TEORIAS DE ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DE ULCERA POR PRESSÃO EM UMA UNIDADE HOSPITALAR  DE SAÚDE PUBLICA

 

 

Claúdia Souza Brito da Silva ¹

Edimilson Rodrigues da Silva ²

 

 

Resumo

 

 

A prevenção de Úlcera de Pressão é relevante tanto para o paciente quanto para a equipe de Enfermagem. Sabe-se que o fluxo de pacientes é alto e muitos desses pacientes acometidos pela falta de prevenção ocupam os leitos por um tempo maior gerando uma maior disponibilidade da assistência, uma maior taxa de ocupação nos leitos e vale ressaltar também um maior custo para a Instituição em questão. Diante dessa realidade, esse estudo justifica-se por ser de importância singular, em decorrência das questões levantadas no estágio curricular e pela necessidade de conhecer a atuação do Enfermeiro nos principais fatores que desencadeiam o surgimento de úlceras por pressão, na clinica cirúrgica tendo em vista que os mesmos possuem importância fundamental devido o maior tempo com os pacientes desde a admissão a alta. Todo o cuidado, progresso, orientação, realização de procedimentos assim como a execução de curativos.

 

Palavras-chave: Ulcera por pressão, ferida, tratamento, enfermagem

 

 

¹ Enfermeira formada Faculdade São Francisco de Barreiras e Tec. em enfermagem/colégio Batista.

² Acadêmico do 8º semestre de enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras, 2013.

INTRODUÇÃO

No Brasil, as feridas acometem a população de forma geral, independente de sexo, idade ou etnia, determinando um alto índice de pessoas com alterações na integridade da pele, constituindo assim, um sério problema de saúde pública (MORAIS et al., 2008).

As úlceras de pressão, conhecidas há séculos, por muitos anos, até os dias de hoje foram consideradas como um problema essencialmente de enfermagem, sendo documentadas, durante décadas, como resultado da falta de cuidado e, particularmente, de enfermagem de má qualidade.

Observa-se que o profissional de enfermagem esta diretamente relacionada ao tratamento de úlceras, seja nos níveis de atenção primária, secundária ou terciária, deve resgatar a responsabilidade de manter a observação intensiva com relação aos fatores locais, sistêmicos e externos que condicionam o surgimento da ferida ou interfiram no processo de cicatrização (MORAIS et al., 2008).

As úlceras de pressão são definidas como focos de necrose tecidual, estão localizados onde há comprometimento da circulação devido à compressão. Podendo ser superficial causada por irritação cutânea, conseqüentemente devido à maceração da superfície, ou podem ser profundas originadas dos tecidos subjacentes.

Partindo desse pressuposto, abordaremos os cuidados de enfermagem prestados na prevenção e no cuidado de úlceras de pressão dos pacientes internados em uma unidade de saúde publica no setor da clínica cirúrgica. Procurando contribuir e somar esforços para a melhoria da assistência de enfermagem, propôs-se a presente investigação. Qual o papel e contribuição da Equipe de Enfermagem frente à prevenção de úlcera de pressão em pacientes internados na clinica cirúrgica? Sendo de fundamental importância discutir sobre o tema proposto.

DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

 

A realização desse estudo na clinica cirúrgica é posterior a observação em que a maioria dos pacientes internados no setor é em decorrência de acidentes automobilísticos, acidentes por arma de fogo ou arma branca e dentre outros. Em virtude dessa visão considerada pertinentes, observamos durante nossa permanecia no setor em decorrência do estágio que os mesmos ali internados ficam impossibilitados de algum tipo de locomoção devido às fraturas expostas principalmente nos membros.

