ESQUIZOFRENIA UMA REALIDADE QUE PRECISA SER MAIS DIVULGADA: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

SCHIZOPHRENIA A REALITY THAT NEEDS TO BE MORE DISCLOSED: A LITERATURE REVIEW.

Elainny Katiúcia Tavares[1] 

RESUMO

 A esquizofrenia, é m transtorno mental complexo, pode ser acompanhada de prejuízo na representação e percepção visuo-espacial. O presente trabalho busca esclarecer a história, desenvolvimento, causas, sintomas, estigmas e qualidade de vida de pessoas acometidas pela esquizofrenia, pois a enfermidade é uma manifestação comum da doença mental grave que traz em seu bojo o “estigma” sendo muitas vezes mal compreendido em decorrência da falta de conhecimento. Essa enfermidade tem grande comprometimento nos pensamentos, emoções e comportamentos perturbados e sentem grande dificuldade em avaliar a realidade à sua volta. Isto pode ter um grande impacto na vida do indivíduo e da sua família.

A esquizofrenia ainda tem sua causa desconhecida, mas estudiosos acreditam está relacionado com fatores genéticos e ambientais, problemas com certos problemas com certas substancias químicas. Os fatores que estão na origem deste desequilíbrio não são ainda totalmente compreendidos e induz a formação de diversas conclusões sobre a enfermidade. 

PALAVRAS-CHAVE: Esquizofrenia. Saúde Mental.Qualidade de Vida. Limitações Físicas e Cognitivas.

1 INTRODUÇÃO

            A Esquizofrenia não possui uma causa especifica, mas entende-se que ela seja multifatorial em decorrência da falta de informação a sociedade, rotulam as pessoas que tem a doença por seu comportamento diferente, sem perceberem que essa atitude gera sofrimento e isolamento. A esquizofrenia na visão médica é considerada uma doença complexa. No entanto, alguns fatores genéticos parecem estar envolvidos, também alguns fatores ambientais podem contribuir para o seu desenvolvimento. O objeto de estudo desta revisão bibliográfica, é a esquizofrenia, entender como se dá seu desenvolvimento, sua descoberta e como ela se desencadeia junto ao paciente acometido pela mesma e seu familiar (ASSIS et al, 2008)

De acordo com o autor supracitado e dentro das pesquisas desenvolvidassobre Esquizofrenia,a mesma é percebida como um distúrbio mental crônico, grave e incapacitante que se caracteriza principalmente por alucinações e delírios. Geralmente ela se manifesta na adolescência e juventude, não havendo assim uma época especifica para o seu desenvolvimento, sendo a maioria dos casos diagnosticados em pessoas com idade entre 17 e 30 anos, pode afetar tanto homens como mulheres. Contudo, existem ainda casos que a doença pode se manifestar ainda quando crianças e idosos. A esquizofrenia com início na infância aparece depois dos 5 anos. A esquizofrenia infantil é rara podendo ser difícil diagnosticá-la por dificuldade de diálogo, coerência e coesão na identificação dos fatos.

Ainda seguindo a mesma vertente de pensamento de Assis et al (2008),o estigma da doença é uma palavra que significa uma marca negativa colocada sobre a pessoa enferma e uma carga de conclusões que pode comprometer o desenvolvimento social do enfermo em seu grupo de convivência, pois o estigma tende a modificar toda a rotina de uma família, por falta de conhecimento desestabilizando o mesmo,dificultando o relacionamentosocial e familiar. Não há testes específicos para o diagnósticoda Esquizofrenia, tal diagnóstico é realizado com base em uma entrevista minuciosa, com base no enfermo e familiar. A investigação e entrevista se basearão no tempo de duração dos sintomas, como a capacidade funcional da pessoa mudou histórico de desenvolvimento, histórico familiar e genético, que medicação usou e se funcionou.

