Disciplina económico-financeira: diferenças entre pobre, classe média e ricos 

Autor: Alberto Mahúla Francisco, Mestre em Economia e Gestão de Educação, Licenciado em Pedagogia, professor do ensino geral e universitário e pesquisador nas áreas de educação, ensino, economia, gestão e liderança. Orienta palestras de educação financeira, gestão, liderança, desenvolvimento cognitivo e pessoal, incluindo metodologias de ensino, estudo e pesquisa científica.  

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Resumo 

Trata-se de uma pesquisa qualitativa que usou as técnicas bibliográficas, de estudo e análise de documentos. É, um estudo que foi realizado com o objetivo de descrever a disciplina económico-financeira, buscando apresentar as diferenças em termos de definições, conceitos e estabelecer diferenças entre as diferentes classes de vida económica e financeira: pobre, classe média e ricos. Dentro das diferenças apresentadas, consta as causas que levam as pessoas a serem cada vez mais pobres e os ricos a tornarem-se cada vez mais ricos. Deste modo, a pesquisa sugere que as pessoas desenvolvessem em si mesmas, hábitos de disciplina económico-financeiro. Que fosse desenvolvida nelas capacidades de inteligência financeira e psicologia do dinheiro. E na mesma optica, sugere-se ainda que seja responsabilidade dos gestores dos sistemas de educação, ensino, académicos e pesquisadores, trabalharem para juntos ajudarem as pessoas a serem económico e financeiramente disciplinada, pois, a falta ou seja o défice na disciplina económico-financeiro, constitui a base da pobreza que afeita negativamente as sociedades.  

Palavras-chave: Disciplina, económico-financeira, pobre, classe média e ricos 

1. Introdução 

A disciplina económico-financeira está presente na vida das pessoas, contribuindo para “a melhor tomada de decisões de consumo, investimento e poupança”. E, para ajudar as pessoas a desenvolver conhecimentos de vida económico-financeira mais saudável e sustentável. Ensina sobretudo como as pessoas devem melhorar as suas condições de vida, primando em hábitos de saúde e de bem-estar (Vieira, Bataglia, & Sereia, 2011, p. 1). Para as instituições públicas e privadas, a disciplina económico-financeira, consiste em desenvolver nos gestores atitudes e disposições que ajudem nos seus colaboradores a melhorar a vida, ensinando nestes, as óptimas formas de gestão do capital humano, gestão do conhecimento, incluindo de modo particular, a gestão da saúde física e psicológica das pessoas tidas como trabalhadores efectivos de uma instituição.

Para a disciplina económico-financeira, é dever e tarefa dos gestores em criar condições que facilitem os colaboradores a gastar pouco dos seus salários e aumentar os benefícios do exercício laboral das pessoas e trabalhadores. 

É, a disciplina económica que permite que as famílias, sociedades e pessoas singulares, sejam económica e financeiramente ricas. É, a chave para uma economia saudável e o desenvolvimento das sociedades. A disciplina económico-financeira, faz parte do quotidiano das pessoas, seja no nosso orçamento, na gestão familiar, nas poupanças, nos investimentos, nos créditos, etc. (Costa, 2021).

Com o uso da disciplina económico-financeira, as instituições e as famílias, se tornam mais produtivas, mais activas e interactivas, pois, as pessoas que fazem a vida e o status das instituições, são bastantes satisfeitas, criativas e inovadoras, quando têm em si um nível significativo de estabilidade económica e financeira. Assim, as instituições que investem mais na disciplina económico-financeira, têm o seu capital humano desenvolvido e fora de traços de pobreza. Por isso, possuem uma vida financeira mais racional e equilibrada. 

São as instituições educadas económico e financeiramente que conseguem congregar um capital humano mais saudável, psicológica e emocionalmente estável. Um capital humano que aprende dentro da sua instituição como proteger o seu salário e viver fora das dívidas, vive a felicidade e sente-se realizado em todo instante. 

Através da disciplina económica e financeira, os agentes económicos se tornam mais unos, unânimes e fortemente interactivos entre si, fazendo com que cada um reconheça o seu papel dentro dos processos de consumo e produção de bens e serviços.

