FACULDADES OSWALDO CRUZ (FOC)

ADRIANO CORUMBA ALEXANDRE

ANA ALICE RIBEIRO DO NASCIMENTO

LUCAS DIAS DE SOUZA

MARIANA REGINA FERRAREZE

CONDIÇÕES DE ALIMENTAÇÃO DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA 

São Paulo

2015

ADRIANO CORUMBA ALEXANDRE

ANA ALICE RIBEIRO DO NASCIMENTO

LUCAS DIAS DE SOUZA

MARIANA REGINA FERRAREZE

CONDIÇÕES DE ALIMENTAÇÃO DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

Artigo de revisão de literatura apresentado à graduação de Enfermagem das Faculdades Oswaldo Cruz.

Orientador: Prof. Me. Antônio Marcolino do Nascimento.

São Paulo

2015

  1. RESUMO 

É possível encontrar pessoas em situação de pobreza extrema em qualquer país do mundo e dentre estas as que ocupam áreas urbanas, como a população em situação de rua. São poucas as publicações acadêmicas que estudam a alimentação desta parcela da população. Neste trabalho pretendeu-se abordar questões: onde, como e do que se alimentam? Visando uma maior compreensão do funcionamento e o desfuncionamento da alimentação nesta parcela da população.

  1. INTRODUÇÃO 

         Popularmente conhecidos como mendigos, pedintes ou moradores de rua, possuem até uma definição politicamente correta e também mais sensata. O termo correto é “população em situação de rua”, não moram em um local específico, portanto não são moradores, estão em uma situação onde não possuem um meio financeiro para conseguir um abrigo.

A alimentação é um ato cultural que abrange múltiplas interações. Além da satisfação fisiológica, a alimentação carrega uma variedade de traços culturais como questões econômicas, tecnológicas, sociais, religiosas e simbólicas. São poucas as publicações acadêmicas que estudam a alimentação da população em situação de rua. Entende-se que o estudo pode evidenciar o funcionamento e o disfuncionamento da alimentação nesta parcela da população permitindo, dentre várias possibilidades, criar, propor, programar ou adequar políticas publicas dirigidas para este público.

  1. OBJETIVOS 

Este trabalho tem como objetivo, fazer uma revisão bibliográfica sobre a alimentação da população em situação de rua, visando elucidar as seguintes questões: onde, como e do que se alimentam?

  1. METODOLOGIA 

A revisão literária foi realizada tendo como base livros, reportagens, monografias e periódicos nacionais indexados na base de dados “Scientific Eletronic Library Online” (SciElo), publicados nos últimos 10 anos, observando referências em que fosse descrita a ação de nutrientes e sua influência na sociedade. Os descritores utilizados para a pesquisa foram: situação de rua, alimentação e pobreza.

  1. DESENVOLVIMENTO 

Em qualquer um dos 192 países reconhecidos pela ONU (Organização das nações unidas), pode ser encontradas pessoas tanto em situação de pobreza extrema quanto em riqueza inimaginável. Esquecendo a fartura, pretende-se abordar a miséria e algumas fontes de alimento dessa população que está no pior lado da extremidade.

Considera-se população em situação de rua o grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória (BRASIL, 2009).

De fato a diversidade de moradores em situação de rua é muito grande, bem como são diversas as razões pelas quais eles estão neste estado. Então, não seria muito estranho pensar que também não haveria diferença em relação à alimentação das pessoas que estão nestas condições?

À primeira vista o problema, se houver um, é simples e pode ser resumido na pergunta: o que come um morador em situação de rua? De fato, esta questão é muito mais complexa, na medida em que pode ser perguntado: eles podem escolher o que comer? Será que todos eles comem a mesma coisa e assim a mesma comida? Que lugar o tipo de alimento ocupa na sua vida? (BELLAING, 1998, s.p)

Segundo Schor e Vieira (2010, p.4), pesquisa realizada nas ruas do centro da capital de São Paulo em 2010 mostra que embora sobrevivam sem empregos regulares ou formais, os moradores em situação de rua geram renda monetária para satisfazer algumas de suas necessidades. De acordo Silva e Parrão (sd,sp) costumam ficar em áreas comerciais e locais de grande circulação de pessoas visando proteção, pequenas fontes de renda seja como pedintes ou realizando pequenos trabalhos temporários. Também preferem áreas próximas a restaurantes e centros de distribuição de alimentos como forma de obtenção de sobras, uma forma temporária de sanar a fome.

