Riscos Ocupacionais na Rede Hospitalar


Introdução:


Segundo Campos e Gutierrez (2005), os profissionais inseridos no grupo de trabalhadores de saúde, apresentam distúrbios orgânicos ocasionados pelo tipo de atividade que realizam no seu cotidiano, onde determinadas atividades favorecem o aparecimento de certas doenças que são características da profissão.
Devido à complexidade do serviço hospitalar seus trabalhadores estão expostos a um elevado número de riscos ocupacionais, tanto da área de atendimento aos pacientes/clientes como de todas aquelas de apoio destes serviços de atenção à saúde, que predispondo os trabalhadores à ocorrência de acidentes de variadas naturezas (SÊCCO, 2005).
Os riscos nas unidades hospitalares são decorrentes, de maneira especial, da assistência direta prestada pelos profissionais de saúde à pacientes em diversos graus de gravidade.
Esta assistência implica no manuseio de equipamentos pesados e materiais perfurantes e/ou cortantes muitas vezes contaminados por sangue e outros fluidos e quimioterápicos, no descarte de materiais contaminados no lixo hospitalar, nas relações interpessoais de trabalho e produção, no trabalho em turnos, no trabalho predominantemente feminino, nos baixos salários, na tensão emocional advinda do convívio com a dor, o sofrimento e, muitas vezes, da perda da vida, entre outros (FALEIRO & VENDRUSCOLO, 2006)
Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes no ambiente de trabalho, que, dependendo da sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição são capazes de causar danos à saúde dos trabalhadores e riscos ocupacionais todas as situações de trabalho que podem romper o equilíbrio físico, mental e social das pessoas, como os riscos ergonômicos, mecânicos/de acidentes e psicossociais (NISHIDE & BENATTI, 2004; SILVA, SANTOS E NASCIMENTO, 2008).
A preocupação com a questão da saúde dos trabalhadores hospitalares no Brasil iniciou-se na década de 70, e aumentou com o surgimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) no início dos anos 80, com o temor do pessoal da saúde de contrair a doença em acidente com material potencialmente contaminado (BENATTI, 2001; BENATTI & NISHIDE, 2000).
Inicialmente em 1974, Gomes (citado por BENATTI & NISHIDE, 2000), fez o primeiro estudo sobre a saúde ocupacional em hospital, e observou que em 1971 ocorreram 4.468 acidentes do trabalho em estabelecimentos hospitalares brasileiros. Posteriormente em 1981 Franco estudou 26 grupos ocupacionais de trabalhadores hospitalares no ano de 1977 captando queixas e doenças relacionadas com o processo de trabalho, tais como: doenças infecto-contagiosas, lombalgias, doenças alérgicas, fadigas e acidentes do trabalho.

Justificativa e Objetivo


A escolha da temática deu-se em função de que o trabalhador em saúde, demonstra preocupar-se pouco com os riscos a que está exposto ao prestar o cuidado ao paciente hospitalizado. Como observado por Oliveira & Murofuse (2001) que os trabalhadores de saúde conhecem os riscos à sua saúde de uma forma genérica. E que o conhecimento demonstrado é fruto da prática cotidiana e não oriundo da existência de um serviço de saúde ocupacional na instituição.
Temos como objetivo descrever os riscos a que estes profissionais estão expostos com base nas diversas literaturas que abordaram este tema.

Metodologia


Trata?se de uma revisão integrativa da literatura, cujos artigos selecionados para este estudo são oriundos de uma base de dados pesquisados no site Scielo e outras fontes como urisan.tche.br; ccs.uel.br. Foram usados como palavras-chaves para a busca dos dados expressões como risco ocupacional, Trabalhadores da saúde, acidente de trabalho. Foram encontradas, aproximadamente, vinte publicações referentes ao tema, sendo selecionados onze artigos científicos para serem utilizados para a realização do trabalho. Os critérios de exclusão utilizados foram: artigos publicados antes do ano 2000; artigos não relacionados diretamente ao tema.