Assim, a estrutura e organização da clinica cirúrgica atendem a adultos tanto do sexo masculino quanto feminino atendendo aos diversificados níveis de patologia. Sendo assim, a estrutura física da unidade é composta por 10 enfermarias dividas em 33 leitos, mas 1 isolamento. Possui também um posto de Enfermagem no centro da unidade permitindo uma maior visualização das enfermarias. Onde no posto são armazenados impressos como: livro de ocorrência de Enfermagem, censo diário, escalas, mapa dos pacientes, prontuários, livros de protocolos, assim como, a preparação e armazenamento de medicações pela equipe. Além dos recursos humanos disponibilizados, sendo eles a equipe de enfermagem: 07 enfermeiros, um para cada plantão; 20 técnicos de enfermagem escalados 04 para o matutino, 04 para vespertino e 03 para o noturno.

A partir disso vale ressaltar que, por exemplo, a enfermeira muitas vezes fica responsável por mais de um setor. Acarretando excesso de atribuições imputadas ao enfermeiro dificultando a prevenção do cuidado com esses pacientes. Além de que a equipe técnica acarreta-se com os serviços que devem ser realizados prejudicando também na prevenção das mesmas.

Fisiologia Da Pele

 

De acordo com Hess (2002), a pele é o maior órgão do corpo, constituindo cerca de 10% do peso corporal. Esta constantemente exposta a agressões físicas e mecânicas, que podem ter conseqüências físicas permanentes ou não.

As seis funções da pele:

  • Proteção: a pele atua como barreira física contra microorganismos e outras substâncias estranhas, protegendo contra infecções e perdas excessivas de líquidos.
  • Sensibilidade: as terminações nervosas permitem que a pessoa sinta dor, pressão, calor e frio.
  • Termorregulação: a pele regula a temperatura corporal mediante vasoconstrição, vasodilatação e sudorese.
  • Excreção: a pele ajuda na Termorregulação, mediante a excreção de resíduos, como eletrólitos e água.
  • Metabolismo: a síntese de vitamina D na pele exposta à luz solar, por exemplo, ativa o metabolismo de cálcio e fosfato, minerais que desempenham um papel importante na formação óssea.
  •    Imagem corporal: a pele detalha a nossa aparência, identificando de modo único cada individuo (HESS, 2002).

Vários fatores podem alterar as características da pele, como, por exemplo, idade, exposição aos raios solares, estado nutricional, hidratação, uso de sabões ou detergentes uso de medicações como corticosteróide, anticoncepcionais orais e antineoplasicos, entre outros (HESS, 2002).

Segundo Martins (2001) histologicamente, a pele esta constituída por três estruturas tissulares distintas, que são: a epiderme que é as camadas mais externas, delgadas, avasculares e finas da pele. Derme é a camada mais vascularizada contém fibroblastos, macrófagos, mastócitos e linfócitos, que promovem a cicatrização de feridas. Tecido subcutâneo constituído de células adiposas separadas por tecido conjuntivo atua como isolante térmico, amortecedor contra traumatismos externos e reserva nutritiva.

Fisiologia da cicatrização

Para Hess (2002), quando a integridade da pele é alterada e aparece uma ferida, inicia-se o processo de cicatrização. A primeira fase é a inflamatória (fase defensiva ou reativa), seguida pela fase proliferativa (fase fibroblástica, de regeneração ou do tecido conjuntivo). A fase final é a fase de maturação ou remodelagem. Os pacientes que não apresentam condições de comprometimento sistêmico passam por todas essas fases de cicatrização sem dificuldade:

  • Fase inflamatória: caracterizada por edema, eritema, calor e odor, começa no momento da lesão inicial e, tipicamente, dura de 4 a 6 dias. O sangramento é controlado pela hemostasia, e qualquer bactéria presente é destruída por leucócitos granulocíticos, principalmente neutrofilos polimorfonucleares.
  • Fase proliferativa: comumente dura de 4 a 24 dias. Na feriada aberta, surge o tecido de granulação um tecido vermelho, brilhante, com aspecto de carne viva e granuloso. Esse tecido consiste em macrófagos, fibroblastos, colágeno imaturo, vasos sanguíneos e substâncias matriciais.
  • Fase maturação: durante a fase de maturação, que pode durar de 21 dias a 2 anos, as fibras de colágeno se reorganizam, remodelam e amadurecem, ganhando força de tensão (HESS, 2002).

