Desde os primórdios o homem já se preocupava com a segurança, buscava habitações para proteger-se e proteger suas crias, meios seguros de adquirir seus alimentos.A caça sua primeira atividade profissional e também a que sem duvida lhe apresentava maiores riscos foi sendo praticada com o maior rendimento possível, sempre buscando uma otimização para minimizar os riscos para si e para a equipe.

Hoje se consegue de uma maneira bastante abstrata "caçar" os suprimentos necessários para a sobrevivência de uma maneira mais segura, mais proveitosa, contudo, observa-se que as preocupações humanas com a segurança sua e de sua equipe "de caça", não é mais a mesma, talvez ate mesmo pela velocidade que podemos repor um membro da equipe eventualmente mutilado por um animal feroz, passamos a banalizar o sentimento que a priori era o mandamento da raça humana, passamos a executar práticas inseguras. Sem pensar que nossa falta irá comprometer a sobrevivência e a segurança da equipe, não mais cobramos do individuo que esta a nosso lado na luta diária, porque alegamos que isto não é problema nosso, as pequenas situações de risco passam despercebidas e não conseguimos dar novos rumos às caçadas diárias, não conseguimos apesar de toda tecnologia desprendida nas caçadas atuais evitar que muito de nós pereçam perante os riscos existentes nos ambientes onde laboramos nossas práticas diárias na busca do sustento.

Deixando de lado a realidade metafórica acima, hoje nosso país passa pela triste realidade de ainda possuir um grande número de acidentes de trabalho, as alterações realizadas na legislação conseguem muito pouco, o trabalhador concentrado no vai e vem do dia-a-dia não pratica atos com segurança. As cobranças dos colegas para que se lute para manter a equipe segura é em sua maioria das vezes mal interpretada. O jargão que segurança não é problema meu, ainda é muito ouvido nos ambientes de trabalho. Quando ocorre o acidente, sempre a culpa é do empregador que não comprou isto, não fez aquilo, a responsabilidade, que todos temos como seres humanos capazes de pensar e prever o instante seguinte ao ato, é muitas vezes relutada a outro.

Será que estamos fazendo a nossa parte? Será que ainda é possível reverter os índices alarmantes de acidentes que presenciamos? Será que o trabalhador é capaz de entender que ele é a parte mais frágil da engrenagem do capitalismo?

Diante de questionamentos tão gritantes temos apenas uma certeza, a de que apenas a prevenção tem poderes para respondê-los.