Normalmente o termo emoção é usado para expressar sentimentos e humor que se reflete em respostas comportamentais e endócrinas. A doença que no latim significa padecimento é o estado resultante da consciência e significa perda da homeostase no organismo. Nós criamos as doenças e somos responsáveis por tudo que ocorre com o nosso organismo. É de vital importância descobrir qual a emoção que está por trás do sintoma apresentado quando adoecemos, pois emoções como pesar, tristeza, raiva e vingança dão origem a diversas doenças. Cada emoção a que é somos submetidos é um acontecimento físico. Quando se experimenta uma forte reação emocional, mesmo causada por um filme, ocorre secreção de hormônios alterando o equilíbrio endócrino assim como o fluxo sanguíneo e a pressão, inibe o processo digestivo, altera a respiração e a temperatura da pele. Um estado prolongado de perturbação emocional dá origem a doença. O corpo realiza esforços constantes no sentido de manter-se em homeostase, quando a tensão interfere nesse equilíbrio, o corpo busca adaptação através de alterações em sua química podendo causar danos no organismo, leste dano denomina-se moléstias da adaptação, que tem como principal fonte alterações externas com componentes emocionais. Esse artigo abordará a fisiologia da emoção e a origem das doenças.

1– O Sistema Nervoso

Juntamente com o sistema endócrino faz com que o organismo perceba as variações do meio e permite que executem respostas para que seja mantido a homeostase.E divide-se em dois:

Sistema Nervoso Central – SNC – Encéfalo e Medula Espinhal – Processamento e integração de informações.

Sistema Nervoso Periférico – SNP – Nervos e Gânglios – Condução de informações entre órgãos receptores de estímulos, o sistema nervoso central e músculos, glândulas, etc.

1.1 – Sistema Nervoso Central

A fisiologia do sistema nervoso central conta com a interação de diversas partes do corpo como veremos a seguir:

No encéfalo, as informações de diversas partes do corpo chegam se integram e dão origem a impulsos nervosos que são emitidos para diversas áreas do corpo.Essas mensagens com exceção das provenientes dos receptores do olfato passam pelo tálamo, que é o responsável pela condução dos impulsos nervosos às regiões apropriadas de cérebro onde serão processados antes de chegar ao córtex cerebral. O hipotálamo desempenha a função de centro integrador dos órgãos viscerais, sendo o responsável pela homeostase do corpo. Ligando o sistema nervoso ao sistema endócrino, atua nas glândulas endócrinas, controla a temperatura corporal, regula o apetite, está envolvido na emoção e no comportamento sexual. O tronco encefálico conecta o cérebro à medula espinhal, integra as informações que chegam ao encéfalo e controla a atividade das partes do corpo.O cerebelo é o responsável pela manutenção do equilíbrio do corpo permitindo realizar funções como tocar piano, andar de bicicleta etc. Por último a medula espinhal que tem a função de elaborar respostas para os estímulos, permite que o corpo reaja em situações de emergência. Funciona como estação retransmissora para o encéfalo de todas as informações colhidas no corpo e vice-versa.

1.2 – O Sistema Nervoso Periférico

O sistema nervoso periférico se divide em dois: voluntário ou somático e autônomo.

A função do sistema nervoso periférico voluntário ou somático é reagir aos estímulos provenientes do meio externo, constituído por fibras motoras que conduzem os impulsos do sistema nervoso central aos músculos esqueléticos. Suas ações voluntárias resultam das contrações dos músculos estriados esqueléticos, sobre ele temos o controle consciente.

Já o sistema nervoso periférico autônomo também chamado de involuntário, visceral ou automático possui ações involuntárias resultante da contração das musculaturas lisas e cardíacas ativadas pelas fibras nervosas que conduzem os impulsos do sistema nervoso central. Tem como função a homeostase do corpo, auxiliando no controle da pressão arterial, secreção gastrintestinal, sudorese, temperatura corporal entre outras. Está ligado aos órgãos e às vísceras e é dividido em duas partes: o simpático e o para-simpático.

1.3 - Sistema Nervoso Periférico Autônomo Simpático e Sistema Nervoso Periférico Autônomo Parassimpático

O sistema nervoso periférico autônomo é dividido em dois: Simpático e Parassimpático se diferenciam na estrutura e função. Os gânglios da via simpática localizam-se ao lado do sistema nervoso central distante do órgão já os gânglios da via parassimpática se localizam longe da medula próximo ou dentro dos órgãos.

Tanto as fibras nervosas simpáticas quanto as parassimpáticas inervam os mesmos órgãos, mas trabalham antagonicamente, uma estimula o órgão enquanto a outra inibe, mantendo a homeostase dos órgãos.

O sistema nervoso periférico autônomo simpático responde pelas situações em que o organismo responde ao stress. Os ramos nervosos simpáticos saem das vértebras torácicas. Os nervos simpáticos enervam cada órgão e quando estimulados em atividades aumentam os batimentos cardíacos, a velocidade de respiração, segregam adrenalina e diminuem a digestão. Esta é a resposta da luta ou fuga e todos experimentam isto quando em momentos de tensão.

