A OCORRÊNCIA DE ESPINHA BÍFIDA NA GESTAÇÃO.

SILVA, Adnilse Ramos; Acadêmica do 4º semestre de Enfermagem, da Faculdade de Quatro Marcos- FQM

RESUMO

A pesquisa tem por objetivo explorar a qualidade de vida das gestantes, mediantes situações difícil, com filhos que nascem com doenças congênitas, onde irei abordar a forma mais grave da doença. Portanto, há um grande índice de bebês que nascem por dia em nosso país, com espinha bífida e muitos pais que ainda não sabem como lidar com esta situação. Lembrando que, a três tipos de espinha bífida, que são: espinha bífida oculta, meningocele e mielomeningocele, entre as quais a meningocele e mielomeningocele são as mais comuns, sendo a mielomeningocele a forma mais grave da doença.

Palavras chave: Gestação. Mielomeningocele. Pós-cuidado.

INTRODUÇÃO

Um dos eventos mais importante na vida de uma mulher é a maternidade. Diante disso cria-se o desejo e a expectativa de se dar à luz a uma criança saudável e perfeita, mesmo que não tenha ocorrido o planejamento da gravidez.

De acordo com o autor "mielomeningocele" se refere á extensão de tecido do SNC através de um defeito na coluna vertebral, estima-se, que sua provável causa seja deficiência de folato (acido fólico) nas semanas iniciais da gravidez, interagindo possivelmente com fatores maternos ou genéticos embrionários.

A simples suplementação de ácido fólico três meses antes de engravidar e nos três primeiros meses da gravidez são suficientes para reduzir em até 95% dos problemas de má formação do tubo neural (MOORE KL, 1991).

O autor afirma que, em muitos casos a doença se agrava devido falta de informação dos familiares.

O defeito pode ser detectado através de ultrassonografia, ainda nos três primeiros meses de gravidez, apartir daí os acompanhamentos médicos se torna freqüentes. Apesar de vários problemas, na maioria das vezes a parte intelectual é preservada.

Definição de Espinha Bífida

De acordo com ROBBINS, Stanley (2005, p.1155), espinha bífida ou mielomeningocele, uma grave anormalidade congênita do sistema nervoso, desenvolve-se nos dois primeiros meses de gestação e representa um defeito na formação do tubo neural.

Quando isso acontece, o tecido nervoso sai através do orifício, formando uma protuberância mole, na qual a medula espinhal fica sem proteção. Isto é denominada espinha bífida, embora possa ocorrer em qualquer nível da coluna vertebral, é mais comum nas regiões lombassacrais. Quando as raízes dos nervos lombossacrais estão envolvidas, ocorrem graus variáveis de paralisia abaixo do nível envolvido.

Prevenção começa antes da gravidez

Segundo, estudiosos a melhor maneira de se prevenir espinha bífida, é ter consigo um planejamento familiar e um acompanhamento rigoroso no pré-natal.

Alguns pesquisadores relatam que a suplementação de acido fólico deve começar um mês antes de engravidar, outros afirmam que deve ser três meses. Embora, todos orientam o uso do suplemento até o primeiro trimestre da gravidez. A prevenção desses males começa na mesa, com uma dieta balanceada e rica em acido fólico. Essa vitamina é encontrada em alimentos como brócolis, espinafre, gema de ovo, fígado, feijão, peixes, mas em quantidades insuficientes para suprir as necessidades da mulher que deseja engravidar. No entanto, a carência de acido fólico não é o único fator responsável por esse mal, depende também da herança genética, ou seja, existe uma combinação dos genes herdados dos pais que favorece o problema, embora nada confirmado.

Complicações da doença e as responsabilidades dos pais.

A criança com mielomeningocele pode apresentar graus variáveis de paralisia e ausência de sensibilidade abaixo do nível da lesão medular, tendo em vista que isso irá depender do local onde foi lesionado. Porque poderá acarretar as seguintes seqüelas: pé torto, deslocamento do quadril, deformidades do tronco, bexiga neurogênica, falta de controle esfincteriano (anal), em muitos casos vem associada com a hidrocefalia entre outras.

A sensibilidade também pode estar prejudicada (sensação de pressão, dor, calor, frio) não utilizar calçados apertados e examinar sempre os membros inferiores, especialmente os pés, em busca de possíveis ferimentos, pode ocasionar lesões de pele, denominadas úlceras de pressão (escaras) que podem ser prevenidas com constantes mudanças de posição corporal e manutenção da higiene da pele, hidratação.

Segundo pesquisadores para se obter uma possível redução desses agravamentos, a melhor maneira é ser diagnosticada precocemente e a cirurgia é de estrema importância para a correção desses defeitos.

Os pais necessitam, antes de qualquer coisa, ser informados sobre a natureza e extensão da doença, sobre o que a causou, qual o tratamento a seguir e quais as necessidades e capacidades próprias da criança.

A instrução gradual deve ser dada com base no estado da criança e dos próprios familiares.

É importante que os pais saibam como proceder diante desta situação, por ser uma patologia extremamente delicada e que necessitam de várias especialidades médicas como: neurologista, nefrologista, fisioterapeuta, pediatra, ortopedista, psicóloga e á casos que necessita de urologista.

Por ser uma doença que precisa de acompanhamento médico por tempo indeterminado, o portador de espinha bífida tem direito a receber benefício, no valor de um salário mínimo, para auxilio ao tratamento. Os pais devem estar atento a esse benefícios e procurar os órgãos competentes, para receber esse auxilio.

Considerações Finais

A presente pesquisa evidenciou que a deficiência do ácido fólico em mulheres em idade fértil pode levar a defeitos do tubo neural nos conceptos, causando danos neurológicos graves e irreversíveis na formação espinhal e no cérebro, acarretando prejuízos para a criança, família e sociedade.

Dessa forma pode-se considerar que os defeitos do tubo neural estão relacionados com a falta de ações de promoção e prevenção da saúde, sendo fator de grande desfalque na saúde pública no Brasil, principalmente nas classes menos favorecidas, onde se observa a carência de informações podendo trabalhar a educação em saúde de forma contínua, orientando sobre os fatores que favorecem a doença, suas complicações e as maneiras de evitá-las.Acredita-se ainda que, falta uma forma mais concreta e clara de se divulgar as patologias de modo que a população de pouco conhecimento científico tenha esclarecimentos e venha a se prevenir.

É fundamental que a sociedade e os profissionais de saúde, principalmente os enfermeiros que estão à frente do planejamento familiar e pré-natal, estejam engajados no processo de transformação das políticas de saúde pública que envolva a saúde da mulher e da criança.

Referências Bibliográficas

COTRAN, Ramzi S.M.D et al. Patologia: estrutural e funcional, 6.ed; Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2000. p.1161.

MARCONDES, Eduardo. Pediatria Básica. 7.ed. Vol.1. São Paulo: Sarvier, 1985. p. 701-705.

MOORE KL. Embriologia Básica: a placenta e as membranas fetais. 3.ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.p.67-82.

NEME, Bussamara. Patologia da Gestação. 1. ed. São Paulo: Sarvier, 1988.p. 21-26.

ROBBINS, Stanley L et al. Patologia: bases patológicas das doenças, 7.ed; Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. p.1418-1419.