Couto et al., (2003) ressalta que, uma vez a pele tendo sofrido um trauma que resulte em ferida, o profissional de saúde deve decidir como trata - lá. As três formas de cicatrização de feridas são: por primeira intenção, por segunda intenção e por terceira intenção. O tipo de ferida e a forma como é tratada definem o tipo de cicatrização:

  • Primeira intenção: esse processo é obtido por meio do fechamento das bordas da ferida, tal como uma ferida cirúrgica. A opção por esse modelo de cicatrização é feito mediante as seguintes condições: não existe uma perda importante, do tecido subcutâneo, as bordas da ferida estão planas e existe um pequeno número de microorganismo ou corpo estranho. Geralmente a cicatrização é rápida, ocorrendo à formação da cicatrização dentro de 3 a 7 dias;
  • Segunda intenção: essa estratégia é modelo de escolha quando a ferida é profunda, apresenta uma grande perda tecidual e as bordas irregulares, com impossibilidade de aproximação. Nesse modelo de cicatrização, as forças contráteis produzidas pelos miofibroblastos puxam as bordas da lesão. As feridas que se cicatrizam por segunda intenção passam por um processo de regeneração dividida em quatro fases: inflamação, proliferação, epitelização e remodelagem. A regeneração do tecido envolve a formação de uma cicatriz e o tecido superficial não apresenta igual elasticidade ou força tênsil em relação ao tecido original. Após o fechamento da ferida a fase de remodelagem mantém-se durante 6 meses até 2 anos;
  • Terceira intenção: é uma opção quando a ferida possui grande número de microorganismos quando há perda uma perda tecidual intensa e quando o fechamento por primeira intenção implica uma intolerável tensão tecidual ou o paciente esta sobre alto risco de infecção. Nesse modelo de cicatrização, a ferida é mantida aberta, embora os tecidos subcutâneos e as fáscias musculares tenham sido suturados. Em geral, a ferida fecha dentro de 5 a 7 dias (COUTO et al., 2003).

 

Fatores que Interferem no Processo de Cicatrização

Diversos fatores podem atrasar ou impedir a cicatrização; fatores locais são os que incidem diretamente na ferida, enquanto os fatores sistêmicos ocorrem de forma disseminada no corpo (HESS, 2002).

Os fatores locais que impedem a cicatrização de feridas incluem pressão, ambiente seco, trauma, edema, infecção, necrose e incontinência:

  • Pressão: quando um local de ferida sofre uma pressão excissiva ou continua, a irrigação sangüínea da rede capilar pode ser prejudicada, atrapalhando o fluxo de sangue para os tecidos circundantes e retardando a cicatrização;
  • Ambiente seco: as feridas se cicatrização 3 a 5 vezes mais rapidamente e com menos dor em ambiente úmido do que em ambiente seco. Geralmente, em um ambiente seco, as células se se desidratam no local da ferida e morrem. E isso gera formação de uma crosta sobre a ferida, que impedem a cicatrização. Manter uma ferida hidratada com curativos que retém umidade potencializa a migração celular e estimula a epitelização;
  • Traumatismo e edema: as feridas se cicatrizam lentamente ou, às vezes e nem cicatrizam, quando são repetidamente traumatizadas ou primava de irrigação sangüínea local, por edema. O edema interfere o transporte de oxigênio e na nutrição celular da ferida;
  • Infecção: uma infecção sistêmica ou local pode retardar ou prejudicar a cicatrização. A presença de infecção é evidenciada por drenagem purulenta ou exsudato, tumoração, eritema ou febre indica a necessidade de realizar uma cultura bacteriológica da ferida. Quando uma úlcera de pressão ou uma ferida em toda a extensão da pele atinge o osso e não se cicatrizam os pacientes podem ser avaliados quando há presença de osteomielite;
  • Necrose: o tecido morto e desvitalizado (necrótico) pode prejudicar a cicatrização. Dois tipos de tecido necrótico podem surgir no local da ferida: descamação e escara. A descamação é um tecido necrótico hidratado, em camadas, tipicamente amarelo. A escara tem aspecto de um tecido desidratado e resultam de uma alteração fibrótica e cutânea após processo destrutivo. O tecido necrótico impede o processo de cicatrização e deve ser removido para permitir a cicatrização.
  • Incontinência: A incontinência urinaria e fecal pode alterar a integridade cutânea. O cuidado adequado com a pele é fundamental para o sucesso na abordagem terapêutica à ferida (HESS, 2002).