Diante das tarefas e atribuições da disciplina económico-financeira, há sempre intervenções concretas e operante de três (3) pessoas economicamente distinguidas por meio das suas atitudes e modos como têm tomado as suas decisões financeiras. Há neste caso pessoas pobres, de classe média e ricos. E, como são caracterizadas?

2. Pessoas pobres 

As pessoas pobres revelam-se pelas suas atitudes e comportamentos financeiro que tomam, isto é, quando auferem salários ou quando estas têm dinheiro.

As pessoas pobres não são tranquilas com o dinheiro, visto que os seus salários são revestidos de quebras, tais como: dividas, descontos, compromissos com pagamentos abismais, etc.

Normalmente, o pobre quando não tem dinheiro em sua posse, planifica e fala muito dos seus desejos de investimento ou seja criação de riqueza. Na hora certa, o pobre esquece quase tudo que tem a ver com investimentos e riquezas. Isto quer dizer que os planos do pobre não são pragmáticos.  

O dinheiro do pobre não tem norte de prosperidade. Isto é, só, se conhece a origem do dinheiro e não o fim, pois, o dinheiro do pobre não é projectado numa visão progressista. E, todo o dinheiro não projectado para um objectivo de investimento, se torna um vácuo (vazio) no ambiente económico. 

Todo dinheiro do pobre, não tem significado, na medida em que o dinheiro só tem significado quando é transformado em investimento. E, por sua vez, o investimento traduz o dinheiro em riqueza. 

A renda financeira do pobre é bastante comprometida, na medida em que o mesmo salário do pobre, serve para atender quase tudo que faz referencia a vida. Pela única renda financeira, o pobre paga alimentação, renda de casa, táxi, educação dos filhos, saúde e recreação.

O pobre é iluminado de ilusão financeira. Por isso, o seu salário somente serve para o consumo de bens e serviços. Em muitas situações económicas, o pobre na sua reacção ao mercado, não precisa trocados. E, quando faz compras, gasta tudo e não exige trocos. O pobre quando consegue dinheiro, vai ao supermercado e diz: dê-me isto. Não precisa antes saber quanto custa o bem que precisa adquirir. 

Ao comprar algo na loja ou supermercado, é característica do pobre esquecer-se do troco e por vezes negar o seu troco. E, quando o vendedor o faz lembrar do seu troco, o pobre diz: quanto tenho de troco? Dê-me mais alguma coisa com aquele trocado aí. É, esta atitude de pobre que lhe faz cada vez mais pobre. Ao passo que o rico torna-se cada vez mais rico.

Na vida do pobre, cada despesa gera despesa. E, assim o pobre se sente feliz. 

É, neste sentido em que o pobre até nas relações amorosas e afectivas, sente-se realizado com pessoas transformadas em despesa e peso financeiro. E, fica vaidoso, quando está ao meio de duas ou mais pessoas que lhe causam gastos e despesas de rotura económica e financeira. 

 

2.1. Como as pessoas se tornam pobres  

Geralmente a pobreza começa na mente, partindo do modo de pensar, agir e diante das atitudes tomadas face as situações de decisão económico-financeira.

Assim, as pessoas se tornam pobres da seguinte maneira:

  • O pobre diz que o dinheiro não presta, mas quando a necessidade impõe sobre ele, o pobre procura conseguir o dinheiro a todo o custo;
  • O pobre só precisa do dinheiro quando tem problema, na ausência do problema o dinheiro não é importante para o pobre;
  • O pobre quando consegue dinheiro, corre logo para fazer compra, pagar dízimos, incluindo pagamento de dívidas indevidas. E, gasta todo o seu dinheiro em despesas que arruínam o seu capital financeiro;
  • A amizade do pobre, sempre se transforma em despesa capital, onde ocorre gastos incontroláveis e incontornáveis;
  • O pobre não tem cultura de pagar nem ganhar seguros: seguros de saúde, alimentação, habitação, transporte, etc.
  • O pobre vive sempre de desculpas e culpabiliza todos como sendo culpados da sua condição de vida;
  • O pobre só reclama da vida quando tudo já está mal. 
  • O pobre não tem salários que satisfaça os seus desejos e necessidades. Por isso, o pobre sempre reclama da sua entidade empregadora como sendo culpado e que deve aumentar os seus salários sempre que seja necessário;

Na vida económica do pobre entra dinheiro e todo dinheiro é gasto em despesas, tal como podeis ver o esquema de organigrama económico-financeiro do dinheiro do pobre.