Discussão


Até poucas décadas, o foco da atenção dos profissionais da saúde se limitava ao atendimento e ao cuidado do outro e raramente era valorizada a relação da sua própria saúde com o seu ambiente de trabalho (SILVA, 2008).
Como afirma Cavalcante (2006) "atualmente, é reconhecido que os profissionais de saúde, assim como os demais trabalhadores, estão sujeitos aos riscos gerais e específicos relacionados às atividades laborais e, portanto, expostos aos acidentes de trabalho, às doenças profissionais e às doenças do trabalho".

Riscos Biológicos


Quanto aos riscos relacionados aos agentes biológicos, maior atenção é dada a eles, analisando as recentes pesquisas e trabalhos que demonstram sua prevalência, em relação aos outros riscos ambientais, dentro dos hospitais.
A exposição a material biológico está ligada diretamente ao contato no ambiente de trabalho com sangue e outros fluidos orgânicos, a exemplo de secreções naso-faringeas, exsudato de lesões de pele, líquido cefalorraquidiano, respingo em mucosas, entre outros, os quais poderão estar contaminados com diversos patógenos (BREVIDELLI, 1997, citado por SILVA, 2008 ).
Os riscos biológicos podem ser representados por parasitas, bactérias, vírus e outros microorganismos, que podem originar doenças como leptospirose, tuberculose, hepatite b e outras.
De acordo com Silva (2008) quanto ao risco biológico nas instituições de saúde, o mesmo não está somente relacionado à interação do trabalhador com pacientes portadores de agentes infecciosos como também a materiais contaminados com fluídos biológicos. De acordo com Bolyard et al. (1998, citado por SILVA, 2008), pode-se relacionar cerca de 22 doenças passíveis de serem transmitidas por meio desta interação, sendo os patógenos veiculados pelo sangue como o vírus do HIV, da Hepatite C e Hepatite B os de maior impacto na saúde dos profissionais.
[...] o risco de transmissão do HIV para os trabalhadores da área da saúde, em conseqüência da exposição aos acidentes com agulhas, tem sido estimado em 0,3% em vários estudos, enquanto que a probabilidade de infecção pelo vírus da hepatite B pode atingir até 40% em situações em que o paciente fonte de contaminação apresente sorologia positiva ao antígeno da hepatite B. O risco da hepatite C é de 1,8%, ou, de 1% a 10%. Já a exposição a mucosas íntegras ao fluido contaminado traz o risco médio de 0,1% e a exposição de pele íntegra apresenta um risco menor de 0,1% (SÊCCO, 2005).

A preocupação com os riscos biológicos surgiu somente a partir da epidemia de HIV/AIDS nos anos 80, quando o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) introduziu as "Precauções Universais", atualmente denominadas "Precauções Padrão", enfatizando a necessidade de todos os trabalhadores da saúde, rotineiramente, usarem luvas ao entrar em contato com fluidos corporais.

Riscos Químicos


No que se refere aos riscos químicos Xelegati (2006), destaca que "substâncias químicas que podem ser inaladas, digeridas ou entrar em contato com a pele", são responsáveis por causar danos à saúde dos trabalhadores.
Circunstâncias favorecedoras desse tipo de exposição ocupacional é o uso prolongado de luvas de látex, o manuseio de detergentes e solventes, a manipulação de drogas antineoplásicas e antibióticos de última geração, a inalação de gases anestésicos, a exposição aos vapores de formaldeído e glutaraldeído e aos vapores dos gases esterilizantes, entre outros (XELEGATI, 2006).

