PERFIL DOS CLIENTES QUE COMPRAM ANTI-HIPERTENSIVOS EM DROGARIA DE MURIAÉ/MG
Publicado em 18 de fevereiro de 2010 por Daniel Almeida da Costa
PERFIL
DOS CLIENTES QUE COMPRAM ANTI-HIPERTENSIVOS
Roberto Matheus Fernandes
Daniel Almeida da Costa
|
INTRODUÇÃO
A Hipertensão Arterial (HA) é a mais
freqüente das doenças cardiovasculares. É também o principal fator de risco
para as complicações mais comuns como acidente vascular cerebral e infarto
agudo do miocárdio, além da doença renal crônica terminal. No Brasil são cerca
de 17 milhões de portadores de hipertensão arterial, 35% da população de 40
anos e mais. E esse número é crescente; seu aparecimento está cada vez mais
precoce e estima-se que cerca de 4% das crianças e adolescentes também sejam
portadoras. A carga de doenças representada pela morbimortalidade devida à
doença é muito alta e por tudo isso a Hipertensão Arterial é um problema grave
de saúde pública no Brasil e no mundo (BRASIL, 2007).
A
HA, pela sua elevada prevalência, e por ser um dos mais importantes fatores de
risco para doenças cardiovasculares, principais causas de óbito no Brasil, é um
dos grandes problemas de saúde pública do país. Embora não se encontre uma
causa única para a hipertensão arterial, sabe-se que existem fatores
ambientais, sócio-econômicos, e alimentares, que atuando sobre uma base
genética individual, por determinado período de tempo, provocam ou facilitam a
elevação da pressão arterial. Há alguns anos atrás a hipertensão arterial era
considerada de difícil controle (KLEIN et al, 1995).
Apesar dos
avanços políticos na saúde e do declínio dos índices, a mortalidade no Brasil
ainda é elevada em comparação a outros países, tanto para doença
cerebrovascular como para doenças do coração. Para tanto, conhecer as
características dos usuários é o primeiro passo para se traçar estratégias de
ação que melhorem o atendimento a esta população e reduza a morbimortalidade (SANTOS
2006).
Por ser a hipertensão
arterial multifatorial e envolver orientações voltadas para vários objetivos,
poderá requerer o apoio de outros profissionais de saúde além do médico. A
formação da equipe multiprofissional, dentre estes, o farmacêutico irá proporcionar
uma ação diferenciada aos hipertensos.
Partindo desse contexto
este estudo tem como objetivo geral analisar o perfil dos clientes que
compram anti-hipertensivos em drogaria
de Muriaé/MG.
Dentre os objetivos
específicos pretende-se: demonstrar a epidemiologia da Hipertensão Arterial;
ressaltar o diagnóstico e classificação da Hipertensão Arterial e demonstrar o
tratamento medicamentoso.
Hipertensão Arterial: epidemiologia
A
hipertensão arterial (HA) é definida como uma pressão arterial sistólica maior
ou igual a 140 mmHg e uma pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg,
em indivíduos que não estão fazendo uso de medicação anti-hipertensiva (BRASIL,
2007).
A HA é um importante
fator de risco para doenças decorrentes de aterosclerose e trombose, que se exteriorizam,
predominantemente, por acometimento cardíaco, cerebral, renal e vascular
periférico. É responsável por 25 e 40% da etiologia multifatorial da
cardiopatia isquêmica e dos acidentes vasculares cerebrais, respectivamente.
Essa multiplicidade de conseqüências coloca a hipertensão arterial na origem
das doenças cardiovasculares e, portanto, caracteriza-a como uma das causas de
maior redução da qualidade e expectativa de vida dos indivíduos (PASSOS et al.,
2006).
No entanto, mesmo sendo
assintomática, parcela importante da população adulta com hipertensão não sabe
que é hipertensa. Estudos epidemiológicos brasileiros realizados a partir da
medida casual da pressão arterial registram prevalências de hipertensão de 40%
a 50% entre adultos com mais de 40 anos de idade (BRASIL, 2007).
