ALZHEIMER E O PROCESSO ENVELHECER, TRATAMENTO E PERSPECTIVAS  

Ialli Carla Silva Cardoso1; Ingrid Melo de Oliveira2; Izaú Nunes de Jesus Neto3; Jisélia Cruz de Oliveira4; Juliane Vilela F. Salomão.5  

RESUMO O artigo tem como importância o estudo sobre a Doença de Alzheimer (DA) no idoso, na qual foi realizado através de estudos bibliográficos e utilizados artigos dos anos de 2004 a 2011 em português com o tema Doença de Alzheimer, Idoso. Tal patologia é acometida mais em idosos com faixa etária acima de 65 anos, uma população crescente, tanto no Brasil como mundialmente, o que ressalta a importância do estudo, pois a maioria destes são acometidos por tal patologia, o que acaba por prejudicar a qualidade de vida dos idosos portadores de DA. Aborda-se sobre os tipos de tratamentos possíveis, entretanto há uma carência sobre estudos medicamentosos que venham a auxiliar no tratamento da DA, analisa-se ainda, as funções cognitivas mais afetadas no portador de DA sendo memória associada com outra função cognitiva como linguagem visuoespacial ou executivo. Há, além disso, um aprofundamento em atividades que estimulam as funções cognitivas dos portadores, sendo estas apresentadas por centros de convivência, programas da terceira idade e oficinas de estimulação cognitiva, auxiliando na qualidade de vida do idoso por desenvolverem atividades sociais rotineiramente. Para uma melhora acerca do estudo precisa-se ter um aprofundamento maior sobre a temática em contexto geral.  

DESCRITORES: Doença de Alzheimer; Principais causas de DA; Tratamento; Perspectivas           

1,2,3 e 4- Acadêmica do 5º semestre do curso de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB). BR 135 Km 01, Nº 2341 - Bairro Boa Sorte, Barreiras-Ba, Brasil. CEP.47805-270 Cx.Postal 235. www.fasb.edu.br.
5- Atualmente é Professora Titular e Coordenadora da Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade São Francisco de Barreiras e Mestranda em Ciências Ambientais e Saúde pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás- PUC/GO.

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INTRODUÇÃO  

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva e irreversível de aparecimento insidioso, que acarreta perda da memória e diversos distúrbios cognitivos. Fatores genéticos e ambientais são considerados atualmente como preponderantes etiopatogenia da Doença de Alzheimer (DA). Além do componente genético, foram apontados como agentes etiológicos, a toxidade a agentes infecciosos, a radicais livres de oxigênio e ocorrências de danos em microtubúlos e proteínas associadas. (NITRINI e TAKADA SA.) Entre outros fatores a agregação anormal de proteínas, estresse oxidativo e distúrbios mitocondrial são as principais hipóteses que buscam explicar a morte neuronal nas doenças neurodegenerativas. A morte neuronal é caracterizada por formação de placas amilóides externas aos neurônios e hiperfosforilação da proteína. (NITRINI e TAKADA S.A)  Nos últimos 40 anos a população geriátrica no Brasil vem crescendo de tal forma que gera uma preocupação, principalmente e relação às doenças que podem ser acometidas por tal faixa etária, uma delas é a DA. (NITRINI e TAKADA S.A) Alguns estudos tentam avaliar o grau de incidência e gravidade da patologia, porém, por haver uma heterogeneidade educacional do Brasil não são indicados testes neurológicos, o ideal seria o exame clínico, e Mini-Exame do estado mental ou ainda exames similares que venham a confirmar a avaliação neuropsicológica. Para que seja considerada uma demência deve-se ter um déficit de memória e outra função cognitiva. Pode-se avaliar que as funções mais afetadas pelos idosos brasileiros foram as executivas de linguagem ou atenção seletiva e dividida depois do acometimento da memória. (CARAMELLI 2005).  A epidemiologia da DA é linha de pesquisa relativamente recente no Brasil, impedindo assim relatar algo mais aprofundado sobre a doença. (NITRINI S.A). A demência é uma síndrome adquirida pelo declínio de memória juntamente com outro déficit em domínio cognitivo como linguagem, visuoespacial ou executivo, nos quais se tornam suficientes para interferir na vida social do portador da DA. (APRAHAMIAN et al. 2009) Segundo estudos bibliográficos, no momento não existem medicamentos capazes de impedir ou mudar a direção da DA, embora ainda incurável, há possibilidade de ser tratada.  (SERENIKI e VITAL 2007) A terapêutica farmacológica tem a função de limitar-se ao tratamento paliativo ou sintomático, possibilitando a capacidade de propiciar resultados favoráveis nas alterações 

