A ARTE DE ENSINAR LER E ESCREVER NA EDUCAÇÃO INFANTIL Cassia Losangela da Silva Pinto Dutra Renato Moisés Justino Aparecida Roseli Pereira da Silva
Publicado em 08 de novembro de 2014 por Aparecida Roseli Pereira da Silva
A ARTE DE ENSINAR LER E ESCREVER NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Cassia Losangela da Silva Pinto Dutra
Renato Moisés Justino
Aparecida Roseli Pereira da Silva
Resumo:
È necessário que as escolas criem meios onde a pratica e gosto pela leitura aconteça para que o aluno realize sua própria aprendizagem conforme sua necessidade e interesse. No entanto, as bibliotecas escolares, deveriam trabalhar com horários alternativos oferecendo aos alunos formas de leituras diversificadas por meio de revistas, jornais, jogos, pesquisas na internet, livros e filmes literários, ampliando o conhecimento e proporcionando momentos de reflexões onde possa se criar uma visão crítico do lido e apreciado, e que venha a desenvolver a interpretação escrita e oral contribuindo na formação do conhecimento dos cidadãos, interferindo na inserção social.
Palavra Chave: escola, professor, aluno, leitura e escrita.
A ARTE DE ENSINAR LER E ESCREVER NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
Considerando-se tarefa e compromisso da escola com a formação de cidadãos, tornando os alunos leitores e alfabetizados; é necessário que se desenvolva e promova o interesse e o prazer pela leitura e interpretação resgatando com isso a emoção e a razão, no processo de construção de conhecimento que servirão de convivência tanto na escola como na comunidade onde se encontram inseridos.
E necessário compreender a realidade e realizar trabalhos interdisciplinares que fortaleça e estimule esse interesse onde venha ocorrer atividades que despertem o gosto pela leitura.
Apesar do grande valor que a leitura possui, somos sabedores que a maioria dos brasileiros não tem hábitos de ler, dai a importância da escola em interferir nesta realidade, buscando meios para que esta pratica aconteça através de uma inter-relação educadores, educandos, bibliotecário, gestão escolar e comunidade e que desta forma possa diminuir estas dificuldades e interferir na compreensão oral e escrita, expandindo o conhecimento dos alunos, tomando – os críticos e conscientes integrados na comunidade com capacidades de argumentos.
A alfabetização e a educação básica ampliam obrigatoriamente no pleno domínio da leitura e da escrita, os ensinos destas atividades é essencial para o desenvolvimento de uma aprendizagem satisfatória e eficaz.
Quando falamos ou pensamos em literatura, associamos leitura à escola, a aula de português, a biblioteca, os textos, jornais, revistas e principalmente os livros, porém uma leitura perspicaz requer um percurso por parte do leitor, estar com a mente alerta e ser capaz de relacionar, confrontar, chegar a sínteses e conclusões, pois para o leitor ter um bom resultado, necessita de um bom aprendizado. Os estudos de Vygotsky, Piaget e Ferreiro, citado por Kramer consideram a questão da leitura e a escrita na fase de alfabetização como indiscutíveis.
“A criança a questionar-se acerca da escrita desde que com objetos de leitura pela primeira vez. A “semente” desse processo construtivo esta em terra fértil desde suas primeiras interações com o mundo e principalmente desde as primeiras construções representativas, correndo soltas pelos caminhos do lúdico”.( KRAMER, 1992. P. )
A escola é vista como um espaço privilegiado para o desenvolvimento da leitura e da escrita, já que é nela que se dá o encontro decisivo da criança com estes, daí a ação mediadora do professor e a qualificação de habilidades que são de suma importância. Sendo que o educador é aquele que apresenta o livro, a paisagem, a imagem, a partitura, o corpo em movimento e o mundo.
A leitura e outras formas de comunicação têm rostos e valores próprios, que vinculam culturas e visões abrangentes e ao mesmo tempo constrói a ponte e a valorização para a comunidade.
Para a formação de um bom leitor é necessária uma boa biblioteca, sendo importante que ela seja enriquecida e atualizada com livros adequados ao tipo de leitor do espaço escolar de forma a facilitar o desenvolvimento das atividades de leitura.
O educador do infanto-juvenil com a ajuda do bibliotecário pode e deve organizar em sua sala de aula um cantinho da leitura para que seus alunos possam interagir diariamente com a literatura de maneira que possam se interessar e despertar cada vez mais o gosto e o prazer de ler.
