Em uma típica festa de aniversário familiar, muitos amigos e parentes reunidos. Eles mais conversavam, riam e curtiam os brinquedos do local com seus filhos, amigos do que se preocupavam com a comida.

No entanto, eu sempre percebia que as pessoas me olhavam e comentavam entre si sobre a quantidade de salgadinhos que eu já havia comido e ainda continuava a comer.

Sempre finjia que não percebia, pois a vergonha era, e é, enorme quando esta cena se repete. 

Porém,  a fúria da minha mente e estômago em comer sem parar pareciam não se intimidarem, nem com os "bochichos" nem com os olhares para o meu prato com inúmeros salgados, os copos de refrigerantes em minha mesa a todo momento. Então, eu disfarçava, conversava com um amigo, depois com um parente e assim, de um lado para cá, eu passava pelas mesas e comia mais alguns salgados. Isso mesmo quando havia garçons servindo. 

E por fim, mais dois pedaços de bolo ao término da festa. Lembrando que neste momento já ficava numa ansiedade e agitação querendo mais um pedaço. Mas graças a Deus por um instante me controlova, mas era apenas por medo que meu estômago explodisse.

Em muitas destas festas por várias vezes algumas pessoas se aproximavam de mim, prontas a me darem os parabéns pelo bebê que achavam estar a caminho. Algumas vezes eu estava lá, toda feliz e de repente alguém chegava e me perguntava de quantos meses eu estava. O detalhe é que perguntavam na frente de muitos outros convidados que me olhavam e sem graças, desconcertados após eu reponder que não estava grávida, disfarçavam, finjiam não ter ouvido nada. Então,  logo eu ouvia um pedido de desculpas do autor da pergunta. E ouvia outra voz, a da minha "mente", dizendo: " Acabou com meu dia. Mas esta pessoa verá. Vou emagrecer. Amanhã mesmo começarei uma dieta rigorosa, desta vez é para valer e na próxima festa quero impressionar".

Amenizada a raiva, a ansiedade toma conta e volto a comer mais uns salgadinhos para me acalmar, afinal só amanhã estarei no controle da compulsão alimentar e começarei uma dieta.

Se identificou com as cenas do texto? Se sim, acredite: 

Se você quer, você pode mudar, mesmo que pareça que tudo está perdido.