O LAVA-PÉS, O SENTIDO DA EUCARISTIA

Geraldo Barboza de Carvalho

Reino de Deus é simbolizado por um banquete, uma festa de núpcias. Num banquete há comida e bebida em abundância. Deus é a fonte da vida. "Antes da morte e ressurreição de Jesus/Ele na ceia quis se entregar/Deu-se em comida, bebida pra nos salvar". Para deixar à nossa disposição o banquete da vida divina Jesus instituiu o memorial da eucaristia. O pão da vida eterna existe na terra para alimentar aqueles que vivem pela fé a vida nova dos que Jesus perdoou e ressuscitou com ele. Ressuscitando Jesus, o Goel da humanidade, o Pai ressuscitou juntamente com ele toda a humanidade e comunicou-lhe a vida plena da SS Trindade, presente no pão e no vinho abençoados por Jesus na Quinta-Feira Santa, com ordem para o povo de fé repetir seus gestos e palavras em memória, em reatualização real do sacrifício redentor: "Isto é o meu corpo dado por vós; este é cálice da nova aliança no meu sangue derramado por vós. Minha carne é verdadeiramente uma comida, meu sangue é verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, aquele que de mim também se alimenta vive por mim" e através de mim viverá da vida do Pai e Deus Mãe. O alimento material nutre o corpo, lhe dá energia para viver, força para desempenhar suas tarefas no mundo. A comunhão na vida de Deus nutre na fé o corpo destinado à vida eterna, vida com Deus Trino. Na Eucaristia Jesus nos comunica a vida divina aqui e agora. "Quem escuta a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna. Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que seja levantado o Filho do Homem, pra que todo que crê tenha a vida eterna. Deus amou tanto o mundo que entregou o Filho único, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha vida eterna". A vida eterna é a vida plena de Deus. A vida terrena é imperfeita, incapaz de nos realizar. Na eucaristia, Jesus nos comunica a vida da SS Trindade, que ele nos mereceu na encarnação "em corpo semelhante ao do pecado", no qual ele destruiu vicariamente nosso pecado pela morte de cruz, mas ressuscitou-nos juntamente com ele, comunicando-nos a vida eterna do Pai pelo Espírito Santo. Enviando "aos nossos corações o Espírito do seu Filho que clama: Aba, Pai, Deus nos comunica sua vida e nos faz filhos seus de maneira tão profunda que nos tornamos "partícipes da natureza divina", quase deuses. Filiação extensiva a Maria, que deu à luz o Filho e filhos no Filho: Maria é a Mãe da videira e dos ramos, da Cabeça e membros do corpo de Cristo. Pela adesão de fé à morte e ressurreição de Jesus, morremos ao pecado, ressuscitamos com ele e assumimos a adoção filial. O Batismo ritual ratifica a fé no batismo-fato, na morte e ressurreição de Jesus e nossa adoção filial. Mortos ao corpo de pecado, renunciamos às obras da carne: "fornicação, impureza, idolatria, libertinagem, superstições, brigas, inimizades, ambições, ciúmes, inveja, discórdia, partidos, bebedeira, orgia, ódios. Quem as pratica não herdará o Reino de Deus", mas os que praticam obras da fé: "caridade, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, temperança, brandura, alegria, paz". Os novos reinóis serão santos como Jesus. "Sede santos, porque o Jesus vosso Deus é santo. Fica feliz, pequeno e santo rebanho, pois foi do agrado do Pai dar-vos o Reino".

