Fabiane Gomes dos Santos[1]

Vânia Aparecida Rodrigues dos Santos[2]

Valderice Cecília Limberger Rippel[3]

RESUMO

Muitas pessoas já ouviram falar no termo hiperativo. Pais e professores não sabem o que fazer quando a criança apresenta constante inquietação ou age de forma inesperada. Freqüentemente crianças pequenas são ativas ou ate mesmo distraídas nos primeiros anos escolares, baseando-se apenas em alguns sintomas não é possível fazer o diagnostico do transtorno. Neste transtorno os sintomas variam e ocorrem por longo período de forma intensa. Alguns sintomas são: parece não conseguir parar de se mexer, fácil distração, dificuldade em permanecer sentado, parece não ouvir, interrompe os outros, responde sem pensar, dificuldade de seguir as instruções, fala demais, dificuldade em esperar a vez, muda de atividade sem concluir a primeira, é desorganizado, extenua a família e professores.Para fazer o diagnostico é importante procurar um especialista que possa avaliar, quando confirmado recomenda-se a medicação e a psicoterapia, por não existir quando a criança não é tratada da forma adequada o transtorno pode chegar à fase adulta. A maneira em que os pais interagem com os filhos pode aumentar ou diminuir o transtorno. Logo pais e educadores necessitam buscar informações para entender e compreender as limitações e necessidades das crianças.

Palavras – chaves: Transtorno do Déficit de Atenção, Hiperatividade; Criança.

INTRODUÇÃO

O Transtorno do Défict de Atenção e/ou Hiperatividade (TDAH) foi descrito pela primeira vez no início do século XX, e desde então tem recebido diversas denominações, como Lesão Cerebral Mínima, Disfunção Cerebral Mínima, Síndrome da Criança Hiperativa, Distúrbio Primário da Atenção, e Distúrbio de Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade.

Embora a maioria dos estudos sobre o TDAH tenham sido feitos em crianças desde a sua primeira descrição até os dias atuais, os adultos também podem apresentar o mesmo diagnóstico porém com sintomatologia própria. Este fato se deve aos critérios diagnósticos estabelecidos pela American Psychiatric Association, que enfatizam as características comportamentais mais comumente observadas na população infantil. Assim, os adultos acometidos pelo TDAH acabam não preenchendo aos critérios estabelecidos, embora atualmente acredita-se que o transtorno persiste da infância até a fase adulta, sofrendo apenas modificações no quadro sintomatológico.

O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é uma condição que inicia na infância e persiste em aproximadamente 50 a 75% dos casos, com uma prevalência de aproximadamente 4,4% na população adulta. A maioria dos adultos com TDAH apresenta desfechos negativos em diversas áreas da vida, como desempenho acadêmico e profissional, posição sócio-econômica e marital. Apesar das evidências de associação entre desfechos negativos e TDAH, não há relatos publicados entre este transtorno e eventos de vida negativos no adulto. O objetivo do presente estudo é buscar o que ocorre após vários anos da doença, percebendo ambas as dimensões do TDAH (desatenção e hiperatividade), e que esse efeito não é mediado por transtornos psiquiátricos comórbidos.

DESENVOLVIMENTO

Em 1902, se descreveu pela primeira vez sobre o Transtorno do Déficit de Atenção, isto mostra que ele não se trata de um modismo ou de diagnostico recente, desde então ele já recebeu diversas denominações como: Síndrome da criança hiperativa, lesão cerebral o disfunção cerebral mínima e transtorno hipercinético.

A Associação Americana de Psiquiatria em 1994 adotou o termo Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade, a presença da barra se as porque o problema pode ocorrer com ou sem a hiperatividade, porém a hiperatividade é o sintoma que mais define este quadro.

Este transtorno é mais freqüente para meninos do que para as meninas, chegando para eles a ser três vezes mais freqüentes. Outro aspecto importante é que nas meninas o quadro clínico predomina a desatenção e não existe evidencia importante de hiperatividade. E atingindo de 3 a 7% das crianças na idade adulta atinge 4% das pessoas. O Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade, comum na infância é um dos principais responsáveis pelo fracasso escolar.

Hoje sabemos que o problema não é restrito a infância, antigamente estudava-se que no final da adolescência os sintomas regrediam com ou sem tratamento e ao chegar na idade adulta já não apresentaria mais as características de infância.

