ESPIRITISMO: PROMESSA DE JESUS

 

Vimos uma síntese de preciosíssimos ensinos contidos no Evangelho de Jesus, nosso grande Mestre Redentor, em artigo de minha autoria intitulado: “Sermão da Montanha”. Mas falemos algo mais ainda deste Revolucionário do Amor e de suas relações com o Espiritismo (Doutrina Espírita) codificado por Allan Kardec no século dezenove, tendo seu início marcado pela data de 18 de abril de 1857 com a publicação do renomado: “O Livro dos Espíritos”.

 

O Espiritismo, pois, como síntese da sabedoria humana e espiritual, constitui-se de vasto sistema científico e filosófico, cujo contexto doutrinário incorpora a mais pura moral: a evangélica-cristã. No que tange às suas ligações históricas com o Cristianismo, será preciso recordar as palavras proféticas que o próprio Cristo proferira de viva voz:

 

“Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas que não seriam capazes de compreender por agora”. (Vide: João – cap. 16, v. 12).

 

E se o Mestre assim procedera terá sido por reconhecer o despreparo dos homens do seu tempo para uma mais dilatada compreensão de seus ensinos; que precisariam, noutras palavras, de alguma maturidade do senso moral e da inteligência, para então, após dezoito séculos que separam o Cristianismo do Espiritismo, estarem enfim preparados para a compreensão, plantio e colheita resultante da prática viva de sua Doutrina, agora vista e desenvolvida em bases científicas como o quer e o exige o método experimental.

 

E para que não paire dúvidas sobre esta minha assertiva, no Cap. 14, vv. 15 a 26, daquele mesmo evangelista, Jesus revela que nos enviaria “O Consolador”, “O Espírito de Verdade”, com o fito de nos ensinar todas as coisas, fazendo-nos recordar tudo o que Ele mesmo havia dito e feito e que ficaria eternamente conosco.

 

 

 

 

 

O estudo metódico e a sóbria reflexão dos ensinos espiritistas, quando não realizados de forma leviana, e com idéias preconcebidas, forçosamente nos leva à conclusão irrefutável de que o Espiritismo, efetivamente, possui todas as características do “Consolador” que, por meio da falange do “Espírito de Verdade”, esclarece, conforta e suaviza as penas de cada dia conduzindo-nos a novos patamares de entendimento, de sabedoria e de amor.

 

Mas, afinal, para o Espiritismo, quem é Jesus?

 

E, com a alma em reverente comoção, digo que:

 

Jesus é um dos filhos de Deus, como todos nós o somos, porém, com a fundamental diferença de que Ele é um Espírito de altíssima evolução, coroamento extremo, digamos assim, da hierarquia espiritual. Em relação ao mundo, o Evangelho de João, Cap. 1, vv. 3 a 10, relatam que:

 

“Todas as coisas vieram à existência por meio d’Ele”. (Opus Cit.).

 

E, em Mateus, Cap. 28, v. 18, Ele mesmo (Jesus) declara que:

 

“Toda a autoridade foi dada a mim, no céu e na terra”. (Opus Cit.).

 

Do que se depreende que Jesus tenha sido designado por Deus para dirigir a evolução física, orgânica e espiritual do nosso planeta desde a sua gênese por meio da aglutinação de partículas estelares, poeira cósmica espalhada pelos espaços universais. O que significa dizer, noutros termos, que Jesus é um Ser que antecede a própria existência planetária, e mesmo o nosso sistema solar, pois que é um Espírito de perfeição máxima desde tempos remotíssimos e pertence à vasta falange de seres angélicos em harmoniosa comunhão com a Divindade.

 

 

 

 

 

 

No comando de poderosa legião de Espíritos elevados, Jesus presidiu e preside, promoveu e promove, no passado, no presente e no futuro, todos os eventos planetários, materiais e espirituais que já se consolidaram e ainda se consolidam na estrutura e na superfície do astro terreno.

 

Há cerca de dois mil anos atrás, quando a população do orbe chegara a certo grau de maturidade para receber mais dilatados ensinos da Lei, Jesus estivera com os terrícolas para trazer, pessoalmente, os ditados ético-religiosos conducentes à verdadeira vida na pátria celestial. Digno de nota, por conseguinte, é a considerável insistência com que Jesus se esforça para demonstrar a existência do Espírito como entidade independente do corpo carnal, e, após a morte, sua manifestação mediúnica no mundo das formas.

 

Por outro lado, a moral evangélica seria um contra-senso sem a vida futura, sem uma base sólida que a justificasse. Daí o Mestre preocupar-se em deixar dados positivos de que a morte não é o fim de tudo, mas uma transformação, uma mudança para outro estágio de vida, notadamente espiritual. Em tais bases, pois, sólidas e firmes, Jesus erige então todo um sistema moral e religioso para mostrar e ensinar aos homens que a vida material é transitória e passageira, e que a verdadeira vida é a espiritual, mostrando-nos o caminho que para lá conduz, fazendo-nos reconciliar com nossos adversários e, portanto, com a Justiça de Deus, para que se cumprissem e se cumpram nossos destinos futuros.

 

Incontestavelmente, Jesus falou de tudo; todavia, em termos mais ou menos explícitos, pois que, sobre muitos pontos de Sua Doutrina, Ele se limitou a depositar o germe de certas verdades, como já vimos, sendo preciso que novos surtos evolutivos e novas idéias viessem a fornecer a chave e a solução para tão obscuros problemas.

 

 

 

 

 

E o Espiritismo, como se sabe: é a chave e a solução para tais problemas.

 

Kardec, em página de um de seus mais importantes livros, alega que:

 

“O Espiritismo é a nova Ciência que vem revelar aos homens, por provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual, e suas relações com o mundo corporal; ele no-lo mostra, não mais como uma coisa sobrenatural, mas ao contrário, como uma das forças vivas e incessantemente ativas da natureza, como a fonte de uma multidão de fenômenos incompreendidos, até então atirados, por essa razão, ao domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo faz alusão, em muitas circunstâncias, e é por isso que muitas coisas que ele disse permaneceram ininteligíveis ou foram falsamente interpretadas. O Espiritismo é a chave com a ajuda da qual tudo se explica com facilidade”. (Vide: “O Evangelho Segundo o Espiritismo” - Allan Kardec)

 

E, finalizando mais adiante, esclarece:

 

“Da mesma forma que o Cristo disse: “Eu não vim destruir a Lei, mas dar-lhe cumprimento”, o Espiritismo diz igualmente: “Eu não vim destruir a Lei Cristã, mas dar-lhe cumprimento”. Ele não ensina nada de contrário ao que o Cristo ensinou, mas desenvolve, completa e explica, em termos claros para todo o mundo, o que não foi dito senão sob a forma alegórica; vem cumprir, nos tempos preditos, o que o Cristo anunciou, e preparar o cumprimento das coisas futuras. É, pois, obra do Cristo que o preside, como igualmente anunciou a regeneração que se opera, e prepara o Reino de Deus sobre a Terra”. (Opus Cit.).

 

 

Articulista: Fernando Rosemberg Patrocínio

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