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cognitivas, comportamentais e funcionais, tendo em vista que os efeitos não são ao longo prazo, mas com capacidade de trazer benefícios e uma melhor qualidade de vida para o paciente. (OLIVEIRA e TCHAKMAKIAN 2005)  Centros de convivência e programas de terceira idade revelam que há uma melhora nas funções cognitivas, além da satisfação de vida de idosos que realizam atividades físicas e cognitivas tendo aumento considerável nas tarefas de memória episódica e em testes de fluência verbal.  (YASSUDA e SILVA 2010). Em pacientes portadores da DA o programa promoveu uma melhora nos distúrbios de comportamento. Na maioria dos estudos há um desempenho positivo das atividades físicas sistematizadas na cognição de idosos com DA em suas funções executivas, de atenção e linguagem, (COELHO et al. 2009) promovendo a individualidade, comunicação, funcionalidade, autonomia na vida do idoso além da estimulação para realização de atividades cotidianas, melhorando conseqüentemente sua qualidade de vida. (SOUZA et al 2008).  O estudo tem como principais objetivos apontar as principais causas do aparecimento do Alzheimer no paciente idoso, assim como sua incidência no Brasil destacando a faixa etária na qual surgem os primeiros sintomas da DA, evidenciando as funções cognitivas afetadas e a melhor forma de tratamento, contendo ainda perspectivas em relação às atividades físicas e cognitivas que minimizam o aparecimento dos sintomas.  A escolha desta temática foi em razão da quantidade de casos registrados ao longo dos anos. Embora as causas para o desenvolvimento desta patologia sejam restritas, envolvendo a genética, além do acometimento populacional de idosos que obteve uma elevação significativa.  A DA é uma demência que ocorre na maioria dos idosos na faixa etária acima de 65 anos de idade, porém é dependente de classe social, nível de escolaridade entre outros fatores genéticos e ambientais, a patologia afeta funções cognitivas nas quais prejudicam a vida do seu portador, infelizmente não há uma cura para a doença e sim tratamentos farmacológicos que vem a minimizar os sintomas em casos que a DA encontra-se mais leve ou moderada, contudo, existem oficinas de atividades físicas e cognitivas que ajudam pacientes idosos na prevenção e minimizam os sintomas causados pelo Alzheimer. A relevância de tal estudo encontra-se em aprofundar o conhecimento sobre tal patologia, além das suas formas de tratamento e entre outros feitios que venham a evitá-la ou minimizar seus sintomas nos quais afetam diretamente na vida do idoso, sendo assim o acadêmico capaz de promover uma melhora na qualidade de vida do paciente.  

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MÉTODO  

Essa pesquisa caracteriza-se como sendo do tipo bibliográfica. Foi realizada uma busca eletrônica em sítios como Bireme, Scielo, Google acadêmico, Cogitare e Redelyc. Para obtenção de material adequado, foi estabelecido o tema Alzheimer e idoso, no idioma português, dos anos de 2004 a 2011, foram consultados 23 artigos na íntegra, sendo selecionados somente 16 que apresentavam relação direta com o tema abordado.  

