A ARTE DE ENSINAR LER E ESCREVER NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Cassia Losangela da Silva Pinto Dutra

Renato Moisés Justino

Aparecida Roseli Pereira da Silva

Resumo:

È necessário que as escolas criem meios onde a pratica e gosto pela leitura aconteça para que o aluno realize sua própria aprendizagem conforme sua necessidade e interesse. No entanto, as bibliotecas escolares, deveriam trabalhar com horários alternativos oferecendo aos alunos formas de leituras diversificadas por meio de revistas, jornais, jogos, pesquisas na internet, livros e filmes literários, ampliando o conhecimento e proporcionando momentos de reflexões onde possa se criar uma visão crítico do lido e apreciado, e que venha a desenvolver a interpretação escrita e oral contribuindo na formação do conhecimento dos cidadãos, interferindo na inserção social.

 Palavra Chave: escola, professor, aluno, leitura e escrita.

 

A ARTE DE ENSINAR LER E ESCREVER NA EDUCAÇÃO INFANTIL.

 

            Considerando-se tarefa e compromisso da escola com a formação de cidadãos, tornando os alunos leitores e alfabetizados; é necessário que se desenvolva e promova o interesse e o prazer pela leitura e interpretação resgatando com isso a emoção e a razão, no processo de construção de conhecimento que servirão de convivência tanto na escola como na comunidade onde se encontram inseridos.

            E necessário compreender a realidade e realizar trabalhos interdisciplinares que fortaleça e estimule esse interesse onde venha ocorrer atividades que despertem o gosto pela leitura.

            Apesar do grande valor que a leitura possui, somos sabedores que a maioria dos brasileiros não tem hábitos de ler, dai a importância da escola em interferir nesta realidade, buscando meios para que esta pratica aconteça através de uma inter-relação educadores, educandos, bibliotecário, gestão escolar e comunidade e que desta forma possa diminuir estas dificuldades e interferir na compreensão oral e escrita, expandindo o conhecimento dos alunos, tomando – os críticos e  conscientes integrados na comunidade com capacidades de argumentos.

A alfabetização e a educação básica ampliam obrigatoriamente no pleno domínio da leitura e da escrita, os ensinos destas atividades é essencial para o desenvolvimento de uma aprendizagem satisfatória e eficaz.

            Quando falamos ou pensamos em literatura, associamos leitura à escola, a aula de português, a biblioteca, os textos, jornais, revistas e principalmente os livros, porém uma leitura perspicaz requer um percurso por parte do leitor, estar com a mente alerta e ser capaz de relacionar, confrontar, chegar a sínteses e conclusões, pois para o leitor ter um bom resultado, necessita de um bom aprendizado. Os estudos de Vygotsky, Piaget e Ferreiro, citado por Kramer consideram a questão da leitura e a escrita na fase de alfabetização como indiscutíveis.

“A criança a questionar-se acerca da escrita desde que com objetos de leitura pela primeira vez. A “semente” desse processo construtivo esta em terra fértil desde suas primeiras interações com o mundo e principalmente desde as primeiras construções representativas, correndo soltas pelos caminhos do lúdico”.( KRAMER, 1992. P. )

            A escola é vista como um espaço privilegiado para o desenvolvimento da leitura e da escrita, já que é nela que se dá o encontro decisivo da criança com estes, daí a ação mediadora do professor e a qualificação de habilidades que são de suma importância. Sendo que o educador é aquele que apresenta o livro, a paisagem, a imagem, a partitura, o corpo em movimento e o mundo.

            A leitura e outras formas de comunicação têm rostos e valores próprios, que vinculam culturas e visões abrangentes e ao mesmo tempo constrói a ponte e a valorização para a comunidade.

 Para a formação de um bom leitor é necessária uma boa biblioteca, sendo importante que ela seja enriquecida e atualizada com livros adequados ao tipo de leitor do espaço escolar de forma a facilitar o desenvolvimento das atividades de leitura.

            O educador do infanto-juvenil com a ajuda do bibliotecário pode e deve organizar em sua sala de aula um cantinho da leitura para que seus alunos possam interagir diariamente com a literatura de maneira que possam se interessar e despertar cada vez mais o gosto e o prazer de ler.