Os fatores sistêmicos incluem idade, biótipo, doenças crônicas, doenças nutricionais, insuficiências vasculares, imunossupressão em radioterapia.

  • Idade: As feridas na população geriátrica tendem a cicatrizar mais lentamente do que em pacientes jovens, e em tipo de cicatrização também podem ser comprometidas. Ao longo do tempo, os pacientes idosos podem apresentar deficiência nutricional, comprometimento imunológico, circulatório e respiratório, além de problemas de hidratação. Tais fatores podem aumentar o risco de lesão na pele e retardar a cicatrização de feridas.
  • Condições nutricionais: A cicatrização de feridas exige uma avaliação nutricional permanente, pois a aparência do paciente e da ferida não são indicadores confiáveis de que ele esteja uma quantidade adequada de nutrientes.
  • Insuficiências vasculares: Feridas ou úlceras diversas, como úlceras arteriais, venosas, diabéticas e de pressão, podem afetar os membros inferiores. Irrigação sanguínea insuficiente e pressão são causas comuns dessas úlceras. A seleção apropriada de terapias tópicas e de suporte depende da identificação adequada do tipo de úlcera.
  • Imunossupressão e Radioterapia: A supressão do sistema imunológico por doença ou medicação pode retardar a cicatrização de feridas. A radioterapia pode causar ulcerações ou alterações na pele imediatamente após ou algum tempo depois de concluir o tratamento (HESS, 2002).

Feridas

 

Hess (2002) salienta que para o sucesso da cicatrização da ferida depende do cuidado de cada etapa do tratamento, que inclui avaliação critica planejamento, implementação, evolução e registro. As responsabilidades do profissional de saúde incluem avaliar a pele, a ferida e os curativos do paciente; planejar o tratamento da ferida; selecionar e trocar curativos; e prevenir infecção durante o procedimento.

As intervenções clínicas variam segundo: as condições da pele em torno da ferida; o fato de ferida ser aguda ou crônica; a quantidade de exsudato; a presença ou ausência de necrose; a resposta da ferida ao curativo realizado; o fato de a ferida esta ou não infectada; o grau de limpeza e preenchimento necessário com compressas; a natureza dos curativos; e a forma como a drenagem é controlada (HESS, 2002).

 

Úlceras por Pressão

Hess (2002), afirma que as úlceras por pressão, que correspondem a focos localizados de necrose celular, são mais comuns em áreas onde há comprometimento da circulação secundário a compressão. Elas podem ser superficiais, causadas por irritação cutânea local com subseqüente maceração da superfície, ou profundas, originadas nos tecidos subjacentes.

Ainda sobre a mesma autora, as maiorias das úlceras de pressão desenvolvem-se quando o tecido mole é comprimido entre uma proeminência óssea (como sacro) e uma superfície externa (como colchão ou assento de cadeira) por um longo período. A pressão aplicada com grande intensidade durante um curto período ou com menos intensidade durante um período mais longo, diminui a irrigação sangüínea para a rede capilar, prejudicando o fluxo sangüíneo para os tecidos circundantes e privando os tecidos de oxigênio e nutrientes. Isso gera isquemia local e hipoxia, edema, inflamação e, em ultima instância, morte celular. O resultado é uma ulcera de pressão, também conhecida como escara, ulcera de decúbito ou ferida de pressão.

O cisalhamento, que separa a pele dos tecidos subjacentes, e a fricção, que implica abrasão da camada superior da pele, também contribui para o desenvolvimento de úlcera de pressão. Os fatores sistêmicos que concorrem para as úlceras de pressão incluem infecção, desnutrição, edema, obesidade, emagrecimento, trauma multissistêmico e determinados transtornos circulatórios e endócrinos (HESS, 2002).

