JOGOS, BRINCADEIRAS E AVANÇOS TECNOLÓGICOS: DILEMAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA DE CRIANÇAS E JOVENS

Pedro José Ferreira de Miranda[1]

 

Os jogos educativos são excelente ferramenta de aprendizagem para crianças e jovens, e nós, profissionais de Educação Física, devemos apoiar esse aprendizado, apesar dos progressos tecnológicos e de seus inegáveis benefícios.

Por meio deles, os pequenos são motivados espontaneamente a fixar conhecimentos, a vivenciá-los, individual e coletivamente, a trazer empatia e solidariedade à construção coletiva, como parte indissociável do contexto social e cultural inerente ao ser humano.

Além disso, jogos e brincadeiras são úteis não apenas para o desenvolvimento da independência em crianças e jovens, mas também para o pensamento estratégico, coordenação de movimentos, conceitos de equilíbrio, lateralidade, velocidade e harmonia.

Por fim, é ainda, uma oportunidade de estreitar laços entre diferentes grupos. Ajude a construir uma comunidade de empatia e apoio.

Para lembrá-lo eis alguns exemplos memoráveis e relevantes que podemos utilizar na nossa prática desportiva:

  • Esconde-esconde

Uma criança tem que esconder-se o rosto e recontar até 30, enquanto as outras se escondem. Quando terminar de recontar, você deve berrar "estou indo!"!”“. E vá procurar outra pessoa!

Sempre que encontrar alguém, você deve tocar nele para suprimir esse jogador e continuar procurando pelos outros até acabar. Dessa forma, a brincadeira de esconde-esconde favorece a integração do grupo, desenvolve a criatividade, estimula a liderança, o raciocínio lógico e a estratégia nas crianças.

  •  Pega-pega ou pique-pega

Pega-pega ou pique-pega é velha brincadeira infantil muito famosa no Brasil, onde, para começar o jogo, uma captura será selecionada, através de alguém que buscamos “capturar” e a partir de então, o restante dos participantes se dispersará pela área física de jogo, podendo ser um pátio ou quintal.

Quando alguém nos pega, o capturado estende a mão para o pegador e começa a agir em conjunto com ele, em cumplicidade de dupla, de trio e assim, sucessivamente, alinhando-se gradualmente em uma "corrente". É declarado o vencedor até que reste apenas um fugitivo

As crianças, nesta atividade lúdica, trabalham o equilíbrio, a coordenação motora, o trabalho social e coletivo, o raciocínio e desenvolvem a consciência corporal.

Este jogo também desenvolve a cognição e a imaginação das crianças pequenas, pois elas precisam pensar em estratégias para escapar e evitar serem pegas.

  • Bolinha de gude

A criatividade é a motivação sacada dessa atividade lúdica, onde o grande objetivo é que, com uma das bolinhas, o jogador atinja as demais bolinhas de gude que estão dentro de um espaço físico delimitado.

O formato desse espaço fica por conta da criatividade dos pequenos: pode ser um triângulo, um círculo, um quadrilátero, entre outros.

 

 

 

  • Cirandas

A musicalidade e o ritmismo é uma característica marcante das brincadeiras de antigamente, sobretudo na ciranda. De origens diversas, com ritmos marcantes, as cantigas folclóricas embalam muitas brincadeiras.

Junto às cirandas, movimentos corporais e outras atividades podem ser adicionados, tornando a brincadeira envolvente e super dinâmica.

  • Pular corda

Enquanto pulam corda, as crianças podem cantar várias músicas! E, em determinado momento, é importante que a criança que está pulando corda saia e dê vez a outro participante, sem pisar ou ser atingida pela corda ainda no ar!

 Assim, pular corda é uma brincadeira que estimula o ritmo, a expressão corporal e treina o corpo inteiro, além da concessão, da coletividade e da parceria no ato de brincar e de interagir.

  • Bambolê

O bambolê é um aro criado no Egito antigo, há mais de mil anos, sendo feito com fios secos de parreira. Atualmente, esse brinquedo é fabricado com plástico, podendo ser até mesmo, desmontável. Podemos propor às crianças inúmeras brincadeiras com bambolê, e não somente ao público feminino, como anteriormente era pensado.

Girar o bambolê na cintura uma e outra vez é o modelo mais clássico mesmo de se brincar!

 

 

 

CONCLUSÕES

Por fim, não se esgotando esta breve reflexão, cabe mencionar que, para nós profissionais de Educação Física, é imperativa a atualização e a adequação às práticas educativas ativas, contemporâneas e atreladas ao contexto mundial que suscita a competitividade, e crescimento pessoal e coletivo.

De fato, são intensos os avanços tecnológicos na área do entretenimento, o que sugere às crianças e aos jovens, certo “afastamento” das práticas do jogar, do correr, do brincar de pular e de rodar.

Por outro lado, devemos sempre ressaltar, junto ao nosso campo formativo, junto aos nossos alunos, que estes jogos e brincadeiras podem ser utilizados nas aulas de Educação Física e ainda assim, permanecerem contemporâneos e salutares, sendo valiosas ferramentas estimuladoras trazendo possibilidades de desenvolvimento, criatividade e trabalho, gerando recursos adequados, na garantia de resultados favoráveis aos objetivos propostos.

 

REFERÊNCIAS:

  1. www.maisbrincadeiras.municipal.org.br
  2. maceio.al.gov.br
  3. Mattos, Mauro Gomes ; Neira,  Marcos Garcia. Educação física infantil: Construindo o movimento. Ed. Phorte. 7ª edição.
  4. Educação Física / vários autores. Ensino Médio – Curitiba: SEED-PR, 2006. 248 p. ISBN: 85-85380-32-2

 

 

 

[1] Bacharelando Em Educação Física, 8º Período. Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).