Segundo Silva, Santos & Nascimento (2008), além do ambiente, geralmente pouco ventilado, a falta do EPI ou o não uso dele, e o fato dos profissionais não terem o treinamento necessário para proceder à limpeza, desinfecção e a esterilização ou mal empregar as precauções padrão os predispõem este risco.
Conforme pesquisa elaborada por Xelegati (2006) sobre os riscos químicos, o mesmo observou que os cinco agentes de risco químico assinalados com maior freqüência foram: antibiótico e benzina (100% cada um), iodo (98,1%), látex/talco (88,7%) e glutaraldeído (71,7%), que são freqüentemente encontrados dentro dos hospitais.
Usa-se as substâncias mais assinaladas para o tratamento medicamentoso dos pacientes (antibióticos), desengorduramento da pele (benzina), limpeza/desinfecção de materiais (glutaraldeído e hipoclorito de sódio), assepsia de pele (iodo) e proteção das mãos (luvas de látex). O álcool foi pouco mencionado (9,4%), apesar de sua freqüente utilização na prática hospitalar. Quanto aos antineoplásicos, a citação reduzida (11,3%) possivelmente deve-se à ausência de um setor específico de atendimentos aos pacientes oncológicos [...] (XELEGATI, 2006).

Os profissionais, entretanto, não registraram alterações clínicas divulgadas na literatura, demonstrando ainda insuficiente conhecimento sobre os fatores de risco ocupacional químico aos quais se encontram submetidos (XELEGATI, 2006).

Riscos Físicos


Barbosa (1989, citado por SÊCCO, 2008) discorrendo a respeito de riscos advindos do trabalho e que atingem os profissionais que atuam em unidades hospitalares, aborda os riscos físicos tais como aqueles provenientes da eletricidade, dos pisos escorregadios, ruídos, umidade, calor má iluminação radiações, ventilação inadequada.
Segundo Silva, Santos e Nascimento (2008), os riscos físicos se referem aos ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, temperaturas extremas, pressões anormais e umidades, iluminação inadequada e exposição á incêndios e choques elétricos.
Um risco físico encontrado no ambiente hospitalar, especificamente, na UTI é o de radiações ionizantes que foram mencionadas por 15 (22%) trabalhadores como outro risco existente no ambiente de trabalho, mencionado por Nishide & Benatte(2004). Elas são emitidas pelo aparelho de raios-X, sendo que em uma UTI a exposição é diária e periódica, porém não contínua. Os exames radiológicos são realizados no leito para avaliação de tórax, localização de cateteres, fraturas e arteriografias.
Como medidas de precauções as condições térmicas do local de trabalho devem proporcionar conforto aos trabalhadores, com temperatura mantida entre 24 e 26ºC, estável e igual em todos os compartimentos, evitando deslocamento de ar excessivo e conservando a umidade relativa em níveis de 40 a 60% (NISHIDE & BENATTE, 2004),
Giampaoli (1985, citado BENATTI & NISCHIDE 2000), constatou que a iluminação adequada no local de trabalho proporciona um ambiente agradável e diminui as possibilidades de acidentes.

Riscos Ergonômicos


A ergonomia é o estudo científico da relação entre o homem e seu ambiente de trabalho. Nesse sentido, o termo ambiente abrange não apenas o meio propriamente dito em que o homem trabalha, mas também os instrumentos, os métodos e a organização deste trabalho.
Segundo Silva, Santos e Nascimento (2008) os riscos ergonômicos compreendem o local inadequado de trabalho, levantamento e transporte de pesos, postura inadequada, erro de concepção de rotinas e serviços, mobiliário, entre outros fatores.
Atualmente, sabe-se que os riscos ergonômicos estão relacionados à sobrecarga nas estruturas músculo-esqueléticas devido à esforços físicos intensos, levantamento e transporte manual de peso, exigência de posturas inadequadas, repetitividade, entre outros.
Segundo Gallasch e Alexandre (2003) existem inúmeros fatores que interferem na execução dos procedimentos de movimentação e transporte de pacientes, destacando-se o reduzido espaço físico, o número insuficiente de profissionais, a presença de equipamentos inadequados, como camas sem travas nas rodas, macas e cadeiras de rodas sem manutenção, a falta de materiais auxiliares, entre outros.
Muitas vezes a estrutura física da instituição hospitalar é inadequada: salas apertadas, corredores estreitos, rampas íngremes, escadas, salas que deviam estar acopladas uma à outra, distantes entre si, ausência de boa iluminação, ventilação, janelas, local ao ar livre (para arejar), estrutura física antiga e em más condições, banheiros insuficientes para o número de funcionários, ausência de armários para guardar bolsas e objetos pessoais, de um local de descanso digno para enfermagem entre outros problemas (SILVA, SANTOS E NASCIMENTO, 2008).