Fig.1: Esquema representativo da vida financeira do pobre  

 

 

A vida económica e financeira do pobre se resume numa visão tridimensional, situada num nível equidistante entre pobreza, renda e despesa. Isto mostra que o quotidiano do pobre é feito de necessidades e desejos. Por isso, toda a renda do pobre se consigna em despesas que lhe tornam cada vez mais pobre. 

Geralmente, o pobre ganha dinheiro que representa a sua renda mensal. E, esta renda termina em despesa, comprando passivos que lhe tira dinheiro no bolso, sem intenção de ter algum retorno.

2.2. Pessoas de classe média 

Diferentemente das pessoas pobres, os indivíduos de classe media, possuem características, atitudes e comportamento económico-financeiro que lhes faz manter ao mesmo nível e ritmo de vida económica.

No geral, as pessoas de classe média, primam em ganhar muito dinheiro. E, na eventualidade de concretizar a sua renda, o melhor que as pessoas de renda média sabem fazer é primar em um circuito de vida económica consignada na base de ganhar dinheiro, fazer despesas e comprar passivos.

E, o passivo adquirido, gera em si despesas que lhe mantém sempre ao mesmo nível de satisfação e de necessidades económico-financeiro. 

 

2.3. Os Rico  

Os ricos “são caridosos e óptimas pessoas” que em toda a luta pela vida, procuram sempre satisfazer as necessidades de saúde e alimentação. Em palavras simples, os ricos têm a “saúde e o pão de cada dia” como guia elementar das suas conquistas (Silva, 2020, p. 6). 

Assim, as pessoas ricas, distinguem-se pelo seu modo de pensar e de agir sobre o dinheiro. Têm prioridades bem definidas, dando como prioridade aos bens básicos. E, enquanto procuram conseguir os bens de primeira necessidade, vão acabando por conseguir os outros bens. Por isso, os ricos fazem as suas riquezas através da sua forma humilde de viver. 

Deste modo, quem não consegue melhor definir as suas prioridades, está longe de construir riquezas e encontrar vias apropriadas para ser rico.

A maneira como os ricos definem as prioridades, faz toda a diferença perante a vida económica, financeira, níveis e status sociais.

As pessoas ricas conseguem reagir directamente com o mercado económico-financeiro, partindo da psicologia positiva que têm sobre o dinheiro.

Para o rico, o dinheiro não é tudo na vida. Mas, o dinheiro é importante para acrescentar atributos na qualidade de vida e na aceitação social.

Assim, o rico valoriza o dinheiro, através de investimentos. Por isso, o rico nunca promove nem faz desperdícios. 

O rico valoriza o seu dinheiro dando-o, significado e valor. Deste modo, tudo que o rico consegue comprar tem significado na vida económica, financeira e social. 

Nesta óptica, para o rico, enquanto reage com o mercado económico-financeiro, tudo que consegue traduz-se em investimento financeiro, sendo, assim, tudo que o rico possui constitui a sua riqueza.

Dentro das suas rendas, o rico nunca compra passivos. O rico investe no activo, pois, o activo acrescenta valores e atributos na sua vida económica e financeira.

O rico transforma as suas amizades em network que ajuda na inter-relação social e permite abrir mais horizontes na vida até se tornar um agente economicamente globalizado.

Na visão do rico, toda amizade verdadeira é transcendente e deve aumentar na qualidade de vida, incluindo na optimização dos atributos económicos. Assim, para o rico, tudo que não lhe aumenta nos seus atributos económicos e financeiros lhe reduz. E, tudo que lhe aumenta nos atributos económicos e financeiros, lhe engrandece.

