TRABALHO E SUBJETIVIDADE 

A subjetividade visualiza o sujeito como seres diferentes e individuais, dotados de capacidades e defeitos particulares a cada um.

O reconhecimento de que o capitalismo sobrevive do consumo, o qual sustenta o modo de produção atual.

A própria noção de trabalho comporta a ambivalência: alegria e tristeza. E tem em suas raízes uma ligação ao sofrimento. Trabalhando com o mecanismo de defesa sublimação.

É por meio da subjetividade que o indivíduo alcança determina condição de trabalho. Pois o trabalho permite o ser expressar sua criatividade, usar sua inteligência, suas capacidades e satisfazer suas necessidades; deste modo representando uma fonte contínua de crescimento para o homem.

Com os estudos tomou-se conhecimento da magnitude do campo psíquico e a sua estreita relação com as mais diversas doenças, é interessante investigar alguns pontos explorados pela Psicopatologia do Trabalho, em relação ao conceito de "normalidade", e desta forma finalizar essa multiplicidade de aspectos que podem estar associados ao trabalho.

Algumas teorias passam a ser definidas a partir do estudo do trabalho, sendo que a ideologia da vergonha é uma delas,

Com os estudos realizados durante este período pudemos constatar que estas defesas têm sintomatologia própria, e assumem duas funções; uma manifesta, de alívio e a outra latente, de ocultação. Com isto, o trabalhador não toma conhecimento das causas do seu sofrimento.

Além disso observamos que o mecanismo de defesa é individual, eis que a angústia e a ansiedade, originadas da organização de trabalho taylorista, devem ser enfrentadas individualmente. Qualquer demonstração de fraqueza será utilizada contra a pessoa daquele trabalhador.

Com a leitura de Dejours, obtivemos conhecimento de que esse mecanismo de defesa que leva o trabalhador a calar sobre a doença e o sofrimento, o conduz a negar que precisa de cuidados e a evitar consultas médicas inicialmente.

Analisando o modo de trabalho dos tempos atuais, observamos que um aspecto bastante interessante dos “tempos modernos” é em relação a robotização dos operários que ao invés de construírem algo, tornam-se simples elementos de um imenso sistema, o que acaba levando o operário a sentir-se perdendo um tanto de seu valor enquanto criador de algo. Sua função não é mais “construir um automóvel” por exemplo, mas sim “apertar um determinado parafuso, durante o processo de construção do automóvel”.

O trabalho repetitivo traz tão profundos sintomas no indivíduo, que manifestações fora da empresa e do horário se fazem assustadoramente presentes.

As relações entre trabalhador e organização acaba pro vezes produzindo sofrimento no indivíduo. O sofrimento dos trabalhadores, está baseado na inadequação observada entre os mesmos e as situações vivenciadas no trabalho e, até mesmo, fora dele.

Tal sofrimento acaba sendo abrangido pela Ergonomia, que a princípio procurava estudar e reprojetar produtos e postos de trabalho com um enfoque limitado à análise de agentes agressivos presentes no ambiente do próprio posto, ou seu ambiente imediato. Assim, o ruído, a poluição atmosférica, com névoas, fumos e poeiras tóxicas, as temperaturas extremas e as posturas inadequadas foram diagnosticadas pelos ergonomistas, que passariam a tentar isolar os trabalhadores de tais agentes.

A análise ergonômica deve prever uma atuação que reflita as reações comportamentais dos trabalhadores frente à organização do trabalho, pois sob hipótese alguma deve-se considerar que a reação do trabalhador seja padronizada, como se este fosse um robô. A organização do trabalho, portanto, deve prever flexibilidade, em função da variabilidade dos processos e dos próprios operadores, com suas individuais especificidades de intervenção. Para tanto, necessário se faz que a divisão do trabalho seja profundamente revista.

A busca por condições físicas e psicológicas no ambiente de trabalho e na realização deste vem se tornando cada vez mais um dos objetivos do estudo da subjetividade humana e do trabalho.