Leilane Kércia Barreto Soares

1 INTRODUÇÃO

No mundo atual as relações sociais veem se transformado em passos largos, com o avanço da tecnologia as relações pessoais tornam-se mas virtuais que pessoais. A informação se difunde muito rápido através da internet.

As mazelas sociais também se alastram muito rapidamente nesse cenário. A desigualdade social vem se acentuando ainda mais na nossa sociedade. Os níveis de criminalidade estão aumentando abruptamente, índices de homicídios autos, roubos e mortes a troco de nada. Percebe-se uma profunda inversão de valores.

Então em virtude disso esse trabalho vem tratar o tem Gestão Social com um estudo bibliográfico sobre o tem e através de uma apresentação teatral para alertar aos ouvintes sobre a importância de uma gestão de qualidade, onde todas as áreas envolvidas sejam trabalhadas. E através da dramaturgia sensibilizar um pouco sobre o tema. Abordando além de temas básicos o assistencialismo dos programas sociais e o mal uso desses recursos repassados por parte da população.

Espera-se que isso sirva de alerta, e que a população se torne mais fiscalizadora dos recursos públicos e dos beneficiados. É importante que a população seja mais participativa nas políticas públicas do seu território. Cobrar o que deve ser feito e cumprir seus direitos enquanto cidadão.

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 Gestão Social

As sociedades ao longo da história veem se tornando mais complexas, as necessidades são acentuadas com o decorrer do tempo. A sociedade tem-se tornado mais exigente em relação as duas necessidades. A transformação tem sido profunda, passando de uma sociedade inicialmente agrícola para uma sociedade industrial, de uma sociedade rural para uma sociedade urbana. O que tem entrado em questão nessa ótica é o Terceiro Setor.

De acordo com Tenório (2005), a Gestão Social está ligado intimamente às políticas sociais, de organização do terceiro setor, de luta contra a pobreza, e de preservação ambiental.

Filho (2007) Gestão Social trata-se de uma gestão voltada para o sócia. Completa que a própria finalidade da gestão a define, contudo não se deve observar apenas o fim, e sim o processo como um tudo. Dentro desse contexto é necessário observar dois níveis de análise, o nível societário que identifica uma problemática da sociedade e o nível organizacional que se associa a uma modalidade específica de gestão, e que está diretamente ligada a sociedade.

A Gestão Social, tem como objeto de estudo a gestão de problemáticas sociais e ambientais que necessitam de uma visão intersetorial e interorganizacional, considerando seu espaço de articulação em um conjunto de constante fortalecimento democrático, onde vários atores dividem interesses, visões e ações dentro de um território (MENDOÇA, 2012).

É possível elencar alguns problemas sociais que poderiam ser evitados com uma gestão social de qualidade e eficiente. Dowbor (2015) relata que a gestão social deve atuar na educação, saúde e cultura e descreve alguns problemas que se avolumam com a atual gestão social, podendo citar aumento da criminalidade, crescimento do desemprego, desvalorização da juventude, a fome, a corrupção política e empresarial, a perda de valores, a má distribuição e concentração de renda.

Dowbor (2015) na sua perspectiva afirma que o bem-estar social é o fim, e que as políticas sociais são os principais caminhos, ou seja, os meios para que o objetivo final seja alcançado com a eficiência e eficácia.

Nos últimos o tempos a sociedade tem vivido uma explosão de tecnologias. Isso vem transformando profundamente a sociedade, as relações sociais, a ampliação do conhecimento sobre o mundo, as interações de trabalho, a perca de empregos e a substituição por outros. E em virtude disso Dowbor (2015), afirma que em termos de gestão social é importante a transição ordenada nos termos políticos, sociais e econômicos, para se adequar a esse novo mundo tecnológico.

Em seu texto Dowbor (2015, p.10) faz uma bela abordagem sobre a necessidade de uma reformulação na gestão social

O Brasil não é um país que gasta pouco com o social. Essencialmente, gasta mal. O apoio aos flagelados no Nordeste se transformou em indústria da seca, o complemento alimentar nas escolas em indústria da merenda, a saúde na indústria da doença, a educação está rapidamente caminhando para se tornar um tipo de indústria do diploma. A área social precisa, sem dúvida, de mais recursos. Mas precisa hoje, muito mais ainda, de uma reformulação político-administrativa.

É fácil detectar que uma gestão social de qualidade é imprescindível para o desenvolvimento de um lugar, pois seus habitantes terão uma boa qualidade de vida, incluindo todas as áreas da sociedade, educação, saúde, cultura, política, segurança, e outras diretamente relacionados ao povo.

Se faz necessário fazer uma articulação e um envolvimento entre os diversos setores da sociedade para que se desenvolvam em conjunto.

3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada para o trabalho foi inicialmente pelo levantamento bibliográfico sobre o tema Gestão Social e para a apresentação foi escolhido o método de dramatização. A dramatização foi feita pela e elaboração de uma peça teatral para abordar alguns dos problemas que a Gestão Social engloba, tais como o assistencialismo, a falta de informação da maioria da população, o desrespeito com os mais velhos, a lentidão de alguns serviços públicos, o mal uso dos recursos provenientes da ajuda do governo, desequilíbrio na distribuição de renda, falta de fiscalização em relação aos beneficiados dos programas sociais.