 No entanto para o professor elaborar um trabalho de leitura de livros com seus alunos, precisam ler primeiras essas obras como um leitor comum e em seguida fazer uma analise reflexiva e avaliativa do conteúdo da obra, podendo assim oferecer algo enriquecido e criativo para eles, e iniciando através da leitura, a fantasia, a cultura, a criatividade e as emoções.

A leitura e a escrita podem ser entendidas como uma decodificação e interpretação de imagens e símbolos, com os significados de identificar uma aquisição de linguagem, desenvolvendo aspectos relacionados ao físico e ao cognitivo do leitor.

As relações entre a linguagem oral (ler) e a imagem escrita (escrever) não são fáceis de serem percebidas, definidas, conscientizadas e atualizadas por estudantes juvenis mais difícil ainda se pensarmos em alunos pequenos, das séries iniciais.

            Em razão disso, é preciso que o professor e alunos, desde cedo, trabalhem com as relações entre essas duas representações (oral e escrita), para que a criança já comece a perceber as diferenças básicas entre elas. Soares afirma que:

“para entrar e viver nesse mundo do conhecimento, o aprendiz necessita de dois passaportes: o domínio da tecnologia de escrita (o sistema alfabético e ortográfico), que se obtém por meio do processo de alfabetização, e o domínio de competências de uso dessa tecnologia(saber ler e escrever em diferentes situações e contextos), que se obtém por meio do processo de letramento”.( SOARES, 2006, P. )

Sobre esse respeito, Freire afirma:

“Não basta saber ler “Eva viu a uva”. “É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho”.(FREIRE, 1991, P. )

Conforme as citações acima, vimos que não basta simplesmente dominar a leitura e a escrita e sim compreender os múltiplos usos e funções dela na sociedade, tendo o pleno conhecimento da linguagem.

            O educador precisa saber o momento certo para articular leitura e escrita e fazer as intervenções adequadas para que o aluno possa avançar, pois a criança precisa construir uma percepção para que possa desenvolver sua capacidade de ler, escrever e interpretar.

 No entanto a leitura pode ser feita de várias formas, como nas praticas sociais, como nas praticas culturais, cinema, músicas, teatro, danças, pinturas, fotografias além da literatura que é indispensável para o domínio da complexidade da linguagem que circula na sociedade atual. A leitura e a escrita deve estar inserida nas praticas socioculturais e não apenas no ambiente escolar, necessitando estimular e instigar o aluno, a não ser somente um consumidor, mas também um produtor de culturas.

            Quando tratamos de leitura e escrita é necessário que o professor seja um exemplo de leitor e escritor e as ações relativas à biblioteca seja indispensável para a formação desses alunos.

 O ideal é que todas as escolas tenham suporte, forma criativa e organização para a construção de leitores, porém é importante que leitores de diferentes idades e interesses se sintam recepcionados.

 As bibliotecas escolares e municipais têm de ser a mais diversificada o possível, podendo assim atender os diferentes gostos, ser interessante e também incluir neste espaço depoimentos de leitores, diretores, professores, revistas, cartazes, fotografias, reproduções de obras de arte e suportes de Dvds e CDs literários garantindo o entusiasmo dos alunos e leitores.

 É de grande importância e preferência que o bibliotecário seja capacitado e que faça a inteiração dos livros com os alunos podendo também propostas que incentive a aproximação de docentes, pais e comunidade com o mundo da leitura. Conforme Dennet:

“tudo aquilo que se lê é escrito por alguém”.( DENNET, 1997, P. )

Cada leitura e cada escrita de alguém a respeito de algo, a partir de um ponto de observação, sujeitam a inúmera imperfeições de decodificação equivocadas. A comunicação do ser humana para seus pares lhe permite confrontar suas concepções num campo de pluralidade de idéias”.

            A alfabetização e o letramento não podem ser configurados num modismo, mas sim em importantes temas que devem ser debatidos e articulados em sala de aula modo como o educar conduz seu trabalho é importante para que o aluno construa o conhecimento sobre a escrita e adquira habilidades que permita o uso efetivo do ler e escrever em situações sociais diferentes.

