“A Liberdade nos dias atuais, tendo como discussão, a questão Ética.”

          “Freedom in the present day, with the discussion, the question Ethics.”  

                                                  

-Autores:

CAIRES, Charles Souza; FORTES, Douglas Roberto; MORAIS, Danilo Santos; RIBEIRO, Erivelton Vinicius; SANTOS, João Felipe dos; SILVA, Adriel F. S; SOUSA, Diego Manuel de;[1]

.-Resumo:

     Este trabalho tem por objetivo, tratar a questão da liberdade numa sociedade regida por normas, deveres e condutas, exigidas do indivíduo, tendo como principal fator de discussão e problema específico a ética, visando o papel do homem como ser livre e integrante da sociedade, como direito do homem (mas que apresenta limitações), sempre enfatizando o desejo de liberdade humana, confrontando a liberdade individual, diante de uma realidade coletiva, uma vez que se busca um bem comum. Para isso é necessário observar o homem como ser sociável, e que possui como designação pessoal, uma responsabilidade, mas não qualquer responsabilidade, como uma obrigação, mas sim como prática que o valoriza e dignifica-o. Por isto, é colocada em destaque sua condição moral, levando a pensar sobre suas pricipais ações e necessidades particulares.

    Devido a liberdade ser um assunto que desde os primórdios da humanidade vem sendo colocada sempre em questão, é preciso ter como paramito ao elencá-la, de que há diferentes formas de se compreender a liberdade, sendo ela um objetivo individual ou como regra(lei),que é definida de diferentes formas, em inúmeros grupos socias, em variadas formas de pensamentos e de doutrinas, crenças e culturas. Nesse enfoque, será possível pensar de maneira mais abrangente sobre o tema da liberdade, sem esquecer os príncipios éticos e morais ,que á levaram até os dias de hoje, trazendo consigo vários registros da formação histórica e social da humanidade.Portanto, será colocado em foco o indivíduo em relação constante com seu meio social, o que leva a uma melhor compreenção da liberdade e sua presença no contexto da formação do homem ,e de suas capacidades de formação intelectual e coletiva, levando-o ao entendimento de suas próprias idéias e descobertas.

 

-Palavras Chave:

  Liberdade, Moral, Ética.

-Abstract:

    This study aims, to address the issue of freedom in a society governed by rules, duties, and conduits, required of the individual, the main factor of discussion and problem specific ethics, aiming at the man's role as a free member of society and, as a human right (but has limitations), emphasizing the desire for human freedom, individual liberty confronting the face of a collective reality, where one seeks a common good. For this it is necessary to observe the man as being sociable, and has appointed as personal responsibility, but not any responsibility as an obligation but as a practice that values ​​it and dignifies it. Therefore, emphasis is placed on his moral condition, leading to pricipais think about their actions and needs.

    Because freedom is an issue since the dawn of humanity has always been placed in question, you need the lists as paramito it, that there are different ways of understanding freedom, she being an individual goal or as a rule (law), which is defined in different ways, in many social groups, in various forms of thoughts and doctrines, beliefs and cultures. In this approach, you can think more broadly about the issue of freedom, without forgetting the ethical and moral principles that will lead up to the present day, bringing with him several records of historical and social formation of humanity.Therefore, focus will be placed on the individual in constant relationship with their social environment, which leads to a better comprehension of freedom and is presence in the training of man, and their intelectual capabilities and collective training, their own ideas and discoveries.

 

-Keywords:

Freedom, Moral, Ethics.

ÉTICA NA LIBERDADE

  

     Discutir a questão ética e seus fatores de entendimento e estudo, tendo em vista, a relação que existe entre o indíviduo eo seu meio social, é o que leva o homem, há séculos, discutir a sua liberdade individual e, ao mesmo tempo, voltada a uma situação coletiva e ampla, que aborda os principais problemas de participação ao longo da história e da formação da sociedade.Neste caso as indagações sobre as atitudes humanas, suas escolhas, seus direitos e deveres, e principalmente sua responsabilidade moral, são fatores decisivos a serem apresentados diante de principios éticos, no comportamento e na convicção de um “ser livre” .