As escalas de avaliação são os instrumentos mais usados pelos clínicos pra avaliar e identificar risco potencial de úlcera de pressão em pacientes. Os instrumentos de aferição de risco incluem as escalas de Norton, Braden, Gosnell e Waterlow, sendo a de Braden a mais amplamente empregada. Cada escala contém distintos parâmetros numéricos e relacionados com os pacientes, que os clínicos utilizam para identificar os fatores mais associados à formação de úlcera de pressão. Alguns dos parâmetros comuns nessas escalas são: condições físicas gerais, função mental, atividade, mobilidade, incontinência e condições nutricionais. O “ponto de corte” numérico, que sinaliza o inicio do risco de formação de úlceras de pressão, é peculiar a cada escala (HESS, 2002).

Para registrar os estágios das úlceras de pressão, reforça Hess (2002), que o profissional deve ter familiaridade com o vocabulário necessário a uma descrição e mensuração precisa. Esses estágios são divididos em quatro:

  • Estágio 1: é uma   alteração observada   relacionada com   pressão  na  pele  integra, cujos indicadores comparativos à área adjacente ou oposta do corpo podem incluir mudanças em um ou mais das seguintes condições: temperatura da pele( aquecimento ou resfriamento), consistência tecidual( sensação de firmeza ou amolecimento) ou sensibilidade( dor, prurido).A úlcera de manifesta com uma área definida de hiperemia persistente na pele pouco pigmentada, ao passo que, em peles mais escuras, a úlcera pode manifestar-se como tonalidades persistente de vermelho, azul ou púrpura.
  • Estágio 2: Perda  cutânea  de espessura parcial envolvendo epiderme ou derme. A úlcera é superficial e manifesta-se clinicamente por abrasão, bolha ou cratera rasa.
  • Estágio 3: Perda  cutânea  de   espessura   total   envolvendo  lesão  ou  necrose  do  tecido subcutâneo, que se pode estender até a fáscia subjacente, sem atravessá-la. A úlcera manifesta-se clinicamente como uma cratera profunda, com ou sem comprometimento subjacente do tecido adjacente.
  • Estágio 4: Perda cutânea de espessura total com desnutrição extensa, necrose tecidual ou lesão muscular, óssea ou das estruturas de suporte (p. ex., tendão ou cápsula articular). A formação de túneis ou de tratos fistulosos também pode estar associada a úlceras de pressão em estágio 4.

O sucesso do controle da úlcera de pressão exige uma abordagem abrangente, que inclui percepção do alivio da pressão, da restauração da circulação, controle da ferida e minimização dos transtornos correlatos. Para ajudar a compreender a avaliação e os cuidados contínuos necessários, existem algoritmos que mapeiam claramente a seqüência de uma ação (HESS, 2002).

Garantir cuidados com a pele, nutrição e mobilidade adequados (para aliviar a pressão e promover a circulação) ajuda a prevenir a ocorrência de úlceras de pressão, às vezes possibilita revertê-las, quando no estágio 1, e controlar as mais profundas (HESS, 2002).

Hess (2002), para não ocorrer às úlceras de pressão é necessário obter um programa de intervenção precoce personalizado para cada paciente de risco é um componente necessário do plano de cuidados do paciente. Os componentes dessa etapa são esboçados pela Agency for Health Care Research Quality e incluem: identificação de indivíduos sob risco, que necessitem de intervenções preventivas, e dos fatores específicos que os deixam em situação de risco, manutenção e melhora da tolerância tecidual, proteção contra efeitos adversos de forças mecânicas externas, inclusive pressão, cissamento e fricção, redução da incidência de úlceras de pressão mediante programas de orientação.

