*Tássia Milena Souza Amorim

** Kelma Juliane Mendes de Oliveira

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*Graduanda do 8° semestre de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB.

Email: [email protected]

** Graduanda do 8° seALEITAMENTO MATERNO E CUIDADOS COM AS MAMAS

ALEITAMENTO MATERNO E CUIDADOS COM AS MAMAS

*Tássia Milena Souza Amorim

** Kelma Juliane Mendes de Oliveira

RESUMO

Este resumo enfatiza a importância do aleitamento materno e os cuidados com as mamas bem como, verificar o conhecimento das mães em relação à amamentação para mãe/filho, orientar sobre os cuidados com as mamas e incentivar a amamentação como instrumento enriquecedor da relação mãe/filho. A partir dos objetivos tenta-se responder o problema em questão: qual a importância do aleitamento materno e os cuidados com as mamas? A metodologia usada foi de caráter exploratório num contexto qualitativo buscando evidenciar e apresentar a importância tanto do aleitamento materno quanto aos cuidados com as mamas.

PALAVRAS – CHAVE: Aleitamento materno; Mamas; Mãe/Filho.

ABSTRACT

This summary emphasizes the importance of breastfeeding and care of the breasts and determining the knowledge of mothers about breastfeeding for mother and child, guiding the care of the breasts and encourage breastfeeding as a means of enriching the mother-son . From the goals tries to answer the problem in question: what is the importance of breastfeeding and the care of the breasts? The methodology used was exploratory qualitative context and seeking evidence to present the importance of breastfeeding both in caring for the breasts.

WORDS - KEY: Breastfeeding; Mamas, Mother / Son.

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*Graduanda do 8° semestre de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB.

Email: [email protected]

** Graduanda do 8° semestre de Enfermagem da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB.

Email: [email protected]

1.0 INTRODUÇÃO

O aleitamento materno é o principal alimento para o lactente. Ele contém todas as proteínas, açúcar, gordura, vitaminas e água, proporcionando vantagens para o desenvolvimento, nutrição e imunologia do infante, além de elementos como anticorpos e glóbulos brancos que protege o bebê de certas doenças e infecções.

O aleitamento materno protege as crianças de pneumonias, diarréias, vômitos, alergias. Otites, bronquites, meningites; melhora o desenvolvimento mental do bebê, a formação da boca e o alinhamento dos dentes; a digestão é mais rápida e promove o estabelecimento de uma ligação emocional, muito forte e precoce, entre mãe/filho.

O leite materno traz benefícios também para as mães tais como: reduzir o peso mais rapidamente após o parto; ajuda o útero a regressar seu tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia após o parto; o risco de câncer de mama e de ovário e a osteoporose.

A amamentação exclusiva do aleitamento materno é indicada durante os seis primeiros meses, sendo o método preferente de alimentação do lactente saudável e de termo.

Vários fatores individuais, familiares, comunitários, econômicos e culturais favorecem o aleitamento materno e podem determinar sua interrupção. Pois devido a isso, várias medidas de proteção foram adotadas por órgãos nacionais e internacionais. No Brasil, o aleitamento materno é protegido legalmente pala Consolidação das Leis Trabalhistas, pela Norma Brasileira para Comercialização de Alimentos para Lactentes, pela ConstituiçãoBrasileira, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, pelo Código de Defesa do Consumidor e pela Iniciativa Hospital Amigo da Criança (CAMPOS et al., 2005).

O estudo de intervenção aqui apresentado será realizado junto ao Posto de Saúde jardim Ouro Branco, na cidade de Barreiras-Ba, tendo como objetivo orientar as gestantes e puérperas sobre o aleitamento materno e os cuidados com as mamas.

Diante das informações apresentadas neste estudo, verificamos a necessidade de intervir como educador em saúde, a partir da premissa que o profissional enfermeiro deve estar comprometido com a assistência primária em saúde na prevenção dos agravos que acometem os seres humanos e em especial os recém-nascidos lactentes na busca da redução da mortalidade neonatal e infantil.