A magnitude desse
problema de saúde pública é observada em sua alta prevalência. Cerca de 30% de
sua ocorrência evidencia- se em indivíduos brancos e 40% em negros. A
prevalência de hipertensão arterial na população negra é mais elevada e também
é de maior gravidade. Os negros têm uma maior sensibilidade ao sal e uma maior
dificuldade de eliminá-lo. As mulheres são protegidas de eventos
cardiovasculares antes da menopausa. Porém, estudos a longo prazo demonstram
que elas não diferem dos homens quanto à resposta pressórica anti-hipertensiva
MILHOMEM, 2006).
Diagnóstico e Classificação
Com o critério atual de diagnóstico
de hipertensão arterial (PA 140/90 mmHg), a prevalência na população urbana
adulta brasileira varia de 22,3% a 43,9%, dependendo da cidade onde o estudo
foi conduzido. A principal relevância da identificação e controle da HA reside
na redução das suas complicações, tais como: doença cérebro-vascular; doença
arterial coronariana; insuficiência cardíaca; doença renal crônica e doença
arterial periférica (BRASIL, 2006).
Segundo a Sociedade Brasileira de
Cardiologia e Sociedade Brasileira de Nefrologia (2002), a classificação diagnóstica da hipertensão arterial
para indivíduos acima de 18 anos de idade é estabelecida conforme Tabela 1
TABELA 1 Classificação da pressão arterial (> 18 anos) e
recomendações para seguimento com prazos máximos, modificados de acordo com a
condição clínica do paciente (B)
Classificação |
Sistólica |
Diastólica |
Seguimento |
Ótima |
< 120 |
< 80 |
Reavaliar em 1 ano |
Normal |
< 130 |
< 85 |
Reavaliar em 1 ano |
Limítrofe |
130-139 |
85-89 |
Reavaliar em 6 meses* |
Hipertensão |
|
|
|
Estágio 1 (Leve) |
140-159 |
90-99 |
Confirmar em 2 meses* |
Estágio 2 (moderada) |
160-179 |
100-109 |
Confirmar em 1 mês* |
Estágio 3 (grave) |
>
180 |
> 110 |
Intervenção imediata ou reavaliar em 1 semana* |
Sistólica isolada |
>
140 |
< 90 |
|
Na rotina
diagnóstica, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia e Sociedade Brasileira de
Nefrologia (2002) é necessário realizar no mínimo duas medidas da pressão por consulta, na posição
sentada, e se as diastólicas apresentarem diferenças acima de 5 mm Hg, fazer
novas medidas até se obter menor diferença. Na primeira avaliação, as medições
devem ser obtidas em ambos os membros superiores. Em caso de diferença,
utilizar sempre o braço de maior pressão. Recomenda-se que as medidas sejam
repetidas em pelo menos duas ou mais visitas antes de confirmar o diagnóstico
de hipertensão.
À parte das importantes
indicações não medicamentosas (atividades físicas, nutricionais, de
comportamento) para o controle dos níveis pressóricos adequados, o uso de
medicamentos é uma estratégia indispensável a partir de certo grau de
comprometimento orgânico (ARAÚJO, 2001).
Tratamento
medicamentoso
Os
anti-hipertensivos agem no organismo controlando a pressão. O ideal é manter a
pressão abaixo de 130 por 80. O uso dos remédios deve ser contínuo, diário, nas
doses e nos horários recomendados pelo médico. É fundamentação não deixar de
tomar os remédios, mesmo que a pressão esteja controlada (MION JUNIOR et al,
2007).
O tratamento
medicamentoso, conforme a Sociedade
Brasileira de Cardiologia e Sociedade Brasileira de Nefrologia (2002) visa
reduzir a morbidade e mortalidade cardiovasculares do hipertenso. O benefício é
obtido em pacientes tratados com diuréticos, betabloqueadores, inibidores da
enzima conversora da angiotensina - ECA48, antagonistas do receptor AT1 da
angiotensina II - AII49 e em pacientes mais idosos com antagonistas de canal de
cálcio, sendo que a maioria dos estudos terminou por utilizar associação de
fármacos.