As úlceras por pressão tendem a surgir em pacientes que sofrem compressão persistente sobre proeminências ósseas. Pacientes que passam a maior parte do tempo no leito, ou em outro local em posição sentada (como cadeira de roda), sem redistribuir adequadamente o peso corporal, são de maior risco. Os riscos aumentam co-fatores, como paralisia parcial ou total desnutrição. Para prevenir as úlceras de pressão e viabilizar desfechos positivos, uma equipe multiprofissional deve elaborar e implementar um programa abrangente. Os membros da equipe podem incluir os seguintes especialistas: médico responsável, enfermeiro, fisioterapeuta e nutricionista (HESS, 2002).

Um programa de prevenção de úlceras por pressão oferece diretrizes para identificar pacientes sob risco e minimizar os fatores de risco. A partir dessas diretrizes, podem ser estabelecidos os planos de cuidado (HESS, 2002).

É muito importante o enfermeiro identificar os fatores de risco para úlceras de pressão. Tal habilidade facilita a prevenção das úlceras e proporcionam a contenção dos custos de cuidado de saúde. Muitas escalas ou instrumentos de avaliação de risco podem ser eficientes na identificação precoce de pacientes em risco de desenvolvimento de úlceras de pressão. Entretanto, tanto a Escala de Braden como a Escala de Norton, preconizadas como instrumentos para auxiliarem os enfermeiros na discussão clinica quanto aos riscos dos pacientes desenvolveram a úlcera de pressão, consideram somente a capacidade de ingestão alimentar no momento da observação, o que sugere a necessidade de pesquisas para identificação de outros parâmetros de avaliação a serem utilizados na prática da enfermagem (CASTILHO; CALIRI, 2005).

Com o desenvolvimento dos estudos e da tecnologia, as evidências cientificas mostram que o desenvolvimento da úlcera por pressão não é responsabilidade apenas da equipe de enfermagem, devido aos fatores múltiplos relacionados com a sua ocorrência. Visando melhorar compreensão do problema, a comunidade cientifica internacional avança em suas pesquisas, salientando a importância de ações multidisciplinares (RABEH; CALIRI, 2003).

Segundo Hess (2002), os cuidados de Enfermagem são essenciais para prevenir a destruição da pele. Para manter e melhorar a tolerância dos tecidos à pressão. Por essa necessidade estão indicadas as seguintes intervenções:

  • Inspecione de forma sistemática a pele pelo menos uma vez ao dia, prestando atenção especial às áreas sobre proeminências ósseas.
  • Limpe a pele a intervalos freqüentes com água morna e um produto de limpeza neutro; em seguida, aplique hidratante e um creme de barreira. Ao tocar a pele, faça-o da forma mais delicada possível. Evite massagens sobre as proeminências ósseas, pois podem lesar os capilares.
  • Minimize a exposição da pele à umidade gerada por incontinência, perspiração ou drenagem de feridas. Se o paciente tiver incontinência, limpe a pele após cada evacuação ou diurese. Quando as fontes de umidade não puderem ser controladas, use proteções sobre a roupa de cama ou revestimentos feitos de materiais que absorvam a umidade e atuem como superfícies de secagem rápida para a pele.
  • Esteja atento aos fatores ambientais, como baixa umidade (inferior a 40%) e baixa temperatura, que podem gerar ressecamento cutâneo.
    • Realize mudanças de posições pelo menos a cada 2 horas, para minimizar a lesão cutânea causada por fricção e forças de cisalhamento. Para reduzir as lesões por fricção, utilize lubrificantes (como amido de milho e cremes), revestimentos protetores (como filmes transparentes e selantes cutâneos), curativos protetores (como hidrocolóides) e acolchoamentos de proteção (HESS, 2002).

METODOLOGIA

 

Trata-se de um estudo qualitativo de caráter exploratório que de acordo com Gil (2007) “tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explicito ou a constituir hipóteses”.

Também de cunho bibliográfico que, segundo Nascimento (2005), proporciona aquisição de conhecimentos a partir do emprego predominante de informações advindo de material gráfico sonoro e informatizado. Permitindo descrever os diversificados conhecimentos produzidos relacionados à prevenção de úlcera de pressão. Através de sites, livros, artigos que condizem com o tema em questão.