Sendo assim, enfatizar as gestantes e puérperas sobre a importância do aleitamento materno e os cuidados com as mamas, bem como verificar o conhecimento das mães em relação à amamentação para mãe/filho, orientar sobre os cuidados com as mamas, incentivar a amamentação como instrumento enriquecedor da relação mãe/filho tornaram-se nosso grande desafio para realizar a pesquisa.

Portanto, este artigo estará organizado observando a seguinte estrutura: no primeiro momento apresenta-se a importância, a fisiologia, as vantagens e desvantagens do aleitamento materno. O segundo momento apresenta-se os cuidados que devem ser realizados com as mamas, o correto armazenamento do leite materno e as condutas de enfermagem. Por fim, apresentam-se as considerações finais e contribuições que o presente estudo trouxe para ampliar os conhecimentos sobre o tema abordado acima.

2.0 METODOLOGIA

Segundo Lacakatos et al. (2003), o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que permite alcançar o objetivo, traçando o caminho a ser seguido.

Este projeto possui caráter exploratório num contexto qualitativo. Inicialmente, foi estabelecido um contato com as gestantes e puérperas, no período de Estágio Curricular no Posto de Saúde Jardim ouro Branco, na cidade de Barreiras-Ba, onde foi percebido a deficiência de conhecimento das mesmas em relação ao aleitamento materno e os cuidados com as mamas. Foi realizado levantamento bibliográfico em material de pesquisa e periódicos científicos junto à biblioteca da Instituição de Ensino Faculdade São Francisco de Barreiras ‒ FASB, visando adquirir embasamento científico relevantes na fomentação de tal projeto de intervenção.

Buscou-se, ainda informações inerentes ao assunto exposto junto às profissionais da área de Enfermagem na FASB e no Posto de Saúde Jardim Ouro Branco, que nos forneceu informações documentais.

2.0DESENVOLVIMENTO

O leite materno é um líquido branco, cor opalina, odor nulo, sabor açucarado, reação neutra ou levemente alcalina. Em geral, começa a ser secretado entre o segundo e o quinto dia após o parto( MORETTO, 1990).

A amamentação protege o lactente contra distúrbios nutricionais, doenças diarréicas e respiratórias, promove a maturação do sistema imune e favorece o desenvolvimento do aparelho sensoriomotor oral (CAMPOS et al., 2005).

Segundo Brasil (2009), o leite materno contém todas as proteínas, açúcar, gorduras, vitaminas e água que o bebê necessita para ser saudável. Além disso, contém determinados elementos que o leite em pó não consegue incorporar, tais como anticorpos e glóbulos brancos. É por isso que o leite materno protege o bebê de certas doenças e infecções.

Para Campos et al. (2005), todos esses fatores acima citados, aliados, à interação mãe-filho, contribuem para os efeitos positivos da amamentação sobre o desenvolvimento global da criança.

O aleitamento é a melhor fonte possível de nutrição para o bebê. Ele fornece um reforço imunológico para o lactente, protege contra o câncer da mama, acelera a cicatrização pós-parto e serve como maravilhosa ligação entre a criança e a mãe (NETTINA, 2003).

Até os seis meses o bebê não precisa de nenhum outro alimento (chá, suco, água ou outro leite). Depois dos 6 meses, a amamentação deverá ser completada com outros alimentos.O leite materno funciona como uma verdadeira vacina, protegendo a criança de muitas doenças. Além disso, é limpo, está sempre pronto e quentinho. Isso sem falar que a amamentação favorece um contato mais íntimo entre a mãe e o bebê (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

A amamentação exclusiva nos primeiros quatro a seis meses de vida e a manutenção da amamentação, complementada por outros alimentos, dos seis aos vinte quatro meses de idade ou mais, constituem práticas indispensáveis para a saúde e o desenvolvimento da criança, assim como para a saúde da mãe. Partindo desse preceito, as autoridades sanitárias do Brasil vêm desenvolvendo, desde 1981, um conjunto de atividades pró-amamentação coordenadas pelo Ministério da Saúde. A recuperação da prática de amamentar, após décadas de declínio, tem sido em parte atribuída a esses esforços (KITOKO et al., 2000).