Diuréticos
tiazídicos
A furosemida age sobre o segmento
espesso da alça de Henle ascendente, inibindo o transporte de cloreto de sódio
para fora do túbulo e para dentro do tecido intersticial através da inibição do
transportador Na+ / K+ /2Cl2- na membrana luminal. A Furosemida poderá também
ser uma alternativa farmacológica e deverá ser administrada via oral, porém seu
efeito é mais lento e não deve ser usado em pacientes com retenção urinária (oligúria). Caso a
Furosemida não provoque o efeito desejado pode-se fazer uso do Captopril
posteriormente (HAIDÁMUS,
2000).
Hidroclorotiazida (HCTZ), clortalidona e indapamida
são os diuréticos mais comumente utilizados na prática clínica em monoterapia
ou em associação com outros fármacos anti-hipertensivos. Os tiazídicos reduzem
de forma satisfatória a pressão arterial (PA) quando utilizados em baixas doses
e possuem excelente ação quando associados aos inibidores da enzima conversora
da angiotensina II (IECAs), bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II
(BRAs) e bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) (PIMENTA, 2008).
Betabloqueadores
Os betabloqueadores
adrenérgicos são drogas que intervêm na transmissão simpática. Exemplos:
atenolol, doxazosina, propranolol. Esses medicamentos reduzem a pressão arterial, primordialmente por
diminuição de débito cardíaco. Têm sido amplamente recomendados como
medicamentos de primeira linha em hipertensão arterial (WANNMACHER, 2007).
O
Atenolol é um betabloloqueador beta-1 seletivo (isto é, age preferencialmente
sobre os receptores adrenérgicos beta-1 do coração). A seletividade diminui com
o aumento da dose. Não possui atividade simpatomimética intrínseca, nem
atividade estabilizadora de membrana. Assim como outros betabloqueadores, o
Atenolol possui efeito inotrópico negativo e, portanto, deve ser evitado na
insuficiência cardíaca descompensada (UFSC, 2007).
Doxazosina é um bloqueador do receptor alfa-1
adrenérgico que inibe a ligação de norepinefrina
aos alfa receptores no sistema nervoso autônomo. O
principal efeito deste bloqueio é o relaxamento do tônus do músculo
liso vascular (vasodilatação), o que diminui a resistência
vascular periférica, levando a uma diminuição da pressão sanguínea. O
Propranolol compete especificamente com agentes estimulantes de receptores
beta-adrenérgicos pelos sítios receptores disponíveis. Quando o acesso aos
sítios dos receptores beta-adrenérgicosé bloqueado pelo propranolol, as
respostas cronotrópica, inotrópica e vasodilatadora do estímulo
beta-adrenérgico sãs proporcionalmente diminuídas. O mecanismo do efeito
anti-hipertensivo do propranolol não está totalmente elucidado. Entre os
fatores que podem estar envolvidos, contribuindo para a ação anti-hipertensiva,
estão a diminuição do débito cardíaco, a inibição da liberação de renina pelos
rins e a diminuição do tônus simpático proveniente dos centros vasomotores do
cérebro (BULÁRIO DIGITAL, 2009).
Já os Bloqueadores
dos canais de cálcio: atuam ao bloquear a entrada de cálcio em resposta à
despolarização; dilatam os vasos de resistência de capacitância. Exemplos: Anlodipina
e Verapamil (WANNMACHER, 2007).
Anlodipina é uma substância
pertencente ao grupo dos agentes bloqueadores dos canais de cálcio
diidropiridínicos, cuja ação é a inibição seletiva do influxo transmembrânico
dos íons cálcio nas membranas do músculo cardíaco e vasculares lisos.
Anlodipina é indicada no tratamento da hipertensão arterial como droga única ou
em associação com agentes anti-hipertensivos; no tratamento da isquemia
miocárdica devido à obstrução fixa (angina estável) ou vasoespasmo/vasoconstrição
(angina variante) coronária; na angina crônica estável (só ou em combinação com
outros agentes antianginosos); na angina vasospástica, de Prinzmetal ou
variante (só ou em combinação com outros agentes antianginosos) (EMBRAFARMA,
2009).
Verapamil é usado para tratar hipertensão arterial, mas, casualmente, foi detectada sua eficácia em pacientes com exaltação do humor, sendo portanto útil para o transtorno afetivo bipolar (antiga PMD). Essa medicação pode ser especialmente útil para tratar os pacientes psiquiátricos com o distúrbio acima e que sejam ao mesmo tempo hipertensos; assim seria possível, em tese, tratar dois problemas médicos com uma só medicação. Tem ação sobre o sistema cardiovascular, proporcionando dilatação das artérias com conseqüente redução da pressão arterial; é usado, por isso, para tratar também pacientes com dor no peito (por falha do coração) e certos tipos de arritmias cardíacas (JULIEN, 2005).