Enquanto isso, o sistema nervoso periférico autônomo parassimpático é o contra peso do sistema nervoso periférico autônomo simpático, quando suas fibras se tornam ativas diminuem os batimentos cardíacos, a taxa da respiração diminui, e aumenta a digestão e o peristaltismo. Este é o sistema nervoso do descanso.Sai do sacro e crânio viajando destas saídas aos mesmos órgãos que o sistema nervoso simpático enerva.

Os sistemas simpático e para-simpático trabalham em conjunto equilibrando as necessidades do corpo. Uma atividade simpática por período prolongado esgota o corpo causando stress.

2– O Sistema Límbico

No córtex cerebral, há um local responsável pela tomada de consciência das emoções que sentimos e com a consciência dessas emoções, nosso organismo manifesta alterações orgânicas compatíveis. São respostas do sistema nervoso autônomo ou visceral chamadas de respostas autonômicas.

Para a ocorrência dessas respostas autonômicas, sejam elas endócrinas, vegetativas (palpitação, sudorese, etc) ou motoras, há necessidade de um comando neurológico. Para tal, quem entra em ação são as porções subcorticais do sistema nervoso, tais como a Amígdala, o Hipotálamo e o Tronco Cerebral. Essas respostas são importantes, pois preparam o organismo para a ação necessária e comunica os estados emocionais ao ambiente.

Cannon e Bard propuseram a idéia, até hoje aceita, da dupla função das estruturas subcorticais Hipotálamo e Tálamo, são eles que fornecem os comandos orgânicos das respostas emocionais e ao córtex as informações necessárias para a consciência dessas emoções.

Hoje, entende-se o comportamento emocional como uma interação entre o córtex cerebral, as estruturas subcorticais e a periferia orgânica. O córtex cria uma resposta cognitiva (consciente) à informação periférica (dos sentidos), resposta esta compatível com as expectativas do indivíduo e de seu contexto.

As estruturas subcorticais envolvidas na emoção foram denominadas de Sistema Límbico. E os mecanismos que controlam os níveis de atividade nas diferentes partes do encéfalo, as bases dos impulsos da motivação, principalmente a motivação para o processo de aprendizagem, bem como as sensações de prazer ou punição, são realizadas em grande parte pelas regiões basais do cérebro e em conjunto, são derivadas do Sistema Límbico.

Aqui se desenvolvem as funções afetivas e o comportamento lúdico. Emoções e sentimentos, como ira, pavor, paixão, amor, ódio, alegria e tristeza, são originadas no Sistema Límbico. Também é responsável por alguns aspectos da identidade pessoal e por importantes funções ligadas à memória. Está envolvido na formação dos sonhos e da experiência inconsciente. De fato, a mente inconsciente não é nenhuma realidade abstrata ou conceitual, mas fisiologicamente é a elaboração da vida ou dos estímulos que ela oferece organizados no sistema Límbico-Hipotalâmico.

3 – Psicossomática

O termo psicossomática é relativamente novo, foi utilizado pela primeira vez em literatura médica em 1922, porém foi através da Dra. Dunbar em sua obra Emotions and Bodily Change que se tornou conhecido durante a década de trinta.

A medicina psicossomática (do grego psyche= alma, soma = corpo) é o estudo das relações entre as emoções e os males do corpo. Descreve a abordagem da unidade mente-corpo e todo o modo de vida segundo o qual a saúde é considerada.

3.1 - A Cura Através Do Tempo

Desde o início dos tempos a vida e a morte fazem parte do maior mistério do homem.

As práticas terapêuticas eram ligadas as crenças dos povos. Existindo assim os curandeiros que interviam quando o homem adoecia, lutando contra as forças malignas com suas ervas para livrar o homem das forças do mal, ou da doença.

A compreensão de que a mente e o corpo são inter-relacionados remonta a pelo menos 4.500 anos. Huang Ti – Imperador Amarelo da China observou, que a frustração fazia com que as pessoas ficassem fisicamente doentes.

Foi na Grécia antiga, onde os deuses eram dotados de poderes curativos que reconheceu Apolo como deus supremo da medicina, pois ele através de suas flechas poderia disseminar a peste e as doenças, porém também poderia livrar o homem dos malefícios que as provocavam. Após transmitir ao centauro Chíron o conhecimento da arte terapêutica este os transmitiu a Esculápio, que se tornou o Deus grego da medicina. Foi por intermédio de suas filhas Higéia e Panacéia que deu origem ao juramento de Hipócrates.

No séc. VI a.C., na Ásia Menor, Alcméon de Cretone sustentava que a saúde era expressão de equilíbrio do homem com o Universo. Empédocles de Agrigenta sustentou que o corpo era formado por 4 elementos, fonte de seus humores. Esses últimos estariam também subordinados à luta permanente entre o amor (fonte de integração) e o ódio (fonte de desintegração).Com o passar do tempo, foi surgindo à idéia de que o homem seria constituído não só de substrato material, o corpo e suas funções, mas de uma essência imaterial, vinculada aos sentimentos e a atividade do pensamento, a alma. Para medicina este pensamento originou diversos entendimentos da doença, da natureza humana e da função terapêutica.

