Introdução

A Púrpura Trombocitopênica imune ou idiopática (PTI) é uma doença de origem desconhecida, no entanto, teve sua primeira descrição pelo autor Werlhof em 1735, essa enfermidade atinge uma em cada 10 mil pessoas, com o índice maior em crianças do que os adultos onde os resultados medicamentosos são de 80%, contudo, essa doença não é genética e sim, causada pela quantidade baixa de plaquetas, que são células responsáveis pela nossa coagulação, por isso, a doença é caracterizada por sangramentos espontâneos e hematomas, identificadas como manchas avermelhadas no corpo (KENEESE, 2012).

A PTI é uma doença hemorrágica adquirida mais comum na infância, ocorrendo em uma frequência de 4 a 8 casos por 100 mil crianças no mundo por ano. Geralmente é uma patologia benigna. É imunomediada no qual plaquetas são opsonizadas por auto anticorpo e destruídas pelos fagócitos do sistema reticulo endotelial. A trombocitopenia tendo em vista na PTI tem como seguimento do aumento do clearanceplaquetário no fígado e no baço. Contudo, mais de 80% dos pacientes com PTI têm anticorpos reativos às glicoproteínas em sua superfície plaquetária, especialmente às glicoproteínas llb-llla,la/lla ou ib/lx (RACHEL FERNANDES, 2008).

O sistema imunológico é definido por uma complexa barreira de moléculas e células liberada para o organismo e é caracterizado biologicamente por ter uma capacidade de reconhecimento especifico de determinadas estruturas moleculares e desenvolver uma atividade para que tenha uma resposta efetora a partir de estímulos, provocados pela sua destruição ou inativação. Em vista disso, representa um sistema eficiente de autodefesa de microrganismo que se instalam no organismo a favor de transformar células boas em células malignas, este papel de defesa é extremamente importante em combate ao desenvolvimento de infecções e tumores (ALFREDO MARTÍNEZ,1999).

A purpura é um surgimento muito raro, que acomete em aparecer manchas vermelhas pelo corpo, órgãos e membranas mucosas incluindo a cobertura da boca. A purpura quando pressionadas não desaparece, provocadas pela aglomeração de sangue debaixo na pele. Correspondente a escandescência dos vasos sanguíneos. A púrpura é uma doença autoimune do sangue, sendo silenciosa, podendo levar a morte em casos de sangramentos severos (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2011).

A trombocitopenia é uma situação na qual há escassez de plaquetas (trombócitos) no sangue. Células essenciais na coagulação e na vedação de sangramento. Está associada inúmeras razões. A ausência de plaquetas é capaz de acometer sangramentos leves ou graves que não encerram.   Frequentemente vem auxiliada de outros distúrbios de saúde mais importantes, como leucemia e Aids. Apesar disso, a trombocitopenia também pode estar relacionada a um efeito paralelo provocado por medicamentos (FONTELONGA, 2001).

Em pessoas com o perfeito estado de saúde, a concentração de plaquetas variam entre 150.000/mm³ a 450.000/mm³ na corrente sanguínea, cerca de um terço delas são levadas para o baço e outro terço é localizado na circulação, são denominadas como meia vida por ter uma duração de apenas 10 dias, depois são eliminadas pelos macrófagos na corrente sanguínea. As contagens de plaquetas são usadas para constatar doenças como a PTI por sua baixa referencia de contagens de plaquetas na circulação sanguínea (FAUCI et al.,1998; MORELLI, 2004; NAOUM, 2010).

A PTI pode ser aguda ou crônica, a aguda, ela varia de organismo para organismo, na fase aguda pode ser temporária com duração de 3 meses já na crônica seu tempo é mais longo podendo ocorrer entre o período de 6 a 12 meses,  ainda não se sabe ao certo a causa da PTI, muitas vezes após a pessoa ter passado por alguns casos como: rubéola, varicela, hepatite, ou vacina de vírus vivo, associada a outros distúrbios autoimunes. Os sintomas iniciais são pequenas manchas avermelhadas sobre a pele devido ao rompimento dos capilares, e com o tempo aparece em forma de hematomas e o doente pode sangrar pelas mucosas e apresentar sangue no tratourinário (CASTRO, 2014).

O diagnostico é de exclusão,é baseado no quadro clinico do paciente e é necessário que tenha uma avaliação histórica do mesmo. O controle dessa doença se da por tratamentos medicamentoso ou cirúrgico, sendo ele o retirado do baço (Esplenectomia) onde é encontrada com uma concentração maior de plaquetas retidas e destruídas, a remoção do baço é feita em casos graves, ou seja, estado crônico, com a duração da doença a mais de 6 meses sem sucesso de tratamento com remédios devido a sua baixa concentração de plaquetas referente a 10.000/mm³, com sintomas de hemorragias, entretanto mesmo após a retirada do baço, existem pacientes que possam ter recaídas e seguirem com tratamento de corticoides (LOPES, 2005).

Sendo assim, este artigo tem como o objetivo descrever sobre a purpura trombocitopenica (PTI), abordar suas manifestações clinicas em adultos e crianças, e relatar a importância do conhecimento dessa patologia direcionada ao tratamento de cada fase. [...]