Os estudos de hoje mostram que o distúrbio freqüentemente se estende até a idade adulta. As características do distúrbio mudam conforme a faixa de idade, tendo aparências diferentes. Na infância a criança se mostra mais ativas que as demais da mesma idade, estão constantemente correndo, pulando, brincando. O adulto hiperativo interioriza a mesma hiperatividade e demonstra-a de acordo com sua idade.

O Transtorno do Déficit de Atenção se manifesta por três grupos de sintomas: desatenção, hiperatividade e impulsividade.Estes sintomas são variáveis e inespecíficos podendo ser encontrados em outros transtornos e também em alguns momentos na vida psíquica normal.

A Hiperatividade não se trata de uma doença de deficiência de atenção como o nome a espelha. Caracteriza-se pelo distúrbio do auto controle, do desenvolvimento adequado da inibição e da modulação das respostas.

Visto que as características do Déficit de Atenção também existem nas pessoas normais para identificá-los é necessário que os sinais de desatenção, hiperatividade e impulsividade sejam mais intensas que os apresentados pelas pessoas da mesma idade e que sejam persistentes. É como um padrão de vida a pessoa sempre foi assim, geralmente as pessoas que convivem com estas pessoas costumam dizer que ele sempre foi assim.

E também para se falar de Déficit de Atenção é necessário que os sintomas tenham acontecido desde a infância. Quando estes sintomas se apresentem depois de adolescente ou adulto, a pessoa provavelmente algum outro transtorno.

É necessário que esses sintomas tenham uma intensidade e constância tal que existe já um comprometimento do seu funcionamento em mais de uma área de atuação, como casa, escola, trabalho, vida social, etc.

A criança com Hiperatividade tem pouca atenção, comete erros em trabalhos escolares e provas por puro descuido. A própria criança consegue verificar seu erro e ficar surpresa ou aborrecida de fazer erros que não eram necessários, outros casos é da própria professora saber que o aluno sabe o que deveria ter respondido, mas, no entanto errou.

É comum perder a concentração em sala de aula constantemente, dificuldade na leitura, pois é como se estivesse dando um branco em determinado momento em que se esta lendo.

Na hora de fazer tarefas sozinho, em casa, se distrai o tempo todo, leva muito tempo, normalmente o que gera conflito entre mãe e filho. Em controvérsia em outros momentos é tão concentrado que parece incapaz de escutar, isto ocorre quando esta fazendo coisas que são do seu interesse. É facilmente distraída, facilmente perde completamente a tarefa que estava fazendo, em especial quando esta lendo ou em aula.

Isso quer dizer que a criança com Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade é capaz de ficar hiper-concentrada (se estiver interessada) ou então ficar desconcentrada (quando não tiver tanto interesse).

Por ser desorganizada com seus pertences geralmente acaba perdendo objetos, como lápis, livros, etc.

Algumas crianças com Transtorno do Déficit de Atenção demoraram para iniciar as suas atividade, taxadas de lerdas, parecem lentas, sem energia. Outras começam rapidamente, mas logo abandonam e começam uma segunda atividade que dificilmente será terminada. Quando se solicita que esta criança transmita recados ou execute mais de três tarefas ao mesmo tempo elacertamente não concluirá a tarefa e se perdera nas atividades.

Sinais de Hiperatividade:

  • Inquietação;
  • Perturba a classe.
  • Ao participar de atividades que as crianças necessitam aguardar a vez elas são inquietas e não conseguem aguardar. As palavras muitas vezes não conseguem ser seguradas e são ditas em momentos inapropriados.
  • Machucam-se com freqüência por não ter noção do perigo, costumam ser estabanadas.
  • Não suportam ser contrariadas, não aceitam respostas negativas.

O Déficit de Atenção na adolescência tem as características semelhantes a das crianças, o que acontece é que vai ocorrendo o amadurecimento. Tem dificuldade em se concentrar nas coisas que não são do seu interesse, mas de forma mais acentuada do que nas pessoas normais.

Alguns adolescentes iniciam suas tarefas, mas terminam poucas delas, geralmente desorganizado, esquece compromissos, onde guardou as coisas, etc. Diminuem a impaciência e a inquietude. Expõe-se freqüentemente a acidentes, tem tendência ao uso de álcool ou drogas, por se sentirem melhores sobre o feito da droga, usando-a como automedicação porem de forma inadequada.