No entanto para o professor elaborar um trabalho de leitura de livros com seus alunos, precisam ler primeiras essas obras como um leitor comum e em seguida fazer uma analise reflexiva e avaliativa do conteúdo da obra, podendo assim oferecer algo enriquecido e criativo para eles, e iniciando através da leitura, a fantasia, a cultura, a criatividade e as emoções.
A leitura e a escrita podem ser entendidas como uma decodificação e interpretação de imagens e símbolos, com os significados de identificar uma aquisição de linguagem, desenvolvendo aspectos relacionados ao físico e ao cognitivo do leitor.
As relações entre a linguagem oral (ler) e a imagem escrita (escrever) não são fáceis de serem percebidas, definidas, conscientizadas e atualizadas por estudantes juvenis mais difícil ainda se pensarmos em alunos pequenos, das séries iniciais.
Em razão disso, é preciso que o professor e alunos, desde cedo, trabalhem com as relações entre essas duas representações (oral e escrita), para que a criança já comece a perceber as diferenças básicas entre elas. Soares afirma que:
“para entrar e viver nesse mundo do conhecimento, o aprendiz necessita de dois passaportes: o domínio da tecnologia de escrita (o sistema alfabético e ortográfico), que se obtém por meio do processo de alfabetização, e o domínio de competências de uso dessa tecnologia(saber ler e escrever em diferentes situações e contextos), que se obtém por meio do processo de letramento”.( SOARES, 2006, P. )
Sobre esse respeito, Freire afirma:
“Não basta saber ler “Eva viu a uva”. “É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho”.(FREIRE, 1991, P. )
Conforme as citações acima, vimos que não basta simplesmente dominar a leitura e a escrita e sim compreender os múltiplos usos e funções dela na sociedade, tendo o pleno conhecimento da linguagem.
O educador precisa saber o momento certo para articular leitura e escrita e fazer as intervenções adequadas para que o aluno possa avançar, pois a criança precisa construir uma percepção para que possa desenvolver sua capacidade de ler, escrever e interpretar.
No entanto a leitura pode ser feita de várias formas, como nas praticas sociais, como nas praticas culturais, cinema, músicas, teatro, danças, pinturas, fotografias além da literatura que é indispensável para o domínio da complexidade da linguagem que circula na sociedade atual. A leitura e a escrita deve estar inserida nas praticas socioculturais e não apenas no ambiente escolar, necessitando estimular e instigar o aluno, a não ser somente um consumidor, mas também um produtor de culturas.
Quando tratamos de leitura e escrita é necessário que o professor seja um exemplo de leitor e escritor e as ações relativas à biblioteca seja indispensável para a formação desses alunos.
O ideal é que todas as escolas tenham suporte, forma criativa e organização para a construção de leitores, porém é importante que leitores de diferentes idades e interesses se sintam recepcionados.
As bibliotecas escolares e municipais têm de ser a mais diversificada o possível, podendo assim atender os diferentes gostos, ser interessante e também incluir neste espaço depoimentos de leitores, diretores, professores, revistas, cartazes, fotografias, reproduções de obras de arte e suportes de Dvds e CDs literários garantindo o entusiasmo dos alunos e leitores.
É de grande importância e preferência que o bibliotecário seja capacitado e que faça a inteiração dos livros com os alunos podendo também propostas que incentive a aproximação de docentes, pais e comunidade com o mundo da leitura. Conforme Dennet:
“tudo aquilo que se lê é escrito por alguém”.( DENNET, 1997, P. )
Cada leitura e cada escrita de alguém a respeito de algo, a partir de um ponto de observação, sujeitam a inúmera imperfeições de decodificação equivocadas. A comunicação do ser humana para seus pares lhe permite confrontar suas concepções num campo de pluralidade de idéias”.
A alfabetização e o letramento não podem ser configurados num modismo, mas sim em importantes temas que devem ser debatidos e articulados em sala de aula modo como o educar conduz seu trabalho é importante para que o aluno construa o conhecimento sobre a escrita e adquira habilidades que permita o uso efetivo do ler e escrever em situações sociais diferentes.