Entre os diversos
anti-hipertensivos, os inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA)
são os mais indicados, pois, além do efeito de redução da pressão arterial,
possuem o maior potencial de renoproteção, por apresentar propriedades peculiares
que os distinguem dos demais (BRASIL, 2001).
Os IECA podem ser
classificados em 3 grupos baseados em sua estrutura química. Um que contem
radical sulfidril formado basicamente pelo Captopril, um segundo que contém
radical carboxil, formado pela maioria dos compostos (Enalapril, Lisinopril,
Benazepril, Quinapril e outros), e um terceiro que contém um radical fósforo
(Fosinopril). Apenas o Captopril e o Lisinopril são drogas ativas. Os demais
compostos são pró-drogas que necessitam metabolização para um composto
di-ácido. Apesar da desvantagem da pró droga possuir ação menor que 1/100 do
metabólito ativo, a sua absorção é muito melhor, aumentando a
biodisponibilidade em relação a absorção da molécula ativa. A absorção de todas as drogas é oral. Existe
comercialmente apenas uma forma para uso parenteral (endo-venoso), que é
composta pelo enalaprilato. A eliminação é por regra renal, com exceção do
fosinopril que tem eliminação hepática. Eficientes em monoterapia ou em
associação com diuréticos ou outros anti-hipertensivos. Diminuem a resistência
vascular periférica sem causar taquicardia reflexa e sem diminuição do débito
cardíaco. Atuam tanto sobre a pré e a pós carga. Aumentam o fluxo renal por
ação preferencial de vasodilatação da arteríola eferente. Desta forma podem
piorar a filtração glomerular na estenose renal e na IRC. Ocorre aumento de
fluxo coronariano e até mesmo cerebral apesar do efeito hipotensor. Diminuem a
HVE e são os únicos que aumentam a sensibilidade a insulina. São primeira
escolha para o hipertenso diabético, retardam a evolução da nefropatia
diabética e a microalbuminuria. Não alteram os lípides. São úteis nos
portadores de insuficiência cardíaca com ou sem hipertensão associada,
melhorando inclusive a sobrevida da insuficiência cardíaca (MANUAL DE CARDIOLOGIA,
2009).
Bloqueio dos receptores AT1 da angiotensina II, inibindo
a ação do eixo da renina. O mensageiro final do eixo renina-angiotensina é a
angiotensina II, que ligando-se ao receptor AT1 causa vasoconstricção e
retenção hídrica, ambos levando ao aumento da pressão arterial. O bloqueio do
receptor AT1 resulta na redução da pressão arterial e nos efeitos benéficos na
ICC. Portanto os efeitos são similares aos inibidores da enzima conversora, com
as vantagens de não atuar sobre a bradicinina e de atuar sobre o ponto final do
eixo renina angiotensina, e portanto sobre a angiotensina II resultante das
vias não dependentes da enzima conversora. As
quatro drogas do grupo possuem caracteristicas próprias. Lozartan e Candersartan
possuem metabólitos ativos, enquanto Valsartan e Ibersartan não. Todos têm
metabolismo de eliminação basicamente hepático, mas o candersartan possui dupla
eliminação hepática e renal. Eficaz como monoterapia para a HA, no
entanto não são tão eficazes na redução da PA quanto os IECA. Tem indicação
atual de substitutos do IECA, nos pacientes com indicação de uso dessa droga,
mas com intolerância devido efeitos colaterais. São úteis também no tratamento
da insuficiência cardíaca, mas atualmente também tem a mesma indicação de uso como
substitutos do IECA, como na hipertensão arterial (MANUAL DE CARDIOLOGIA, 2009).
METODOLOGIA
Para coleta de dados utilizou-se um
questionário semi-estruturado elaborado pelo autor deste estudo, com o
propósito de conhecer o perfil dos clientes que compram anti-hipertensivos.
