Me lembro quando eu estudava o ensino médio e tinha aula de Filosofia. Foi amor à primeira vista e, de quebra, eu era apaixonada pelo professor. Passado algum tempo, depois que terminei o 2º grau, a matéria saiu do curriculum escolar. Mas voltou recentemente, pois reconhece-se, agora, que a Filosofia é matéria importante na formação disciplinar e ética do aluno.
Quero enfatizar o problema do "jeitinho brasileiro", que afeta a todos nós, quando injustamente. Todos somos cidadãos brasileiros, o que não significa que todos nós tenhamos que agir de acordo com o jeitinho brasileiro, ou seja, a trapaça, a vulgaridade, a malandragem, o fato de se conseguir tudo ou quase tudo de uma forma desonesta e fácil.
A força do ser humano é o trabalho e o estudo, a convivência respeitosa com todos os seres na sociedade, o que, em última análise, exerce a prática da fraternidade.
O que é importante é o que fazemos de bom, de útil. O que precisamos é refletir sobre os nossos atos, como agimos e reagimos às situações e pessoas, como analisamos os fatos a nossa volta: pela ótica da razão e da fraternidade, ou pela ótica obtusa do preconceito? O que pensamos e como pensamos? Devemos repudiar as fórmulas impostas a nós pela sociedade, pela mídia, pelas religiões, devemos pensar por nós mesmos, repudiarmos o jeitinho fácil, malandro, a vulgaridade, pois cada um tem a sua experiência de vida, a sua personalidade, portanto, não é possível nos basearmos em padrões exteriores aos nossos sentimentos, ao nosso caráter. Eu realmente gostaria que cada um pensasse por si mesmo, e pudéssemos ter um Estado livre das amarras religiosas, de uma sociedade sem as imposições da mídia, mas isso dependerá do amadurecimento de todos nós.
Encerro aqui com uma frase lamentável que ouvi outro dia, e gostaria de não ter que ouvi-la mais, pois traduz uma estupidez e uma estreiteza mental dignos de quem a adota:

"Seja amigável, não amigo."

Podemos ser educados, camaradas, colegas sim. Se, de cara, nós nos impomos à seguir uma frase dessas, destruímos as chances de amizade que poderíamos ter com aquela pessoa ou naquele ambiente, já que acaba sendo criada uma atmosfera limitante à amizade, em que acabamos apenas suportando o outro, o que, de fato, nada tem a ver com a fraternidade.