Estamos vivendo verdadeiramente ou apenas existindo? 


Em um mundo repleto de alabastro, onde a monotonia nos envolve como um manto opaco, surge a ambrosia como um raio de luz celestial. Ela nos chama para saborear as delícias da existência, despertando nossos sentidos para o banquete infinito que a vida oferece. No entanto, como um anátema que assombra nossa jornada, muitas vezes nos perdemos nos caminhos tortuosos da inércia e do conformismo. Benfazeja, álibi, sorrateira se encontra a vida estacionada num viver a sua vida que você mesmo o deixou aos ventos fortes das beiras das estradas. A vida, porventura, está refreada pela nossa falta de viver com intensidade?

Ah, a Andaluzia! Terra de paixões e melodias vibrantes. Como antolhos que limitam nossa visão, a rotina nos aprisiona, impedindo-nos de apreciar a beleza desse mágico cenário. Precisamos nos libertar das amarras do cotidiano, alçar voo em busca da apoteose da experiência humana.

Assim como os arabescos adornam uma tapeçaria, nossas vidas são entrelaçadas em um intricado emaranhado de momentos e escolhas. A arquiduquesa de nosso destino está nas mãos de cada um de nós, e é por meio de nossa própria astúcia que moldamos o futuro. A astrofísica cósmica dos sonhos é o combustível para nossa jornada.

Mas, em nossa busca por ataraxia, a tranquilidade elusiva que tanto desejamos, devemos nos perguntar: estamos vivendo verdadeiramente ou apenas existindo? A beatitude não se encontra no silêncio dos conformados, mas na ousadia dos que enfrentam o desconhecido com coragem e curiosidade.

Quantos se perdem nas teias beligerantes da besta-fera chamada rotina! Vivemos como bugios em uma floresta de possibilidades, limitados pelo medo e pela inércia. No entanto, cada cadência da vida nos convida a dançar em harmonia com o universo, a explorar o caleidoscópio de experiências que nos aguarda.

Enquanto a carmim mancha nossos lábios, a carantonha de nossos rostos revela as marcas de uma existência clandestina. Somos prisioneiros de nossas próprias concupiscências, escravos da busca incessante por prazeres efêmeros. A cornucópia da vida transborda de momentos preciosos, mas muitas vezes deixamos escapar entre os dedos por nossa própria decrepitude.

E assim, entre delírios e deslumbramentos, nos perdemos em devaneios que nos afastam da essência da vida. É urgente desvanecer a névoa que nos cega, reencontrar a claridade da lucidez e desvendar a verdade que se esconde sob as camadas do engano. Como um ditirambo em meio ao caos, precisamos encontrar nosso eu eclético, abraçar nossa efígie interior.

A efervescência da existência está nas pequenas epifanias, nas descobertas que iluminam nossa jornada. Neste vasto e elíptico universo de possibilidades, somos navegantes em busca de um porto seguro, desafiando os embustes da vida com a bússola da sabedoria.

Enquanto o mundo se desenrola em um teatro cheio de acontecimentos, nós somos os protagonistas de nossa própria história. Não somos meros espectadores, mas sim os manipuladores habilidosos dos fios que conduzem o espetáculo.

No entanto, cuidado com o estopim que pode acender o fogo da ilusão. A vida não é um mero fantoche em nossas mãos, mas sim uma dança delicada entre o destino e nossa vontade. Como um farnel repleto de surpresas, a existência nos oferece um banquete de experiências, e cabe a nós saboreá-lo com sabedoria.

Em nossa jornada, nos deparamos com a fidalguia dos momentos fugazes, aqueles instantes que se dissipam como o vento. Eles são tesouros efêmeros que devem ser apreciados com gratidão, pois são eles que nos permitem saborear a fragrância das rosas em plena eflorescência.

Mas, oh, que fragor nos envolve! Somos bombardeados por vozes dissonantes, pelas discordâncias que nos cercam. O mundo é um funâmbulo que caminha na corda bamba entre o caos e a harmonia, e nós, seres humanos, somos o fio tênue que busca o equilíbrio.

Em meio às sombras do desconhecido, somos impelidos a explorar o terreno furtivo da vida. Como gitanos errantes, buscamos nossa própria identidade, nossa idiossincrasia singular. É no confronto com o ignoto que encontramos o verdadeiro sentido de nossa existência.