RESULTADOS Foi percebido que as principais causas da manifestação de DA, além do componente genético, foram apontados como agentes etiológicos, a toxidade a agentes infecciosos, a radicais livres de oxigênio e ocorrências de danos em microtubúlos e proteínas associadas.(1) A demência na população brasileira é mais comum entre os analfabetos, em cerca de (12,1%) que em indivíduos com escolaridade de 8 anos ou mais (2,0%), diferença estatisticamente significativa. Consta-se ainda que a DA é mais comum em mulheres, com diferença estatisticamente significativa mesmo contendo correção das variáveis idade, escolaridade e nível socioeconômico. (NITRINI S.A). As funções cognitivas afetadas na fase inicial da DA, acompanha-se de problemas semântico-lexicais similares aos encontrados na afasia semântica, consisti do sujeito esquecer ou trocar palavras, mostrando linguagem elíptica com empobrecimento do vocabulário (especialmente substantivos de baixa frequência e nomes próprios), parafasias semânticas, pleonasmos, excesso de dêiticos e perífrases; e ainda mantém o “insight” (função epilinguística) sobre seus erros. (DAMASCENO S.A). Através da pesquisa realizada pode-se perceber que os fármacos (EGb, vitamina E, selegilina, AINE, estatinas, estrogênio), tem base teórica adequada para tratamento da DA, mas os resultados clínicos mostraram-se inconstantes (EGb), insuficiente fundamentados (estatinas, vitamina E e selegilina) ou com efeitos adversos problemáticos (AINE,estrogênio e vitamina E) o que dificulta a proposta de seu uso na DA. (ENGELHARDT et al. 2005). Para a melhora na qualidade de vida do idoso, foi examinado que as oficinas de estimulação cognitivas ou também chamadas de oficinas terapêuticas têm o intuito de realizar atividades relacionadas à memória e atividades que estimulem as funções cognitivas, resultando assim em um retardamento no desenvolvimento da patologia, além de promover à produção de formas de adaptação as novas circunstâncias vivenciadas. Destarte tem como 

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objetivo de estimular as atividades preservadas e a reabilitação das funções cognitivas afetadas. (SOUZA et al 2008)  

DISCUSSÃO   

1. PRINCIPAIS CAUSAS O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva e irreversível de aparecimento insidioso, que acarreta perda da memória e diversos distúrbios cognitivos. Fatores genéticos e ambientais são considerados atualmente como preponderantes etiopatogenia da Doença de Alzheimer (DA). Além do componente genético, foram apontados como agentes etiológicos, a toxidade a agentes infecciosos, a radicais livres de oxigênio e ocorrências de danos em microtubúlos e proteínas associadas. (NITRINI e TAKADA, S.A) Entre outros fatores a agregação anormal de proteínas, estresse oxidativo e distúrbios mitocondrial são as principais hipóteses que buscam explicar a morte neuronal nas doenças neurodegenerativas. (NITRINI e TAKADA S.A e BORGES 2009). A morte neuronal é caracterizada por formação de placas amilóides externas aos neurônios e hiperfosforilação da proteína. (NITRINI e TAKADA, S.A) A teoria da cascata amilóide tem dominado o desenvolvimento de terapêuticas modificadoras de doença para DA. Como por exemplo a utilização de uma vacina contendo peptídeo β-amilóide, na qual tem a função de promover a eliminação dos depósitos mediante sensibilização do sistema imunológico ocorrendo assim a fagocitose pelos macrófagos Porém o ensaio foi cessado por promover mecanismos auto-imunológicos, causando encefalite. (NITRINI e TAKADA, S.A) Há vários tipos de retrogênese, que podem vir a acometer um paciente com DA, porém as principais e que serão abordadas são, “retrogênese emocional” e “retrogênese neuropatologica”. Autores buscaram aprofundar o entendimento dos aspectos neurobiológicos da retrogênese através do estudo de neuroimagem, empregando a técnica diffusion tensor imaging (DTI) por meio de ressonância magnética cerebral, podendo assim compreender melhor a contribuição do processo de mielinização, tendo em vista ainda uma proposta terapêutica mais bem estruturada assim como os cuidados com idosos principalmente os acometidos pela DA. O estudo pôde observar uma redução da integridade frontal superior, ou seja, as alterações na substância branca envolvem comprometimento na mielina, sendo esse achado coerente com a teoria da retrogênese. (BORGES 2009).  