Para Platão (428 – 347 a.C.), a alma, parte imaterial do homem, seria desencarnada, mas localizada, composta de três elementos. A alma inferior, nutritiva e a média, a das paixões, seriam localizadas no abdômen e no tórax. A alma superior, relacionada com a inteligência e com o conhecimento, seria localizada no cérebro. A perturbação, a loucura, apareceria quando a alma superior não mais conseguisse controlar as outras duas. Essa visão dualista reconhecia também, que a loucura não seria apenas de origem, mas divina.

Aristóteles (384 – 322 a. C.) acreditava que a alma estaria ligada ao corpo físico, e toda doença física teria também uma expressão anímica. O adoecer seria provocado pela perversão dos humores, sob efeito das paixões que nascem do duplo movimento da alma e do corpo.

Hipócrates introduziu a idéia de unidade funcional do corpo, onde a psyche, alma, exerce uma função reguladora: "O corpo humano é um todo cujas partes se interpenetram. Possui um elemento interior de coesão, a alma; ela cresce e diminuiu, renasce a cada instante até a morte. É uma grande parte orgânica do ser". Considerando o homem como uma unidade organizada, passível de desorganizar-se. Esta desorganização propiciaria a emergência de uma doença. Segundo ele, o médico confrontava-se cada vez com uma história. O exame clínico visava reconstruir a história singular do doente e seus possíveis desdobramentos. Esse exame serve de inúmeros métodos até hoje utilizados: a investigação do aspecto geral do paciente, a palpação, a auscultação, ignorando, porém a percussão.

Nenhum sintoma isolado é unívoco. Para tornar-se significativo ele deve ser referenciado, de forma sincrônica, ao aspecto geral do paciente e ao conjunto de outros sintomas com os quais se compõe uma síndrome.

Com isso pode-se distinguir o nascimento da psicossomática, promovendo o espírito hipocrático ao sustentar que, para compreender o sofrimento do paciente, no seu sentido mais amplo, todos os indícios de seu modo de vida, de suas relações familiares, conjugais, profissionais, sua relação co o passado e suas expectativas quanto ao futuro ajudam a elucidar o processo da doença e contribuem para o tratamento, tanto quanto o reconhecimento das manifestações orgânicas. As emoções, o pensamento, as atitudes corporais, a vida psíquica em geral e os sonhos, em particular, são importantes neste processo.

Em Cnide na Ásia Menor, desenvolvia-se uma prática médica baseada em pressupostos bastante distintos. No Corpus Hippocraticun, os tratados: Doenças II e III, bem como Afecções Internas, são tradicionalmente atribuídos a essa escola, cujos membros eram denominados cirurgiões. Sua abordagem da doença focalizava os sintomas locais, estabelecendo o diagnóstico e a nosografia a partir dos órgãos atingidos. Os doentes são apresentados de forma impessoal, descrevem apenas o nome da doença, os sintomas, sua etiologia e o prognóstico, não havia preocupação em compreender a sua natureza e pouca importância era atribuída aos efeitos colaterais dos tratamentos, tais como sangrias, ventosas e vomitivos.

Já na Grécia Antiga, percebem-se duas orientações da prática médica, uma preocupada com o funcionamento do organismo integrado à sua dimensão anímico-corporal, ao modo de vida e a história do indivíduo. Outra, orientada para os sintomas e as regiões atingidas, sem atribuir importância à compreensão do nexo entre essas partes e outros aspectos da vida do ser. A diferença entre essas posturas consiste muito mais em diferentes concepções de homem do que a questões ligadas ao método da medicina.

Cinco séculos antes de cristo, Hipócrates postulava: para que as curas se efetivassem, seria necessário que os médicos possuíssem "um conhecimento da totalidade das coisas".

Foi Galeno (131 – 201 a.C.) que resgatou a medicina hipocrática traduzindo para o latim sua obra.Ele definia a prática médica como à norma corporal. O exercer a medicina era de certa forma transpor todo corpo encontrado a uma norma em função da qual era necessário agir. Caso o corpo fosse suscetível de ser remodelado, isto deveria ser feito segundo critérios estritos, que apenas o médico poderia prescrever, convicto em sua teoria do melhor corpo; na descrição anatomofisiológica estava irremediavelmente implicada a prescrição de comportamentos sociais.

Apesar da inspiração hipocrática, a atitude de Galeno contrastava fortemente com Hipocrates, suas atitudes firmes e categóricas, seus juízos inquebrantáveis, colocando-se como possuidor de um conhecimento definitivo e infalível.

Com a expansão do catolicismo na Europa Ocidental, o pensamento religioso passou a dominar.A crença na imortalidade da alma e o desprezo pelo corpo levaram ao desaparecimento do exame clínico e de praticamente todos os conhecimentos médicos da antiguidade.

Entre os séculos VIII e XI a civilização islâmica foi responsável pelos avanços da medicina, contribuindo para fundação das primeiras escolas de medicina aonde foi resgatado o espírito humanista e hipocrático.

Avicena (980 – 1037) foi o herdeiro de Galeno, no seu tratado A Cura defende-a como fruto da vontade e do espírito do Criador, responsável também pelas essências do intelecto, da alma e da natureza.Foi responsável pela caracterização da cirurgia, que era exercida pelos barbeiros, como uma arte inferior.