De acordo com a literatura de Gomes (2008) a Esquizofrenia se caracteriza como uma doença psiquiátrica endógena que apresenta com uma considerável perca do contato com a realidade, caracterizando as disfunções psicológicas. Nesta enfermidade existem deformações da percepção, da comunicação, da atenção, dos afetos e limitação da função motora. Os sintomas psicóticos, está diretamente relacionado à alteração visuo-espacial. Normalmente a pessoa acometida pela doença não tem noção da doença e nem do seu desenvolvimento. Os sintomas psicóticos classificam- se em positivos e negativos. Sendo esta uma doença em análise e uma doença que causa limitações variadas. O tratamento atualmente disponível melhora significativamente o prognóstico desta doença e a qualidade de vida do enfermo que passa a conviver com diversas limitações decorrentes da doença.

Mediante o conhecimento de Santana (2009), inúmeras limitações podem surgir como: dificuldade de raciocínio, comunicação e compreensão no comportamento infantil, demonstrando pouca emoção, tem também ossintomas de esquizofrenia catatônica que podem incluirfalta de atividade, diferentes, não responder muito a outras pessoas. Os sintomas de esquizofrenia não diferenciada podem incluir sintomas de mais de um tipo de esquizofrenia. Assim as pessoas com esquizofrenia residual apresentam alguns sintomas, mas não tanto quanto as pessoas que estão em um episódio completo de esquizofrenia.

Na tentativa de ampliar o conhecimento sobre a Esquizofrenia aos familiares, acompanhantes e pacientes acometidos pela enfermidade desenvolveu-se a terapia de apoio que pode ser útil para muitas pessoas com esquizofrenia e familiares que apresentam um parente com a enfermidade. Técnicas de abordagem sobre a Esquizofrenia privilegia as vivencias e como lidar com elas. Dentro desse contexto percebe-se que mudanças só é possível com a conscientização de todas as pessoas com transtornos mentais e seus familiares (GOMES, 2013).

Ainda de acordo com o autor supracitado, dentro desse contexto e da falta de referencial adequado para a orientação das pessoas sobre Esquizofrenia a produção do artigo vem com o objetivo de contribuir com a melhoria da qualidade das informações passadas sobre a mesma, esclarecer duvida que fiquem obscuras em meio a um conturbado relacionamento da tríade profissional, familiar e enfermo. Com essas informações pode-se melhorar a qualidade de vida dos portadores da enfermidade e de seus familiares que passarão de leigos a conhecedores dos sintomas, deficiências e reações provocadas por ela. Com o intuito de reduzir um sofrimento que pode ser evitado com orientações e conhecimentos, pois é por meio da divulgação familiar que pode se popularizar o conhecimentodessa patologia.

Dentro do contexto de transmissão de conhecimento e esclarecimento de dúvidas sobre Esquizofrenia,para melhor se dá o relacionamento Enfermo, familiar ou cuidador, as instituições cuidadoras da patologia pode trabalhar com atividade em grupo, como a atividade de psicoterapia direcionada a divisão de dificuldades, direcionadas a superação de dificuldades e dissipação das angústias. Essas atividades também podem ser desenvolvidas com os pacientes, permitindo que os mesmos possam esquecer seus problemas e participar de algumas atividades divertidas. Além disso, o objetivo dessasatividades é dar-lhes a oportunidade de interagir com os outros e perceber que eles não são os únicos com problemas e assim dispersar sua atenção para outras coisas e não criar conflitos, mesmo com a redução cognitiva.Eles também podem compartilhar suas experiências e aprender mais sobre como lidar com problemas emocionais de uma maneira mais harmoniosa, restaurar aconfiança nos relacionamentos e aumentar a sua auto-consciência e auto-estima (BALLONE, 2008).

Nesse cenário, as atividades desenvolvidas nesses grupos de auto-ajuda visa contribuir com o paciente a lidar com seus problemas de comportamento, mudar sua perspectiva em relação à vida, dando-lhes uma atitude positiva.

