Os primeiros estudos sobre a matéria apareceram pela primeira vez em 1859.

Na maioria dos casos, o simples exame do doente não basta, por mais penentrante que seja, para revelar o ponto de partida ("gatilho"); resultado negativo, devido em parte a tratar-se muitas vezes de acontecimentos cuja "recordação desagrada o enfêrmo", mas sobretudo porque o indivíduo não rememora de fato o que se investiga e até nem suspeita sequer da conexão casual do processo motivador com o fenômeno patológico.

Na histeria "traumática" é fora de dúvida que o acidente provocou a síndrome (conjunto de sintomas insuficientes para caracterizar uma doença) e, quando das manidestações dos enfêrmos de ataques histéricos nos é possível deduzir que em todos e em cada um de seus ataques vivem de novo por alucinação aquele mesmo processo que provocou o primeiro deles, afifura-se-nos também de modo evidente a conexão causal.

A desproporção entre o sintoma histérico, persistente através de anos, e sua motivação, isolada e momentânea, é a mesma que estamos habituados a observar na neurose traumática. Com freqüência, a causa dos fenômenos patológicos, mais ou menos graves, que o paciente apresenta, acha-se em sucessos graves da infância.

Exemplo:

Quando um afeto doloroso, surgido por ocasião da rejeição e retido pelo indivíduo, produz depois mal-estar e vômitos, que a seguir perduram através de meses inteiros na qualidade de vômitos histéricos.

Em alguns casos não é tão simples a conexão; entre a motivação e o fenômeno patológico existe apenas uma relação simbólica, semelhante à que o homem são constitui no sono quando, por exemplo, vem unir-se uma neuralgia com uma dor anímica, ou náuseas ao efeito de repugnância moral.

Em uma terceira série de casos (sitomas de "Histéricos" típicos, tais como hemianestesia*, diminuição do campo de visual, etc.) é difícil descobrir os princípios das causas (patologia).


"Estas observações parecem-nos demonstrar a analogia patógena da histeria comum com a neurose traumática e justificar uma extensão do conceito de "histeria traumática".

Na neurose traumática a verdadeira causa da infermidade não é a "leve" lesão corporal, mas o sobresalto, isto é, o trauma psíquico.

"Qualquer acontecimento que provoque os sentimentos penosos do "medo", a "angústia", a "vergonha" ou a "dor" psíquica, pode agir como trauma".

DA SENSIBILIDADE DO INDIVÍDUO DEPENDE "O SUCESSO" ADQUIRIR OU NÃO IMPORTÂNCIA TRAUMÁTICA.

Encontramos muitas vezes na histeria comum, substituindo o intenso trauma único, vários traumas parciais, ou seja um grupo de motivações que, só por acumulação, podiam chegar a exteriorizar um efeito traumático e cuja única conexão está em constituirem fragmentos de uma mesma história mórbida** . Em outros casos são circunstâncias aparentemente indiferentes que, pela coincidência com o acontecimento realmente eficaz, ou com um instante de grande excitabilidade, alcançam a categoria de traumas, que ninguém suspeitava possuissem, mas que conservam já a partir deste momento.



* Abolição da sensibilidade em metade do corpo.
** Que revela tendência para a anormalidade de sentimentos.

Referências:

Obras completas de Freud

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