. Daí a necessidade da criatividade na educação.

A capacidade de criar é a própria atividade do cérebro de produzir novos conhecimentos, de conectar informações armazenadas com novas observações e querer “brincar” com elas. Criar é o estado natural do homem, ele alarga, continuamente seu conhecimento, prevenindo-se para o futuro, fazendo assim uma “pré-correção”. Não há pessoas que nascem mais criativas que outras, mas existem pessoas que se acomodam no mundo já conhecido e “seguro”. Criar exige transformação, é preciso abandonar o velho e ir em busca do novo e isso, ás vezes, é doloroso. O processo de criação é sempre um esforço, mas deve ser motivado pelo prazer de criar. Muitas vezes a necessidade é que gera a motivação e algumas soluções criativas vêm de problemas que os homens enfrentam. As grandes invenções e inovações tecnológicas surgiram a partir de problemas da humanidade.

Todos nós temos um pouco de criatividade, mas é preciso observar idéias e conceitos já existentes e formar idéias novas, que nos tragam benefícios e também à sociedade. Estamos vivendo em uma época em que se faz necessário ir em busca de novos conceitos e métodos para educação, para o trabalho nas instituições, etc.

A ferramenta Psicopedagógica

Assim, a psicopedagogia surge para auxiliar, pois na verdade o ensino deve ser facilitador ao processo de desenvolvimento e aprendizagem e não um acelerador. O trabalho do psicopedagogo é abrangente e felizmente podemos observar várias conquistas, e de acordo com a autora:

“O psicopedagogo precisa apropriar-se das habilidades de flexibilidade, empatia jogo de cintura, para consquistar seu espaço de atuação, mostrando-se um mediador e aliado às necessidades do sujeito, da escola e da família.” (CARVALHO; CUZIN, 2008, p.21).

Dessa forma, mãos a obra, é preciso começar trabalhar com o imaginário, o desenvolvimento do conhecimento da turma depende do que ela já conhece. Daí a importância de trabalhar com base no pensamento deles.

De certa forma é preciso mesmo irmos mais a fundo, é necessário criar condições para que determinados processos cognitivos se desenvolvam.  E é nas “funções afetivas”, que segundo Piaget constitue, o motor do desenvolvimento cognitivo. E segundo Goulart (2001), é o próprio Piaget quem ressalta a importância deste aspecto do desenvolvimento.

É necessário que o psicopedagogo tenha um olhar abrangente sobre as causas das dificuldades de aprendizagem, indo além dos problemas biológicos, rompendo assim com a visão simplista dos problemas de aprendizagem, procurando compreender mais profundamente como ocorre este processo de aprender numa abordagem integrada, na qual não se toma apenas um aspecto da pessoa mas sua integralidade.

Automaticamente, é nas dificuldades de aprendizagem que se apresenta um sujeito, está também envolvida toda sua vida, familiar, educativa, amizade, enfim  mexe com seu sentimento, com sua parte afetiva. Sendo assim quando o problema de aprendizagem  é diagnósticado, deve ser tratado a partir do problema em questão. Considerando que o lado afetivo está sendo de certa forma envolvido, cabe ao psicopedagogo voltar seu olhar para esse lado principalmente.

Como cada caso apresenta um tipo de comprometimento diferente, há casos em que não dá para o psicopedagogo tratar somente os disturbios da aprendizagem e os problemas dele decorrentes, mas é preciso que este trabalho seja feito em equipe, contando inclusive com profissionais de outra área.

Mas para que tudo isso possa ser concretizado, diante dessas necessidades o processo educativo precisará englobar  variáveis que engrandece o homem dentro do seu meio, colocando  as ferramentas educativas que proporcionará uma relação educacional relativa as suas necessidades.

Quanto mais a sociedade evolui, mais se tem a necessidade de novos conhecimentos, daí a importância de buscarmos mecanismos necessários para a satisfação dos novos desejos. Colocar-se, a psicopedagogia como uma constância nas gestões administrativas, fortalece e engrandece os métodos educacionais, pelo fato de proporcionar  trabalho que envolve percepção, diagnósticos e atuação.

Segundo Rego, (2001, p.122):

Vygotsky não separa o intelecto do afeto porque busca uma abordagem abrangente, que seja capaz de entender o sujeito como uma totalidade. São os desejos, necessidades, emoções, motivações, interesses, impulsos e inclinações do indivíduo que dão origem ao pensamento e este, por sua vez, exerce influência sobre o aspecto afetivo-volitivo.

A educação, por ser uma prática de intervenção na realidade social, precisa mais do nunca trabalhar também o emocional diante de tantas dificuldades. Como foi dito, se os desejos, as necessidades, interesses, emoções etc., dão origem ao pensamento, exercendo de certa forma uma influência sobre o aspeco afetivo, com certeza é trabalhando o lado emocional, que muitos problemas, poderão ser  automaticamente solucionados.

Metodologia

Esta é uma pesquisa bibliográfica. Com o intuito de reavaliarmos nossas atitudes e comportamentos.

A coleta de dados foi feita mediante a leitura de livros, artigos que abordam o tema.

A organização dos dados foi realizada a partir da análise e separação dos conteúdos das bibliografias lidas.

Considerações Finais

Este trabalho mostra que é preciso começar transformar os processos educacionais, nos quais devemos reformular o papel do professor na sala de aula, oferecer um ensino participativo e metodologicamente moderno, novo, adequado a nossa época. Criar junto com a escola, com o aluno, com a família um novo método e uma educação abrangente que possa oferecer a eles uma descoberta real e criativa.

Tudo passa, tudo muda, o concreto já está falido, fracassado é preciso renovar, mudando aos poucos antigos métodos. Mas para que isso aconteça, precisamos contar com a ajuda e participação direta do trabalho psicopedagógico dentro das escolas. Superar as limitações e estar abertos para esta nova sociedade na qual não podemos mais repetir e aceitar as mesmas aulas estressantes, que levava nossos alunos ao desinteresse, ao desanimo e por fim a desistência.

É preciso conhecer melhor as crianças e adolescentes de hoje para que possamos incentivar e mostrar que o aprender nunca acaba e o seu começo é muito interessante. Os tempos passam, mas nosso conhecimento fica e precisa ser cada vez mais renovador. Cada vez mais treinar atitudes que reúnam a criatividade.

Temos que entender o que é criar para podermos trabalhar melhor a educação, planejar o ensino e criar situações estimuladoras que façam com que a aprendizagem e o desenvolvimento intelectual ocorram de uma forma mais espontânea, mas também de uma forma construtiva.

A criança precisa interagir, individual e socialmente. Este é o objetivo do trabalho psicopedagógico, levar de uma forma criativa como o sujeito constrói seu conhecimento por ele próprio e seu aprendizado. Na sua interação com o ambiente e sua ação e como passa a conhecer melhor seu mundo.