Psicologa Juliana Vieira

Ser ou não ser assertivo: eis a questão

No nosso dia-a-dia estamos sempre lidando com diferentes situações, situações estas que às vezes faz com que nós nos comportemos tomando uma atitude de enfrentamento ou até mesmo de nos esquivar. Mas como agir da maneira correta? Como saber quando é a melhor forma de falar? Como expressarei os meus sentimentos sem ser agressiva? Calar ou falar?

Nascemos nos relacionando com pessoas que no decorrer do nosso desenvolvimento vão nos auxiliando na discriminação das emoções que sentimos, frases do tipo: meu filho percebo que você está triste por que não foi bem na prova ou você está feliz porque ganhou no jogo de futebol. E com isto vão ajudando no nosso autoconhecimento, de saber o que estamos sentindo.

Chegamos em um impasse: será que é legal expressar os meus sentimentos para as outras pessoas? Falar é a melhor saída, pois assim estamos sinalizando para os outros o que gostamos e o que não gostamos, o que nos deixa feliz ou triste. O relacionamento se torna mais claro, poupando sofrimento. Porém como o ditado popular “toda regra tem exceção”, às vezes é melhor calar, pois as conseqüências podem ser negativas, como por exemplo, a funcionária que se esforça, realiza um bom trabalho e seu chefe grita com ela, dizendo que seu trabalho está horrível e a funcionária fica com muita raiva. Se ela for falar com a raiva que está sentindo, a melhor alternativa neste momento é ficar calada, porque se não poderá ser demitida.

Então vão algumas dicas da psicóloga:

  • Analise a situação: o que aconteceu, com quem estou interagindo, qual é a melhor maneira de contar, o momento é agora ou quando eu ou a outra pessoa estivermos mais calmas;
  • Analise a sua fala: seu tom de voz, expressão corporal, o conteúdo da fala se é agradável ou não para o ouvinte. Por que falar coisas desagradáveis, que magoam o outro? Será que não estou agindo de forma punitiva ou agressiva?;
  • Observação: além de estar atenta a sua fala, lembre-se também de estar atenta à reação da pessoa com quem você está falando, das suas reações;
  • Analise as conseqüências: tudo que eu falo tem uma conseqüência, posso ter vantagens ou desvantagens.

Lendo tudo isso até parece fácil, mas quando vamos colocar em prática sentimos um entrave, um bloqueio, como se não conseguíssemos. Então, comece devagar, com situações “pequenas”, mais fáceis, pois assim você irá vencendo as barreiras gradativamente, indo a caminho do comportamento assertivo, ao invés da passividade e agressividade.

Lembre-se: agindo de forma assertiva, aumentam as conseqüências positivas, pois estamos construindo relações mais agradáveis e prazerosas, sentindo-nos mais autoconfiantes.