Após uma constante e dedicada pesquisa a respeito da sexualidade humana, percebi que muito pouco foi publicado a respeito do assunto. Mas o que me levou a escrever essa série de textos a respeito do assunto foi os constantes convites para palestrar a respeito da sexualidade. Este dois motivos me preocuparam muito, e por conseguinte me fizeram estar gastando o tempo de minhas férias para transformar em texto científico as minhas preciosas anotações sobre o tema.

Meu objetivo é apresentar um texto que não esgote o assunto, já que seria muita pretensão de minhas parte querer esgotar um assunto que por sua vez é tão espinhoso e complicado de ser abordado. Mas quero com minhas palavras dar luz ao meu leitor, de forma que o conduza a uma abordagem adequada sobre a sexualidade que contemple ao mesmo tempo a individualidade das pessoas, as pessoas e a sociedade e por fim, os múltiplos relacionamentos que vão se manifestado dentro da história de cada um. O que quero com este texto é levar os meus leitores a uma educação para o amor, que o leve a uma adequada compreensão sobre o assunto "sexualidade".

A sexualidade sempre foi presença constante ao longo da história humana. Percebemos esse movimento acontecendo dentro da literatura, das lendas, das artes, das comunicações e da própria religião na sua atual configuração. Porém, o grande desafio é chegar à porta dos mistérios que envolvem a sexualidade humana. Por isso, achei por bem utilizar duas chaves de leitura para a confecção deste texto. A primeira chave é a mitologia que movimenta-se dentro do campo da intuição e a segunda chave é a mistica que por sua vez está ligada ao campo da religião. Acredito que a abordagem que será feita através destas duas chaves de leitura será o suficiente não para esgotar o tema, mas como foi dito logo acima, dar luz ao meu leitor à respeito deste assunto "a sexualidade".

Um excelente livro a respeito da sexualidade é a obra de Antônio Moser, intitulada "O enigma da esfinge ? a sexualidade. Nesta obra, Antônio Moser apresenta um dado importante:

Pela desafiante complexidade que a caracteriza, poucas imagens retratam melhor a sexualidade humana do que a da esfinge. Apesar de todas as buscas nos mais diversos ramos do saber e do crer, apesar da banalização que a cerca ? mormente em períodos de decadência ? a sexualidade continua interrogando os seres humanos e se constitui num dos mistérios mais fascinantes e ao mesmo tempo e enigmáticos. De alguma forma pode-se dizer que ela é uma expressão viva dos mistério que envolve nosso existir. Assim compreendem-se os esforços sempre renovados dos seres humanos para penetrar nos seus segredos e administrar esta força, originariamente selvagem. Qual santuário guardado a sete chaves, ela se manifesta tanto mais desafiante quanto mais julgamos estar próximos de desvendar seus segredos. (MOSER, 2001: 8)

Não é atoa que muito se fala de sexualidade. Inclusive é comum publicar dados que fogem do campo científico, isto é, dados que estão mais enquadrados dentro do campo da superficialidade do "eu acho que é assim..." É evidente que não trago à tona neste texto uma busca pela racionalidade da sexualidade, mas o que chamo a atenção sobre o assunto é a questão do sentido da sexualidade. Então, o que colocamos em jogo aqui neste texto é nada mais e nada menos que uma questão antropológica, isto é, buscamos o sentido da sexualidade propriamente dito. Isto seria um primeiro capítulo a ser publicado.

Segundo Moser (2001: 9): "O corpo humano é mais do que um corpo animal. É toda a corporeidade que deve ser levada em consideração. E a corporeidade remete para uma pessoa, interligada a outras pessoas e outros seres". (MOSER, 2001, 9)
É exatamente por isso que não podemos nos contentar simplesmente com as interpretações que a biologia já nos levou e que nos levará a concluir sobre o tema. É fundamental compreender que falar de sexualidade é falar consequentemente de sociedade. É dentro deste aspecto que gostaria de tocar em temas que nem sempre são divulgados e como esses temas se associam às ideologias que se difundem tão rapidamente na sociedade. Quero dedicar um segundo capítulo a esse assunto.

Mas o ser humano não é simplesmente corpo social. A sexualidade também se expressa dentro do que poderíamos chamar de corpo espiritual, pois o que configura a corporeidade do indivíduo é a alma. É dentro deste campo que tocaremos em assuntos como afetividade, sentimentos, capacidade de amar e de odiar. É na perspectiva do amor que compreendemos o sentido da sexualidade.

Faço votos que estes textos sirvam como luz para iluminar a cabeça de muita gente por ai. E que acima de tudo, essa iluminação sirva para uma melhor compreensão de si mesmo, e usando de honestidade consigo mesmo, o meu leitor consiga identificar suas fraquezas e suas potencialidades. Mas acima de tudo, que o meu leitor tenha luz para neste caminho do seu auto-conhecer, para estabelecer caminhos de superação que o leve à felicidade.

BIBLIOGRAFIA

MOSER, Antônio. O enigma da esfinge a sexualidade. Petrópolis: Vozes, 2001. 287 p.