Diante das adversidades, precisamos ser impávidos, inabaláveis em nossa busca pela verdade e pelo significado. Não podemos permitir que a incongruência do mundo nos enfraqueça. Devemos ser os arquitetos de nossa própria intrincada jornada, traçando caminhos inusitados e iridescentes.

Como um lápis-lazúli que colore o firmamento, cada um de nós carrega um brilho latente, uma centelha divina que nos impulsiona a criar, a transformar o mundo ao nosso redor. Não sejamos lobisomens enclausurados em nossas próprias limitações, mas sim seres livres que desbravam os horizontes de Luanda à busca de novos horizontes.

Em meio às tempestades da vida, enfrentamos desafios como a lues que corrói nossa alma. No entanto, em nossa jornada, encontramos guias, esses lugares-tenentes que nos iluminam o caminho e nos mostram que, mesmo nas horas mais sombrias, há esperança.

Ah, Madeleine, doçura que embala nossos sonhos! Como um maninho que nos conduz, ela nos leva ao refúgio seguro da mansarda da serenidade. É lá que encontramos a mansuetude necessária para prosseguir, para enfrentar as tormentas com coragem e resiliência.

Na busca pela sabedoria, mergulhamos na melíflua corrente do conhecimento, absorvendo as lições da natureza como nenúfares que flutuam sobre as águas. A cada instante, a cada inspiração, nos tornamos mais completos, mais conectados com a essência do universo.

E assim, entre os giros da existência, descobrimos que a nonada, aparentemente insignificante, é a centelha que acende a chama da transformação. Nas entrelinhas da vida, encontramos a sabedoria oculta, aquela que se revela nos pequenos detalhes, nos momentos aparentemente triviais.

Em nosso percurso, somos confrontados com a dualidade inerente à nossa condição humana. Oscilamos entre a luz e a escuridão, entre a razão e a emoção, entre a força e a fragilidade. Mas é justamente nessa dança entre opostos que encontramos nossa verdadeira essência.

A vida, essa teia intricada de experiências, nos convida a desvendar seus enigmas, a desvendar os mistérios que nos cercam. Cada passo é uma escolha, cada escolha é uma chance de desvendar o véu que encobre nossa compreensão.

Enquanto caminhamos por esse caminho tortuoso, descobrimos a importância da lacônica sabedoria, da simplicidade que permeia as grandes verdades. Nem sempre é necessário proferir palavras eloquentes para transmitir uma mensagem profunda. Às vezes, o silêncio é eloquente por si só.

No entanto, não devemos confundir a lacônica sabedoria com a apatia ou a indiferença. A busca pelo conhecimento e pela verdade é imprescindível para a evolução da humanidade. Devemos ser curiosos e inquisitivos, explorando os recantos mais profundos do universo e de nossa própria alma.

Nessa busca incessante, encontramos tesouros ocultos, como o lápis-lazúli que colore nossa existência com sua intensidade e beleza. Ele nos lembra da importância da expressão criativa, da arte que transcende fronteiras e nos conecta uns aos outros.

Em meio às incertezas e turbulências da jornada, percebemos que há algo latente dentro de nós, uma força indomável que nos impulsiona a seguir em frente. Essa força reside na resiliência do espírito humano, na capacidade de nos levantarmos após cada queda e continuarmos a buscar nosso propósito.

Por vezes, nos sentimos como funâmbulos em um circo da vida, equilibrando-nos entre a ordem e o caos. Mas é justamente nessa dança equilibrada que encontramos a verdadeira essência da existência, no equilíbrio entre o esforço e a entrega, entre a disciplina e a liberdade.

Então, caro leitor, diante da vastidão do universo e da efemeridade da vida, convido-o a contemplar cada momento com olhos deslumbrados. Descubra a magia no comum, a beleza no efêmero, a sabedoria nas entrelinhas. Deixe-se levar pelos arroubos da emoção e pela serenidade da reflexão, pois é nesse encontro de opostos que encontramos a verdadeira essência da existência.


Padre Joacir d’Abadia, Filósofo, autor de 16 livros, Especialista em Docência do Ensino Superior, Bacharel em Filosofia e Teologia, Licenciando em Filosofia, Professor de Filosofia Prática. Acadêmico: ALANEG, ALBPLGO, AlLAP, FEBACLA e da "Casa do Poeta Brasileiro -  Seção Formosa-GO"_ Contato: (61) 9 9931-5433 | Segue lá no Instagram: https://www.instagram.com/padrejoacirdabadia/