O rico cuida da sua reputação. E, a tem como seu direito, por isso, quem mancha a sua reputação, o rico ausenta-se, mesmo sem adiantar argumentos de razão.

 

Legenda da ilustração 3-Trabalh=Trabalho; Investe = Investimento 

 

Na base da fig. 3, podemos ver que o rico trabalha, depois de trabalhar, ganha o seu salário que constitui a sua renda diária, mensal, trimestral, semestral ou anual. Esta renda, é transformada em investimento, o investimento é transformado em activo que por sua vez gera renda. E, a renda, dá estabilidade económica e financeira que lhe torna cada vez mais rico. 

O rico tem disciplina económica e financeira. Por isso, sabe tomar conta das suas finanças pessoais, tomar medidas sobre como negociar as dívidas, cortar gastos supérfluos, estabelecer metas e objectivos claros. O rico aplica nas práticas as regras básicas da gestão financeira. Por isso, sabe anotar todos os gastos diariamente para saber, com clareza, onde se gasta mais e, dessa maneira, poder fazer cortes e adaptações sempre que for necessário (Costa, 2021).

2.3.1 Hábitos que tornam as pessoas ricas  

Os hábitos de riqueza, são padrões que definimos, como sendo nossos paradigmas de vida. E, consistem em viver bem, alcançando um nível aceitável do bem-estar social e psicológico.

 São totalmente hábitos poderosos por representar padrões que, muitas das vezes de forma inconsciente se tornam a mestra da nossa existência. Assim, os hábitos de riqueza, surgem ao longo das nossas vidas, pois, é neste momento em que criamos e formamos hábitos que geralmente são desenvolvidos por influência do meio em que vivemos. Basicamente, criamos hábitos originados de ideias fixas que formamos desde pequenos, o que chamamos de paradigmas de riqueza. 

Os hábitos de riqueza podem ser criados com base em crenças e costumes das pessoas que nos cercam. Por isso, crie habito de viver com pessoas de mente milionária e de psicopedagogia financeira, são estas pessoas que hão-de ajudar a criar os hábitos de riqueza. Não há dúvida em dizer que a riqueza faz-se através de hábitos de vida económica, financeira, sustentáveis e admirados.

Assim, as pessoas começam a ficar ricas, desde os momentos que possam entender de que a abundância é o estado natural do homem, por um lado. E, por outro, todos nascemos ricos e vamos empobrecendo a medida que aceitamos as crenças de opressão económica e financeira que a sociedade impõe sobre as pessoas.

Para isso, é necessário começar logo de antemão criar hábitos de rejeitar, ou simplesmente negar guiar os seus passos sob vias de opressão financeira. Negue ter o rico miserável como modelo da sua vida económica e financeira.

Livre-se do ódio, abundância cega, arrogância e medo de decidir sobre as melhores decisões da sua vida. Aprenda a ser o mestre da sua própria vida económica e financeira. Evite usar as mesmas fórmulas e formas de riquezas que os ricos miseráveis já utilizaram. Pois, os ricos miseráveis são bajuladores, gatunos, corruptos e são economicamente analfabetos. Por isso, os seus hábitos de vida económica e financeira dá sempre um cálculo de fundo zero e por fim terminam na cadeia ou unicamente morrem miserável.

Aprenda a ter os hábitos de fazer o bem para os outros. Pois, “o que você faz por ou para outra pessoa, faz por ou para si mesmo” (Hill, 2021, p. 38).   

Neste sentido, podemos fazer crer que no dia-a-dia das pessoas, não existe nenhuma fórmula mágica que faça as pessoas se tornarem ricas. 

De igual modo, ficar rico ou ser rico não é questão de ter sorte ou seja questão de nascer em um dos bons momentos. 