O médico Moisés Ibin Maïmon (1135 – 1204) sustentou que corpo e alma são instâncias interdependentes e em equilíbrio, a doença surge como uma ruptura desse equilíbrio. As emoções podem produzir tanto o enfraquecimento psíquico como o físico, determinando a necessidade de conhecer o temperamento do paciente para compreender a doença. No tratamento, ele preconizava a utilização tanto dos recursos do corpo como do espírito. A cura representaria o retorno a um equilíbrio anterior perturbado. Essa visão integradora está relatada no Guia dos perplexos, uma de suas obras.

As Cruzadas na Idade Média ajudaram a fundar os primeiros hospitais e faculdades de medicina, nesta época a medicina era marcada por uma leitura parcial dos clássicos greco-romanos. E caracterizada por uma combinação entre a compreensão natural da doença e os inúmeros elementos de ordem sobrenatural.

Nos séculos XV e XVI desenvolveu-se uma nova concepção de Homem e novos ideais, promovendo nova visão das letras, artes e ciências, que marcou os rumos da medicina. Paracelso (1493 – 1541) foi um dos representantes, ao mesmo tempo em que se dedicou ao estudo de Hipócrates, Galeno e Avicena, interessou-se também pela atividade dos barbeiros, pelos curandeiros e por outras ciências como a geografia, a história e a filosofia. Ele compreendeu que Hipócrates havia sido, antes de tudo, um excelente observador, enquanto todos aqueles que o sucederam se preocuparam em teorizar, perdendo o contato com a experiência. Defendeu a importância da crítica dos conhecimentos estabelecidos e da valorização da própria experiência para o desenvolvimento da medicina.

Em meados de 1854 a cirurgia ganhou destaque, eliminando a doença, extirpando seu sintoma ou partes do corpo, acabou deslocando o foco do cuidado do doente e negligenciando a compreensão de suas origens e de sua dinâmica.

Durante o Renascimento surge uma encruzilhada, de um lado a visão abstrata e idealista do ser humano e de seu funcionamento; do outro, o desafio a desvendar sua realidade material. Quando se mergulhou nas entranhas do corpo, esperava-se encontrar as respostas para todos os enigmas da vida, do funcionamento do organismo e a compreensão do pensamento, dos afetos e da vontade humana. Isso constituiu o imaginário da pesquisa anatômica, fazendo parte do mito da origem da medicina, tendo marcado seus caminhos até os dias atuais.

Foi René Descartes que influenciou a compreensão do Homem até hoje, baseado na dúvida sistemática, que propunha o fundamento racional de toda ciência, priorizando a clareza e a distinção do corpo e de suas funções, valorizando seu substrato material em detrimento da experiência subjetiva. Pra ele o corpo seria um autômato puro. A alma seria constituída por um princípio imaterial, cuja essência é o pensar. Foi no Tratado das Paixões que Descartes distingue dois tipos de medicina: uma marcada por processos físico-químicos e fisiológicos e outra pela união da consciência e do corpo. Revela-se que as concepções mecanicistas não seriam suficientes para a teoria da medicina.

No século XVI, Martinho Lutero declarava: "Pensamentos soturnos acarretam males físicos; quando a alma está oprimida, o mesmo ocorre com o corpo".Lutero tinha uma preocupação mórbida com a saúde. Por toda a sua idade adulta sofreu de constipação, incômoda freqüentemente de origem psíquica. Seus terríveis conflitos íntimos – entre a sua lealdade à igreja e sua dissidência espiritual – freqüentemente eram transferidos para seus tormentos no sanitário.

Em 1618, William Harvey descobriu as funções da circulação sangüínea e destacou a influência das emoções sobre o órgão cardíaco.

Entre 1724 e 1804, Emmanuel Kant afirmou que o corpo e a alma compartilhavam o bem e o mal que lhes acontecia. E que o espírito era incapaz de funcionar quando o corpo estivesse cansado, porém uma dedicação exclusiva ao espírito destruiria o corpo, incapaz de regenerar-se. Hoje se percebe que o corpo se regenera após alcançar seu equilíbrio.

O Vitalismo da escola de Montpellier defendia a existência de uma força vital que se encontraria na origem da sensação, do movimento e da vida, sendo também responsável pela saúde e pela patologia. Tinha como base a medicina da pessoa total. G.E.Sathl também defendia a doença como uma perturbação determinada por um princípio imaterial da vida sobre um organismo naturalmente disposto.

Admitiu-se durante séculos que as pessoas poderiam morrer de desgosto, que um amor não retribuído poderia causar doenças, que o medo e a ira acarretariam moléstias. Durante o século XIX o médico francês Pierre Cabanais expôs o conceito segundo o qual "paixões fortes" resultariam em conseqüências patológicas sobre o corpo. Isso ocorreu durante a revolução Francesa, ele defendeu uma adoção total de uma abordagem psicossomática como recurso visando reformar a medicina.

Em 1818 o termo psicossomático foi criado pelo psiquiatra alemão J.C.Heinroth que ressaltou a importância da integração dos aspectos físicos e anímicos do adoecer.As estruturas podem promover o desenvolvimento ou a desorganização do organismo, ou seja, a pulsão de vida e de morte de Freud. Dez anos mais tarde criou o termo somatopsíquico para caracterizar as modificações dos estados psíquicos a partir do fator corporal.Segundo ele a personalidade humana seria composta pelo instinto, consciência reflexiva e pela consciência moral.

