Resumo 

Trata-se de uma pesquisa de metodologia mista que empregou as técnicas de inquérito, observação e entrevista, como recursos de colecta de dados. E, usou SPSS para a análise de dados de natureza quantitativa. A pesquisa contou com a participação de 103 jovens provenientes de duas diferentes cidades: Uíge e Ndalatando, Angola. O estudo primou em descrever o papel da juventude no desenvolvimento económico das sociedades, identificar os factores que limitam e bloqueiam as motivações, tendências, inteligência, capacidade criativa, inovação e outras as demais qualidades socioeconómicas da juventude. Os resultados mostram que a juventude é tida como futuro das sociedades, assim, seu papel tende a ser cada vez mais adiado para futuro, enquanto o presente é norteado por ideias e ideologias do passado que não renova expectativas socioeconómicas. A corrupção, regionalismo, exclusão social, incluindo as assimetrias sociais, são os principais males que enfermam as sociedades e bloqueiam todas as possibilidades do desenvolvimento socioeconómico. De forma sucinta, a pesquisa sugere que a sociedade tenha a juventude como peça fundamental para a solução dos problemas que enferme a sociedade, que as sociedades unam as diversidades, respeitem-nas, primando na valorização da pessoa humana.

Palavras-chave: Papel. Juventude. Desenvolvimento. Económico. Sociedades 

1. Introdução

“Nos últimos anos, o tema juventude tem adquirido destaque crescente no campo político, no cultural e no académico”, vem se dotando vários métodos e técnicas para estudar a natureza intrínseca da juventude. E, chega-se ao ponto de perceber que “o 2 conceito de juventude é polissémico, interdisciplinar, está directamente ligado com à realidade sócio-histórica e cultural da experiência humana” (Trancoso & Oliveira, 2016, p. 1). A luz das convergências sociais e convulsões socioeconómicas, incluindo conflitos de interesses centrados nas culturas, vê-se que hoje, a juventude tem sido a franja da sociedade mais solicitada em participar activamente na solução de diversos problemas que as sociedades têm se deparado. A juventude, está sendo chamada e confiada para dar seguimento histórico das culturas e das diversidades socioeconómicas. Há confiança viva de que a juventude está afirmada para garantir um desenvolvimento económico mais pleno que crie dinâmicas na satisfação das necessidades colectivas das famílias em diverso status e níveis sociais. A juventude, vai sendo cada vez mais havida a viver os seus tempos com mais brio, contestando todos os factos de máculas tais como: injustiça social e assimetrias sociais. E, por meio disto, pode-se identificar dentro do campo da “sociologia da juventude”, um vasto “repertório de temas e abordagens” que desencadeiam “a exposição deste segmento social às manifestações da violência urbana e às implicações da experiência de conflito com a lei” (Garcia, 2015, p. 1). Assim, a voz da juventude ecoa e, é justamente é ouvida em qualquer parte do mundo. E, deste modo, toda a esfera social está preocupada com a postura identitária da juventude, querendo ter uma juventude mais consciente pelas responsabilidades sócias e económicas que lhes são do direito natural. Toda a via, vai emergindo nas sociedades a crença segundo o qual, a vida económica faz-se por sucessão de herança plena de valores ajustáveis ao bem-estar de todos. Por esta via, apesar das contestações, divergências e amplitude nas mudanças e resistência as mudanças, a juventude continua a ser vigorosa na sua maneira de ser, agir e fazer. Está convicta de que toda a vida socioeconómica, carece de inovação, criatividade e adopção de novas tecnologias para a solução imediata dos problemas da pobreza extrema, fome e miséria que afeita a sociedade em quase todos os seus seguimentos da vida. [...]