Os
clientes foram convidados a participar da pesquisa conforme Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido Resolução 196/96 – Sobre pesquisas
Envolvendo seres Humanos.
ANÁLISE DOS DADOS
Analisando o perfil dos 150 (cento e
cinqüenta) clientes entrevistados, foi traçado o perfil sócio-demográfico dos
mesmos conforme a Tabela 2.
TABELA 2
Distribuição das características sócio-demográficas dos entrevistados
Estado civil |
N.º |
% |
Solteiro(a) Casado(a) Viúvo(a) TOTAL |
22 98 30 150 |
15 65 20 100 |
Escolaridade |
N.º |
% |
Fundamental
Completo Médio
Incompleto Médio
Completo Superior
Completo TOTAL |
45 53 35 17 150 |
30 35 23 11 100 |
Fonte de Renda |
N.º |
% |
Renda
Própria Dependente
de alguém Aposentado TOTAL |
45 15 90 150 |
30 10 60 100 |
Renda Mensal Até
1 SM De
1 a 3 SM De
3 a 5 SM >5SM TOTAL |
Nº 45 68 22 15 150 |
% 30 45 15 10 100 |
Fonte:
Drogamédica Muriaé-MG, 2009.
Conforme
a Tabela 1, a maioria (65%) dos clientes são casados; 35% têm ensino médio
completo; 60% são aposentados e 45% tem renda mensal de 1 a 3 salários
mínimos.
Considerando
as variáveis relacionadas diretamente à Hipertensão Arterial, as mesmas foram
apresentadas conforme as Figuras abaixo. Sendo assim, observou-se que 65%
pertencem ao sexo masculino e 35% ao sexo feminino, conforme Figura 1:
FIGURA 1 Distribuição dos
entrevistados quanto ao sexo
Segundo
explica Ferreira (2008), a hipertensão arterial é o
maior fator de risco para a doença cardiovascular contribuindo
significativamente tanto para a morbilidade como para a mortalidade globais.
Considerando a população geral, os homens têm níveis de pressão arterial mais
elevados do que as mulheres, como também têm a maior prevalência de hipertensão
arterial. As razões para as diferenças relativas aos valores da tensão arterial
e na incidência de hipertensão entre os dois sexos ainda são especulativas. Uma
possibilidade, ainda não comprovada, é que os estrogênios naturais são
responsáveis pelos níveis de pressão arterial mais baixos, observados em
mulheres jovens, assim como a sua diminuição contribui para a maior incidência
de hipertensão após a menopausa
De acordo com Noblat et
al. (2004), o risco de complicações de hipertensão arterial, em geral, é maior
em homens do que em mulheres. Nos grupos mais idosos esta diferença entre os
sexos reduz-se, particularmente, ao risco de complicações cardiovasculares,
acentuadamente aumentada nas mulheres após a menopausa.
Quanto a idade,
verificou-se neste estudo que a maioria (45%) está na faixa etária de mais 60
anos, conforme Figura 2.
FIGURA 2 Distribuição dos
entrevistados quanto a idade
Diante do resultado apresentado na Figura 2, um estudo
realizado por Liberman (2007) mostra que a
hipertensão arterial é uma doença altamente prevalente em indivíduos idosos,
tornando-se fator determinante na elevação da morbidade e mortalidade dessa
população. As alterações próprias do envelhecimento tornam o
indivíduo mais propenso ao desenvolvimento de HA, sendo esta a principal doença
crônica nessa população.
Em relação à raça, 60% responderam ser pertencentes à
raça branca e 40% a negra, de acordo com a Figura 3.
FIGURA
3 Distribuição dos entrevistados quanto à raça
Quanto
à raça, a literatura coloca que o impacto da hipertensão arterial não é
uniforme. Os negros têm as maiores níveis pressóricos, possivelmente
relacionados à maior ingesta de sal, quando comparados entre si e com outras
raças. Significativa variação na prevalência da hipertensão arterial tem sido
encontrada em populações de diferentes etnias; também tem sido observado que
algumas delas estão mais expostas às complicações da hipertensão arterial do
que outras, por razões não totalmente esclarecidas (BRANDÃO et al., 2003).
No
entanto, na população estudada foi possível constatar que 60% dos entrevistados
mencionaram ser brancos e apenas, 40% negros.
