Qual o conhecimento que temos das coisas? Será que os argumentos dos antigos referente a metafísica era correto? Podemos realmente conhecer alguma coisa referente a Deus? Esse mundo espiritual do qual falam os religiosos merece credibilidade? A tal revelação da qual o homem é agraciado será verdadeira ou tudo não passam de fé desvirtuada da racionalidade? As provas da existência de Deus da qual defendiam os filósofos metafísicos, de fato será que provam alguma coisa? Em fim, da pra se conhecer alguma coisa fora de nossa realidade sem incorrer no erro do equivoco do engano?.

Todo o conhecimento que temos das coisas, nos foi transmitido pelo experimento da experiência. Tomemos como base uma criança, quando ela vem ao mundo ela não sabe de nada, sua mente estar vazia. Segundo a psicologia, ela tem os primeiros conhecimentos ainda dentro do ventre da mãe, se isso é verdade eu não sei, só estranho o fato de não me lembrar de nada quando estava no ventre de mina mãe, e se isso é conhecimento, para mim de nada serve. O conhecimento que a criança tem, vem por meio do contato com as coisas, ela usa os sentidos para apreender o conhecimento, de modo que se uma criança for sega de nascença jamais saberá descrever as cores, um surdo de nascença jamais saberá algo referente aos sons. O corpo humano é dotado de órgãos justamente para essa finalidade, pois o conhecimento se dar por meio do contato dos órgãos com as coisas.

Não temos conhecimentos inatos, dos quais acreditam alguns filósofos. O que temos de inato é a capacidade de acreditar, já o objeto da crença é transmitido por meio da experiência ou por explorar essa capacidade que o homem tem de crer ou de ter fé. Dito isso, todo conhecimento que o homem tem das doutrinas religiosas não passam de conceitos, nem a moralidade não é inata, nem muito menos universal, ela é a pena ensinada da forma mais brutal com que um homem possa ensinar uma pessoa, pois explora a quilo que ele tem de inato que é a capacidade de acreditar. Ninguém vem a esse mundo com conhecimento algum, todo o conhecimento que temos nos foi enfiado de goela a baixo pela sociedade que já estava constituída.

Mais uma prova de que não temos conhecimento inato consiste na observação que; por  mais inteligente que um homem seja, ele jamais será capaz de formar uma ideia nova na mente, sem que antes não há tenha apreendido pelos sentidos. Tente imaginar  um gosto nunca antes experimentado pelo paladar, ou fazer uma ideia de um perfume cujo o odor nunca antes tenha sentido. Estou certo que, supor algo impresso na mente, sem que eu o perceba, me parece pouco inteligível. Portanto eu só posso conhecer com certeza, a quilo que é experimentado. Qual quer coisa que um homem possa conhecer, essa consiste na conexão de ideias apreendida pela experiência. O que podemos afirmar com certeza como realidade é o mundo empírico a nossa volta. E para aqueles que replicam dizendo que os sentidos nos enganam, afirmo que os sentidos não nos enganam, eles apenas nos apresentam os fenômenos da forma como tais fenômenos se mostram a eles. Portanto se vemos uma pessoa com uma caneta na mão e ela balança essa caneta de modo que a vemos mole como se ela estivesse derretendo, não estamos sendo enganados por essa impressão, a penas estamos vendo o fenômeno como ele estar se mostrando naquele momento, e o que os olhos estão vendo naquela hora é verdadeiro. Dizer que estou sendo enganado pelos sentidos, isso seria uma inverdade, porque eu posso fazer essa experiência já sabendo de antemão que a caneta na verdade não estar mole, mesmo não sendo verdade que a caneta estava mole, com tudo foi aparentemente mole que ela se mostrou pra mim.

Todo conhecimento que temos deve ser acompanhado da experiência, pois os sentidos se apropriam deste artifício para formar conhecimento. É racional não se apoiar única e exclusivamente na razão, baseado na razão poderíamos afirmar que todo móvel ao se deslocar de um ponto A ao ponto B teria que passar pelo ponto C e que do ponto A ao ponto C teria que passar pelo ponto D.

A.....................D...........................C..........................................B

Di modo que se imaginarmos isso sucessivamente concluiremos pela razão que na realidade não há movimento, o que seria um equívoco. Pois as coisas estão constantemente em mudança. Segundo Heráclito, Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou. Assim, tudo é regido pela dialética, a tensão e o revezamento dos opostos. Portanto, o real é sempre fruto da mudança, ou seja, do combate entre os contrários.

Com relação a Deus eu posso perfeitamente concluir que se eu existo, logo deve existir um ser que seja a causa de minha existência. Porque nada é autossuficiente, ou ninguém veio do nada, o nada não pode produzir alguma coisa. Contudo esse argumento ainda não me prova a existência de Deus, pois Deus não estar na esfera da impiria, este argumento estar mais na esfera da fé, ou necessita da fé pra se ter consistência. Não é possível conhecermos  Deus, nem muito menos prova-lo. O Maximo que podemos fazer é crer que ele existe.

O mundo espiritual é criado a partir dos textos bíblicos, que já por sua vez foram influenciados pelas culturas do oriente médio. Mais uma vez não temos como provar nada referente ao mundo espiritual, a não ser por meio da fé. Eis ai a dificuldade de se estabelecer um argumento com base na racionalidade, já que não da para comprovar o mundo espiritual por meios empíricos. A sua existência é apenas uma hipótese, que se estende ao campo da especulação, mas com tudo isso dito é valido dizer que eu posso intuir o mundo espiritual.

Autor do texto: Francisco Sérgio Cavalcante da silva

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