'Ora, a última ceia de Jesus não foi ritual pascal comum, mas o compromisso de cumprir integral e cabalmente a aliança do Salvador e Criador com criação inteira, em particular, com a humanidade. No decorrer da última ceia de ritual judaico, Jesus decidiu consumar o dom da sua vida por nós transformando no seu corpo e sangue o pão e o vinho destinados ao rito pascal judaico, pra alimentar-nos em definitivo com a vida da SS Trindade, pela fé, pondo fim à necessidade e à validade da páscoa judaica. "Assim como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, também aquele que de mim se alimenta viverá por mim". 'A eucaristia comunica aos fiéis a vida que Jesus recebe do Pai'. Depois que Jesus abençoou o pão e o vinho, transformando-os no seu corpo e sangue, e os deu aos Apóstolos, inclusive a Judas, para os comeram e beberam, ele lhes disse: "Fazei isto em memória de mim". Isto é: assim como Jesus consumiu sua vida doando-se aos irmãos, indo até o extremo de fazer-se comida e bebida para nós, igualmente ele nos convida a fazer o mesmo: doar-nos pelos outros, oferecendo nossos corpos como hóstias vivas. Este será o culto espiritual agradável a Deus. Por isso, não basta estarmos purificados ritualmente para agradarmos a Deus: é preciso servir os irmãos, cultuar o Pai servindo humildemente a seus filhos por amor. Se é assim, porque e para que continuarmos celebrando a eucaristia, se basta o culto do amor fraterno? É que a eucaristia não é apenas um ritual, mas o encontro místico com Jesus que se dá em alimento como Irmão nosso, para nos dar o exemplo do novo culto agradável ao Pai. Reunimo-nos semanalmente em torno de Jesus para reafirmarmos com ele o pacto de amor fraterno e serviço mútuo; para confessar aos irmãos o egoísmo que inspirou muitos dos nossos atos e nos reconciliarmos assim com eles; para fazer nossos os sentimentos de Jesus Cristo ao partilhar o pão da vida, isto é, a existência toda, com aqueles que seguem idêntico caminho que nós e nos estendem a mão vazia. Este serviço fraterno do dom de si constitui o verdadeiro sentido da eucaristia. É por não celebrarmos a missa no espírito de fraterno serviço que o Brasil, o maior País cristão do mundo, é também dos mais corrutos e injustos, dos menos fraternos. A maioria dos católicos vai à missa apenas cumprir uma obrigação ritual, para não ficar com peso de consciência, em vez de irem ao encontro mais solene de suas vidas – encontro com o Senhor da vida, para dele receberem e distribuírem com os irmãos a vida em abundância. Exatamente isto. Depois que Jesus celebrou a última ceia pascal judaica, durante a qual instituiu a eucaristia, a ceia da nova aliança, que não é mais um ritual repetido anualmente na mesma data, mas o dom da vida uma vez por todas, Jesus entregou nas mãos dos Doze e sucessores o privilégio de comungar no seu corpo e sangue, como sinal do dom da vida por nós, com a ordem de perpetuar em seu Nome esse mesmo ritual, tornando-o efetivo pela doação da nossa vida aos irmãos. Eis o significado verdadeiro do "Fazei isto em memória de mim". Mais que celebração, a eucaristia é dom da vida de Jesus aos seus irmãos, para capacitá-los a doar-se também aos outros como ele fez. "Fazei isto em memória de mim": assim como eu me dei a vocês, doem-se também aos seus irmãos: esta é vossa verdadeira eucaristia, vosso culto espiritual do agrado do Pai. A de Jesus ou a nossa, a eucaristia é dom da vida para gerar vida além do doador da vida. "Não há maior prova de amor que doar a vida pelos irmãos. Se eu, o Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo para que, como eu fiz, assim façais também vós". No dia em que os brasileiros que crêem puserem a eucaristia em prática, seremos outro País: o governo da coisa pública passará das mãos dos corrutas às mãos dos servidores do povo. Governadores, presidente, senadores, deputados, vereadores, juízes, administradores serão pessoas de bem. Basta de cristãos de fachada, bandidos mandando, legislando, julgando, administrando o Brasil!

Servir como Jesus serve: lavando os pés uns dos outros. O lava-pés é o protótipo do humilde serviço aos outros erevela o verdadeiro sentido da eucaristia. Sintomaticamente, o lava-pés ocorreu durante a última ceia da antiga aliança e primeira ceia da nova aliança de Jesus com os discípulos, para marcar a transição da antiga para a nova aliança. Jesus comeu o pão e bebeu o vinho com os discípulos na última ceia da antiga aliança. Enquanto ceava, se levantou, lavou os pés dos discípulos, retomou seu lugar à mesa, instituindo, a seguir, a ceia da nova aliança. Jesus comeu o pão e bebeu o vinho da ceia antiga, mas não comeu o pão nem bebeu o vinho da nova ceia, porque ele mesmo era a comida e a bebida, o pão e o vinho, "o corpo dado por vós e o sangue da nova e eterna aliança derramado em favor de vós". O lava-pés, ao mesmo tempo em que faz a transição da antiga para a nova aliança, revela