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Retrogênese emocional é caracterizada por comportamentos de demência e funções psicológicas afetadas, o que é acarretado pela evolução patológica. Sendo ainda conhecidos como deficits não cognitivos ou pela sigla BPSD (behavioral and pshychological symptoms of dementia). (SILVA et al 2006 e BORGES 2009). Tais distúrbios psicóticos são qualificados pela, depressão, alucinações e até mesmo comportamentos agressivos. (SILVA et al 2006). A neuropatologia e outras observações baseadas na retrogênese acreditam que áreas do cérebro que são mielinizadas por último durante o desenvolvimento estão suscetíveis aos processos patológicos de DA. (BORGES 2009). Diante de tal conclusão, pode-se hipotetizar que a DA inicia-se no córtex entorrinal e hipocampo, por serem áreas de grande plasticidade. Cem anos após a sua caracterização clínica e patológica por Alois Alzheimer, o diagnóstico precoce da DA continua a representar um importante desafio na prática médica. (BORGES 2009) Existem outros fatores associados ao maior risco para DA, porém suas evidências na literatura ainda são questionáveis. São eles o trauma cranioencefálico, o sexo feminino, a etnia caucasiana, o alumínio e a aterosclerose. (APRAHAMIAN et al. 2009)  

2. INCIDÊNCIA DE ALZHEIMER NO BRASIL Nos últimos 40 anos a população geriátrica no Brasil vem crescendo de tal forma que gera uma preocupação, principalmente e relação às doenças que podem ser acometidas por tal faixa etária, uma delas é a DA. (NITRINI S.A). O aumento da proporção de idosos começou a ser verificado em 1960 e vem ocorrendo de maneira muito rápida, com estimativas apontando para que o Brasil passe da 16a- para a 6a- posição mundial em termos de número absoluto de indivíduos com 60 anos ou mais de 1960 a 2025 (NITRINI S.A). Tais mudanças são preocupantes, devido as condições econômicas e sociais nas quais o idoso brasileiro está exposto.  Além de que problemas adquiridos na infância presente, principalmente em relação à saúde, afeta ao idoso do futuro, devendo estes serem adequadamente  solucionados. (NITRINI S.A). A Demência na população brasileira é mais comum entre os analfabetos, em cerca de (12,1%) que em indivíduos com escolaridade de 8 anos ou mais (2,0%), diferença estatisticamente significativa. Consta-se ainda que a DA é mais comum em mulheres, com diferença estatisticamente significativa mesmo contendo correção das variáveis idade, escolaridade e nível socioeconômico. Esses dados são importantes devido à baixa 

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escolaridade de nossa população, principalmente entre os idosos, e ao fato de que a população idosa é predominantemente feminina. (NITRINI S.A). No Brasil, em um município com 100 mil habitantes, no Estado de São Paulo, 25% dos idosos foram avaliados, encontrando prevalência de demência semelhante à literatura. Observaram prevalência de 7,1% de casos de demência (118 habitantes) em uma população de 1.656 indivíduos com idade igual ou maior que 65 anos. A taxa de incidência anual foi de 7,7 casos por 100.000 habitantes. A etiologia mais freqüente da síndrome demencial foi a DA. Em 55,1% dos casos de demência receberam este diagnóstico. (APRAHAMIAN et al. 2009). A prevalência da demência aumenta progressivamente com o envelhecimento, sendo a idade o maior fator de risco para a doença. A partir dos 65 anos, sua prevalência dobra a cada cinco anos. (APRAHAMIAN et al. 2009). Alguns estudos tentam avaliar o grau de incidência e gravidade da patologia, porém, por haver uma heterogeneidade educacional do Brasil não são indicados testes neurológicos, o ideal seria o exame clínico, e Mini-Exame do estado mental ou ainda exames similares que venham a confirmar a avaliação neuropsicológica. Para que seja considerada uma demência deve-se ter um déficit de memória e outra função cognitiva. Pode-se avaliar que as funções mais afetadas pelos idosos brasileiros foram as executivas de linguagem ou atenção seletiva e dividida depois do acometimento da memória. (CARAMELLI 2005). A epidemiologia da DA é linha de pesquisa relativamente recente no Brasil, impedindo assim relatar algo mais aprofundado sobre a doença. (NITRINI S.A).  

