“O Rei Filósofo Ordenou atacar a Família do General Epitácio”. Essa é a “dica” rápida dada por alguns professores de biologia nos principais cursinhos, dançando muitas vezes e ritmando junto com a sala, para explicar a sequência do estudo dos seres vivos: REINO, FILO, ORDEM, CLASSE, GÊNERO e ESPÉCIE. E ainda nessa linha, há uma que não se faz esquecida para memorizar a evolução dos animais: PC PLAnejou ASsaltar a MÃE do Collor (na época do presidente Collor) para indicar a sequência: Poríferos, Cnidários, Asquelmintes (nematelmintes) , Moluscos, Artrópodes, Equinodermos e Cordados. Além de músicas, muitas vezes sem rima, para saber a divisão de uma célula (meiose e mitose) com suas fases; além de piadas para memorizar as preposições, conjunções como se a linguagem fosse algo mecânico; piadas para conhecer fórmulas químicas sem tempo para saber o significado desses fenômenos; decora-se também fórmulas físicas e períodos marcados na história. Enfim, são todas armações ditas como agradáveis porque ali se informa com palhaçada e descompromisso sem a preocupação do estudante estar ou não aprendendo, mas passam informações não com o valor do processo educativo que vai além de conhecer conteúdo para memorizar, e o pior é que isso poderia ir além do considerar o aluno como objeto, mas não é assim que acontece. A condição é muitas vezes alimentar "a boiada" para o abate final. Não há um processo para conhecer, só há uma rajada de conteúdo com ar de "criatividade". Isso existe pela falta de competência em fazer o conhecimento ser aplicado, entendendo-o com mais sentido. Mas isso é o que força o professor de cursinho ter que ser “engraçado” para entreter enquanto informa. Porém, estamos falando de coisa mais séria do que só piadas e doses de distração em muitos deles. O colorido das palavras enganam a criança sem experiência ou que se diz donos do conhecimento, próprio do pensamento de adolescentes de idade e principalmente de alma que só veem muitas vezes o que lhes interessa imediatamente e não como um processo. Achamos, assim, que o professor “palhaço” é o maior e a melhor opção, esquecendo, porque quer, que o professor educador é o que tem compromisso real e verdadeiro de acompanhar nossos passos. Consideramos esse professor, infelizmente, como aquele sem credibilidade e inconsciente quanto a nossa forma de ver o mundo pois os consideramos simplesmente ultrapassados. Talvez esse educador seja mesmo ultrapassado, mas ultrapassado quanto à forma ingênua de se ensinar, pois não se ensina para depósito de cérebro, mas sim para pessoas que pensam e sabem utilizar o que se conhece com lógica passo a passo, sem pular etapas. O ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) mesmo vem destacando essa necessidade: de aplicar o conhecimento com significado e no dia a dia. Quem quer crescer rápido com o professor “palhaço” não tem raízes para se sustentar quando o vento e o sol (provações) vierem na vida. Prova disso é a incapacidade dos alunos de cursinho (ou não) não saberem o foco e a intenção de um texto ou conversa em qualquer comunicação. Não sejamos ridículos em pesar que há milagres para aprender; sejamos humildes e sábios para reconhecer que o melhor aprendizado se constrói com nossa atitude e com as pessoas que nos dão um apoio de orientação dia a dia e não da noite para o dia! Ninguém digere uma mesa cheia de comida em apenas dez minutos. Só os tolos, ou preguiçosos talvez, acreditam que o mérito está na posição do professor "palhaço" ou na palhaçada de achar que aprende sem educadores pais, amigos e companheiros. Mas o que acontece é que o educador de verdade está cada vez mais em falta e o professor "palhaço" está cada vez mais presente. Arma-se um "circo", então para a educação e aprendizado no Brasil. Não é a toa que estamos em 78ª colocação dentro de 79 países no ranqueamento da educação do mundo. E isso é sério! Não tem graça alguma.