O sonho de se tornar uma família é comum a muitos casais. No entanto, para uma percentagem significativa destes casais, ao fim de um ano de prática sexual regular e sem proteção, esta realidade começa a tornar-se mais difícil.

Graças à ciência e ao desenvolvimento que esta teve nos últimos 40 anos, hoje em dia é perfeitamente possível tornar este sonho realidade de forma eficaz. Desde que o endométrio e as trompas de Falópio da mulher estejam normais.

A partir daqui, e caso não seja encontrada qualquer outra contrariedade na primeira consulta de fertilidade, inicia-se o processo de inseminação intrauterina (IIU):

Estimulação ovárica

O primeiro passo é a terapêutica indutora da ovulação. Este tipo de fármacos (gonadoestimulinas) podem ser administrados via oral ou de forma injetável e induzem o desenvolvimento folicular ovárico múltiplo (onde estão os óvulos).

Este desenvolvimento será depois controlado através de ecografias periódicas. Quando o amadurecimento adequado é atingido (quando 1 a 3 folículos atingem os 17 mm), é administrada uma injeção (hCG e LH) que ajuda à libertação do ovário. Nestes casos, a inseminação deve ser feita 36 a 40 horas mais tarde.

Capacitação espermática

Ao mesmo tempo que se realiza a estimulação ovárica, o esperma do cônjuge, ou de dador, será preparado através de técnicas de capacitação ou preparação seminal para se eliminarem do ejaculado restos celulares (leucócitos e todos os corpos não necessários para a fecundação), espermatozoides mortos, imóveis ou lentos.

Depois desta seleção, os espermatozoides com maior mobilidade e maior maturidade/capacidade para a fecundação são colocados num cateter fino, para inseminação.

Esta capacitação espermática é também muito importante para se evitar a transmissão de SIDA, porque permite destrinçar da amostra os espermatozoides contaminados com o vírus HIV dos saudáveis.

Inseminação

O terceiro passo é a inseminação intrauterina propriamente dita. O cateter que recolheu os espermatozoides saudáveis e maduros, resultantes da capacitação, é introduzido no útero, onde são depositados. Esta maior concentração de espermatozoides aumenta a probabilidade ocorrer uma fecundação.

O processo de inseminação é relativamente rápido e envolve pouco tempo. No entanto, é aconselhável que logo após a inseminação a mulher repouse um pouco (cerca de 30 minutos). Nas duas semanas seguintes, a mulher deverá evitar relações sexuais, comer de forma regular (3 em 3 horas) e beber 1,5 l de água por dia. Deve também evitar as viagens prolongadas. Um esforço suplementar para garantir o sucesso deste processo.

IIU fora da indução

A inseminação intrauterina pode também ser realizada em ciclos não estimulados. Neste caso, o 12º e o 15º dia do ciclo menstrual (em que o primeiro é o dia em que aparece o fluxo menstrual) são os ideais para se realizar a IIU. Nesta situação, por vezes, realizam-se análises ao sangue e/ou ecografias para se determinar o momento preciso em que ocorre a ovulação.

Em relação ao esperma, quando é do companheiro pode ser recolhido no próprio dia. Quando este não pode, ou o esperma provém de dador, a descongelação é feita no dia da inseminação. Atenção que a inseminação só ocorrerá se o esperma apresentar parâmetros normais ou pouco alterados de concentração, mobilidade e morfologia dos espermatozoides.