Um dia acordamos e percebemos que os sonhos não faziam parte desse sono. Um dia acordamos e damos de cara com a realidade e o que é concreto é exatamente ilusão. Os sonhos não se concretizaram, vivemos nos iludindo com objetividades, com mercantilismo. Vendemos nossa criatividade, comercializamos nosso potencial e nos tornamos apenas peças do sistema. O trabalho tomou grande parte da nossa vida, e um trabalho que não nos traz prazer, as vezes até nos motivam, ou nos hipnotizam para acharmos que fazemos isso por vontade, mas no fundo, apenas nos entorpecem para que esqueçamos o que realmente queremos, o que realmente desejávamos, o que sonhávamos. Eu um dia sonhei, um dia planejei, construí castelos, vivi sonhos e os deixei de lado, me envolvi com o que era mais rentável, me dediquei ao meu currículo, a melhorá-lo, a me aperfeiçoar e hoje questiono-me: o que me tornei? Sou uma ferramenta útil, capacitada e completamente perdida, sem saber se realmente tenho parte nessa formação, sem saber quando questionei o que me faziam aprender ou apreender. Assim seguem os cursos de formação, assim seguem as graduações, tecnicistas, com uma base totalmente mercantil e capitalista, sem espaço para o ser pensante, sem espaço para questionamentos, afinal de contas, perguntas não produzem (apenas conhecimento, mas pra que conhecimento quando o que se visa é o lucro?). Abram-se os olhos para o que realmente importa, questionem-se, busquem aperfeiçoar-se naquilo que lhes instiga, ou seja apenas mais um sonhador iludido, que faz parte dos devaneios oníricos do mercado e não das próprias vontades.