Em relação ao uso de bebidas
alcoólicas, 70% responderam que não fazem uso, enquanto 30% disseram que fazem
uso de bebidas alcoólicas segundo a Figura 4.
FIGURA
4 Distribuição dos entrevistados quanto ao uso de bebidas alcoólicas
O Manual de Cardiologia (2009)
ressalta que o uso excessivo de álcool esta relacionado com o aumento da
pressão arterial. No entanto em baixas doses o álcool pode se mostrar
hipotensor e até protetor de eventos coronarianos. Dessa forma, a melhor
orientação aos pacientes que ingerem álcool habitualmente é que o façam em
pequenas quantidades, preferencialmente apenas nas refeições, não sendo
necessária a recomendação de interrupção, salvo nos pacientes que possuam
indicações para tal, como nos com história de dependência alcoólica, nos
hepatopatas e nos portadores de deficiências imunológicas.
Em relação ao tabagismo, 90% dos
entrevistados responderam não ser fumantes e somente 10% responderam sim,
conforme observa-se na Figura 5.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia e Sociedade Brasileira de
Nefrologia (2002), o tabagismo é a mais
importante causa modificável de morte, sendo responsável por 1 em cada 6
óbitos. No Brasil, a prevalência do tabagismo é elevada. Ainda que a pressão
arterial e a freqüência cardíaca se elevem durante o ato de fumar, o uso
prolongado de nicotina não se associa a maior prevalência de hipertensão. Além
do risco aumentado para a doença coronariana associada ao tabagismo, indivíduos
que fumam mais de uma carteira de cigarros ao dia têm risco 5 vezes maior de
morte súbita do que indivíduos não-fumantes. Adicionalmente, o tabagismo
colabora para o efeito adverso da terapêutica de redução dos lípides séricos e
induz resistência ao efeito de drogas anti-hipertensivas. Dentre outras medidas, o tabagismo deve ser
combatido por colaborar com o risco de câncer e de doenças pulmonares, e por
constituir risco para doença coronariana, acidente vascular encefálico e morte
súbita.
Quanto a prática de atividade
física, 70% dos entrevistados responderam ser praticantes e 30% disseram que
não praticam atividades físicas, segundo ilustra a Figura 6.
O Exercício físico não isométrico
tem se relacionado com redução da pressão arterial, independentemente dos
efeitos de aumento de sensibilidade a insulina e redução de peso. Ocorre ainda
redução das taxas de colesterol total e diminuição na taxa de mortalidade por
todas as causas. O mecanismo direto de redução da PA esta relacionado com a
diminuição da atividade simpática refletida por vaso dilatação persistente pós
exercício (MANUAL DE CARDIOLOGIA, 2009).
Perguntado aos entrevistados se eles
fazem restrição de sal na dieta, 90% responderam que sim e 10% disseram que
não, conforme se verifica na Figura 7.
FIGURA
7 Distribuição dos entrevistados quanto a restrição de sal
O sal (cloreto de sódio — NaCl) há muito tempo tem sido considerado
importante fator no desenvolvimento e na intensidade da hipertensão arterial.
Hoje em dia, a literatura mundial é praticamente unânime em considerar a forte
correlação entre a ingestão excessiva de sal e a elevação da pressão arterial.
No âmbito populacional, a ingestão de sal parece ser um dos fatores envolvidos
no aumento progressivo da pressão arterial que acontece com o envelhecimento.
Além da redução da pressão arterial, alguns estudos demonstraram também
benefícios da restrição salina na redução da mortalidade por acidente vascular
encefálico e na regressão da hipertrofia ventricular esquerda. A restrição
salina pode ainda reduzir a excreção urinária de cálcio, contribuindo para a
prevenção da osteoporose em idosos. Dessa forma, a restrição de sal na
dieta é uma medida recomendada não apenas para hipertensos, mas para a população
de modo geral (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA E SOCIEDADE BRASILEIRA DE
NEFROLOGIA, 2002).
Conforme verifica-se na Figura 8,
45% dos entrevistados disseram aferir a pressão semanalmente, 35% responderam
diariamente e 20% mensalmente.