Riscos Mecânicos ou de Acidentes


Quanto ao acidente de trabalho à lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, alterado pelo Decreto nº 611, de 21 de julho de 1992, no artigo 19º, citado por Sêcco, (2005):
Acidente do Trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa ou ainda, pelo serviço de trabalho de segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente ou temporária.

De acordo com Benatte (2001) 78% dos acidentes ocorrem durante o processo de trabalho, no desenvolvimento de atividade de cuidado ao paciente. Neste mesmo estudo ao analisar o acidente do trabalho acontecido, no que se refere à causa ou ao objeto causador do acidente, remete, por sua importância, aos acidentes ocasionados por agulhas e por outros objetos cortantes, como lâminas, seringas e tesouras.
Conforme pesquisa de Benatte (2001),
[....] 30% dos trabalhadores acidentados, a culpabilidade pelo acidente foi das condições de trabalho. Mesmo quando são conhecidas as más condições de trabalho, inclusive pela existência de outros acidentes anteriores no mesmo local, o trabalhador não questiona a periculosidade a que está exposto. Nesta pesquisa, 6% dos acidentes ocorreram no expurgo da Central de Material Esterilizado.

De acordo com Costa (1981, citado por BENATTI & NISHIDE, 2000), os acidentados do trabalho estão sempre ligados às más condições de trabalho, à ausência de equipamentos para sua execução e ao aumento da intensidade do trabalho. Os trabalhadores entrevistados também apontaram estes problemas. Como a má organização de máquinas, equipamentos e ferramentas mal conservadas e sem manutenção, instalações elétricas em mau estado, fatores psicológicos dos colaboradores falta de informação e treinamento, dentre outros fatores que, imperceptível mente aos olhos do trabalhador, pode acarretar em sérios acidentes (SANTOS 2010).
A identificação de risco de quedas por piso liso/molhado 15 (22%) e o arranjo físico inadequado 12 (18%), são considerados como fatores presentes no ambiente de trabalho que constituem causa real ou potencial de acidentes, lesões, tensão ou mal-estar. Segundo as autoras, esses riscos não são específicos da área hospitalar, existindo ocorrências similares em indústrias e atividades comerciais, com grande impacto nas condições de saúde dos trabalhadores (NISHIDE & BENATTE, 2004).

Mediante o que foi proposto por Santos (2010) algumas situações predispõem os trabalhadores a acidentes como, por exemplo, pisos inseguros, ausências de sinalização, como é organizado a superfície de trabalho, rampas e escadas.
Os pisos inseguros podem ser representados por buracos, frestas, ondulações ou manchas de sangue e outros tipos de líquidos e substâncias. Em outras situações o piso é mal projetado para suportar pesos de máquinas ou equipamentos o que pode proporcionar sua ruptura, causando assim, graves acidentes (SANTOS 2010).
De acordo com Santos (2010) a ausência de sinalização provoca graves acidentes. Desta forma, sinalizar onde deve ser jogado o lixo, identificando o local de cada como: contaminado ou comum, perfuro cortante ou não, na hora da limpeza identificar que o chão esta molhado, a voltagem da maquina ou como essa funciona.
Locais mal iluminados, sem iluminação ou mesmo com excesso de luz podem provocar acidentes. Portanto, as lâmpadas queimadas devem ser trocadas imediatamente e locais escuros devem ser iluminados o mais rápido possível (SANTOS 2010).
No que se refere às superfícies de trabalho, Santos (2010) as define como toda base que serve de apoio e sustentação para se executar um trabalho. Existem vários tipos de superfícies de trabalho. Pode se transitórias, por exemplo, carrinho de primeiros socorros, de limpeza etc, permanentes ou definitiva as utilizadas por um período indeterminado. As rampas são utilizadas como ferramenta de passagem em um determinado local que possui desnível. Se não tiver corrimão, atenção deve ser redobrada; evitar os obstáculos que possam atrapalhar a movimentação de pessoas, máquinas ou macas (SANTOS, 2010).