A peça foi escrita pelo autor Davi Bezerra Vieira e cedida aos integrantes da equipe para elaboração do trabalho, a mesma encontra-se em anexo. Após uma série de ensaios a peça foi filmada para posterior apresentação à turma de Administração Pública do polo de Jaguaribe.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Não é difícil perceber que na sociedade em que vivemos existe uma ineficiência muito grande das atuais políticas sociais.

Verifica que a sociedade não tem o conhecimento necessário para cobrar melhorias, pois acredita-se que gestão social está relacionado apenas ao assistencialismo, principalmente, por meio dos recursos destinados ao programa Bolsa Família do Governo Federal. Contudo Gestão Social engloba mais setores, como a educação (qualidade e acesso para todos), na saúde, não só hospitais equipados com profissionais qualificados, se faz necessário uma saúde preventiva e não curativa como observa-se na nossa sociedade. E na cultura que a população deve conhecer sua história, direitos e deveres.

A peça abordou um leque de temas que estão relacionados a sociedade, tais como a falta de conhecimento de algumas pessoas, o mau uso dos recursos oriundos dos programas federais, falta de conhecimento dos direitos e deveres, falta de respeito cos órgão públicos com a população, principalmente com os idosos, crise do país e mostrar que a própria sociedade é responsável pela fiscalização do destino dos recursos públicos, pois todo cidadão tem direito a informação por meio da transparência dos órgãos públicos, também aborda a má distribuição de renda, dentre outros temas.

Através do uso do recurso da dramaturgia, com um tom de comédia, serviu para alertar sobre os problemas enfrentados pela atual sociedade brasileira. Deixando claro que temos o direito a gestão social de qualidade e quais os campos que envolvem essa política.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

É necessário repensar a sociedade como um todo, bem como todas as estruturas que a ela pertencem. Fazer campanhas de alerta para que a população tome ciência do seu importante papel em uma sociedade.

Além de todos os problemas não é necessário apenas distribuir a renda, pois os problemas sociais vão bem além da economia envolvida. Se faz necessário a escolha e a aplicação de políticas públicas efetivas que possam minimizar os problemas sociais, que além da grande desigualdade entre as classes ainda tem inúmeros outros problemas, como educacionais, de saúde e cultural.

Faz-se de extrema necessidade que a população tome posição de seus direitos e cobre dos políticos gestão social efetiva, que pelo menos amenizem uma parte dos defeitos sociais tão arraigados no Brasil. E é por meio de propagandas, meios de comunicação, e até dramatizações que a sociedade pode ser sensibilizada e tomar ciência da necessidade de uma Gestão Social de qualidade, com políticas públicas sociais efetivas e que abordem a sociedade como um todo.

 

REFERÊNCIAS

DOWBOR, Ladislau. Gestão social e transformação da sociedade. Disponível em: . Acesso em: 22 de dez de 2015.

FILHO, Genauto Carvalho de França. Definindo Gestão Social. Texto apresentado no I Encontro Nacional de Pesquisadores em Gestão Social (I ENAPEGS) – Juazeiro do Norte-CE, 23-25-05-2007. Disponível em: . Acesso em: 22 de dez de 2015.

MENDONCA, Patrícia Maria E.; GONCALVES-DIAS, Sylmara Lopes Francelino; JUNQUEIRA, Luciano A. Prates. Gestão Social: notícias sobre o campo de estudos e práticas a partir das interações e debates do VI Enapegs. Rev. Adm. Pública, Rio de Janeiro, v. 46, n. 5, p. 1391-1408, Out. 2012. Disponível em . Acesso em 27 de dez. de 2015.

TENÓRIO, Fernando Guilherme. (Re)Visitando o conceito de Gestão Social. Desenvolvimento em Questão. Editora Unijuí • ano 3 • n. 5 • jan./jun. • 2005 p. 101-124. Disponível em: . Acesso em: 22 de dez de 2015.

APÊNDICE

 

A presente peça teatral foi escrita pelo autor Davi Bezerra Vieira e apresentada pela equipe para abordar o tema Gestão Social, abordando problemas o assistencialismo, a falta de informação da maioria da população, o desrespeito com os mais velhos, a lentidão de alguns serviços públicos, o mal uso dos recursos provenientes da ajuda do governo, desequilíbrio na distribuição de renda, falta de fiscalização em relação aos beneficiados dos programas sociais.

 

A Fila Anda... Ou Não?!

AUTOR: Davi Bezerra Vieira

Personagens:

Narrador

Oculto da cena, ou num canto recuado. Fala com entusiasmo.

MG – Maria das Graças

Uma senhora aparentando ter meia idade, veste-se de forma simples é bastante animada e levemente gasguita.

MD – Maria das Dores

Uma mulher ainda jovem, mas com aparência sofrida e roupas bastante velhas.

MC- Maria do Carmo

Uma mulher jovem, usa roupa muito chamativa, aparentando ser uma pessoa brega e exagerada e muito entendida/falante. Usa uma bolsa a tiracolo bem colorida. Fica sempre ajeitando o cabelo, e faz como se tivesse se olhando no reflexo do vidro.

MR – Maria do Rosário

Uma senhora idosa, veste-se com simplicidade, traz os documentos em um saquinho na mão.

Gerente (pode ser a mesma pessoa que interpreta o narrador)

Formal e educado, sempre lendo seus papéis enquanto fala... apresenta certa imparcialidade e frieza.

(Cenário: Em uma fila de banco, quatro mulheres esperam impacientes para tirar o dinheiro no caixa eletrônico, nessa sequência: MG – MD – MC – MR)