O AUTO-ABANDONO NA VISÃO DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

Como me percebo me julgo. Como me julgo me percebo. Como..................

Viver cada momento da sua vida sem se autodestruir é o caminho. A sua vida não é uma herança cármica e sim fruto das suas escolhas vivenciais. O pior momento da sua vida é quando se torna ninguém para si e para o outro. Fique esperto!!! Nem um milhão de desculpas, justificativas e arrependimentos pode recuperar cada minuto de vida perdido.     

Para o autogerenciamento vivencial, auto-abandono significa abandonar a si mesmo sem proteção e cuidado, sendo entendido com o gestor do sentimento de inutilidade e o grande incentivador da depressão. Auto-abandono é entendida como conflito existencial/vivencial, caracterizando por abatimento físico ou moral (tristeza, desolação, perda de interesse, perda de amor-próprio), múltiplas queixas somáticas (insônia, fadiga ) e sentimentos de abdicação . Falta à pessoa entusiasmo para concretizar uma nova ação que a levaria a sair desse mundo de insatisfação consigo. 

Esse estado ou condição em que a pessoa se coloca de que está abandonada, desamparada acaba gerando nela um vazio existencial. Sem metas e objetivos acaba tirando de si qualquer chance de se ver, sentir e ser útil. Cria a sua desilusão vivencial, o elemento instigador do quadro do auto-abandono. 

Em termos de dinãmica vivencial, é importante ressaltar que a ausência de estímulos também desequilibra.

 É claro que não podemos nos esquecer dos conflitos existencial/vivenciais das pessoas idosas, que além dos problemas intrínsecos que o envelhecimento gera, a família e a sociedade entram como os grandes instigadores desse sentimento de inutilidade e por conseqüência, o idoso inseguro de si, acaba se sentindo sem utilidade e se auto-abandona.

Como para o autogerenciamento vivencial, as reações das pessoas são dirigidas por lógicas vivenciais já configuradas e ao reagir à pessoa o faz de acordo com elas. Logo, para modificar essas lógicas vivenciais, antes de qualquer coisa, terá que mudar essas lógicas vivenciais. Muito interessante!!!!

Para o autogerenciamento vivencial, a terapia, em função de “resultado”, é refém do paciente. Já que se ele “achar” que “está certo” e “não quiser mudar de opinião”, nada poderá ser feito em termo psicoterápico. A terapia fornece elementos, mas não faz as transformações necessárias. Logo, é fundamental que a estrutura de autoconsciência/autorreflexão esteja atuante, pois cada elemento instigador e a sua lógica justificam as atitudes e comportamentos expressados.

Nesse mundo vivencial cada pessoa cria a sua realidade, embora a experiência seja comum a todos, mas a sua interpretação é pessoal. Aqui a imaginação não precisa da realidade para existir e pode traçar paradigmas que serão importantes na dinâmica vivencial de cada pessoa.

Ao abdicar de si mesmo, a pessoa terá que construir um mundo lógico que justifique essa opção vivencial e o caminho procurado muitas vezes é o da doença /cirurgia, colocando em segundo lugar o caminho do conflito existencial /vivencial.

Esse caminho medicamentoso/cirúrgico em termos existenciais /vivenciais não nos possibilita a interação vivencial “equilibrada” e “estável “conosco e com o outro, porque é voltada fundamentalmente para a auto-aceitação. Embora não se possa tirar o seu valor em termos iniciais e emergenciais. É importante ressaltar que o nosso entendimento existencial/vivencial é basicamente do mundo da consciência e não medicamentoso/cirúrgico. Ele está ligado há algo muito especial, você, você, você...., a sua auto-estima e si inicia através da sua imaginação. O que é imaginado é acreditado se torna real para você.

São as suas escolhas vivenciais é que dão qualidade a sua vida, logo é uma obrigação sua; saber escolher que vida quer lhe dar. O auto-abandono, a falta de autoconsciência/autorreflexão, leva cada pessoa a navegar num mundo imaginativo e ditador, “achando” que o problema da sua vida ou está no corpo ou no outro e não nas suas escolhas vivenciais. Utiliza-se da cirurgia para mudar o corpo e da terapia para buscar uma maneira de mudar o outro e não a si mesmo. Tem a ilusão que precisa mudar o corpo ou o outro para ficar bem. O auto-amor é trocado por ilusão.

O autogerenciamento vivencial vê com grande pesar essa forma de buscar a essência vivencial através desses procedimentos: sejam medicamentosos/ cirúrgicos ou terapêuticos sem autoconsciência/autorreflexão. Será que é possível encontrar o equilíbrio vivencial através desses procedimentos? O que vocês acham?

Para o autogerenciamento vivencial, esse descaminho existencial /vivencial impede qualquer forma de entendimento tanto por parte do profissional como do paciente e ainda mais, bloqueia a autoconsciência/autorreflexão, tão necessária para o entendimento e resolução dos conflitos existencial/ vivencial.

Não podemos esquecer que a pior prisão é a mental que nos aprisiona a “pensamentos e reações inflexíveis” nos impedindo de mudar de lógica vivencial, logo de dinâmica vivencial. Infelizmente quando se está envolvido pela dor do auto-abandono não há espaço para autoconsciência/autorreflexão. A dor e a memória da dor se confundem nesse caminhar do auto-abandono. A dor se aprisiona ao objeto da dor.

Em fim. É de uma importância imensurável sentir útil tanto na nossa saúde física como psicológica, pois além de nos proporcionar interatividade conosco e com os outros, é fator integrador com a vida.

 NÃO SE AUTO-ABANDONE. NÃO SE APROFUNDE EM AUTOPIEDADE. VOCÊ PRECISA DE VOCÊ.

Hei você aí, qual o seu nível de auto-abandono. Viver por viver não é viver.

Para refletir:

Amadurecer vivencialmente é saber lidar com as transformações e escolhas vivenciais, sem que elas se transformem em conflito vivencial. É importante destacar que em termos de escolhas vivenciais, a resposta a essas escolhas, só ocorrerão durante o processo de vivência. Primeiro se casa, só durante a convivência, saberás se acertou ou não no casamento. É claro que não podemos nos confundir com os casos de relacionamento que antes do casamento já estavam inadequados. Já tínhamos a resposta, só que pagamos para ver.

Drº Cláudio de Oliveira Lima – psicólogo

Email:
[email protected]
hotmail:
[email protected]
blog:
wwwnovaconsciencia.blogspot.com