Numerosos fatores individuais, familiares, comunitários, econômicos e culturais influenciam o aleitamento materno e podem determinar sua interrupção. Por esse motivo, várias medidas de proteção foram adotadas por órgãos nacionais e internacionais nas últimas décadas. No Brasil, o aleitamento materno é protegido legalmente pela consolidação das Leis Trabalhistas, pela Norma Brasileira para Comercialização de Alimentos para Lactentes, pela Constituição Brasileira, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, pelo Código de Defesa do Consumidor e pela Iniciativa Hospital Amigo da Criança (CAMPOS et al., 2005).

Estudos de âmbito nacional revelaram um aumento substancial da duração mediana da amamentação no país, que passou de 2,5, em 1975, para 5,5 meses, em 1989. Os resultados da Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (PNDS), realizada em 1996, mostram que a tendência de aumento se mantém, estimando a duração mediana da amamentação por volta de sete meses; no entanto, a prevalência de amamentação exclusiva em crianças menores de quatro meses de idade, estimada em 40%, ainda é muito baixa, muito distante de universalização dessa prática preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). O uso da mamadeira e a introdução de água e chás continuam sendo constatados em diferentes estudos, sendo o Brasil um dos países da América Latina com menor prevalência da amamentação exclusiva nos primeiros meses de vida (VENANCIO et al., 2000).

O incentivo ao aleitamento materno no Brasil tem situação de destaque no contexto internacional. A Constituição Federal garante às mães 120 dias de licença maternidade, sem prejuízo do emprego e salário, bem como o direito, quando do retorno ao trabalho, a uma pausa de 1 hora por dia, para amamentar seu filho até os 6 meses de idade. Além disso, a Semana Mundial de Amamentação é um marco internacional que repercute nacionalmente com grande importância para a promoção do aleitamento. O Prêmio Bibi Vogel, instituído pela Portaria Nº 1907 de 13 de setembro de 2004, veio somar a estas iniciativas, visando reconhecer e estimular experiências municipais exitosas na promoção, apoio e proteção ao aleitamento materno, com destaque para a atenção básica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000).

Cabe destacar, os Bancos de Leite Humano, cuja principal ação é apoiar as mulheres que desejam amamentar seus filhos e nesse processo, além de conseguir prolongar a amamentação, muitas descobrem ou aprendem a identificar o excesso de leite e se tornam doadoras. O leite humano pasteurizado no Brasil é seguro e atende prioritariamente os recém nascidos prematuros e/ou os que por instituído o "Dia Nacional de Doação de Leite Humano", para estimular as doações (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000).

4.1 Início da Amamentação

De acordo com Schmitz (2000), a primeira mamada deve acontecer logo após o nascimento da criança, antes mesmo da dequitação ou secundamento. Quanto mais cedo após o parto acontecer a mamada maior a chance de ser bem sucedida.

Para se alimentar satisfatoriamente, um bebê deve ter o mamilo bem posteriormente em sua boca, fazendo com que a língua pressione contra o palato. Quando o mamilo está bem posterior na boca do bebê, as gengivas pressionam a área areolar do seio materno e os lábios podem fechar-se fortemente em torno do tecido mamário, permitindo a sucção ou compressão, esvaziando, assim, toda a mama (ZIEGEL et al., 1985).

A mecânica da amamentação normal inclui a sucção de 4-6 cm da aréola, compressão do mamilo contra o palato, estimulação da ejeção de leite por sucção inicial rápida não- nutritiva e extração do leito nos seios lactíferos por meio de um ritmo de sucção-deglutição mais lento. A freqüência média de mamadas durante as duas primeiras semanas é de 8-12 vezes/dia (KLIENGMAN et al., 2004).

A fase de secreção do leite inicia-se no terceiro ou quarto dia de puerpério, sendo mantida pelo mecanismo de sucção e esvaziamento completo e freqüente das glândulas mamárias. Neste período observa-se aumento das mamas que se tornam extremamente sensíveis, túrgidas, dolorosas e quentes. A produção láctea está classificada de acordo com sua idade, sendo considerado colostro o leite de 0 a 5 dias de puerpério, leite de transição do 6º a 10º dia e leite maduro do 11º diaem diante (SCHMITZ, 2000).