E, não é de facto necessário que as pessoas sejam sorteadas para se tornarem ricas. É, importante que as pessoas criem hábitos que lhes tornem ricos. Dentre tantos hábitos, neste estudo destacamos os seguintes:   

Trabalho  

Os ricos têm o trabalho como factor de terminante na aquisição de experiencias, desenvolvimento de habilidades, conhecimentos. E, por meio do trabalho, o rico maximiza as suas possibilidades de renda, onde o excedente da sua produção, serve para gerar lucros que servem para acumular riqueza.

Para além da visão de mercado, o rico tem o trabalho como seu princípio educativo. E, por isso, tem na sua vida a cultura de trabalho e de rendimento é muito bem desenvolvida. Para o rico, não existe “o homem sem o trabalho, porque o trabalho é a própria essência do homem. É imperativo, portanto, termos clareza de que nada nos diferencia dos demais animais, senão o trabalho” (Lima, 2021, p. 7).

Antes de tudo o rico cria o hábito de trabalhar, pois, para o rico o dinheiro não cai na árvore. Mas, sim o dinheiro é como uma planta que depende da semente. E, que a semente por sua vez depende da terra que deve ser trabalhada até se tornar mais fértil.

Comparando o dinheiro com uma planta, o rico sabe que uma planta nunca germina num lugar seco, nem na areia plana.

“É por meio do trabalho que o rico cria coisas: bens e serviços, a partir do que extrai da natureza, convertendo o mundo num espaço de objectos partilhados. O trabalho é um processo de transformação da natureza para a satisfação das necessidades vitais do homem. É, um processo de transformação da natureza para responder àquilo que é um desejo do ser humano, emprestando-lhe certa permanência e durabilidade histórica” (Woleck, 2021, p. 3).

A planta precisa ser trabalhada, regada, mantê-la constantemente limpa, arejada, regada, adubada, etc. Todo o cuidado é necessário para que a planta dê frutos, assim como o dinheiro. Para tê-lo, as pessoas precisam trabalhar, mas não basta trabalhar ou ter um trabalho que pague um salário melhorado.

Somente o salário, não basta para as pessoas se tornarem ricas. Por isso, é preciso ter que trabalhar com dignidade, ter um salário digno. Depois de ter o salário, o rico para além de fazer despesas, sabe criar investimentos.

São os investimentos que permitem multiplicar a renda dos ricos. Pela multiplicação da renda o rico se torna cada vez mais rico. 

  • Investimentos  

Os investimentos, em macroeconomia, são as despesas em bens e serviços que serão utilizados futuramente na produção de outros bens e serviços. Também designado por formação bruta de capital, os investimentos fazem aumentar os recursos produtivos de uma economia e, portanto, as suas possibilidades de produção.

Os investimentos estão na génese do crescimento e do desenvolvimento da economia. Por isso, investir significa abdicar de consumir no presente em troca de um aumento da capacidade produtiva, que irá possibilitar um maior consumo no futuro. Sendo fundamental para o bem-estar social das gerações presentes e futuras, os investimentos são decididos, numa economia de mercado, pelas empresas, com base na rentabilidade esperada. A sua magnitude depende da taxa de juro associada ao financiamento e das expectativas das pessoas relativamente à situação económica futura.

Para o rico, criar investimentos é antes de tudo criar um hábito de evitar despesas passivas, dando privilégio a criação de activos.

No entender do rico, as despesas fazem o fluxo de passivos. E, são os passivos que tiram o dinheiro do bolso das pessoas. De tanto tirar o dinheiro, as pessoas ficam pobre. Para isso, o rico prefere evitar fazer gastos por despesas de passivos, dando prioridades ao hábito de criar investimentos, pois, são os investimentos que geram activos.  Ao primar na criação dos activos, o rico consegue ter ganhos e evitar despesas no passivo, visto que os activos metem dinheiro no bolso. E, as despesas no passivo, tiram dinheiro no bolso, retirando dignidade financeira nas pessoas.

Assim, o rico para se tornar cada vez mais rico, investe muito na distinção entre activo e passivo, onde os activos metem dinheiro no bolso do rico e os passivos tiram o dinheiro do bolso. E, o rico não gosta de nada que lhe tira dinheiro do seu bolso, sem devolver. Para isso, o rico, nega todos encargos que aumentam nele passivo. E, dá valor há tudo que pode aumentar os seus activos e aumentar o valor do seu dinheiro.