Para a intervenção, será realizada uma palestra no auditório da Unidade Hospitalar, com data e hora de acordo com o cronograma da instituição, publico alvo  para todos os funcionários dos setores com índice elevados de internamento por um longo período como clinica cirúrgica e medica. Serão utilizados panfletos, recurso áudio visual, para facilitar a compreensão do tema e a importância da equipe multidisciplinar na prevenção dos pacientes hospitalizados.

RESULTADOS ESPERADOS

 

Diante do que foi proposto, é necessário que o profissional de saúde tenha conhecimento cientifico para uma melhor atuação na prevenção e tratamento da úlcera de pressão, a fim de proporcionar melhorias da qualidade de assistência, principalmente quando o público se torna cada vez mais exigente em relação aos resultados de suas ações, sendo assim o enfermeiro necessita de conhecimentos e habilidades para que o cuidado de enfermagem seja cada vez seguro e eficiente.

Por se tratar de um tema relevante pela a importância da equipe de enfermagem como um todo perante a prevenção da úlcera de pressão, principalmente como relatado devido à imobilização da maioria dos pacientes em decorrência de fraturas a figura da equipe bem preparada erradica futuros surgimentos das úlceras de pressão devido ao alto preparo prático e cientifico.

Diante disso, o nosso estudo ressalta em reconhecer o papel e a contribuição da Equipe de Enfermagem frente à prevenção de úlcera de pressão em pacientes internados nas clinicas cirúrgica e medica. Observando que o enfermeiro possui um papel também de planejar a assistência apropriada à necessidade de cada paciente, onde caberá o enfermeiro desenvolver seu trabalho juntamente com uma equipe multidisciplinar, onde cada membro colabora com conhecimento, para prestar um atendimento de forma integral aos pacientes.

CONCLUSÃO

              Diante dos pressupostos, conclui-se, que os cuidados de enfermagem prestados na prevenção e no cuidado de úlceras por pressão dos pacientes internados em clínicas hospitalares por longos períodos. Deve ser elaborado e aplicação de protocolos de avaliação do risco em desenvolver úlceras de pressão, e de protocolos de atuação terapêutica, na adesão no tratamento preventivo e no tratamento, permitindo uma melhoria da sobrevida, da qualidade de vida dos doentes e seus cuidadores, permitindo aperfeiçoar os cuidados, atuado preventivamente, procurando contribuir e somar esforços para a melhoria da assistência de enfermagem. Onde o papel e contribuição da Equipe de Enfermagem e comissão de feridas frente à prevenção de úlcera por pressão em pacientes internados possam ser positivos.

 

 

 

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

 

CASTILHO; et al., Úlceras de Pressão e Estado Nutricional: Revisão da Literatura. São Paulo: Revista Paulista de Enfermagem. Vol. 58, n° 5, Setembro/Outubro, 2005.

COUTO R. C; et al., Infecção Hospitalar e Outras Complicações Não-infecciosas da Doença. 3° ed., Minas Gerais: MEDSI, 2003.

GIL A. M; Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007.

HESS T. C; Tratamento de Feridas e Úlceras. 4°ed., Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2002.

MARTINS M. A; Manual de Infecção Hospitalar: Epidemiologia, Prevenção e Controle. 2° ed., Minas Gerais: MEDSI, 2001.

MORAIS G. F. C; et al., Avaliação de Feridas pelos Enfermeiros de Instituições Hospitalares da Rede Pública. Santa Catarina: Texto & Contexto Enfermagem. Vol. 17, n° 01, Janeiro/ março, 2008.

NASCIMENTO D. M; Metodologia do trabalho científico: teoria e prática. Rio de Janeiro-RJ, 2002.

RABEH S. A. N; CALIRI M. H. L; Úlceras de Pressão: Estratégias para a Divulgação do Conhecimento na Literatura de Enfermagem. São Paulo: Revista Paulista de Enfermagem. Vol. 22, n° 3, Setembro/Outubro, 2003.