Ainda de acordo com Gomes (2008) o que se conhece sobre Esquizofrenia é que os sintomas desenvolvem-se lentamente durante meses ou anos. De acordo com o metabolismo de cada pessoa tem diversas possibilidades de desenvolvimento e podem desenvolver diversos sintomas e em outras pessoas, podem ocorrer somente alguns tudo depende de cada organismo para reagir ao metabolismo da mesma. As pessoas com esse tipo de enfermidade podem ter dificuldade de manter suas amizades rotineiras e de trabalhar, pois elas com suas dificuldades de relacionamento tendem a deixar o ambiente pouco sociável. Elas também podem apresentar problemas relacionados à ansiedade, depressão e pensamentos ou comportamentos suicidas. Dentro desse contexto a pessoa acometida pela doença pode apresentar vários sintomas, como a sensação de tensão ou irritabilidade, dificuldade para dormir, dificuldade de concentração, com o desenvolvimento da doença, problemas com pensamentos, emoções e comportamento se desenvolvem, incluindo a falta de emoção (apatia), crenças ou pensamentos falsos que não têm base na realidade (ilusões), ver ou ouvir coisas que não existem (alucinações), dificuldade de concentração, pensamento desordenado, comportamentos bizarros, isolamento social, tal sintomas podem variar dependendo do tipo de esquizofrenia e do comprometimento da doença no organismo.

Mediante estudos relacionados à Esquizofrenia Gomes (2013), cita que existem seis tipos de Esquizofrenia e seus sintomas são variados: Esquizofrenia paranoide pode incluira ansiedade, fúria ou propensão a brigas, falsa crença de que pessoas estão tentando fazer mal a eles ou a seus entes queridos, também tem os sintomas de esquizofreniacomportamentais, como o treinamento de habilidades sociais, pode ser usado para melhorar as atividades sociais e profissionais, tem também a esquizofrenia paranoide onde o indivíduo acometido por essa enfermidade é desconfiado, reservado, podendo ter comportamentos agressivos em decorrência da doença, tem a esquizofrenia hebefrênica ou desorganizada, onde o enfermo tem os sintomas afetivos e as alterações do pensamento são predominantes. As ideias delirantes, embora presentes, não são organizados.

Em alguns doentes pode ocorrer uma irritabilidade associada a comportamentos agressivos. Existe um contato muito pobre com a realidade, tem a esquizofrenia catatônica, caracterizado pelo predomínio de sintomas motores e por alterações da atividade, que podem variar desde um estado de cansaço e acinesia até à excitação esquizofrenia residual em que existe uma rigidez muscular, postura tensa e diversos sintomas negativos: os doentes apresentam um isolamento social marcado por um embotamento afetivo e uma pobreza ao nível do conteúdo do pensamento a esquizofrenia simples e pouco frequente, aparece lentamente e normalmente surge na adolescência e aparece com emoções irregulares ou pouco apropriadas, quase ausência de relações sociais, perca de amigos e pouco relacionamentos desencadeando em alguns casos para a depressão (GOMES, 2013).

De acordo com as ideias citadas em estudos desenvolvidas pelo auto acima é conveniente o acompanhamento multidisciplinar e construção de relacionamentos éfundamental. Dentro desse contexto cabe aos familiares de uma pessoa com esquizofrenia ser informados sobre a doença, seus sinais e sintomas e receber apoio e orientação necessários para o convívio com a pessoa acometida pela doença. Dentro dessa realidade de falta de conhecimento e divulgação sobre essa enfermidade que existe serviços de apoio social para pessoas necessitadas quepodem ajudar aqueles que não recebem apoio da família ou de conhecidos.

Diante do exposto e de acordo com o autor supracitado é importante que a pessoa com esquizofrenia aprenda a conviver com a realidade da mesma, assim o mesmo deverá aprender a tomar os medicamentos corretamente e lidar com os efeitos colaterais, reconhecer os sinais iniciais de uma recaída e saber como reagir se os sintomas retornarem, lidar com os sintomas que se manifestam mesmo com o uso de medicamentos. A presença de um terapeuta dentro do processo de reabilitação e convivência pode ajudar nastarefas diárias sem depender de outras pessoas.