De acordo com Faerstein et al. (2006), a aferição da pressão arterial
permite guiar condutas terapêuticas individuais, monitorar prevalências
populacionais e identificar fatores de risco associados à hipertensão arterial.
A adequação das condutas terapêuticas e a validade das inferências
epidemiológicas dependem essencialmente da acurácia dos métodos e procedimentos
de aferição da pressão arterial. Assim, a minimização de erros de aferição é
crucial, e é buscada por meio de aparelhos calibrados, utilizados por
aferidores bem treinados.
Perguntado aos
entrevistados se eles têm outra patologia associada a HA, 65% responderam não e
35% responderam sim, destes, foram citadas a depressão e diabetes, conforme a
Figura 9.
FIGURA
9 Distribuição dos entrevistados quanto a patologia associada a HA
A possibilidade de associação da hipertensão arterial e do diabetes
melittus é da ordem de 50%, o que requer, na grande maioria dos casos, o manejo
das duas patologias num mesmo paciente. A HA e o DM são doenças que apresentam
vários aspectos em comum: etiopatogenia: identifica-se a presença, em ambas, de resistência
insulínica, resistência vascular periférica aumentada e disfunção endotelial;
fatores de risco, tais como obesidade, dislipidemia e sedentarismo; tratamento
não-medicamentoso: as mudanças propostas nos hábitos de vida são semelhantes
para ambas as situações; cronicidade: doenças incuráveis, requerendo
acompanhamento eficaz e permanente; complicações crônicas que podem ser
evitadas, quando precocemente identificadas e adequadamente tratadas;
geralmente assintomáticas, na maioria dos casos; de difícil adesão ao
tratamento pela necessidade de mudança nos hábitos de vida e participação ativa
do indivíduo; necessidade de controle
rigoroso para evitar complicações; dentre outros (BRASIL, 2007).
De acordo com Scalco (2009), a
depressão pode interagir com o prognóstico da hipertensão arterial por meio de
vários mecanismos. Inicialmente os clínicos podem não valorizar medidas de
pressão arterial (PA) alta em pacientes com depressão evidente, e não
diagnosticar a hipertensão arterial. Além disso, pacientes deprimidos colaboram
menos com os tratamentos, pois, em virtude da falta de energia e de iniciativa,
da desesperança e do déficit cognitivo associado à depressão, adotam menos as
medicações e os exercícios. E assim como os anti-hipertensivos podem causar
sintomas depressivos, que podem ser marcadores de hipertensões mais graves.
A abordagem farmacológica da
hipertensão arterial (HA) tem apresentado grande progresso nas últimas décadas.
Este progresso é conseqüência, entre outros fatores da utilização da associação
de anti-hipertensivos modernos, que se caracterizam pela presença de novas
propriedades farmacológicas, com drogas de eficácia e segurança, comprovadas há
muito tempo (SANTELLO et al., 1998).
A
Tabela 3 apresenta os medicamentos que apresentaram maior índice de
comercialização
TABELA 3 Distribuição dos
medicamentos anti-hipertensivos mais vendidos na Drogaria
Medicamentos |
N.º Clientes |
Percentual Clientes (%) |
Valor Unitário |
Captopril 25 mg |
45 |
30 |
23,91 |
Losartan 100 mg |
35 |
24 |
37,77 |
Hidroclorotiazida
50 mg |
32 |
21 |
6,18 |
Caverdilol 12,5 mg |
10 |
7 |
18,30 |
Atenolol 50 mg |
9 |
6 |
18,30 |
Metildopa |
6 |
4 |
38,90 |
Metilformina |
4 |
3 |
19,20 |
Digoxina |
3 |
2 |
5,30 |
Espironolactona |
2 |
1 |
22,70 |
Co-pressotec |
2 |
1 |
39,55 |
Lasix |
2 |
1 |
21,00 |
TOTAL |
150 |
100 |
|
Fonte: Drogamédica Murié-MG, 2009.
Conforme a Tabela 3
observa-se que no total foram identificados 11 medicamentos anti-hipertensivos
utilizados pelos 150 clientes da Drogamédica,
entre os quais o mais utilizados foram: Captopril (30%),
seguido do Losartan (24%), da Hidroclorotiazida (21%), e demais medicamentos
como mostra a Tabela 3.