No preparo para a amamentação, a mãe é orientada a lavar bem as mãos e escolher a posição mais confortável para ela e seu bebê. Durante os primeiros dias a melhor posição para a amamentação é a deitada virada de lado, sempre revezando as mamas para esvaziamento por igual das mesmas. A mãe pode envolver o bebê na curva de seu braço, mas deve tomar cuidado para não envolvê-lo de modo muito apertado. Às vezes o bebê fica mais confortável deitado na cama, com o braço da mãe firmemente em torno dele (CRANLEY et al., 1985).

Após iniciada a amamentação, outros cuidados deverão ser observados para preservar a manutenção da produção láctea. O bebê deve ser amamentado todas as vezes que manifestar desejo. Não deverá existir horário rígido nem fixo. No início as solicitações ocorrerão com maior freqüência, estabelecendo com o tempo maior espaçamento entre uma mamada e outra. A amamentação poderá ser única e exclusiva até o sexto mês de vida desde que a mulher o faça adequadamente e que a criança apresente parâmetros de desenvolvimento ( peso e altura) compatíveis com sua idade. A partir do sexto mês deverão ser incluídos outros alimentos (SCHMITZ, 2000).

4.2 Fisiologia do Leite Materno

Durante a gravidez as glândulas mamárias se preparam para lactar pela ação dos hormônios estrogênio, progesterona e prolactina. A prolactina é produzida em quantidades cada vez maiores durante a gravidez. No parto ocorre a ação do hormônio ocitocina sobre o útero e sobre as mamas. Após o parto, pela expulsão da placenta, cessa a ação do estrogênio e da prosgesterona e ocorre a liberação das funções da prolactina na lactação, atuando livremente na produção de leite (GONZALEZ, 2003).

Para Moretto (1990), a alimentação proporciona energia indispensável ao exercício de todas as funções vitais, para isso o leite materno precisa conter uma quantidade conveniente de seis grupos fundamentais de alimentos: proteínas, gorduras (lipídios), hidratos de carbonos (glicídios), água, sais e vitaminas.

O leite é um líquido branco, opaco, constituído em emulsão de gordura dispersa em fase aquosa, contendo lactose, sais diversos, proteínas, caseinato e fosfato de cálcio. A composição média do leite humano evidencia: água 87,43%, proteínas 1,63%, gorduras 3,75%, lactose 6,98% e cinzas 0,21%, e seu conteúdo energético é de cerca de 60 a 75 kcal/100ml. Ao fim da primeira semana do pós-parto, a produção materna de leite atinge 500ml por dia, com 2-3 semanas 800ml, alcançando, eventualmente, um pico de 1,5 a 2 litros (REZENDE, 2005).

O leite surge na base das células como gotas que se deslocam para o ápice, onde fazem protrusão na membrana celular, e envolvidas por ela são finalmente lançadas na luz canalicular (REZENDE, 2005)

Segundo Schmitz (2000), o funcionamento da glândula mamária está intimamente ligado às transformações que ocorrem durante seu desenvolvimento e basicamente compreendem três fases distintas:

1.Fase mamotrófica ou mamogênica, que consiste no desenvolvimento da glândula mamária.

2.Fase galactogênica ou da lactação responsável pela produção e ejeção do leite.

3.Fase da galactopoiese, responsável pela manuntenção da lactação.

De acordo com Silvestrini et al. (2005), a produção de leite é maior pela manhã e é estimulada pela prolactina, que se eleva com a sucção eficaz do lactente. A sucção também provoca o reflexo de ejeção do leite, mediado pela ocitocina e influenciado por centros superiores. Esse reflexo pode ser estimulado (por manifestações emocionais favoráveis ou estímulos sensoriais relacionados ao bebê) ou inibido (por situações de estresse materno).

Durante os primeiros dois ou três dias após o nascimento de um bebê é secretado uma pequena quantidade de um líquido fino, amarelado, chamado colostro. O colostro contém proteínas, gorduras, açúcar, sais e água, mas em proporções diferentes das do leite; tem menos gordura e açúcar do que este e maior quantidade de proteínas e sais. O colostro também é rico em vitaminas e anticorpos. Além disso, possui células com grande quantidade de gorduras. Essas células são chamadas corpúsculos de colostro, e são células secretoras que sofreram degeneração gordurosa (ZIEGEL et al., 1985).