Com os estudos sobre os germes e sua ação nas doenças durante a segunda metade do século XIX, a descoberta de microrganismos específicos como causadores de doenças, boa parte da antiga compreensão da natureza humana e do papel das emoções no desenvolvimento das doenças foi relegado ao esquecimento.

A noção de sistema funcional tissular deu-se por intermédio de François Xavier Bichat que inspirado pelo vitalismo, lança as bases de uma fisiologia que compreende diferentes níveis de organização e estruturas dinâmicas, as diferentes combinações dessas estruturas podem promover a organização do organismo ou desorganizá-lo.

A prevenção da doença é mais importante que a cura, esse pensamento foi defendido por Virchow, pioneiro da medicina social, enaltecendo a importância do saneamento básico e boas condições de higiene e nutrição.

Com o desenvolvimento dos métodos específicos de exame visando perceber melhor a doença, o contato entre médico/paciente passou a ser mediado por instrumentos, produzindo um distanciamento na comunicação e uma diminuição do valor da fala e da escuta na relação médico/paciente, que se prolonga até os dias atuais.

Tem se o hábito de considerar certos aspectos pessoais como sendo físicos e outros mentais. A distinção é meramente lingüística. Isso porque sua mente e seu corpo são partes integrantes do seu ser como um todo. E é impossível que uma parte se altere sem mexer nas demais. Cada emoção a que é submetido é um acontecimento físico e todas as doenças apresentam componentes emocionais.

O tratamento de problemas psicossomáticos é dificultado pelo fato de que, apesar do crescente reconhecimento da importância dos fatores emocionais nas moléstias do corpo, muitos médicos continuam desconhecendo os princípios psicossomáticos. Preparados para pesquisar causas únicas e remédios específicos, têm a tendência a considerar certos problemas como sendo "mentais" e outros, "físicos". Deixam assim passar despercebida a complexa inter-relação existente entre as emoções do paciente, a fisiologia e o meio ambiente.

3.2 - Entre Corpo e Alma

Duas grandes correntes marcam a concepção sobre as relações corpo-espírito: o monismo e o dualismo.

O monismo possui representantes como Platão, Berkeley e outros mais. Concebe que existe no homem um único princípio vital, constituído pela alma e considera o somático como uma manifestação do substrato psíquico. Já o dualismo tem como representantes: Anaxagonas, Aristóteles, Tomás de Aquino entre outros e defende a distinção entre soma e psique, o corpo e a alma constituem dois diferentes princípios vitais no homem.

O paralelismo psicofísico defendido por Wundt entre 1832 e 1920 sustentava que o homem era um organismo que se manifestava sob dois diferentes aspectos: corporal e mental.

K. Jaspers defendeu que a relação entre corpo e alma se caracteriza pela interação absoluta e pela influência recíproca. Há uma unicidade indissociável entre tais dimensões, o caráter unitário indissociável das relações corpo-alma é algo que cada homem vivencia em si mesmo. Concebendo o corpo todo como sede da alma, assim como determinação pela alma da experiência desse corpo, perde o sentido as tentativas de localização anatômica das funções psíquicas.

Herdeira das correntes que concebem a unidade corpo-alma, a psicossomática busca compreender a existência humana, a saúde e a doença segundo essa visão integrada, atenta para as manifestações dessa unidade no sujeito e concebendo por meio dela a ação terapêutica, conforme Jaspers.

O Romantismo na Alemanha favoreceu o culto ao irracional e individual, promovendo o interesse pelas profundezas da vida íntima e emocional.Essa corrente entendia que o Universo era um todo organizado em que cada parte se ligava as demais por uma relação de simpatia. Foi a partir dessa visão que se desenvolveu o interesse pelo magnetismo animal.

Em seu livro A Influência dos Planetas sobre as Doenças Humanas Joseph Mesmer defendeu a existência de um fluído, o magnetismo animal, que preenchendo todo o Universo, se constituía como intermediário entre o homem, a terra e os corpos celestes assim como entre os próprios homens. A doença humana seria o resultado da má distribuição deste fluído no corpo, seu tratamento restauraria o equilíbrio perturbado, com isso ele organizava sessões de magnetização. Essas sessões faziam sucesso na Alemanha, isso provocou a criação de uma comissão composta por: Lavoisier, Franklin e Guillotin que contestou o caráter científico de tal terapia, levantando a hipótese de que a cura estava mais relacionada à vontade do magnetizador do que ao fenômeno magnético. Em 1813, Frei Faria afirmou que a cura se passava na imaginação do magnetizado, e em particular, da relação que se estabelecia com o magnetizador. Hoje, se sabe que o contágio mental e a transmissão por sugestão são manifestações às quais está sujeito o ser humano na sua relação com o semelhante.

Foi Freud que marcou a evolução da psicossomática. Sua hipótese de que na histeria as paralisias e anestesias das várias partes do corpo se achavam demarcadas de acordo com a idéia popular dos limites e não em conformidade com fatos anatômicos, foi o início. A compreensão das neuroses, da patologia e do aparelho psíquico à exploração da anatomia imaginária e à tentativa de efetuar a articulação entre esses fenômenos foi o objetivo do seu estudo.