Na visão do rico, o dinheiro só tem valor quando é transformado em activo. E, todo dinheiro transformado em passivo de consumo, não tem validade. 

  • Despesas  

Para o rico, as despesas na vida humana são inevitáveis. E, muitas das vezes, as despesas surgem de forma instintiva. Por isso, as pessoas devem saber limita-las através de hábitos de gestão emocional. 

Colocar limites nas despesas significa saber fazer diferença entre necessidades e desejos. Dá-se o nome de necessidade á tudo que vem de base biológica e fisiológica. São as necessidades que alimentam o organismo, oferecem dignidade nas pessoas juntas da sua família. E, servem de meio ou recurso de identidade sociocultural.

Por exemplo: a alimentação, habitação, água, transporte, vestuário, comunicação, etc. Estes bens, são necessidades, pois, sem estas necessidades, as pessoas dificilmente podem viver e sentirem-se bem diante de si, e com os outros.

Já os desejos, podem até ser parecidas com as necessidades. E, serem colocadas ao mesmo nível de equidistância. Mas, a essência dos desejos está na ambição e impulsos.

A combinação entre as ambições desmedidas e impulsos, estimulam nas pessoas o consumo irracional de bens e serviços que consiste em comprar as coisas, sem necessidades. 

E, tudo que se compra sem devida necessidade, passa ser um bem de desperdício económico e financeiro. Por sua vez, todo o dinheiro desperdiçado passa a ser causa da pobreza. E, o rico não faz desperdício financeiro, nem desperdício de bens e serviços, antes pelo contrário, o rico protege suas finanças, colocando-as longe de tudo que possa vir causar desperdício. 

  • Saúde  

A saúde das pessoas e dos países, dependem do nível de riqueza que as famílias e a sociedade em geral possuem, na medida em que “indivíduos e países mais ricos conseguem garantir o atendimento das necessidades básicas, essenciais para a manutenção da saúde: moradia adequada, alimentação saudável, trabalho em condições satisfatórias, acesso a bens e serviços relacionados com a educação, a cultura e a saúde” (Barata, 2009, p. 2).

O rico tem estilo de vida mais saudável. Por isso, vive num ambiente mais urbanizado e dissociado de lixo, movimento desordenado de automóveis e produção de som por meio de aparelhos, batuques, tambores, etc.

Para o rico, a saúde é uma componente necessária para o aumento da produção. E, deste modo, a condição de vida saudável do rico, está salvaguardada através de exercícios, diversão, recreação, lazer, cultura e desportos. 

O modo da aquisição de bens e serviços, fazem toda diferença na optimização do estado de saúde e de bem-estar das pessoas ricas. Assim, as pessoas ricas, vivem numa sociedade mais organizada, coordenada e economicamente sustentável, onde o processo da aquisição de bens e serviços, não constitui problema de natureza constrangedora.

Na vida do rico, o índice de mortalidade infantil estiva-se ao nível zero. E, a expectativa de vida e de crescimento das pessoas, é cada vez mais elevada, ao nível de validade de 70-100 anos de vida.

Na percepção da pessoa rica, a saúde não é a ausência da dor de cabeça, dor de barriga ou seja, a saúde não a ausência de doenças endémicas e pandemias.

A saúde do rico, está determinada através do seu bem-estar físico, mental e social. Por isso, para o rico a falta de água na torneira é uma doença, o lixo acumulado na rua é para o rico uma doença.

Na mesma situação coloca-se a falta ou seja o défice de medicamentos nos hospitais, dificuldades de atendimento sanitário, limitações na comunicação e transportes, isto tudo, trazido na vida do rico, constituem doenças que matam muito mais que a malária e cólera. 

E, tudo que afeita negativamente o corpo, mente e a sociedade, é considerada por doença.

Por dificultar a saúde e o bem-estar das pessoas.