     A liberdade se apresenta no contexto social a partir do momento em que é colocada a livre decisão do individuo em relação ao bem ou o mal que isso pode causar ao grupo social onde este se encontra. Para controlar e favorecer ao mesmo tempo esta relação, o homem percebe a nessecidade de se ter um “líder”, ou um tipo de “líderança”, capaz de direcionar e proteger o meio social onde esta e levá-lo a melhores condições de existência (surgem à política, as formas de governo e de doutrina social). Mas a partir daí, o homem percebe que pode obter vantagens sobre os demais individuos, e que pode ter seus interesses e desejos pessoais atendidos. Inícia-se um processo de cooperação e filiação entre quem governa e quem faz parte do meio que é governado. Surge a discussão entre os direitos individuias e deveres comuns no panorama social. Contudo, começam a aparecer dificuldades entre  o ser individual eo ser coletivo. A liberdade passa a ser  um problema de todos, tendo de ser discutida perante uma visão moral( que diz respeito as ações do individuo) e ética( que diz respeito as ações de um todo).

    As decisões e anseios de uma pessoa passam a ser uma questão de necessidade, que esta venha a ter, ou uma “vontade”, e essa consiste em defender e sanar os desejos e aptidões que esta pessoa venha a querer satisfazer. Por isto, tanto homens e mulheres, devem tomar conciência de que suas liberdades de escolha, a partir de suas vontades, não venham interferir na liberdade de terceiros. Quando se ignora esta posição de outros (que têm os mesmos direitos) e decide-se valorizar apenas posições particulares, sem admitir a existência de idéias contrárias, cria-se então o coagimento e censura sobre qualquer tipo de opinião (disto temos o aparecimento da escravização moral e social, e o surgimento de ideologias e dogmas). É certo que há casos que a pessoa não tem escolha, e em derminadas ocasiões é preciso muitas vezes adquirir o único meio de reação ou sensação, mas quando essa determinação passa a ser imposta, ela automaticamente ignora a ética social, pois não respeito toda a condição da liberdade. Devido essas condições de injustiça a um direito de todos, surge na sociedade atual formas de políticas e ação popular que chegam a levar o papel da liberdade ao desejo imediato de um “Libertarismo” (liberdade extrema) que responde as idéias de revolução e rebelião da história.

 

Liberdade e responsabilidade moral.

 

    No contexto da moral e do comportamento do indivíduo em sociedade, obtemos a condição da responsabilidade, que está presente em todas as formas de atuação social ou particular do homem, quando tratamos de uma necessidade ou atividade a ser realizada ou atingida. Mas diante deste fator social, que se insere na discussão sobre a liberdade, temos duas frentes a serem apresentadas juntamente com esta questão: a coação interna e externa. Não se pode falar sobre a liberdade sem enfatizar o papel da responsabilidade do indivíduo, perante sua sociedade, pois, “somente há responsabilidade moral se existe liberdade” [2]. Devido este motivo podemos compreender as duas coações em relação à moral, quando podemos exemplificar as suas condições específicas. Ao tratar a liberdade do homem em poder atuar de acordo com aquilo que é pressuposto por um “bem comum”(ou senso comum), estamos nos referindo a coação externa como causa da ação delimitada pelo meio social, onde o indivíduo se encontra entre uma ação provocada por ele e a conseqüência inesperada do que isto pode causar para outras pessoas. Já na coação interna o indivíduo tem consciência de sua ação que deseja fazer, mas se encontra incapaz de realizá-la, pois sabe a conseqüência que isto pode causar para outras pessoas.