o espírito da eucaristia: a oferta de "nossos corpos como hóstia viva, santa e agradável a Deus", no humilde serviço fraterno, como Jesus faz. A oferta do corpo, da vida a Deus é o sacrifício de louvor, o verdadeiro culto espiritual que lhe agrada. Por isso, Jesus disse aos discípulos quando chegou a hora da última ceia: "desejei ardentemente comer esta páscoa convosco antes de sofrer. Asseguro-vos que a comerei nunca mais, até que se cumpra no Reino de Deus". Isto é: até que a Páscoa antiga encontre seu verdadeiro sentido na Páscoa nova do Cordeiro de Deus, que pôs fim à antiga aliança, substituindo-a para sempre pela nova aliança, selada com a entrega do seu corpo e o derramamento do seu sangue. Quando Jesus brigou com os vendilhões do templo, que faziam "da casa do meu Pai uma casa de comércio", ele deu o motivo de sua indignação: "O zelo da tua casa me consome". Isto é: 'é grande o meu desejo que o templo antigo, centro dos sacrifícios da antiga ceia pascal e do culto a Deus, seja destruído e substituído pelo novo templo do meu corpo, centro definitivo da nova aliança, em que eu mesmo serei o sacerdote, a vítima e o alimento. Isto se fará rápido: "Destruí este templo e eu o reconstruirei em três dias: Ele falava do templo do seu corpo", que será dado em comida ao novo povo de Deus. Por isto, Jesus desejava ardentemente comer aquela Páscoa Antiga: sua Hora havia chegado e não havia mais tempo a perder. Chegou a hora de acabar com a aliança caduca que não salva e apressar a chegada da nova, quando a mesa de Deus estará posta para alimentar muitas gerações com o pão da vida, em definitivo. Quando a nova ceia estiver posta eternamente, depois da entrega de Jesus à morte de cruz pelos pecadores, de sua ressurreição no Espírito e entronização na glória à direita do Pai, aí ele comerá novamente a nova ceia com os discípulos, a qual é a vida nova recebida do Pai e distribuída com eles, que a distribuirão pelos séculos afora até que Jesus retorne. Enquanto isto não ocorre, desde já participamos do banquete da vida comungando o corpo de Jesus, mediante a fé. "Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo. Eu disponho para vós o Reino, como o meu Pai o dispôs para mim, a fim de que comais e bebais à minha mesa em meu Reino. Meu verdadeiro alimento é fazer a vontade do meu Pai: não perder nenhum daqueles que me deu para salvar, mas os ressuscite no último Dia". Não se trata, porém, de ociosamente festejar as núpcias do Cordeiro. Trata-se de festejar o dom da vida por amor e recuperá-la em virtude do "Espírito que dará vida aos nossos corpos mortais". Festejar o dom da vida de Jesus por nós, que não consistiu numa morte inútil, mas manifestou o poder do Pai de vencer a morte pela vida. Por isso, quando instituiu a eucaristia, Jesus diz aos discípulos: "isto é meu corpo que é dado por vós; isto é o sangue da nova aliança derramado por vós; toda vez que fizerdes isto, fazei-o em minha memória", na verdade ele está querendo dizer: "Quando vocês comungarem meu corpo e sangue, lembrem-se de fazer o que eu fiz: servir com humildade, amar até o extremo do amor, lavar os pés uns dos outros, dar a vida por eles. "Não há prova maior de amor que dar a vida pelos amigos. Fazei isto em minha memória", comungai em espírito de serviço, de modo à comunhão não terminar com a celebração eucarística, mas se prolongue no serviço humilde aos irmãos, lavando os pés deles, 'oferecendo vossos corpos como hóstia viva, santa e agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual', a comunhão que espero de vocês: comunhão na vida do irmão, dos mais pobres e especial. Quem comunga do meu corpo e sangue assume o compromisso de fazer pelos outros o que eu fiz por vocês: dai de graça o que de graça recebestes; dai vossas vidas pela salvação dos outros; eis o serviço maior prestado aos irmãos, vosso culto espiritual verdadeiro". Concretamente, o lava-pés consiste em atender as mais elementares necessidades dos sofredores da terra: comida, bebida, roupa, saúde, liberdade, como Jesus deixa claro no discurso escatológico sobre o Juízo Final: "Tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e viestes ver-me. Era forasteiro e acolhestes-me. Cada vez que fizestes essas coisas a um dos meus irmãos mais pequeninos, o fizestes a mim. E todas as vezes que deixastes de fazer isto a eles, a mim o deixastes de fazer". Aqui a eucaristia se torna mais real, porque é doação de si a quem nada tem para restituir-nos. O serviço aos pobres é o Evangelho anunciado em atos. É este serviço que Jesus deseja que realizemos após a ceia eucarística, pra tornar real o mandato: "Fazei isto em memória de mim". Não é por acaso que o discurso sobre o Juízo Final acontece dois dias antes da última ceia e instituição da eucaristia. Se a esta representa a doação máxima de Jesus por nós, o máximo serviço que ele nos presta, o serviço aos pobres que ele pede de nós torna-nos