O trabalho de alfabetização com a perspectiva do letramento não é uma decisão individual, mas sim uma opção política, pois aprender a ler e escrever é necessário para a inserção no contexto social. Soares, Batista, (2005). Considera-se, então:
“letrado aquele usa e vivencia praticas sociais de leitura e de escrita, alfabetizado é o individuo que adquiriu a “tecnologia “necessária para usar e vivenciar essas pratica”“. Alfabetização e letramento embora sendo conceitos distintos, cada um com suas especificidades, são processos complementares e inseparáveis”. (SOARES; BATISTA, 2005, P. )
O aprendizado do sistema de escrita não se reduz ao domínio de correspondência entre grafema e fonema, caracteriza como um processo ativo por meio do qual a criança, desde suas primeiros contatos com a escrita, construa e reconstrua hipóteses sobre a natureza e o funcionamento da língua escrita, compreendendo como um sistema de representação. Buscando ampliar o conceito de alfabetização, dando ênfase não somente para o domínio da leitura e da escrita, mas para o uso em praticas sociais em que escrever e ler são necessários.
As funções e os objetivos atribuídos na leitura e na escrita pelas classes populares, e a utilização dessas habilidades por essas classes são, inegavelmente, diferentes das funções e objetivos a elas atribuídos pelas classes favorecidas, e da utilização que delas fazem essas classes. Essas diferenças alteram, fundamentalmente, o processo de alfabetização, que não pode considerar a língua escrita meramente como um meio de comunicação “neutro” e não contextualizado; na verdade, qualquer meio de comunicação escrito profundamente marcado por atitudes e valores culturais, pelo contexto social e econômico em que é usado.
O letramento para os educadores é trabalhar com textos concretos e pratica e eventos relacionados ao uso, função e impacto de escrita na sociedade, ensinando a criança a ler e escrever, utilizando os meios lúdicos e através de brincadeiras com as mesmas, desenhos, filmes que nas crianças o interesse para a escrita e a leitura com gosto e prazer, ensinando-os a ler e escrever num ambiente onde esse aprendizado faça sentido e faça parte do cotidiano do aluno fazendo uso da leitura e da escrita vivenciando a condição de quem sabe ler e escrever e pratica essa sabedoria no seu dia-a-dia, mesmo não sabendo ler e escrever da forma correta, ele vai apropriando-se gradativamente do sistema da escrita e da leitura levando-o a refletir sobre as hipóteses construídas.
Os educadores em sua maioria ainda não sabem diferenciar de forma clara e objetiva o conceito de ler e escrever do conceito de alfabetização o que leva a desenvolver em suas praticas em suas praticas a alfabetização desvinculada do letramento tornando-se urgente chamar atenção para a perspectiva da leitura e da escrita como praticas sociais, que só tem sentido quando produzidas e interpretadas em um determinado contexto, com uma determinada atenção.
CONCLUSÃO
O educador deve alfabetizar letrando sem puder a especificidade de cada um que são complementares, inseparáveis e indispensáveis conciliando esses dois processos, de modo a assegurar aos alunos a aprimorarão de sistemas alfabético/ortográfico e a plena condição de uso da língua nas praticas sociais de leitura e escrita. É importante que a alfabetização se desenvolva num contexto de ler e escrever.
O mesmo deve refletir sobre as praticas e as concepções adotadas ao iniciar os alunos no mundo da escrita e da leitura, analisando o recriando as metodologias de ensino, a fim de garantir de forma eficaz possível esse direito: de não apenas ler e registrar automaticamente palavras numa escrita alfabética, mas poder ler, compreender e produzir os textos que compartilhamos socialmente como cidadão.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Artur Gomes de Morais: Ortografia Ensinar e Aprender, Editora ática.
Emília Ferreiro: Alfabetização em processo; 18ª edição, Editora Cortez.
Desenvolvimento da linguagem Humana – Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA).
Fundamentos teóricos e metodológicos dos anos iniciais; Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) – Curitiba: Ibpex, 2008. ISBN: 978-85-7838-037-3.
Literatura Infantil; obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) – Curitiba: Editora Ibpex, 2009. ISBN: 978-85-7838-263-6.
Maria Alice: Como usar a literatura infantil na sala de aula; coleção: como usar na sala de aula; Editora: Contexto.
Maria Lúcia Castanheira; Francis Isabel Pereira Maciel; Raquel Márcia Fontes Martins: Alfabetização e letramento na sala de aula; 2ª edição autentica.