3. AS FUNÇÕES COGNITIVAS AFETADAS A demência é uma síndrome adquirida pelo declínio de memória juntamente com outro déficit em domínio cognitivo como linguagem, visuoespacial ou executivo, nos quais se tornam suficientes para interferir na vida social do portador da DA. (APRAHAMIAN et al. 2009). O padrão de deterioração da memória no idoso normal se equipara ao encontrado nas fases iniciais da DA sendo estes: declínio da memória “operacional” e da memória “secundária” (“recente”) maior que o da memória “primária” (“imediata”) e da memória “terciária” (“remota”). (DAMASCENO S.A.) As dificuldades de memória relacionadas à idade são maiores para a memória episódica do que para a memória semântica e pioram com a evolução da doença, a partir da seguinte sequência: memória de procedimentos, reaprendizado, memória de reconhecimento, 

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evocação baseada em pista contextuais, evocação livre, memória prospectiva (lembrar de lembrar). (DAMASCENO S.A) Para a diferenciação de DA incipiente e envelhecimento normal, os melhores testes são os de evocação retardada (após 15 a 30 minutos) de listas de 10 a 15 palavras aprendidas e o de memória lógica (recontagem de estórias e recordação de lista de palavras associadas a figuras).( DAMASCENO S.A)  Pacientes com demência leve apresentam resultados inferiores aos de idosos normais quando expostos a testes de formação de conceitos, raciocínio verbal, praxias manuais complexas, habilidades visuo-espaciais e práxico-construtivas. (DAMASCENO S.A) A DA, em sua fase inicial, acompanha-se de problemas semântico-lexicais similares aos encontrados na afasia semântica, ou seja, o sujeito esquece ou troca palavras, mostrando linguagem elíptica com empobrecimento do vocabulário (especialmente substantivos de baixa frequência e nomes próprios), parafasias semânticas, pleonasmos, excesso de dêiticos e perífrases; e ainda mantém o “insight” (função epilinguística) sobre seus erros. (DAMASCENO S.A) Dentre as inúmeras complicações, há outra que é afetada pela falta das funções cognitivas, a alimentação, sendo uma preocupação constante para o idoso portador de Alzheimer. Pela deficiência das funções mentais e dificuldades em realizar tarefas mesmo as mais simples, o ato de se alimentar pode tornar-se complicado. De acordo com o desenvolvimento da patologia surge um maior número de comprometimentos, afetando a mastigação e a deglutição de alimentos sólidos, nos quais se tornam um risco, por provocarem engasgos e tosses. Sendo recomendados alimentos pastosos. Tal comprometimento é iníciode disfagia. (OLIVEIRA e TCHAKMAKIAN 2005). Sendo assim, é importante está verificando o peso do idoso com DA, pois mesmo com dieta correta e adequada, alguns indivíduos podem apresentar uma perda de peso lenta e gradual em fases mais avançadas, chegando à subnutrição. O que pode tornar necessário a suplementação de nutrientes a fim de promover um estado nutricional ideal para cada paciente. (OLIVEIRA e TCHAKMAKIAN 2005).  

