A conexão causal, não consiste na ação do trauma como "agente provocador", despertando o sintoma, o qual continuaria subsistindo independentemente. Achamos que o trauma psíquico ou sua recordação atua, antes, como corpo estranho, que continua exercendo sobre o organismo uma ação "eficaz" e "presente", por mais tempo que haja decorrido desde a sua penetração nele. Está ação do trauma psíquico é demontrada por um singularíssimo fenômeno, que confere aliás a nossas descobertas alto interesse prático.

"VERIFICAMOS, REALMENTE, COM SURPRESA NOSSA A PRINCÍPIO, QUE OS DISTINTOS SINTOMAS HISTÉRICOS DESAPARECIAM IMEDIATA E DEFINITIVAMENTE QUANDO SE CONSEGUIA DESPERTAR COM TODA CLAREZA A RECORDAÇÃO DO PROCESSO PROVOCADOR E, COM ELE, O ESTADO AFETIVO CONCOMITANTE, E DESCREVIA O PACIENTE COM OS POSSÍVEIS PORMENORES DITO PROCESSO, DANDO A EXPRESSÃO VERBAL AO SENTIMENTO".

A recordação desprovida de afeto ("sensação") carece quase sempre de eficácia. O processo psíquico primitivo deve ser repetido o mais vivamente possível, retraído ao "status nasciendi" e "expresso" depois. Nesta reprodução do processo primitivo, tratando-se de fenômenos de excitaçõ, aparecem estes -- convulsões, neuralgias, alucinações, etc. -- novamente com toda a intensidade, para depois desaparecerem de modo definitivo.

O VERDADEIRO FATOR TERAPÊUTICO É A ESPERANÇA DO PACIENTE EM SE VER LIBERTADO DE SEUS MALES... E NÃO O PRÓPRIO FATO DE DAR EXPRESSÃO VERBAL À RECORDAÇÃO DO PROCESSO PROVOCADOR E A SEU CONCOMITANTE ESTADO AFETIVO!

Invertendo o princípio de "cessante causas cessat effectus", podemos muito bem deduzir destas observações que o processo causal age de algum modo depois de longos anos, não indiretamente, por mediação de uma cadeia de elementos causais intermediários, mas imediatamente como causa inicial, do mesmo modo que uma antiga dor psíquica, recordada em estado de vigília, ainda provoca lágrimas.


REFERÊNCIAS:

OBRAS COMPLETAS DE FREUD

HTTP://METAPSICANALISE.BLOGSPOT.COM