É importante ressaltar que alguns
clientes, cerca de 25% fazem uso da associação destes medicamentos. Como por
exemplo, Captopril e Hidroclorotiazida. Um estudo realizado por Santello et al.
(1998), mostra que a associação de captopril, o mais conhecido inibidor de conversão,
à hidroclorotiazida, em dose baixa, o mais prescrito diurético tiazídico,
oferece vantagens características do anti-hipertensivo ideal, como, controle da
pressão arterial (PA), redução da mortalidade cardiovascular, proteção cardíaca
e renal, custo acessível e baixa incidência de efeitos colaterais.
Quando
analisados os gastos monetários mensais com medicamentos, foram observados
intervalos de gastos variando de R$ 30,00 até mais de R$ 60,00.
A proporção de idosos que relataram
gastos mensais acima de R$ 60,00 com medicamentos foi de 50% dos entrevistados,
enquanto que 35% afirmaram ter gastos na faixa de R$ 30,00 a R$ 60,00 mensais
com a aquisição de medicamentos e 15% relataram gastarem mensalmente menos que
R$ 30,00.
Em pesquisa realizada por Lebrão;
Laurenti apud Fanhani et al. (2007), foi observado que a renda dos idosos tem
comprometimento de cerca de 15% em medicamentos. Segundo esses autores, o gasto
tornou-se preocupante, considerando que a maioria dos medicamentos utilizados é
para o controle de hipertensão arterial, condição crônica para os quais o
serviço público deveria fornecer tratamento gratuito. Essa observação reforça a
necessidade de políticas no país, para melhorar o acesso da população idosa aos
medicamentos.
Para Brandão et al. (2003) um dos
maiores desafios no caso brasileiro é o grande número de indivíduos idosos
hipertensos não tratados ou sem controle adequado da pressão arterial,
especialmente porque a hipertensão arterial representa um importante fator de
risco cardiovascular para pessoas acima de 60 anos. Além disso, os autores
ressaltam que a hipertensão arterial está freqüentemente associada a outras
doenças também altamente prevalentes nesta faixa etária, como a diabetes, exigindo,
portanto, a correta identificação do problema e a adequada abordagem terapêutica.
CONCLUSÃO
A
prevalência de hipertensão arterial aumenta progressivamente com a idade. A
hipertensão arterial sistólica é predominantemente uma doença dos indivíduos
idosos, devido às alterações vasculares associadas ao envelhecimento, e aumenta
em duas a quatro vezes, o risco de infarto do miocárdio, hipertrofia do
ventrículo esquerdo, acidente vascular cerebral e mortalidade cardiovascular (ARAÚJO
et al., 2001).
O tratamento
farmacológico, conforme ressaltam Zaitune et al.(2006), é indicado para hipertensos
moderados e graves, e para aqueles com fatores de risco para doenças
cardiovasculares e/ou lesão importante de órgãos-alvo.
Foi
possível verificar neste estudo que a maioria dos entrevistados faz uso de mais
de um tipo de medicamento para hipertensão, sendo que o Captopril lidera a
lista de medicamentos mais utilizados. Acredita-se que este resultado deve ser
por este medicamento configurar entre os de preços mais acessíveis à população
e ao Serviço público. Observou-se também que a associação de Captopril com Hidroclorotiazida,
indicada como monoterapia em dose única diária para hipertensos leves e
moderados, é bastante utilizada pelos entrevistados.
Quanto
ao custo mensal com medicamentos hipertensivos a maioria dos entrevistados
gasta acima de R$60,00, sendo este valor considerado expressivo principalmente
em relação aqueles que recebem um salário mínimo.
Diante destes resultados, reforça-se
a necessidade de considerar que, em populações que estão envelhecendo, as
melhorias nas condições de vida podem ajudar a reduzir gastos com cuidados com
saúde e ao mesmo tempo minimizar a sobrecarga gerada no sistema público em
decorrência do envelhecimento populacional.
Portanto,
concorda-se com Passos et al. (2006), que a hipertensão arterial em adultos brasileiros
atinge patamares que demonstram a necessidade de intervenção imediata da saúde
pública, tanto na atenção em saúde como na tomada de medidas preventivas que
visem à abordagem global dos fatores de risco para doenças cardiovasculares.
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