     Com estas observações feitas sobre as duas coações e suas finalidades dentro de uma sociedade, podemos perceber a vasta percepção deste assunto, dentro do ponto de vista do homem como ser livre, mas que se encontra numa realidade moral e ética. ”A responsabilidade moral pressupõe, portanto, a possibilidade de decidir e agir vencendo a coação externa e interna” (VÁSQUEZ, 1997, p.96). Remontando este quadro social, dando principal ênfase a moral, percebemos que o problema ético que está por detrás desta posição, do que se limita a ordem da sociedade, e que abrange a liberdade do indivíduo no coletivo e no particular. Segundo Vásquez, em sua obra “Ética”, a verdadeira explicação para a liberdade, e que a coloca a questão da responsabilidade moral junto a ela, é o determinismo. Nele o homem se autodetermina, determina o que esta a sua volta, e por isto contrapõe do que consiste em determinar sua vontade e sua necessidade, e examinar a sua moral diante do comportamento que este exerce na sociedade. O filósofo grego Aristóteles, ao falar de moral, neste âmbito da responsabilidade e liberdade individual, argumenta a questão de uma coação externa, determinada por uma pessoa que interfere na ação de outra em sua própria visão sobre o que pensa sobre esta ou aquela situação. Considerando então o que fora apresentado sobre estas duas particularidades concluímos que a responsabilidade moral é fator precisamente necessário ao comentar a liberdade do homem em seu grupo social e que tudo se baseia numa determinação e conscientização sobre aspectos específicos de cada ação do homem, e que devem ser colocados em discussão, com um objetivo de se aprimorar estes conceitos, tendo a liberdade de opinar, escolher e de agir de acordo com as necessidades, uma forma de se concretizar a ética que existe na averiguação destes termos. Nesta visão mais ampla sobre o que deve ser considerado como livre ou não ao homem, corresponde a preocupação essencial para entendermos a causa e a conseqüência que coexistir, quando nos limitamos em julgar “moralmente” as atitudes humanas, tendo em destaque a noção do que é ético ou não.

 

A Lei e a Liberdade individual.

 

    O filósofo Aristóteles teve como uma das principais preocupações em sua filosofia, a discussão sobre a ética e suas principais indagações, no que diz respeito a moral e a ação do homem como ser responsável por suas ações, pois é capaz de realizar um raciocínio lógico e consciente, mas que sofre a presença de acidentes , consideravelmente numa causalidade do próprio meio onde todos estamos( um mundo de experiências sensíveis).Aristóteles abre como um parênteses, ao citar a liberdade em suas obras filosóficas, pois observa a liberdade em um outro plano de questão a ser discutido, em relação a sua principal forma de pensamento e dedução, que é a razão de ser :[...]”o homem não é definido pela liberdade, e sim pelo logos”[3].Nesta visão do que Aristóteles pensava e concluía deve-se ter como uma resposta, para entender sua posição, a realidade grega de sua época, onde o escravo se tinha necessariamente como a imagem de um “objeto vivo”, que era destinado a prestar serviço a seus senhores. É a partir deste ponto de influência em que se têm as idéias de Aristóteles, que podemos constituir uma estruturação para entendermos a liberdade em relação as leis que vieram a fazer parte da realidade social.

     Para Aristóteles(334a.C) todo o universo e suas partes possuem uma norma padrão, uma ordem e uma disciplina (é o que podemos perceber em obras como Ética a Nicômaco e Política). Nestas obras o filósofo expressa seu pensamento em questões fundamentais para a formação do que hoje podemos obter como sociedade ocidental. O desenvolvimento do homem em meio a sociedade se dá através do que ele necessita para ter uma boa índole e que possa viver bem em seu meio social. Esta tarefa se dá para Aristóteles por ação do Estado, que será responsável por esta formação, e para o benefício de todos. A partir deste ponto de vista passamos a entender o papel da lei, no que limita a liberdade do homem, e de sua escolha.

   O Estado passa a elaborar leis que determinem a melhor condição para seus indivíduos realizarem, tendo em vista o “bem comum” para todos. Mas estas leis começam a delimitar condições específicas de cada individuo, em que cada um necessita de uma particularidade visto que tenha respeitado suas vontades e anseios por seus direitos. Começa, portanto, a surgir as primeiras noções sobre o homem como ser livre e que participa desta liberdade sem a interrupção do estado, pois esta liberdade se trata de um direito a ser conquistado e  realizado, seja no trabalho ou na vida cotidiana(o lazer). É importante ressaltar nesta discussão que a liberdade aparece agora como uma distinção entre o coletivo e o individual, e por isto fora preciso condicionar um estatuto de leis que direcionassem para um todo sem individualizar as normas e decisões (o que vemos com o nascimento da democracia), mas que deixa a desejar em relação ao que buscamos como lei fundamental para compreendermos o conceito ético: a liberdade que todo homem tem em propor e direcionar sua própria capacidade de pensar e condicionar.

    

O conceito de liberdade e a ética como ferramenta para isto.