3. Metodologia  

Trata-se de uma pesquisa feita através do uso de uma metodologia qualitativa que permitiu perceber e descrever a disciplina económico-financeira, estabelecendo uma sistemática diferença entre pessoas economicamente pobres, pessoas de classe média e ricos.

Através da técnica bibliográfica, de estudo e análise documental, foi possível perceber há muita necessidade e interesse em fazer estudos no âmbito da inter-relação entre a economia, gestão e finanças, visto que até ao momento, existe no ambiente social um nível exagerado de analfabetismo económico e financeiro.

Por isso, buscou-se a técnica bibliográfica por ser a mais prática e funcional na busca de evidencias sistemáticas, partindo de estudos realizados pelos outros autores, cujo, interesse social do problema, servira de dique para enveredar-se no mesmo percurso de pesquisa e investigação cientifica. 

Os dados trazidos da metodologia empregue neste estudo, foram analisados, na base do uso de duas técnicas de natureza primária, baseada na luz da Filosofia. Presta-se dizer que os dados desta pesquisa, por serem de enfoque qualitativo, usou-se as técnicas de indução e de dedução, onde, partindo do geral, o nosso raciocínio de análise pude trazer uma ilação de sumula particular. Ao passo que partindo da natureza especifica do problema, tirou uma ilação generalizada.

E, este tipo de análise, fez com que a pesquisa se tornasse mais leal em termos de significado e da radicalidade do assunto, honra estudado.  

Pela mesma via de análise do problema, foi possível trazer resultados científicos mais consistentes, por ter sido um estudo focado na razão. Pois, cada dado coletado, foi analisado de forma mais cuidadosa, evitando interferência de fatores que de algum modo, poderiam servir de parrazitas, capazes de fragilizar os êxitos e os objetivos preconizados. O uso das técnicas filosóficas (indução e dedução), permitiram empregar o critério de raciocínio logico de neutralidade, assim como a utilidade da ética do investigador.

Na base da neutralidade, o pesquisador procurou ser mais neutro do problema. E, pelo uso da ética do investigador, foi possível entender melhor os conhecimentos explorados pelos outros autores de diversas obras consultadas ao longo da pesquisa.

Assim, de forma mais concisa, a pesquisa traz uma conclusão que serviu de desfeche relativamente duradouro do problema. E, na luz das ilações conclusivas, construiu-se as sugestões que serviram de contribuições do autor face ao problema identificado, fazendo crer que nenhum estudo é de natureza acabado. Pelo que futuros pesquisadores que possam aprimorar melhores os estudos e trazer mais esclarecimentos, visto que há maior necessidade de estudar problema deste, índole, tendo em conta a incidência maior de dificuldades e lacunas verificadas no âmbito da pesquisa e divulgação dos conhecimentos em disciplina económico-financeiro.

4. Resultados da pesquisa: Apresentação, análise e interpretação dos resultados Os resultados desta pesquisa mostram que a disciplina económico-financeiro, é um campo do saber de maior interesse social. E, que tem sido menos trabalhado pela maior parte dos pesquisadores, mostrando que existe até ao preciso momento diversas lacunas que suscitam maior trabalho de investigação e de intervenção social.

O estudo mostra ainda que existe muita gente guiado sob a luz do analfabetismo económico-financeiro, visto que a sociedade é mais preocupada pela literacia de ensino de leitura e escrita gramatical, mostrando que as pessoas precisam falar melhor e talvez escrever muito mais, mesmo sem saber quase nada do a, b, c da disciplina económico-financeiro. 

E, como consequência, em todas as sociedades a quantidade de pessoas e famílias pobres, vai-se multiplicando. A classe media tende a escassear. Ao passo que as pessoas singulares e famílias ricas, constituem uma classe muito ínfima com caracter mais minoritária.  

Por ser uma pesquisa de enfoque qualitativo, mostrou-se exatamente as causas que levam as sociedades e as pessoas de forma singular a tornarem-se cada vez mais pobres e os ricos a serem notavelmente ricos, mesmo tendo constituído uma classe minoritária. 