4. TRATAMENTO  

Segundo estudos bibliográficos, no momento não existem medicamentos capazes de impedir ou mudar a direção da DA, embora ainda incurável, há possibilidade de ser tratada. (SERENIKI e VITAL 2007) 

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Porém existem duas abordagens básicas, que antecipam o tratamento medicamentoso. (OLIVEIRA e TCHAKMAKIAN 2005). A primeira abordagem faz necessário relacionas medidas psicossociais, desempenhando atividades de vida diária, promovendo recursos para automanutenção física, higiene, atos de vestir, comer, tomar banho e se arrumar. Depois devem ser avaliadas as atividades instrumentais da vida diária, como comunicação, fazer compras, arrumar a casa e se locomover, tendo como objetivo a pratica das funções cognitivas. (OLIVEIRA e TCHAKMAKIAN 2005). A segunda medida é a terapia comportamental. O paciente com DA pode desenvolver uma ampla variedade de transtornos comportamentais, que incluem depressão, agitação, alucinação, delírios, ansiedade, violência, insônia, perambulação. (SILVA et al. 2006, BORGES 2009 e OLIVEIRA e TCHAKMAKIAN 2005). As abordagens não farmacológicas devem ser buscadas antes da terapia medicamentosa. Entre elas, podemos encontrar atividades simples, que ocupem o tempo e tragam satisfação e bem-estar, como sentar-se à mesa, tirar o pó da casa e uma variedade de atividades manuais, além de promover reuniões sociais, evitar cochilos durante o dia, usar o banheiro antes de deitar, manter ambiente calmo, evitar confronto com o paciente. Tudo isto preenche a sua vida e promove um sono noturno mais tranqüilo. (OLIVEIRA e TCHAKMAKIAN 2005). Após as abordagens que antecedem a demência, decorre tratamento medicamentoso da demência. (OLIVEIRA e TCHAKMAKIAN 2005). A terapêutica farmacológica tem a função de limitar-se ao tratamento paliativo ou sintomático, possibilitando a capacidade de propiciar resultados favoráveis nas alterações cognitivas, comportamentais e funcionais, tendo em vista que os efeitos não são ao longo prazo, mas com capacidade de trazer benefícios e uma melhor qualidade de vida para o paciente. (OLIVEIRA e TCHAKMAKIAN 2005). Diversas substâncias potencialmente protetoras contra a DA, como anti-inflamatórios, hormônios, estatinas e antioxidantes, foram avaliadas em estudos observacionais e prospectivos. (APRAHAMIAN et al. 2009) Os anti-inflamatórios não esteroidaes (AINES) podem ter associação com maior proteção contra a DA segundo estudos observacionais. Porém, foi demonstrada pequena, mas significativa proteção contra a demência em usuários crônicos destes fármacos. A relação pode sobrevir da observação de inúmeras substâncias pró-inflamatórias envolvidas na fisiopatologia da doença e diretamente presentes em placas neuríticas; e, emaranhados 

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neurofibrilares, assim como pela ação direta de certos anti-inflamatórios sobre a clivagem de proteína precursora do amilóide.( APRAHAMIAN et al. 2009, ENGELHARDT et al. 2005) Houve uma eficácia comprovada do uso de colinérgicos para portadores de Alzheimer sendo este associado a inibidores de colinesterase (IChEs). O tratamento é considerado melhor que o uso de placebo demonstrado para os diversos IChEs. Porém, há um progredimento na patologia apesar da terapêutica empregada.  (ENGELHARDT et al. 2005) Os IChEs, através do aumento da oferta de acetilcolina (ACh), parecem também interferir nos processos básicos, com possível modificação do curso da doença (ENGELHARDT et al. 2005) A memantina possui uma moderada afinidade dos receptores NMDA, sendo um antagonista não competitivo, apresentando neuroproteção em relação à excitoxicidade do glutamato,permitindo os mecanismos de neuroplasticidade e neurotransmissão dos neurônios funcionais.Revelou-se eficácia no tratamento com memantina em pacientes com DA moderada a grave.  (ENGELHARDT et al. 2005) O extrato de Ginkgo biloba, reduz os radicais livres no tecido nervoso, possui princípios funcionais que promovem vasodilatação, consequentemente há o aumento do suprimento sanguíneo cerebral e redução da viscosidade do sangue. Com o uso do EGb em adultos,jovens e idosos na cognição normal, significaram melhora na velocidade de processamento cognitivo e da memória. (ENGELHARDT et al. 2005) Estrogênio, dados epidemiológicos sugerem seu uso como potencialmente favorável, porém não há ênfases clinicas suficientes nesse sentido. (ENGELHARDT et al. 2005) Os fármacos (EGb, vitamina E, selegilina, AINE, estatinas, estrogênio), tem base teórica adequada para tratamento da DA, mas os resultados clínicos mostraram-se inconstantes (EGb), insuficiente fundamentados (estatinas, vitamina E e selegilina) ou com efeitos adversos problemáticos (AINE,estrogênio e vitamina E) o que dificulta a proposta de seu uso na DA. (ENGELHARDT et al. 2005) Contudo há um estudo comprovando que sujeitos com alta escolaridade apresentam melhores rendimentos nas realizações de testes neuropsicométricos mais simples como o Mini-Exame do Estado Mental.  (APRAHAMIAN et al. 2009).  