Riscos Psicológicos


De acordo com Silva, Santos & Nascimento (2008) riscos psicossociais advêm da sobrecarga vinda do contato com os sofrimentos dos pacientes, com a dor e a morte, o trabalho noturno, rodízios de turno, jornadas duplas e até triplas de trabalho, ritmo acelerado, tarefas fragmentadas e repetitivas entre outros.
Conforme Oliveira (2001), a carga psíquica, decorrente da pressão de concentração do trabalho, pressão das mudanças nas condições de risco do paciente e do confronto com o sofrimento.
Como relata Sêcco (2005) muitos pesquisadores têm enfatizado o sofrimento psíquico advindo do trabalho hospitalar. Entre estes está Pitta (1999), destacando que os hospitais têm sido espaços de concentração de trabalhadores de diversas áreas, desde médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, operadores de máquinas, entre muitos outros, que se inter-relacionam com os usuários dos serviços, num ambiente permeado de dor e sofrimento.
Como discorre Cavalcante (2006) "o ambiente hospitalar é um local com forte carga emocional, em que vida e morte se misturam para compor um cenário desgastante e, não raro, frustrante".
Segundo Silva, Santos & Nascimento (2008),
Também os vínculos criados com os pacientes e seus familiares, a relação estabelecida, o tempo de internação, desenvolvimento do quadro e possível identificação interferem na carga emocional recebida pelos profissionais, que muitas vezes por seu histórico de vida e características pessoais não conseguem assimilar e responder bem à situação podendo desenvolver problemas emocionais e/ou psíquicos.

De acordo com Silva, Santos & Nascimento (2008) o fato de muitas vezes não terem a oportunidade de expressar seus sentimentos de perda e desconforto, ou partilharem sua insatisfação ou fatos de suas vidas particulares, constitui também um fator estressante que pode gerar somatizações e desequilíbrio emocional ou até mesmo o desenvolvimento de sistemas de defesa a partir da negação ou indiferença pelo bem estar do paciente, que nada mais é do que uma tentativa de adaptação à situação
Sêcco (2005) ao discorrer sobre o risco psicológico destaca que a fadiga psíquica, juntamente com a física e o trabalho noturno podem desencadear danos a saúde. Associa, ainda, estes fatores como causa ou conseqüência de outros como gastrites, úlceras, dores variadas, palpitações, agravamento da hipertensão arterial, transtornos de personalidade, entre muitos outros.
Faleiro & Vendruscolo, (2006) observaram que, em relação às causas que ocasionaram o acidente, em primeiro lugar aparece o stress com 50%, seguido da jornada de trabalho em excesso com 25%.

Considerações finais


Para Oliveira (2009) "a rede hospitalar pouco incorporou em suas concepções e ações o papel que o ?trabalho? ocupa na determinação do processo saúde/doença dos trabalhadores envolvidos no processo produtivo". Portanto se torna necessário que a rede, cumpra com sua função de filtro, em que a eficácia e eficiência sirvam de critérios para definição de procedimentos a serem incorporado pelo sistema de saúde.
Observa-se em algumas unidades de saúde a ausência de EPIs, ou a inadequação destes, muitas vezes o trabalhador precisa improvisar ou se utilizar de outro EPI que não o adequado, por exemplo, no caso de precauções para aerossóis, a máscara ideal seria a "bico de pato", porém se utilizam as máscaras simples, por não ter outra, o mesmo, ocorre com luvas, botas e outros (SILVA, SANTOS E NASCIMENTO, 2008).
Outra realidade acontece muitas vezes quando se tem os EPIs adequados, mas o profissional não usa, seja por falta de costume, por achar que o mesmo dificulta a realização das tarefas, simplesmente por displicência, ou por falta de conhecimento e conscientização sobre a importância do uso.
Vale ressaltar que o uso dos EPIS constitui o meio mais simples de prevenção de acidentes ocupacionais, luvas, aventais, máscaras de proteção, gorros, jalecos e outros, diminuem os níveis de exposição física do profissional.



Referências:


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