Resumo:
Este trabalho objetivou o cuidado e resgate direcionados infância, voltada para crianças e jovens adultos em situação de vulnerabilidade, foi realizado no conjunto habitacional na cidade de Sobral (CE). Essas atividades foram realizadas com o intuito de reviver a experiência da infância, considerando a vulnerabilidade em que se encontram esse público escolhido, por muitas vezes não ser possível uma elaboração do que é ser criança, pois considerasse que o ambiente coletivo que habitam torna-se restrito a uma variedade de atividades, como exemplo o brincar na rua. Sendo a infância uma fase essencial de desenvolvimento, de reconhecer a si e o próximo, além da elaboração de percepção de mundo. A partir do nosso plano de intervenção se deu com a criação do espaço lúdico, onde as crianças e jovens adultos tinham oportunidade de brincar com tintas, lápis de cor, brincadeiras de rodas. Com isso, percebemos o fortalecimento das relações, trocas de experiências.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como pretensão estruturar um projeto de intervenção que poderá ser aplicado no conjunto habitacional Caiçara. Cujo foco seria trabalhar com os jovens na faixa étaria entre doze anos a vinte. Devido à condição social e que por muitas vezes fazem com que esse público não vivencie a infancia de uma forma ludica, mais pureril, ou seja, o ser criança de fato. Pois desde muito cedo entre dez a doze anos devido a condição finaceira no qual se encontra a familia e que apesar de ter apoio do governo com programas ainda não é suficiente para uma sobrevivencia digna. Desse motivo surgue a indagação de como esses jovens se estruturam psiquicamente sem ter passado por essa fase e como eles encaram o modo de viver. Observando que muitos na faixa etária descrita a pouco já são mães e pais e o grande questionamento se apresenta: será que esses jovens pais e mães vão permitir que seus filhos experiencie a infância ou repitam o que aconteceu com eles? Por isso essa intervenção se faz importante devido a esse motivo o não experienciar essa fase tão importante para a estrutura mental, pois trabalha muitos conceitos que serão experiementados por toda a vida. 2 REFERENCIAL 2.1 Adolescência e Juventude A adolescência e a juventude são temas que tem sido bastante discutidos atualmente, por vários motivos entre eles relacionados à Educação e os modos de vida dos jovens, ou seja, como ele se ver imerso na sociedade e seus desafios e possibilidades de vida. Nessa perspectiva, é importante ver seu papel na comunidade, qual é o lugar que está sendo dado a esse sujeito na sociedade, como um todo e o lugar ao qual ele habita. A adolescência é um período de mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais que separam a criança do adulto, prolongando-se dos 10 aos 20 anos incompletos, segundo os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), ou dos 12 aos 18 de acordo com o Estatuto da criança e do adolescente do Brasil. Então é importante destacar que a participação dos jovens vem sendo um espaço de estudos para a ciência política e para a sociologia, ganhando importância, mais recentemente, para outras áreas de estudo como a antropologia, a psicologia, a educação e a saúde pública. Embora mostrar o jovem como “motor de mudanças na sociedade” seja uma tendência há muito observada, tendo como mote sua atitude contestadora, contrária à injustiça e seu dinamismo inovador (Cardoso e Sampaio, 1995). Por isso é de suma importância entender a relação do jovem na sociedade, pois são criados vários estigmas em relação ao jovem e essa ação. Segundo Minayo, a busca da perspectiva dos jovens sobre a participação, a política e a cidadania tem se tornado o caminho preferencial das pesquisas, em contraposição a tendências anteriores baseadas predominantemente no ponto de vista externo, privilegiando, muitas vezes, estereótipos construídos na prática social, sejam eles de técnicos, especialistas, intelectuais ou agentes institucionais. Ressalta-se, nesse ponto de vista, o pessimismo quanto à participação da juventude contemporânea, muitas vezes em comparação com outras gerações. Essa relação dos jovens com a Educação e as suas perspectivas de vida em meio a um futuro promissor, onde grandes partes dos jovens atualmente deixam de estudar para trabalhar, por diversos motivos, falta de oportunidade e por condições precárias viverem nas ruas, onde a precariedade de informações está postulada muitas vezes. A adolescência tem despertado grande interesse, tanto na mídia, quanto no âmbito das políticas públicas. Especialmente a partir de 1985, definido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Ano Internacional da Juventude, inúmeras iniciativas foram desencadeadas em todo o mundo, visando o levantamento das necessidades sociais dos jovens que viriam a constituir as futuras gerações de adultos no terceiro milênio. Várias questões têm contribuído para a emergência de se discutir o tema da juventude na sociedade atual. Sua quantidade numérica na população mundial, especialmente da juventude empobrecida, gera preocupação de dos governos. O contexto muitas vezes de precarização da educação e nas relações de trabalho geram situações de vulnerabilidades que aumentam para a população e abre campo para a discussão, a elaboração e a implantação das chamadas políticas públicas de juventude. Contudo, tais políticas buscam a participação dos jovens nos projetos e programas sociais que vão 412 Saúde Soc. São Paulo, v.18, n.3, p.411-423, 2009 sendo desenhados. Assim, acontece cada vez mais a noção de que a legitimação das políticas e dos espaços de garantia de direitos depende da adesão dos jovens de diferentes segmentos sociais e da qualidade de sua participação. [...]