Dentre as várias razoes da pobreza excessiva, as mais comuns reside nos hábitos e na cultura de pobreza que muitas famílias foram herdando. E, isto tende a passar de geração em geração.

Os hábitos e a cultura dos pobres consistem em ter uma única fonte de riqueza. E, partindo desta fonte, deriva-se toda a base dos gastos correntes e concomitantes.

Assim, na vida do pobre só entra dinheiro que vai diretamente nos gastos de despesas passivas. Isto quer dizer que o pobre não consegue criar reservas financeiras e não tem poder de criar um investimento. Por isso, o pobre ganha dinheiro e unicamente gasta o dinheiro em despesas incapazes de gerar renda financeira. 

Na luz dos dados coletados, a pesquisa mostrou que a classe media, tem hábitos e cultura própria, consistente em ter uma única fonte de renda, onde a partir da sua única fonte, consegue obter os bens de natureza passiva que por sua vez provocam gastos que provocam escassez da renda financeira. E, isto leva agente de classe media a reclamar quase todos os dias sobre a crise económica, baixo salario e exigir que a entidade empregadora possa aumentar mais os seus salários.

Já as pessoas ricas, caracterizadas de disciplina económico-financeiro que desenvolve neles a psicologia do dinheiro e a inteligência financeira que lhe permite ter renda fixa que depois de ser multiplicada, cria outras fontes de rendas que trazem cada vez mais resultados financeiros e investimentos traduzidos em riqueza. 

Assim, o rico embora seja de classe minoritária, através da sua disciplina económico-financeira, vai-se tornando cada vez mais rico. 

Conclusões  

A disciplina económico-financeira, é um fator determinante que permite as pessoas a tomarem decisões económicas mais conscientes. E, fazer com que cada agente económico possa participar dinamicamente nos processos de produção, consumo e distribuição de bens e serviços. 

Com a disciplina económico-financeira, as pessoas, particularmente as famílias, tornam-se capazes de evitar os desperdícios de bens e serviços, podendo deste modo afirmarem-se num sistema mais inteligente de consumo.

A falta ou seja o défice na disciplina económico-financeiro, é base fulcral da pobreza económica e financeira nas sociedades.

Pelo contrário, as pessoas que possuem uma disciplina económico-financeira, são economicamente estáveis, conscientes e livres nas escolhas decisórias das suas finanças.

A pobreza é uma prisão. Pois, um pobre não tem liberdade financeira, nem possui poder de decidir sobre suas escolhas dentro do mercado.  

Sugestões  

Que a disciplina económico-financeira, continue a ser um fator determinante, permitindo as pessoas a tomarem decisões económicas mais conscientes. E, fazer com que cada agente económico possa participar dinamicamente nos processos de produção, consumo e distribuição de bens e serviços. 

Que a disciplina económico-financeira, emerja nas pessoas, particularmente nas famílias de forma mais sistemática, tornando-as, capazes de evitar os desperdícios de bens e serviços, podendo deste modo, ajudar as pessoas a afirmarem-se num sistema mais inteligente de consumo.

Que os sistemas de educação e ensino, juntos dos pesquisadores e académicos, possam trabalhar mais na formação da disciplina económico-financeira, a fim de decepar a falta ou seja o défice na disciplina económico-financeiro, seja decepada, por ser a base fulcral da pobreza económica e financeira que assola nas sociedades.

Que as pessoas que possuem uma disciplina económico-financeira, continuem a desenvolver cada em si este saber, a fim de serem cada vez mais estáveis, conscientes e livres nas escolhas decisórias da vida económica e financeira.

Que as pessoas, particularmente as famílias, possam desenvolver em si a disciplina económica e financeira, de modo a libertarem-se da pobreza que tem servido de uma prisão para o desenvolvimento económico das sociedades. 

Que na sociedade, haja extinção de índices de pobreza de modo a criar nas pessoas uma consciência de liberdade financeira. E, fazer com que cada pessoa possa possuir poder de decidir sobre suas escolhas dentro do mercado.  

Bibliografia

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