3.3 - Relação Entre o Psíquico e o Somático

O interesse de Freud pela histeria e que a manifestação dessa doença não apresentava nenhuma correspondência com a estrutura anatômica dos órgãos afetados, representando uma compreensão das manifestações do sofrimento humano.

Questionando as vias que levam o conflito psíquico a manifestar-se na esfera somática, acolhendo os sonhos, lapsos, a histeria e uma anatomia imaginária, Freud funda a psicanálise, desenvolvendo uma clínica que busca a compreensão das diferentes relações entre as manifestações psíquicas e corporais em 1923.

A teoria de Freud ressaltava o papel do conflito na existência humana. O organismo e a existência bem como a relação do homem com a natureza e com os semelhantes são marcados pela contraposição de forças de interesse, de necessidade e de processos fisiológicos. É no âmbito destes conflitos que o indivíduo é concebido, gestado e parido. É a partir deles que o indivíduo passa a existir desenvolver e se construir. Para cada indivíduo, as diferentes soluções encontradas em face dos conflitos experimentados ao longo da vida determinam o bem estar ou o adoecer.

Há diferentes dimensões dos conflitos humanos: Os conflitos entre as necessidades fisiológicas, desejos, sexualidade, realidade e a possibilidade de satisfazê-los; e os conflitos entre as instâncias psíquicas e seus interesses particulares: a censura e as representações contra as representações inaceitáveis, o modo de funcionamento do inconsciente contrapondo-se ao modo consciente, a oposição entre o Ego e o Superego contra as forças do Id, o conflito entre libido de objeto e libido narcísica.

As formações resultantes de tais conflitos constituem a personalidade, moldam os recursos para enfrentar a vida, as ameaças e os prazeres. A investigação da natureza dos conflitos ao qual o indivíduo foi submetido, bem como a análise de dessa repercussão constitui um dos pilares da psicanálise. A partir dessa compreensão, entende-se o que leva a cristalização do sofrimento do sujeito em uma manifestação psíquica ou somática. Sendo assim Freud revelou que o sintoma e a doença neurótica podem possuir uma função simbólica, fruto de um conflito que não pode dissolver-se ou manifestar-se de outra forma, concluindo que todo sintoma corresponde efetivamente a uma solução simbólica do compromisso em relação a um conflito.

Freud resgatou a função da sexualidade na existência humana, permitiu uma nova visão do desenvolvimento do indivíduo, das experiências infantis e colocou em evidência a existência de uma energia, a libido, essencial e ameaçadora a existência humana. A excitação sexual ocupa lugar fundamental na estruturação do aparelho psíquico e na polarização dos conflitos que é submetido.

O modelo Freudiano busca compreender os destinos da excitação sexual no organismo e sua relação com outras funções da existência. Revelando condições em que essa excitação possa ser ou não satisfeita, desenvolvendo por meio de diferentes etapas – oral, anal, fálica ou genital – acesso à consciência mediante uma representação ou ter esse acesso impedido pelo recalque.

Essas dinâmicas e os desdobramentos são moldados pela relação do indivíduo com o outro, originando as primeiras experiências de frustração e satisfação das necessidades corporais - fome, sede, limpeza, calor e proteção - da criança, que se apóiam e estruturam-se nas experiências de prazer, marcando a passagem da ordem do instinto para a pulsão, do funcionamento biológico para a organização erógena e subjetiva do indivíduo. Então os destinos da excitação sexual são marcados pelas experiências de satisfação ou de frustração experimentadas tanto com relação a outro indivíduo, objeto externo como com o próprio corpo através de experiências auto-erógenas.

Freud apresentou o primeiro modelo do aparelho psíquico, aonde concebeu três instâncias: Inconsciente (Isc), Pré-consciente (Pcs) e Consciente, cujas dinâmicas internas determinam as condições de acessibilidade de experiências, recordações, representações ao conhecimento do indivíduo.

O Pré- consciente ocupa lugar central na compreensão da dinâmica psíquica e na articulação da economia psicossomática. Formado a partir da diferenciação do inconsciente, situa-se como uma passagem incontornável de qualquer representação psíquica rumo à consciência, constituindo um reservatório de representações. Ao mesmo tempo em que são passíveis de acesso à consciência, preservam certa proximidade com as fontes somáticas, pulsionais e instintivas inconscientes. Atua como um operador de ligações psíquicas e de comunicação entre as instâncias. A fluidez da circulação entre as três instâncias do aparelho anímico é um fator essencial do equilíbrio psicossomático.

O acesso a consciência é determinado pela quantidade de afeto – excitação – investida, ligada a uma determinada representação e pelo conflito entre essa representação investida e a censura existente nas passagens de uma instância para outra. A ligação entre representação e afeto é condição essencial para que uma idéia uma sensação e uma experiência possam ser objetos da consciência.O recalque opera na destruição dessa ligação, ao separar afeto e representação o recalque pressiona a representação desinvestida em direção ao inconsciente, ao mesmo tempo em que essa representação é atraída pelas representações inconscientes.