O modo como o leite materno surge, bem como a época de seu aparecimento, varia muito entre as mulheres. Algumas vezes, entre o segundo e o quarto dia após o parto, as mamas se tornam pesadas, cheias e firmes. O enchimento pode ser rápido, com uma nítida mudança notada dentro de poucas horas, ou ele pode ser muito mais gradual (CRANLEY et al., 1985).

4.3 Vantagens e Desvantagens do Aleitamento

Para Rezende (2005), o aleitamento materno vem recentemente aumentando a sua aceitação mercê dos reconhecidos benefícios para a mãe e seu filho. O leite humano prevê vantagens para o desenvolvimento, nutrição e imunologia do infante que não podem ser duplicados pelo leite artificial.

4.3.1 Vantagens para a Mãe:

Segundo o Ministério da Saúde (2009), a mulher que amamenta corre menos risco de contrair câncer de mama e de ovário. Também ajuda a mulher voltar ao peso normal mais rápido.

A amamentação, ao contrario do que se pensa, faz com que os seios fiquem mais enrijecidos e também faz com que o útero volte ao normal, pelos níveis de ocitocina produzidos. Provoca uma baixa relação prolactina-estrógeno, inibindo assim o crescimento de células tumorais, tendo a mulher que amamenta menos risco a tais tumores (MORETTO, 1990).

De acordo com Gonzalez (2003), a lactação funciona como método anticoncepcional por tempo indeterminado, transmite anticorpos da mãe para o bebê, evita contaminações, é econômico e prático.

O leite traz, também, uma inegável economia de tempo. Não necessita de qualquer preparo prévio, e encontra-se sempre à temperatura ideal e apto a ser servido a qualquer hora em que for solicitado (MORETTO, 1990).

Para Clayden et al. (2003), muitas mães acreditam que o ato de amamentar ajuda a criar uma relação intima e amorosa com seu bebê.

4.3.2 Vantagens Para o Bebê:

Crianças que mamam têm menos risco de sofrer de doenças respiratórias, infecções urinárias e darréicas, problemas que podem levar a internação e até a morte. O bebê amamentando corretamente, no futuro terá menos chance de desenvolver diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

O aleitamento materno é uma das quatro estratégias mais importantes da Organização Mundial de Saúde para aumentar a sobre vida de lactentes e crianças (CLAYDEN et al., 2003).

De acordo com Moretto (1990), com o aleitamento materno, está abolido o risco de intolerância digestiva e alérgica, tão freqüentes nos lactentes alimentados com leite artificial.

A amamentação acelera a manutenção do mecanismo neuromuscular da boca e da mandíbula associados ao ato de sugar e é de dependente ao desenvolvimento do senso de distinção entre sons promovendo por parte da criança a produção destes sons até conseguir falar (MORETTO, 1990).

O leite materno evita a ocorrência de diarréias, vômitos e cólicas por má alimentação; induz a rápida digestão da criança e preenche as necessidades do bebê até os seis meses (GONZALEZ, 2003).

4.3.3 Desvantagens para a Mãe:

O aleitamento materno é restritivo para a mãe, pois outros não podem cuidar do bebê por qualquer período de tempo. As instalações para aleitamento materno em lugares públicos ainda são limitados (CLAYDEN et al., 2003).

4.3.4 Desvantagens para o Bebê:

Como não se pode calcular o volume de leite que um bebê está extraindo do seio, o peso do bebê deve ser verificado regularmente, a intervalos de alguns dias nas primeiras semanas, depois uma vez por semana até que a alimentação esteja bem estabelecida (CLAYDEN et al., 2003).

4.4 Ordenha e Armazenamento do Leite Materno

Para Schmitz (2000), antes de iniciar o esvaziamento propriamente dito, estimular a região mamilo-areolar, exercendo movimentos rápidos, e intermitentes sobre a região, aproximadamente durante 30 a 60 segundos, com a finalidade de promover a liberação da ocitocina e, conseqüentemente, a retirada do leite.

