Os Movimentos Sociais e suas Origens


A categoria é ampla e pode congregar, dependendo dos critérios de análise empregados, organizações voltadas para a promoção de interesses morais, éticos e legais. Apesar dos movimentos sociais serem fruto de determinados contextos históricos e sociais, duas definições conceituais clássicas podem ser encontradas que são: A primeira delas é a de controle de ação histórica de Alain Touraine, que prefere estudar os novos movimentos sociais, que, na rasteira dos novos para¬digmas da chamada globalização reforçam identidades e interferem nas agendas políticas da sociedade, e resalta os movimentos feministas, raciais, sócio-ambientais, sexuais e para-religiosos que através deles minorias sociais tornaram-se forças políticas e objeto das ciências sociais e humanas. E a segunda de Manuel Castells, que resalta os movimentos sociais como sistemas de práticas sociais contraditórias de acordo com a ordem social urbana/rural, cuja natureza é a de transformar a estrutura do sistema no qual está inserido, seja através de ações revolucionárias ou não, numa correlação classista e em última instância, o poder estatal.
Vivemos em um país onde continua em vigor uma explicação oficial que não tem o povo brasileiro como sujeito da sua construção. Apesar de haver inúmeros grupos sociais o Brasil continua a ser entendido pela lógica do conquistador. Concepções etnocêntricas e autoritárias encontram, por incrível que possa parecer, pontos de contato com o pensamento de intelectuais progressistas, e com isso surgiu várias correntes em várias áreas do pensamento, que buscaram "resgatar" os povos originários. O encontro do ouro, metal, só aconteceu no fim do século XVII, e para os sedentários ainda prevalecia à forma de sobrevimento a tradicional e manual. Enquanto os espanhóis apelaram para a desorgani¬zação das atividades econômicas, os portugueses, sem condições de realizar uma posse efetiva, caminharam progressivamente para a submissão das sociedades nativas aos seus desígnios e com isso ocasionou o comércio do pau-brasil, buscaram com-plementar esta atividade com a convivência com o sistema agrícola de pequenas produções de pimenta, milho, mandioca, frutas e pescados de extração ori¬ginária. Essa comercialização só minimizou com a construção de grandes cidades, e a extração do mineirio.
No Século XVIII, Marquês de Pombal proíbe a utilização das línguas indígenas em todo o território nacional, institucionalizando a língua portuguesa á fer-ro e fogo. No século XIX aconteceu abertura de novas fronteiras agrícolas, a integração de novas regiões, a abertura de ferrovias ou estradas.
No Brasil, reforça a idéia de que teria acontecido uma fusão entre a etnia, a cultura e a vida social, assim não justificam o preconceito contra a cor da pele dos negros. Sabem-se que o regime do monópolio foi um dos grandesresponsáveis pelo sequetro de mais de 6 milhões de negros africanos para trabalhos desumanos. Os mesmos eram exportados para fora do país para trabalhar em engenhos, exercer outras atividades como plantações, artesanatos e colheita de café e outras. Com o passar do tempo causou uma rebeldia e muitos fuguiam para o Colombo dos Palmares e expressava através de músicas como o samba, a soul music, o spirituals, o reggae o que estava sentindo devido à situação que se encontrava nas fazendas dos senhores fazandeiros. O Estado do Amazonas acabou com a escravidão em 1884. Pouco depois os jangadeiros do Ceará se recusaram a transportar escravos. Alguns grupos secretos, como o Caifazes organizavam ações violentas para a libertação dos negros de seus donos. Os mesmos eram transportados para os quilombos, que passaram a ser notícia.
Sem qualquer amparo, tendo que concorrer no mer¬cado de trabalho, os negros dividiram-se em: continuar nos locais onde trabalhavam ás custas de negociar alguma coisa para si e suas famílias quando podiam; sobreviver de biscates recusando-se terminantemente a ingressar em qualquer relação de trabalho que não presuposse a liberdade; e empregar-se em algumas das miseráveis opções que se abriam com o desenvolvi¬mento da urbanização. A nova sociedade do trabalho assalariado estava nascendo e para muitos era benéfico e outros não, pois estava sufocando os direitos dos trabalhadores.
Um dos movimentos mais importantes, o das mulhe¬res, de corte transversal na sociedade, só se intensificou na segunda parte do Século XX. A cada avanço na trajetória da humanidade, as mulheres durante muito tempo foram preparadas para casamentos de conveniência, proibidas de demonstrar afeto e se-xualidade, de opções ao vestir, do acesso á educação, submetida á crendices de todo tipo em relação ao corpo, ao estado orgânico e até ás suas sensibilidades, encontraram válvulas de escape: na condição de negar a si mesma em proveito de "outro", sejam estes filhos, maridos ou familiares, na fuga, na luta social, no suicí¬dio, no trabalho alienado, na desobediência, sofrendo todas as conseqüências. A opressão sobre as mulheres no Brasil Colonial atingiu a mulheres de todas as classes, idades e raças, e contribuiu para desumanizar o homem. Com o passar do tempo e a Revolução Industrial, as mulheres passaram a trabalhar nas fábricas separando o trabalho doméstico do remunerado. Já no século XIX havia movimento de mulheres reivindicando direitos trabalhistas, igualdade de jornada de trabalho para homens e mulheres e o direito de voto. Houve a participação das mulheres na Semana de Arte Moderna como: Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Patrícia Galvão e com isso as mulheres começam a ganhar espaço no mercado de trabalho.
A centralida¬de do trabalho desde os primeiros tempos, examinando a forma que tomou diferentes modos de produção e sociedades detendo-se particularmente a partir das pré-capitalistas.
Com isso foi possível mostrar a evolução do trabalho artesal, que futuramente deu origem ao operário industrial. Um golpe inteligente seria dado nos trabalhadores com a Revolução de 1930. Nesta época, se promete o reconhecimento das entidades sindicais combativas e suas campanhas reivindicatórias às custas da perda de sua independência com integração ao Estado.
Salienta a importância de resaltar sobre as duas classes sociais autônomas políticamente no modo de produção capitalista: a burguesia, constituída pelos donos dos meios de produção e o proletariado, constituído pelos trabalhadores que fabricam mercadorias a partir da venda da sua força de trabalho. Com o avanço tecnologico as máquinas surgiram profissionais capacitados e hoje só vem a favorecer no cultivo e produção, para ser inseridos no mercado. Os trabalhadores parssaram a ter melhores condições, os seus direitos foram exirgidos e naturalmente estão sendo cumpridos, dentro do limite.

Edicléia Santana Rocha