O afeto permanece livre, busca descarga por meio de funções corporais ou de comportamento, podendo também se ligar a outras representações. A ligação do afeto desinvestido pelo recalque em uma representação substitutiva caracteriza o mecanismo do deslocamento, dinâmica central da neurose obsessiva e das fobias. A ligação e a descarga desse afeto por meio de partes do corpo configuram o mecanismo da conversão característico das manifestações histéricas.

As formações de compromisso – sintomas psicopatológicos e as psicopatologias da vida cotidiana, como os sonhos, os lapsos de linguagem, os atos falhos e os esquecimentos – são o resultado de uma falha da função defensiva. Os sintomas corporais manifestos nas conversões histéricas são uma transposição do conflito psíquico para o campo somático, com isso o sintoma corporal torna-se uma expressão simbólica camuflada e substitutiva do conflito recalcado.

No processo psicanalítico, o caráter simbólico do sintoma e das formações de compromisso pode ceder lugar à explicação do conflito original revelando também a defesa, as representações, as lembranças infantis e os complexos, cujo acesso à consciência estava proibido.

Enquanto compreendia o mecanismo e o tratamento das neuroses, Freud foi confrontado com a neurastenia e a neurose de angústia onde o caráter simbólico, a experiência infantil e os mecanismos conversivos não estão implicados.A partir daí, surgem dois modelos para compreender a sintomatologia somática: a conversão histérica e a neurose atual.

A conversão histérica é uma conversão somática da energia psíquica. O sintoma corporal tem relação com os conflitos sexuais infantis e constitui-se como uma formação de compromisso simbólico, resultante do conflito entre o infantil, a pulsão e o recalque.

Na neurose atual, encontram-se manifestações de angústia difusa e uma sintomatologia funcional - vertigem, taquicardia, cefaléia, etc.. – tais sintomas não possuem sentido simbólico nem relação infantil.São reações a impossibilidade de descarga de excitações do presente que se acumulam em virtude do bloqueio das satisfações libidinais. Nessa manifestação o sintoma somático possui função econômica de gestão das excitações e da angústia, sem possuir significação simbólica.

O conceito de pulsão de Freud destaca o caráter energético vinculado às excitações do organismo. Distinguindo-se do instinto por sua natureza e plasticidade quanto ao modo de expressão e objeto de satisfação.

Os instintos buscam satisfação por mecanismos automáticos da fisiologia, do comportamento e de determinados fatores biológicos e hereditários. Entretanto a pulsão se manifesta por meio de representantes psíquicos, suportando maior gama de objetos e modalidades de satisfação. Para Freud a pulsão constitui um conceito limite entre o psiquismo e o somático, e ressalta o substrato somático da fonte pulsional e a possibilidade que ela encontre satisfação não só no nível da experiência corporal, mas também por meio da experiência psíquica. A dimensão pulsional representa a possibilidade de superação e de transcendência da ordem biológica para outros níveis de experiência específicos e constitutivos do indivíduo.

O modelo metatapsicológico amplia a compreensão das origens do fenômeno psíquico, normal ou patológico, situando-o desde suas fontes corporais até sua descrição tópica – localização no aparelho psíquico, dinâmica – a circulação dentro desse aparelho – e a econômica – os investimentos libidinais em instâncias, representações e objetos.É dessa forma que a trama da existência se desenrola e se manifesta o enredo pulsional.

Freud destacou a importância do aparelho psíquico como elemento de proteção contra os excessos de excitação oriunda do exterior e do interior do organismo. As representações são catalisadores das excitações que circulam no organismo. È por meio da representação que a pulsão se inscreve no aparelho psíquico. Por intermédio das ligações entre afeto e representação é garantido um equilíbrio do organismo. A impossibilidade de ligação deixa quantidades elevadas de excitação no organismo desorganizando seu funcionamento, se a intensidade for elevada constitui-se a experiência traumática.

Não existe experiência traumática em si, mesmo que alguns acontecimentos da vida, como acidentes, doenças, a morte de seres queridos, mudanças bruscas do cotidiano sejam mais suscetíveis de provocar perturbações que venham a constituírem-se como traumáticas. O traumático dependerá da combinação entre os recursos do indivíduo e a intensidade da reação à experiência: um indivíduo com poucos recursos para enfrentar uma mudança aparentemente sem importância de sua vida pode viver essa mudança como traumática, assim como uma pessoa bem estruturada pode suportar acontecimentos intensos e ser capaz de reorganizar-se e superar rapidamente suas conseqüências. As neuroses traumáticas correspondem à reação de terror diante de um perigo para o qual o Ego não está preparado, provocando um aumento da excitação no aparelho psíquico. No plano econômico esse traumatismo produz os mesmos efeitos que a sexualidade reprimida e a fixação ao acontecimento traumático.

Em 1920 Freud descobre que os sonhos, a ausência da mãe e a compulsão a repetição contradiz o princípio de que o objeto da vida psíquica seria a obtenção do prazer. Com vistas à sobrevivência e sob pressão das pulsões de autoconservação, o princípio do prazer necessitava curvar-se ao princípio de realidade. Obrigando o indivíduo a tolerar certa dose de desprazer. Com isso, ele reconhece que nas pulsões de autoconservação do Ego, há uma tendência conservadora, regressiva e desintegradora, que busca a restauração de um estado anterior não dotado de vida, caracterizando a pulsão de morte. Enquanto isso, as pulsões sexuais que também reproduzem estados primitivos do ser vivo por meio da tendência à fusão, ligação e integração, tenderiam à manutenção e à reprodução da vida, caracterizando a pulsão de vida.