semelhantes a ele no dom de nós mesmos aos outros e torna nossa eucaristia com rosto de carne e osso humanos. "O discípulo não é maior que o Mestre: basta-lhe ser igual". Por isto, se Jesus não se envergonha de conviver com cegos, aleijados, prostitutas, publicanos, embora fosse muito criticado pelos fariseus e doutores da lei, também não podemos nos envergonhar dos diferentes de nós. "Quem se envergonha de mim diante dos homens" (nas pessoas dos sofredores) eu me envergonharei dele diante do meu Pai que está nos céus". Quer dizer: O humilde serviço aos pobres é da essência da missão de quem crê, a exemplo de Jesus que fazia tudo bem feito. Jesus é Rei para servir os irmãos; Sacerdote para se oferecer como hóstia viva pela salvação deles; Profeta, para falar com autoridade. Unidos a Cristo, participamos da sua realeza, do seu sacerdócio, do seu profetismo, para fazer no mundo o mesmo que ele fez: servir os pobres, nos doar como hóstia viva pelo bem-estar deles. Como novo povo de Deus, a Igreja é uma comunidade missionária, comunidade de enviados por antonomásia. Pois Igreja significa assembléia dos convocados e enviados para a missão. Antigamente o celebrante dizia em latim ao fim da missa: "Ite, (assembleia) missa est". Quer dizer: Ide! O povo de fé aqui reunido, a assembléia litúrgica convocada e reunida aqui para participar da eucaristia, agora que terminou a ação de graças, é enviada ('missa'), pra viver a eucaristia no dom de si do serviço fraterno, a exemplo de Jesus. Vão anunciar o Evangelho em palavras e atos, mostrando que o Reino de Deus já chegou e está em ação entre nós. Acaba a 'missa', começa a missão, que consiste na entrega de si em palavra e atos pelo bem dos irmãos. Sem intenção missionária, o povo se reúne inutilmente e comunga de maneira profana, até sacrílega o corpo e sangue de Jesus. Fazei em memória de Jesus o mesmo que ele fez por vós: lavai os pés uns dos outros, dai de comer a quem tem fome, visitai os doentes e prisioneiros, aproximai o Reino de Deus dos pobres'. O que Jesus nos pede, ele fez antes. Dando a própria vida em resgate dos pecadores, ele mostra que Deus é o servidor maior: O Pai cria, o Filho acompanha a criação, que Deus Mãe conserva e santifica. A encarnação de Jesus e suas conseqüências são o maior serviço à humanidade: "Vós me chamais Mestre e Senhor e eu o sou; todavia, estou no meio de vós como Aquele que serve". Jesus é o Servo Sofredor de Deus, Imagem do Pai Servidor, do Espírito que serve se derramando em nossos corações. Deus é amor, amar é servir. Aconvivência entre as Pessoas Divinas é serviço de amor mútuo. A Família Divina é serviço de amor, dom sem limites de cada Pessoa à outra. Por isso, a SS Trindade é a mais perfeita comunidade. O serviço que Deus pede de nós em favor dos outros tem por modelo a SS Trindade: Dei-vos o exemplo lavando vossos pés, para que, assim como eu fiz, também o façais vós; pois estou no meio de vós como aquele que serve, não como quem é servido". Por isso, tenho mais é que viver a eucaristia pela fé, superando as dificuldades naturais no serviço fraterno. "Espera em Deus, faze o bem, habitarás a terra em plena segurança. Põe tuas delícias em Javé e Ele realizará os desejos do teu coração. Javé é meu Pastor, Guia e Rochedo: nada me faltará nem me afetará. Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estás comigo. Vossa bondade e misericórdia me seguirão por todos os dias da minha vida. Vem de Javé a salvação dos justos pela fé: Ele é refúgio no dia da aflição". O enviado de Jesus sabe que nada lhe fará mal, pois Jesus está com ele. Se os seus enviados beberem veneno, não morrerão. "Não temas diante deles, pois contigo estou para te salvar. Filho do homem, vou enviar-te aos filhos de Israel, a esses rebeldes que contra mim se rebelaram. Os filhos são insolentes, de coração duro. Envio-te a eles: quer te escutem ou não, ao menos, saberão que um profeta esteve com eles. Quanto a ti, não os temas nem suas palavras. Não temas porque eles se opõem a ti e te menosprezam ou porque estás sentado sobre escorpiões. Não tenhas medo de suas palavras, nem fiques apavorado com seu olhar, pois são uma casa rebelde. Transmitir-lhes-ás minhas palavras, quer escutem ou não, pois são uma casa de rebeldes". Os enviados de Deus têm a proteção dele. Comungar no corpo de Cristo é também segui-lo na perseguição, no sofrimento da vivência da fé no mundo. Nossa cruz e nossa morte serão mediante a fé. Por isso não precisamos levar a cruz literalmente nem passar pela morte cruenta pela qual Jesus passou. Tanto sofrimento não poderia ocorrer reiteradamente, como ocorriam anualmente os sacrifícios de animais no Templo de Jerusalém pelos pecados do povo. Seria demais para a humanidade suportar tanto sofrimento. Por isso Jesus pôs fim à série indefinida de sacrifícios inócuos de animais, sacrificando-se uma vez por todas em prol da humanidade e da criação inteira.