A esquizofrenia aumenta o risco de desenvolver um problema com álcool ou drogas, tal comportamento é chamado de um problema de abuso de substâncias. Assim o consumo de álcool ou outras drogas aumenta os riscos de os sintomas retornarem ou mesmo permanecer sem evolução. Doença física: Pessoas com esquizofrenia podem desenvolver doenças físicas, por causa do estilo de vida de baixa atividade e dos efeitos colaterais dos medicamentos. Uma doença física pode não ser detectada pelo pouco acesso a cuidados médicos e pela dificuldade em conversar com os profissionais de saúde, o Suicídio é uma preocupação constante no tratamento do esquizofrênico (SILVA 2006).

 2 METODOLOGIA

No intuito de alcançar os objetivos desse trabalho, adotou-se como metodologia da pesquisa bibliográfica que é aquela desenvolvida exclusivamente a partir de fontes já elaboradas – livros, artigos científicos e publicações periódicas.

Para elaboração desse trabalho, adotou-se como critério de inclusão que as fontes de pesquisa fosse livros e artigos científicos publicados no acervo eletrônico SCIELO, no período de 1960 a 2016. Tendo os seguintes descritores: Esquizofrenia, Saúde Mental, Qualidade de Vida, Limitações Físicas e Cognitivas.

 3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. Breve Histórico

            De acordo com estudos citados por Bleuler (1960) o termo Esquizofrenia não é novo, mas a divulgação sobre a enfermidade e a transmissão de conhecimento sobre a mesma é novo e a forma de divulgação do conhecimento e esclarecimento das dúvidas sobre a enfermidade, ainda é uma atitude bem tímida.

            O conceito de Esquizofrenia foi divulgado por Eugen Bleulerem 1911, para explicar sobreos pacientes que tinham as características de desligados de seus processos de pensamentos e respostas emotivas, concepção essa contrária ao estigma desenvolvido sobre a enfermidade, onde se faz uma relação da perca ou dissociação da personalidade, o que não é correto. Com isso, os estudos desenvolvidos sobre a enfermidade deixa claro que ter Esquizofrênia não significa necessariamente dispor de dupla personalidade(BEDANI, A. 2006).

O histórico conceitual da esquizofrenia data do final do século XIX.Kraepelin (1856-1926) estabeleceu uma classificação de transtornos mentais que se baseava no modelo médico. Seus sintomas característicos incluíam alucinações, perturbações em atenção, compreensão e fluxo de pensamento, esvaziamento afetivo e sintomas catatônicos (SILVA. 2006).

As consequências dessa enfermidade são devastadoras, no que se refere aos aspectos cognitivos, emotivos, e expressivos, pois a comunicação, o relacionamento social e familiar fica comprometido. Mediante estudos desenvolvidos por Colligaris (1989), a Esquizofrenia pode ter seu desenvolvimento repentino ou gradual, isso varia de organismo para organismo, sendo que nas mulheres as chances de um resultado positivo de tratamento são maiores atribui-se isso a ocorrência de estrogênio no organismo feminino. 

            De acordo com Bleuler (1960) a esquizofrenia tem o poder de causar inúmeros danos, não somente ao paciente e, mas também ao familiar ou acompanhante que lida diretamente com a pessoa enferma e a sociedade em si, por haver o desconhecimento da patologia, o desenvolvimento de estereótipos, o desenvolvimento do preconceito, a rotulação de “louco” e com isso a exclusão social.

            Há tempos atrás, quando se conhecia pouco sobre a esquizofrenia, ela era tratada com internações em hospitais mentais e com isso o enfermo era imposto a reclusão obrigatória e com isso era utilizado como tratamento o uso de antipsicóticos ainda em meados de 1950 e 1960 e existia também toda uma questão politica por trás do tratamento com esses pacientes, pois existia uma pressão politica econômica de redução de custos, com isso houve a liberação desses enfermos dos hospitais mentais e a volta ao domicilio, reduzindo gastos (COLLIGARE 1989).

                Não adianta tampar o sol com a peneira e tentar esconder uma realidade tão presente no nosso dia a dia por discriminação ou falta de conhecimento mesmo. A Esquizofrenia é um distúrbio muito frequente na sociedade e que remonta sua descrição e origem há tempos registradas em pergaminhos, desenhos e manuscritos em diversas épocas (ASSIS et al, 2008).