5.0 PERSPECTIVAS  O portador da DA acaba sendo uma responsabilidade para profissionais da saúde, cuidadores, e a eles próprios estarem dispostos a desenvolverem uma nova habilidade com o 

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intuito de saber coordenar as atividades cotidianas, através de determinadas ações contínuas, direcionando a um desempenho satisfatório.  (DUARTE, ANDRADE, LEBRÃO 2006). Para se avaliar o grau de dependência do idoso nas suas Atividades de Vida Diárias (AVD) são utilizados certos recursos, como o conjunto de dados clínicos, testes e escalas. No determinado estudo analisado foram empregados a escala de Katz (LENARDT et al. 2011) (Demonstra a recuperação do desempenho funcional de seis atividades,  banhar-se, vestir-se, ir ao banheiro, transferir-se da cama para a cadeira e vice-versa, ser continente e alimentar-se, atividades essas consideradas básicas e biopsicossocialmente integradas na vida cotidiana do idoso) (DUARTE; ANDRADE; LEBRÃO; 2006) para as Atividades Básicas de Vida Diárias (ABVD) e de Lawton (LENARDT et al. 2011) (Demonstra o desempenho em sete atividades, em relação ao uso de telefone, viagens, realização de compras, preparo de refeições, trabalho doméstico, uso de medicamentos e manuseio de dinheiro. Os itens são classificados quanto à assistência, à qualidade da execução e à iniciativa) (SANTOS; JÚNIOR VIRTUOSO; 2008), para as Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD), por serem breves, simples e facilmente aplicados, sendo ainda aplicados em área ambulatorial, hospitalar e ainda em unidades de saúde. (LENARDT et al. 2011). O diagnóstico precoce de um indivíduo com DA é o melhor processo para protelas as perdas manifestadas no decorrer da patologia, minimizando os riscos de perda da capacidade de desempenhar suas AVD, nas quais acometem o portador nas fases leves e moderadas. Devendo portando ter um cuidado contínuo e indispensável no processo de vida diário do idoso com DA. (LENARDT et al. 2011). No devido estudo o resultado obtido mostra que 40% dos idosos com DA preserva uma ou mais ABVD no estágio leve e moderado da patologia, sendo este um número consideravelmente grande, indicando que tais atividades devem ser cada vez mais exploradas por cuidadores e profissionais, durando assim mais tempo possível, proporcionando a independência e autonomia dos idosos. ( LENARDT et al. 2011). Referente às AIVD, os dados apontam uma maior dificuldade por parte de idoso no cuidado com o dinheiro e ate mesmo em utilizar um transporte, sendo estas circunstâncias essenciais para uma convivência social. Acarretando ao idoso um isolamento perante a sociedade, permanecendo mais tempo em domicílio. Em tais casos é imprescindível um cuidador. Constata-se que o idoso consegue cuidar de si em ambiente domiciliar, porém não possuir dependência em meio externo. (LENARDT et al. 2011) Centros de convivência e programas de terceira idade revelam que há uma melhora nas funções cognitivas, além da satisfação de vida de idosos que realizam atividades físicas e 