Já no adulto com hiperatividade, as particularidades são semelhantes aos da criança e do adolescente, com as modificações causadas pela idade. Podemos citar como algumas peculariedades: para conseguirem ler um livro inteiro o assunto tem que ser muito importante. Tendência a ter dificuldade a terminar as tarefas, seu estilo de vida é desorganizado, esquece de pagar contas em dia, sua mesa de trabalho é caótica, esquece compromissos. Sente-se confuso quando tem muitas coisas a fazer, não conseguindo estabelecer prioridades.Atrasos, em férias procura mais atividades para fazer, falante nem sempre é bom ouvinte. Por ser impaciente toma decisões precipitadamente, provavelmente se arrependendo depois, não se adapta a trabalhos, relacionamentos. É muito emotivo, tem freqüentes oscilações do humor, e se irrita com facilidade. É menos capaz do que poderia ser.

O diagnostico deste transtorno é clínico, envolvendo pessoas significativas do convívio, para crianças e adolescentes, é indispensável a participação de pais e professores. Já quando tratado na fase adulta os conjugues e parentes fazem este papel. O histórico familiar pode apresentar casos em parentes, muitas vezes um dos pais.

O fator hereditário pode justificar a etiologia, múltiplos genes estariam envolvidos. O córtex pré-frontal direito é ligeiramente menor nas pessoas afetadas. Do ponto de vista bioquímico, a hipótese predominante é de uma diminuição funcional da dopamina, e também da noradrenalina, nessas áreas.

Uma característica marcante do Transtorno é a freqüência de se associarem a outros transtornos, em crianças, calcula-se que mais da metade dos casos ocorrem acompanhados de outros transtornos. Em adultos, estima-se que esse índice seja ainda maior.

Na infância, as condições comórbidas mais comuns são: transtornos específicos do aprendizado, transtornos do comportamento, transtornos ansiosos, transtornos depressivos, e tiques.Nos adolescentes o uso de drogas. Em adultos são também comuns os transtornos ansiosos, os transtornos depressivos, o abuso de drogas (incluindo o álcool e tranqüilizantes), transtornos do apetite e do sono.

O adulto DDA ao entrar no mercado de trabalho, quanto mais o hiperativo tenta se concentrar, mais distante de seu objetivo ele fica. Isto acontece porque a atividade no córtex pré-frontal, na verdade, desliga, ao invés de ligar. Quando os lideres colocam pressão para melhorar ele se torna mais ineficiente, o que geralmente nas empresas ocorre é de avaliar que o funcionário teve um decrécimo de performance, ma conduta proposital, falta de vontade, e daí surgem os problemas sérios.

As dificuldades encontradas por um portador de TDAH no trabalho são, provavelmente, as mesmas com que lutou durante os anos escolares. Muitas das tarefas que deve cumprir são iguais às de então: ler, escrever, planejar, calcular, organizar, escutar, memorizar e lembrar. Hoje em dia, os empregos que não exigem tais habilidades estão ficando cada vez mais raros, em função do desenvolvimento tecnológico, e a importância dessas habilidades cognitivas aumenta a cada dia.

Felizmente, ao contrário da escola, o mercado de trabalho é amplo o suficiente para possibilitar escolhas que levem em consideração os pontos fortes, as dificuldades, os interesses e a motivação de cada um. Lado a lado com essa extensa gama de opções, um jovem adulto com TDAH também se depara com desafios bastante significativos. A responsabilidade é inteiramente do funcionário de seus padrões de comportamento e de encontrar as acomodações necessárias para o sucesso profissional.

especialistas nem sempre concordam sobre o melhor caminho profissional para portadores de TDAH. Alguns sugerem atividades que permitam o máximo de liberdade, outros falam em carreiras com alto nível de estímulo, como piloto, bombeiro, atleta radical. No entanto, é possível perceber que eles estão em quase todos os campos de trabalho, desde Informática, Ensino, Direito até Fotojornalismo, Publicidade e Exército.

O ponto importante, na verdade, é descobrir quais são as características que fazem determinado emprego certo ou absolutamente errado para determinada pessoa. O "x" da questão é encontrar a ocupação mais compatível dentro da carreira de escolha. Para isso, é preciso analisar seus próprios interesses, seu tipo de personalidade, suas habilidades, suas dificuldades e seu nível de treinamento. Não basta sentir vontade de seguir este ou aquele caminho, é necessário pensar nas possíveis armadilhas que o TDAH pode provocar em determinada área. E é necessário pensar antes se comprometer com um emprego, para minimizar ou evitar futuros problemas.

