Às vezes fico me perguntando: "Quanto vale uma vida?".
Ousamos passar por cima de tudo e de todos em nome dos nossos ideais de justiça, liberdade e fraternidade. Mas até onde vai o nosso senso de justiça?
Será que eu deveria me alegrar com a morte de uma pessoa que matou milhares?
Deveria eu acreditar que com a morte deste indivíduo a justiça se fez?
É mais uma vida que se apaga, é mais uma estrela que não brilha. É um ponto escuro a mais no nosso céu.
Pergunto-me também sobre os ideais de justiça pregados por Cristo.
Não verifiquei nenhum relato de que ele tenha condenado alguém à morte, mesmo quando aos nossos olhos a morte era a solução mais cabível.
Ouso ainda questionar os defensores dos direitos humanos. Não entendo como o direito vale para uns e não para outros.
Vivenciamos ontem a morte de um dos maiores terroristas do mundo, pelo menos assim vendido para nós em nossos meios de comunicação.
Mas morreu ontem também um homem que ousou desafiar um império, que disse não à dominação de uma das maiores potências do mundo.
Sou a favor do "terrorismo"? Não. Sou a favor da justiça.
Não quero que pessoas morram ou matem por seus ideais. Mas quero que as pessoas cresçam discutindo esses ideais. Debatendo esses ideais. Vivendo esses ideais.
Existe um Bin Laden dentro de cada um de nós, disposto a se sacrificar em nome de um ideal assim como também existe um imperador, preparado e disposto a passar por cima de tudo e de todos em nome de uma falsa justiça, em nome de vingança.
Não vi com a morte de Bin Laden a justiça sendo feita em memória das pessoas que foram assassinadas em 11de setembro. Eu vi essas famílias vingadas.
Tomara Deus não nos cobrar da mesma forma, pelo derramamento do sangue de seu filho.