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cognitivas tendo aumento considerável nas tarefas de memória episódica e em testes de fluência verbal.  (YASSUDA e SILVA. 2010). Os centros de convivência e os programas da terceira idade aparentam cooperar para o status cognitivo e para a satisfação com a vida dos participantes. É verificado os aspectos cognitivos e psicossociais do envelhecimento nos quais  revelam plasticidade e podem sofrer a modulação de intervenções socioculturais. Ações e políticas públicas careceriam ser destinadas para a população idosa residente em regiões periféricas, principalmente de grandes centros urbanos, pois essas podem ser aliadas à atenção primária em saúde mental e colaborar para a qualidade de vida dos idosos que vivem nessas regiões.  (YASSUDA e SILVA. 2010). As oficinas de estimulação cognitivas ou também chamadas de oficinas terapêuticas têm o intuito de realizar atividades relacionadas à memória e atividades que estimulem as funções cognitivas, resultando assim em um retardamento no desenvolvimento da patologia, além de promover à produção de formas de adaptação as novas circunstâncias vivenciadas. Destarte tem como objetivo de estimular as atividades preservadas e a reabilitação das funções cognitivas afetadas. (SOUZA et al 2008). Em pacientes portadores da DA o programa promoveu uma melhora nos distúrbios de comportamento. Na maioria dos estudos há um desempenho positivo das atividades físicas sistematizadas na cognição de idosos com DA em suas funções executivas, de atenção e linguagem, (COELHO et al 2009) promovendo a individualidade, comunicação, funcionalidade, autonomia na vida do idoso além da estimulação para realização de atividades cotidianas, melhorando conseqüentemente sua qualidade de vida. (SOUZA et al 2008). Por praticarem trabalhos em grupo, estimula o processo de socialização, permitindo a manutenção de atividades interpessoais e socioculturais, imprescindíveis para a valorização de sua auto-estima e manutenção da independência possível. (SOUZA et al . 2008).  

CONCLUSÃO  

De certa forma a doença de Alzheimer (DA) é pouco explorada, principalmente no Brasil em ralação aos dados epidemiológicos, o que dificultou um amplo raciocínio sobre a pesquisa. Os principais causadores da patologia são considerados genéticos e ambientais, apesar disso pode ainda existir uma gama de motivos nas quais necessitam aprofundar, através de pesquisas, testes, exames e entre outros fatores que auxiliem na detecção dos mesmos.  

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Uma curiosidade é que para ser considerada uma demência o portador deve ter uma ou mais funções cognitivas afetadas, juntamente com a perda de memória, sendo este considerado o principal fator detector da patologia.  Como podemos observar DA não tem cura, porém existem tratamentos nos quais passam por medidas psicossociais, terapia comportamental até chegar ao tratamento medicamentoso que ainda por falta de estudos mais aprofundados, pois não se tem certeza que tais fármacos auxiliam para um melhora em pacientes portadores de DA.  Contudo, as oficinas de estimulação cognitivas e centros de convivência e programas de terceira idade ajudam significativamente na qualidade de vida dos idosos com DA, pois auxiliam nas suas Atividades Básicas de Vida Diária e Atividades Instrumentais de Vida Diária além de ter uma inserção social, pois se envolvem rotineiramente com pessoas que se encontram em sua mesma situação. Para uma melhora acerca do estudo precisa-se ter um aprofundamento maior sobre a temática em contexto geral, principalmente no que se refere a estudos como as formas de tratamento, os dados epidemiológicos podendo ser abordados em tipo de pesquisa de campo de forma qualitativa e quantitativa para obter uma riqueza de informações. Em relação às causas falta-se certeza em relação aos estudos em alguns casos.                   

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REFERÊNCIAS  

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