Conforme conversado com um DDA ele nos relatou, que toda vez que seu gerente o pressionava para melhorar mais ele decaia seu desempenho. Quando a chefia estimula a melhorar mas de forma positiva elas se tornam maus produtivas, funcionam perfeitamente ao elogio, ao estimulodo que na pressão. Pessoas com DDA saem-se melhor em ambientes que sejam altamente interessantes ou estimulantes e relativamente tranqüilos.

O que queremos ressaltar é que as empresas não criam condições, em sua maioria para DDA no mercado de trabalham, não há consciência, qualificação e nem políticas desenvolvidas que incluam estes profissionais justamente pela falta de informação.

Os gestores de rh percebem os sintomas mais latentes no DDA

  • Distraibilidade: pode ser causada tanto por fatores externos (ambientais) como internos (uma mente que vaga);
  • Impulsividade: não pensar antes de agir;
  • Hiperatividade: os empregos sedentários são pouco recomendados para portadores que costumam levantar, passear, sair freqüentemente do lugar;
  • Problemas de memória: o esquecimento é um problema rotineiro de adultos com TDAH, e está diretamente ligado ao nível de pressão ou complexidade do dia;
  • Tédio: alguns adultos não suportam a falta de estímulo contínuo, e se aborrecem com facilidade;.
  • Problemas com o controle do tempo: que podem se manifestar através de atrasos freqüentes, obsessão com o horário ou em comprometer-se com mais coisas do que é possível fazer;
  • Procrastinação: freqüentemente, um problema muito sério para os portadores;
  • Dificuldades com projetos a longo prazo: relacionados com alguns dos fatores já enumerados, como controle do tempo, tendência à procrastinação e dificuldades com planejamento e organização.
  • Trabalho burocrático: requer organização, auto-disciplina e atenção a detalhes, habilidades tipicamente difíceis para adultos com TDAH;
  • Dificuldade de interrelação: conseqüência de falhas básicas no processo de socialização, muitas delas decorrentes da dificuldade de atenção e hiperatividade próprias do transtorno. A maioria dos hábito que aprendemos para viver bem na companhia dos outros são aprendidos durante os anos da Educação Infantil (Novotni,1999).

Parece simples e óbvio que adultos pratiquem esses hábitos naturalmente, mas, na realidade, portadores de TDAH têm dificuldade em seguir as regras sociais. Primeiro, porque elas não são escritas, são regras supostamente conhecidas. E se alguém não prestou atenção quando elas foram explicadas naqueles primeiros anos? Ou estava distraído quando foi feita a distinção entre um comportamento aceitável e outro não? Ou se a regra é conhecida, mas a impulsividade faz com que se fique cansado de esperar?

Estes profissionais são aptos para planejar e adequar sua carreira. A sociedade e o mercado de trabalho tem em si tem sua natureza de exclusão, não admitindo diferenças. Coloque um TDAH em uma atividade aderente ao seu perfil (como deveríamos fazer com qualquer pessoa) e ele mostrará possivelmente uma versatilidade e performance que o destacará da média.

A mudança mais necessária, mais profunda e mais difícil de ser alcançada do nosso tempo é a aceitação da pluralidade de idéias em lugar da supremacia absoluta dos dogmas e tabus, da participação em lugar da dominação, da liberdade em lugar da opressão, da diversidade em lugar da uniformidade, do crescimento pessoal e coletivo em lugar do conformismo e da estagnação, do lúdico em lugar do bélico.

Necessário estimular a inserção da diferença nas organizações não se contrapondo com a função das empresas: dar lucro.

A questão é: podemos incluir, integrar e potencializar o ser humano como profissional e gerar riqueza? Muitos líderes fazem-se cegos, surdos e mudos diante deste questionamento quando chamados para prática (aquilo que vem depois do discurso). Neste momento, o pragmatismo coerente se perde e a demagogia parece tomar lugar.

REFERÊNCIAS

A HIPERATIVIDADE. Disponível em:<http://www.amordemae.com.br/artigodet. asp>. Acesso em: 04/12/2008.

EVENTOS DE VIDA EM PACIENTES ADULTOS COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE. Disponível em: http://biblioteca.universia.net/html. Acesso em 30/11/2008.

BARKLEY, Russell A. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade Editora Artmed, 2006.



[1] Pós Graduanda no curso de Especialização em MBA Gestão de Pessoas pela Bagozzi. E-mail: [email protected]

[2] Pós Graduanda no curso de Especialização em MBA Gestão de Pessoas pela Bagozzi.E-mail: [email protected]

[3] Doutora em Educação – Professora e orientadora Bagozzi.