A tendência integradora e progressiva de Eros, das pulsões de vida, é condição essencial para o desenvolvimento humano, e para a constituição de estruturas dinâmicas e funções psíquicas cada vez mais complexas. Por intermédio da integração com a pulsão de vida e que as pulsões de morte, de destruição são impedidas de alcançar o alvo, a redução das tensões, a aniquilação do ser vivo reconduzindo-o ao estado anorgânico. Em várias manifestações como o sadismo, anorexia, doença somática e depressões entre outras, há a fusão dos componentes amorosos, agressivos, de preservação e de destruição do sujeito.

Pode-se concluir que a teoria psicanalítica foi uma referência fundamental para o desenvolvimento das teorias psicossomáticas no século XX. Por meio de Freud, inaugurou-se a possibilidade de considerar a função das dinâmicas psíquicas na existência humana e suas relações com o funcionamento orgânico em particular. A leitura epistemológica das diferentes correntes da psicossomática pioneiras ou atuais permite inúmeros vetores conceituais derivados da teoria freudiana: a relação do sintoma orgânico com a dinâmica psíquica e com o infantil, a evolução da distinção entre as psiconeuroses atuais, a relevância da consideração da dimensão econômica do funcionamento psicossomático, as implicações da noção de traumatismo. Tais correntes compartilham com a psicanálise a tentativa permanente de resolver o enigma da existência humana: compreender como o indivíduo, destinado, programado e organizado para usufruir e promover a vida embrenha-se nos sombrios caminhos, muitas vezes precoces da destruição de si mesmo e de seu próximo.

Podemos perceber que desde os primórdios a compreensão do homem como um ser único norteou a visão de curandeiros a pesquisadores. Desde a mais antiga literatura como a Ayurvédica quanto a Chinesa através do Imperador Amarelo, o homem era visto como um ser único onde suas emoções poderiam levar tanto a saúde quanto a doença.Com o advento das pesquisas sobre o sistema límbico e sua função, foi confirmada essa visão. Sendo a sede das emoções o sistema límbico tem responsabilidade direta sobre o sentir no homem.

Foi através desta visão que Bach criou seus remédios florais com o objetivo de tratar não a doença e sim a causa, que tem sua origem no conflito entre o homem e sua alma.

3.4 – A Emoção no Corpo

Abaixo algumas doenças e a emoção que representa:

ACNE - PELE: Individualidade ameaçada. Não aceitar a si mesmo.

AMIGDALITE: Emoções reprimidas, criatividade sufocada.

ANOREXIA: Ódio ao externo de si mesmo.

APENDICITE: Medo da vida. Bloqueio do fluxo do que é bom.

ARTERIOSCLEROSE: Resistência. Recusa em ver o bem.
ARTRITE: Crítica conservada por longo tempo.

ASMA: Sentimento contido, choro reprimido.

BRONQUITE: Ambiente familiar inflamado. Gritos, discussões.
CÂNCER: Magoa profunda, tristezas mantidas por muito tempo.

COLESTEROL: Medo de aceitar a alegria.

DERRAME: Resistência. Rejeição a vida.

DIABETES: Tristeza profunda.

DIARRÉIA: Medo, rejeição, fuga.

DOR DE CABEÇA: Autocrítica, falta de auto-valorização.

ENXAQUECA: Medos sexuais. Raiva reprimida. Pessoa perfeccionista.
FRIGIDEZ: Medo. Negação do prazer.

FIBROMAS: Alimentar mágoas causadas pelo parceiro.
FRIGIDEZ: Medo. Negação do prazer.

GASTRITE: Incerteza profunda. Sensação de condenação.

HEMORROIDAS: Medo de prazos determinados. Raiva do passado.

HEPATITE: Raiva, ódio. Resistência a mudanças.

INSONIA: Medo, culpa.

LABIRINTITE: Medo de não estar no controle.

MENINGITE: Tumulto interior. Falta de apoio.

NÓDULOS: Ressentimento, frustração. Ego ferido.

PNEUMONIA: Desespero. Cansaço da vida.

PRESSÃO ALTA: Problema emocional duradouro não resolvido.

PRESSÃO BAIXA: Falta de amor em criança. Derrotismo.

PRISÃO DE VENTRE: Preso ao passado. Medo de não ter dinheiro suficiente.

PULMÕES: Medo de absorver a vida.

QUISTOS: Alimentar mágoa. Falsa evolução.

RESFRIADOS: Confusão mental, desordem, mágoas.

REUMATISMO: Sentir-se vitima. Falta de amor. Amargura.

RINITE ALÉRGICA: Congestão emocional, Culpa.

RINS: Crítica, desapontamento, fracasso.

SINUSITE: Irritação com pessoa próxima.

TIROÍDE: Humilhação.

TUMORES: Alimentar mágoas. Acumular remorsos.

ÚLCERAS: Medo. Crença de não ser bom o bastante.

VARIZES: Desencorajamento. Sentir-se sobrecarregado.