Ainda de acordo com o autor supracitado são várias as tendências de reflexão sobre doença mental e pode-se fazer diversas analogias sobre o assunto, pois ainda tem causas  e efeitos obscuros que estimulam bastante as discussões sobre o tema.

3.2. A Psicose Esquizofrênica

A esquizofrenia é uma doença que atinge principalmente a personalidade, pois afeta a zona central do eu e altera toda estrutura vivencial. Culturalmente o esquizofrênico representa o estereótipo do "louco", um indivíduo que causa e convive com um emaranhado de confusões mentais que tem como consequência o desprezo de quem o rodeia. Agindo com indiferença em situações que exige manejo de relacionamento, com isso o esquizofrênico tende a menospreza a razão e perde a liberdade de escapar às suas fantasias (SANTANA. 2009).

A esquizofrenia não escolhe cara para seu desenvolvimento, também não tem uma faixa de idade definida par se desenvolver, não tem predileção por camada sócio-cultural. O seu diagnóstico baseia-se basicamente na história psiquiátrica e no exame do estado mental.Na exploração do conteúdo em questão, identifica na literatura que o aparecimento de esquizofrenia antes de 10 ou depois do 50 anos de idade e não escolhe sexo para seu desenvolvimento (SILVA 2006).

Foi incluída na CID-10 (Classificação de Transtornos Mentais)na classificação das esquizofrenias, o transtorno esquizotípico. Pois é um tipo de doença que não se apresenta como psicose apesar de ser hereditário. Sabendo-se que os sintomas gerais, básicos e de primeira ordem das esquizofrenias, pode-se entender o transtorno esquizotípico como sendo uma fase pré-mórbida da psicose, mais sério que o transtorno esquizoide de personalidade e menos mórbido que a esquizofrenia franca. Tanto está certa esta visão que o próprio CID-10 considera este transtorno como sinônimo de esquizofrenia prodrômica, borderline, ou pré-psicótica (SANTANA. 2009).

Ainda de acordo com o autor supracitado e tentando agrupar a sintomatologia da esquizofrenia para sintetizar os principais tratadistas, teremos destacados três atributos da atividade psíquica: comportamento, afetividade e pensamento. Os delírios surgem como alterações do conteúdo do pensamento esquizofrênico e as alucinações como pertencentes à sensopercepção. Ambos acabam sendo causa e/ou consequência das alterações nas três áreas acometidas pela doença.

3.3 Gravidez na Esquizofrenia

Seguir com uma gravidez quando a mãe é esquizofrênica é uma decisão delicada, inclusive as que são pacientes de alto risco psicossocial, em decorrência disso cabe aos responsáveis pelo paciente se ela é capaz de gerir essa gravidez e se ela terá condições de arcar com as responsabilidades de mãe, de entender que a partir daquele momento existe alguém que precisa dela (SANTANA, 2009).

Ainda de acordo com o autor supracitado, a esquizofrenia apesar de ser uma doença psiquiátrica crônica que possui acompanhamento e controle com uso farmacológico e que requer tratamento por toda vida, quando bem tratada não é impedimento para a maternidade, pelo menos sob o ponto de vista biológico, recomendável e ela deve ser evitada por representar um duplo risco, tanto para a mãe como para o filho, considerando os fatores biológicos, psicossociais e genéticos.

Como toda enfermidade a esquizofrenia tem seus fatores de risco e para herança esquizofrênica é em torno de 10% para aqueles que têm parentesco com uma pessoa que tem a enfermidade e de aproximadamente 40% se a doença afeta ambos os pais ou gêmeos idênticos (BALONES. 2008).