            O trabalho de alfabetização com a perspectiva do letramento não é uma decisão individual, mas sim uma opção política, pois aprender a ler e escrever é necessário para a inserção no contexto social. Soares, Batista, (2005). Considera-se, então:

“letrado aquele usa e vivencia praticas sociais de leitura e de escrita, alfabetizado é o individuo que adquiriu a “tecnologia “necessária para usar e vivenciar essas pratica”“. Alfabetização e letramento embora sendo conceitos distintos, cada um com suas especificidades, são processos complementares e inseparáveis”. (SOARES; BATISTA, 2005, P. )

            O aprendizado do sistema de escrita não se reduz ao domínio de correspondência entre grafema e fonema, caracteriza como um processo ativo por meio do qual a criança, desde suas primeiros contatos com a escrita, construa e reconstrua hipóteses sobre a natureza e o funcionamento da língua escrita, compreendendo como um sistema de representação. Buscando ampliar o conceito de alfabetização, dando ênfase não somente para o domínio da leitura e da escrita, mas para o uso em praticas sociais em que escrever e ler são necessários.

            As funções e os objetivos atribuídos na leitura e na escrita pelas classes populares, e a utilização dessas habilidades por essas classes são, inegavelmente, diferentes das funções e objetivos a elas atribuídos pelas classes favorecidas, e da utilização que delas fazem essas classes. Essas diferenças alteram, fundamentalmente, o processo de alfabetização, que não pode considerar a língua escrita meramente como um meio de comunicação “neutro” e não contextualizado; na verdade, qualquer meio de comunicação escrito profundamente marcado por atitudes e valores culturais, pelo contexto social e econômico em que é usado.

            O letramento para os educadores é trabalhar com textos concretos e pratica e eventos relacionados ao uso, função e impacto de escrita na sociedade, ensinando a criança a ler e escrever, utilizando os meios lúdicos e através de brincadeiras com as mesmas, desenhos, filmes que nas crianças o interesse para a escrita e a leitura com gosto e prazer, ensinando-os a ler e escrever num ambiente onde esse aprendizado faça sentido e faça parte do cotidiano do aluno fazendo uso da leitura e da escrita vivenciando a condição de quem sabe ler e escrever e pratica essa sabedoria no seu dia-a-dia, mesmo não sabendo ler e escrever da forma correta, ele vai apropriando-se gradativamente do sistema da escrita e da leitura levando-o a refletir sobre as hipóteses construídas.

            Os educadores em sua maioria ainda não sabem diferenciar de forma clara e objetiva o conceito de ler e escrever do conceito de alfabetização o que leva a desenvolver em suas praticas em suas praticas a alfabetização desvinculada do letramento tornando-se urgente chamar atenção para a perspectiva da leitura e da escrita como praticas sociais, que só tem sentido quando produzidas e interpretadas em um determinado contexto, com uma determinada atenção.

 

CONCLUSÃO

            O educador deve alfabetizar letrando sem puder a especificidade de cada um que são complementares, inseparáveis e indispensáveis conciliando esses dois processos, de modo a assegurar aos alunos a aprimorarão de sistemas alfabético/ortográfico e a plena condição de uso da língua nas praticas sociais de leitura e escrita. É importante que a alfabetização se desenvolva num contexto de ler e escrever.

            O mesmo deve refletir sobre as praticas e as concepções adotadas ao iniciar os alunos no mundo da escrita e da leitura, analisando o recriando as metodologias de ensino, a fim de garantir de forma eficaz possível esse direito: de não apenas ler e registrar automaticamente palavras numa escrita alfabética, mas poder ler, compreender e produzir os textos que compartilhamos socialmente como cidadão.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Artur Gomes de Morais: Ortografia Ensinar e Aprender, Editora ática.

Emília Ferreiro: Alfabetização em processo; 18ª edição, Editora Cortez.

Desenvolvimento da linguagem Humana – Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA).

Fundamentos teóricos e metodológicos dos anos iniciais; Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) – Curitiba: Ibpex, 2008. ISBN: 978-85-7838-037-3.

Literatura Infantil; obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) – Curitiba: Editora Ibpex, 2009. ISBN: 978-85-7838-263-6.

Maria Alice: Como usar a literatura infantil na sala de aula; coleção: como usar na sala de aula; Editora: Contexto.

Maria Lúcia Castanheira; Francis Isabel Pereira Maciel; Raquel Márcia Fontes Martins: Alfabetização e letramento na sala de aula; 2ª edição autentica.