Os programas sociais propostos neste sentido na cidade de São Paulo acabam dificultando o acesso da população indigente, que mais necessita deste tipo de apoio, com exceção do restaurante popular, o bom prato, onde é servida uma refeição completa por apenas um real e atualmente trabalha também com café da manhã com o mesmo valor.

TRUBILHANO, (2011, p15) reportando o comportamento de pessoas em situação de rua na Cidade de São Paulo informa que a minoria deles dizem comer restos de lixo. A solidariedade surge na oferta de local para dormir, sobras de comida e água e de maneira isolada, quando voluntários levam-lhe comida e agasalhos. Algumas instituições oferecem-lhes comida gratuita ou com preço simbólico ou em troca de serviços simples.

  1. RESULTADOS PRELIMINARES

 

         Foram consultados 37 materiais, dos quais 31 artigos científicos, 2 relatórios técnicos, 2 trabalhos de conclusão de curso, 1 decreto, 2 dissertação e 2 manuais, enriquecidos com reportagens.

  1. CONCLUSÃO

         Embora existam inúmeros programas sociais para melhorar a condição da população de rua, continuam carentes de abrigo, vestimentas, cultura e até mesmo privacidade.

         Mesmo com opções menos burocráticas como a rede de restaurantes bom prato, da Secretaria de Desenvolvimento Social, alguns indivíduos não se sentem confortáveis ou até mesmo não aceitos em tal ambiente, e acabam conseguindo alimento por outras fontes e na maioria das vezes por ajuda de moradores, donos e funcionários de estabelecimentos alimentícios, albergues etc, que acabam se afeiçoando com suas histórias de vida ou simplesmente virando algo cotidiano. Na cidade de São Paulo existem organizações como o grupo da sopa, que segundo a FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), além de distribuir alimentos também estão complementando com roupas e cestas básicas para famílias carentes com os mantimentos doados, com a ajuda de um número cada vez maior de voluntários e doadores. Esta pequena ajuda vinda por outros meios acaba diminuindo o trabalho do governo em criar novas medidas para sanar tais problemas sociais, o que nos mostra que tal assunto deve ser discutido com mais profundidade pelo governo dando espaço para a voz das vítimas, para assim ter conhecimento de  qual seria a melhor forma de sanar sua fome.

  1. FONTES CONSULTADAS

 

BELLAING,.Louis Moreau. L’alimentation chez les sans domicile fixe. Journal des anthropologues [En ligne],1998. Disponível em: http://jda.revues.org/2659. Acesso em 22 ago 2015.

BRASIL. Decreto Presidencial n° 7.053, de 23 de Dezembro de 2009a. Institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, 24 dez. 2009.

MATTOS, Ricardo M. Situação de rua e modernidade: a saída das ruas como processo de criação de novas formas de vida na atualidade. Universidade São Marcos. São Paulo, 2006.

PIMENTA, Carlos Alberto M.; SILVIA, Cláudia Lúcia da. Moradores de rua e realidade social contemporânea: subsídios para intervenções no município de Taubaté/SP. São Paulo, 2010.

PROENCA, Rossana Pacheco da Costa. Alimentação e globalização: algumas reflexões. Cienc. Cult., São Paulo, v. 62, n. 4,out 2010.

SCHOR, S. M. VIEIRA M. A. C. Principais resultados do perfil socioeconômico da população de moradores de rua da área central da cidade de São Paulo, 2010. São Paulo, FUNDAÇÃO ISTITUTO DE PESQUISAS ECONOMICAS, 2010.23p.

TRUBILHANO, A. G. Rua dos bobos, número zero: as estratégias de sobrevivência de pessoas em situação de rua. São Paulo. 2011. 49f.Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia) Centro de ciências biológicas e da saúde. Universidade presbiteriana Mackenzie.

PIMENTA, Carlos Alberto M.; SILVIA, Cláudia Lúcia da. Moradores de rua e realidade social contemporânea: subsídios para intervenções no município de Taubaté/SP. São Paulo, 2010.