Ainda de acordo com o autor citado acima os riscos da gravidez da mãe esquizofrênica, além daqueles derivados da genética da mãe, tem as alterações psíquicas que a gestação favorece, neles estão inseridos os efeitos secundários dos medicamentos usados para essa doença. Esses psicofármacos antipsicóticos podem afetar o feto, principalmente quando usados nos três primeiros meses de gestação. Quando a mãe usa psicofármacos no final da gravidez, o filho pode apresentar efeitos colaterais depois do nascimento, como por exemplo, dificuldades na sucção da mama, taquipnéia, taquicardia, irritabilidade, tremores, sudorese aumentada e retenção urinária, mas nenhum desses efeitos tem gravidade.

A melhor conduta que se pode idealizar, na questão das pacientes esquizofrênicas e do ponto de vista científico, é prevenir a gravidez. Conhecendo os riscos, a própria paciente ou mais provavelmente, os familiares, devem optar por algum método anticonceptivo constante ou definitivo (BALONES. 2008).

CONCLUSÃO

A esquizofrenia é uma doença hereditária e que dura à vida toda. É fundamental o acompanhamento médico e medicamentoso, pelo resto da vida, nesse processo de acompanhamento e auxilio do enfermo deve-se trabalhar a conscientização sobre a doença, pois falar a mesma que as dificuldades que está tendo vai ser para sempre, isso deve ser esclarecido para o paciente e ao familiar (ASSIS et al, 2008).

Dentro do processo de acompanhamento médico e medicamentoso, existem organismos que mesmo fazendo uso de antipsicóticos regularmente, podem ter uma recaída dos sintomas psicóticos. É fundamental trabalhar no paciente e familiar a identificação de sintomas, para reconhecer que estes estão voltando, e procurar ajuda imediatamente. É comum surgir antes dos sintomas graves da esquizofrenia sintomas como delírios ou alucinações, é comum aparecerem sintomas menos específicos como irritabilidade, insônia e depressão (BALLONE 2014).

A constante busca de conhecimento sobre a esquizofrenia pelos cientistas a enfermidade ainda é geradora de dúvidas, angústias e preconceitos em seus portadores, familiares, acompanhantes, amigos e em toda a sociedade. Os profissionais de Saúde Mental que lida com essa realidade diariamente sem tem receio em dar o diagnóstico de esquizofrenia, decorrente do seu agressivo desenvolvimento que tem efeitos devastadores (ZIMERMAN 1997).

Ainda de acordo com Ballone (2014), o diagnóstico de esquizofrenia é importante a superação e aceitação da patologia, pois passar pelo estágio de negação é fundamental para que se possa entender os sintomas e características da enfermidade, para assim vencer o preconceito e assim buscar o controle da enfermidade. Dentro do processo de desenvolvimento da enfermidade o processo de aceitação é o único caminho para conduzir à mudança. Dentro desse processo de diagnóstico, acompanhamento e tratamento é fundamental que o profissional de saúde tenha a sensibilidade para fazer a orientação correta e um bom traquejo para lidar com a doença e enfatizar o cuidado humanizado, que lhe trará maior confiança e autonomia no desenvolvimento de suas atividades.

ABSTRACT

Schizophrenia is a complex mental disorder may be accompanied by loss in representation and visuospatial perception. This study aims to clarify the history, development, causes, symptoms, stigma and quality of life of people affected by schizophrenia, because the disease is a common manifestation of severe mental illness that brings with it the "stigma" is often misunderstood as a result of lack of knowledge. This disease has a strong commitment in thought, disturbed emotions and behavior and have great difficulty in assessing the reality around them. This can have a big impact on the lives of the individual and his family.

Schizophrenia still has its cause unknown, but scholars believe is related to genetic and environmental factors, problems with certain problems with certain chemicals. The factors that are causing this imbalance are not yet fully understood and induces the formation of several conclusions about the disease.

KEYWORDS: Schizophrenia . Health Mental.Qualidade life . Physical and cognitive limitations.

 

REFERÊNCIAS

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[1]Graduada em Psicologia pela FACID (Faculdade Integral Diferencial), Pós-graduada em obesidade emagrecimento e qualidade de vida, Pós-graduada em educação especial e Pós-graduada em técnicas cognitiva comportamental, com o seguinte email:  [email protected]