Segundo Campos et al. (2005), o leite materno pode ser ordenhado manualmente pela própria lactante, para aliviar o ingurgitamento mamário ou manter a oferta de leite em situações de separação. Após lavar e secar as mãos, em posição confortável, a mãe coloca os polegares na região superior e os indicadores na região inferior da borda areolar. A compressão é feita em movimentos de pinça−sem deslizar os dedos pela mama, para evitar traumas na pele.

Em recipiente fervido,o leite pode ser armazenado à temperatura ambiente por até 12 horas; em geladeira (2 a 6°), por 24 a 48 horas; em freezer (-20°C, por até 3 meses. O reaquecimento pode ser feito em banho-maria (CAMPOS et al., 2005).

4.5 Contra-Indicações ao Aleitamento

As contra-indicações para o aleitamento materno incluem (Lawrence, 1994 apud Wong, 1999):

• Vírus da hepatite C (HCV) na mãe;

• Doença materna grave e debilitante, como cardiopatia ou câncer avançado;

• Tuberculose ativa, sem tratamento, na mãe;

• Vírus da imunodeficiência humana (HIV);

• Galactosemia no neonato;

• Citomegalovírus (CMV) – o risco primário é para os neonatos que recebem leite de doador infectado por CMV, não para o neonato de mãe infectada que já possui CMV.

Para Behrman et al. (2004), a sífilis, a rubéola e a caxumba são contra-indicações do aleitamento materno. A mastite não é contra-indicada, mas se não tratada pode progredir para abscesso mamário. Caso se diagnostique um abscesso, deve-se suspender o aleitamento no seio acometido, até o problema seja tratado com êxito. A retirada de leite do seio acometido deve continuar, embora o leite deva ser desprezado.

4.6 Cuidados com as Mamas e Mamilos

De acordo com Schmitz (2000), os cuidados com as mamas devem ser iniciados durante a gravidez: o preparo dos seios com os dedos polegares fazer manobras com pressão leve sobre a região areolar, tracionando-a no sentido das setas, isto é, para cima e para baixo, e posteriormente para o lado. Friccionar os bicos dos seios levemente com tecido felpudo, escova macia ou esponja, deixando-os expostos ao ar durante alguns minutos para deixar a pele mais resistente. Fazer uma abertura no centro do sutiã na altura do bico dos seios para propiciar o contato com a roupa, o que contribui para o fortalecimento da pele. Fazer expressão do colostro com o objetivo de ativar a produção de secreção lipóide que contribuirá para a lubrificação natural do mamilo e a remoção de resíduos e crostas nele depositados. Lavar os seios apenas com água e sabão. Expor as mamas às radiações solares diariamente, por períodos curtos, de no máximo 3 minutos, especialmente entre 8 e 10 horas da manhã.

Precisam principalmente de asseio. Os mamilos serão lavados, antes das mamadas e depois delas, com água boricada a 2% e tratados com cremes emolientes. Recomenda-se o uso de porta-seios apropriados. No 3° dia do pós-parto, pelo comum, dá-se a apojadura, com desconforto considerável às pacientes. Ficam os peitos ingurgitados e dolorosos. Nesse caso ministra-se alívio suspendendo-os, aplicando-lhes compressas quentes e administrando ocitocina pela via nasal, que provoca a ejeção láctea, amenizando a congestão. As mamas devem ser trazidas bem elevadas pelo porta-seios, para evitar acotovelamentos vasculares responsáveis assim pela congestão sanguíneacomo galactoestase e galactocele (MONTENEGRO, 2006).

Segundo Montenegro (2006), consiste na profilaxia eficaz das mastites na manutenção de absoluta higiene e da integridade cutânea dos mamilos; do esvaziamento completo dos peitos em cada mamada; e, se houver produção excessiva de leite e ingurgitamento glandular, ordenhar as tetas, artificialmente, com o auxílio de bombas de sucção. A lactação sempre que se fizer necessária poderá ser inibida pela administração de medicamentos estrogênicos, ou em combinação com outros hormônios.

4.7 Condutas de Enfermagem

Segundo Nettina (2003), as orientações para o paciente sobre o aleitamento materno são:

• A mãe deve começar a aleitar em local tranqüilo e confortável, isento de interrupção. Podem ser precisos um travesseiro, para ajudar a sustentar a criança, e um banquinho, para elevar as pernas da mãe.

• Assegurar-se de que a criança esteja acordada e seca, antes que a alimentação seja iniciada. Quando acordada e confortável, a criança fica calma e se alimenta melhor. Ela também deve estar com fome.

• Vestir adequadamente a criança, de modo que não fique muito aquecida ou muito fria durante a alimentação. Quando aquecida em demasia, a criança pode adormecer durante as primeiras sucções. Uma criança sonolenta não se alimenta bem. Se muito fria, pode ficar agitada e inquieta.

• Posicionar a criança no seio, colocando-a em posição semi-sentada com a face próxima ao seio e sustentada por um dos braços da mãe. Um travesseiro pode ser usado sob a criança para apoio. A mãe pode precisar sustentara mama com a outra mão. O posicionamento correto propicia conforto e segurança à criança bem como facilita a sucção e deglutição, o que torna o mamilo mais facilmente acessível para a boca da criança e evita a obstrução da respiração nasal.

• Quando a alimentação deve começar deixar que a mama toque a bochecha da criança. Não segurar a bochecha, mas tentar ajudar a criança a encontrar o mamilo. Reflexo fundamental irá agir, e a criança irá virá a cabeça para a mama com a boca aberta. Quando a bochecha é tocada com a mão, a criança fica confusa, talvez virando no sentido da mão.

• Os lábios da criança devem ficar sobre a aréola, e não apenas ao redor do mamilo, antes de começar a sugar. Como o mamilo é muito pequeno, a sucção pode não ser conseguida apenas por segurá-la. A aréola deve ficar na boca da criança, para estabelecer a sucção e torná-la eficaz.

• A mãe pode observar o reflexo de eliminação durante o período de aleitamento. O fluxo de leite, proveniente da outra mama, durante o aleitamento, é bastante normal.

• A duração do aleitamento pode variar de cinco a trinta minutos. Deixar que a criança mame, até se satisfazer. Quando a criança está satisfeita e bem nutrida, fica relaxada e, em geral, adormece. A criança pára de sugar.

• Deixar que a criança arrote durante e ao final da alimentação, para evitar a distensão abdominal ou a regurgitação decorrente do ar deglutido durante a alimentação.

• Uma ou ambas as mamas podem ser usadas em cada aleitamento. Não há diferença, desde que a criança fique satisfeita ao final da alimentação e uma mama seja completamente esvaziada no aleitamento. Quando ambas as mamas são usadas, a segunda mama geralmente não é esvaziada, devendo ser utilizada em primeiro lugar na alimentação seguinte. O esvaziamento regular e completo da mama é a única estimulação à produção de leite.

• Quando a criança parou de sugar, gosta de prender-se à mama. Para romper esta sucção, introduzir um dedo no canto da boca da criança e puxar delicadamente.

3.0CONSIDERAÇÕES FINAIS

A atividade profissional da enfermagem visa assistir ao paciente em suas necessidades básicas, objetivando promover a sua recuperação de forma a reintegrá-la ao convívio familiar e social. O enfermeiro deve ter base de conhecimento que facilite a capacidade de perceber grande variedade de questões, bem como informações altamente definidas e específicas.

Com os programas de saúde voltados ao Pré-natal e as consultas de Puérperio contamos com as 11 unidades ― Estratégia de Saúde Familiar (ESF); Centro de Atendimento da Mulher (CAM), Centro de Saúde Leonídia Ayres de Almeida,Unidades Básicas de Saúde como: Posto de Saúde Albert Sabin, Posto de Saúde Jardim Ouro Branco, dentre outros; o Hospital Municipal Eurico Dutra e a Maternidade Municipal de Barreiras. Contamos ainda com a mídia na divulgação da importância do aleitamento materno para os lactentes e as lactantes.

Conforme as informações explanadas anteriormente, esperamos contribuir através da disseminação das informações relevantes ao aleitamento materno e os cuidados com as mamas, transformando e reconstruindo saberes dentro de um grupo que não tem o conhecimento advindo do principio acadêmico-científico, objetivando assim a conscientização a respeito dos agravos a saúde. Contudo, esperamos evidenciar, em um futuro próximo, o aumento do aleitamento materno exclusivo, juntamente com a atenção aos cuidados com as mamas.

REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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