 

     O escritor político inglês, John Stuart Mill, foi um dos principais questionadores sobre esta questão da liberdade e sua relação com a vida social e política do homem. Stuart Mill em sua obra Da Liberdade enfatiza em primeiro e principal plano de discussão o que pode nos levar a pensar sobre “ser livre”, e como tudo isto pode vir a ser realização livre e sem determinações. Ele apresenta em sua tese, uma das mais importantes idéias que podem nos levar a pensar sobre a necessidade de sermos seres desejosos de liberdade: ”A luta entre liberdade e autoridade apresenta-se como a feição mais evidente nas partes da história com que se nos familiarizamos desde cedo [...]” (MILL, 1963,p.3).Stuart aborda este tema tendo como principal questão o fator histórico do homem.O homem passa a observar que na natureza existe uma organização entre os seres vivos, onde a responsável em direcionar e defender o grupo a qual pertence ,pois possui características específicas para isto.O homem percebe que vivendo em grupo seria uma vantagem pois podiram se organizar da mesma foram e realizarem o mesmo.Desta noção nasce as primeiras civilizações que viram formar a imagem da sociedade atual. Mas o poder de exercer “domínio’ sobre seu grupo(sendo o homem detentor do pensamento;da idéia), o individuo que fora escolhido ou imposto para governar em favor do povo, percebe que pode adquirir vantagens, pois o povo o tem como “líder” e o único capacitado a determinar o que deve ser feito.Daí surgem os principais problemas sociais que aparecem para questionar a questão da liberdade do homem em decidir e obedecer o que deseja.

      Uma das principais discussões que Stuart ainda apresenta é a questão da liberdade de expressão e opinião: “Todo silenciamento de discussão implica em hipótese de infalibilidade”[4].O autor também, nesta condição a discussão da liberdade, propõe uma idéia sobre o direito de expressão que até os dias de hoje são alvo de uma problemática. Em tratar da liberdade de opinião, nos voltamos a tática essencial de governos tiranos que encontravam no silencio de seus opositores a melhor forma de governar. Não se trata somente de não questionar ou argumentar, mas também, de racionalmente assumir a condição de sermos seres falantes que se comunicam e sobrevivem através da linguagem e de seus códigos de comunicação e apresentação.

        O problema da liberdade se posiciona na questão, mas conceitual da ética. Por momentos o homem passa a se vincular a processos de evolução e conhecimento, e se reúne para poder entender sua existência e poder progredi-la. Mas as vontades e capacidades de o homem poder escolher, interferir e condicionar faz com que ele seja o animal racional que decide por si e elabora sua posição e particularidade, e neste momento ele começa a decidir por si o que deseja e não deseja para si, levando a ter uma atitude individualista e unívoca.Mas aparece como forma de debater este problema a moral( como um conjunto de ações determinantes para a vida social), as normas(como o controle desta coletividade social), e a ética , como o conjunto de valores a sertem colocados como meio de vida social). É neste contexto, portanto, que se dicute a liberdade, sendo como a principal forma de entender sua vontade e necessidade dentro das leis, dos padrões morais, e da própria ética.É importante ressaltar que foi a partir de uma liberdade de conhecer, pesquisar e discutir o que se pensava , que o homem chegou aos dias de hoje com todo este acervo científico e moral que temos, e que necessitamos de certa forma para podermos viver em sociedade, onde quer que estejamos.

 

-Considerações Finais:

 

  Diante do desejo histórico, que desde o início das civilizações, fez o homem buscar suas posições como ser livre que possui seu próprio livre-arbítrio, vê-se uma atualidade marcada pela falta, muitas vezes, da privacidade, da liberdade de opinião, de escolha, de modo de vida, e observando este problema na questão do que deve ser considerado como “livre”, podemos entender melhor os fatores éticos e morais quando falamos em liberdade.

     Abordar os aspectos preliminares do surgimento da idéia de liberdade (em todos os campos de discussão) leva-nos a conhecer e melhor sintetizar o conceito da palavra e dos inúmeros significados e razões que existem junto a este conceito.

Ao tratar da ética, dentor dos parametros da liberdade, tratamos em especial, de rever e aprender (se assim for necessário) os principais e definidores temas que envolvem a política, a organização social, as atitudes que são incubidas e realizadas pelo homem, as leis e estruturas que formaram a imagem do homem contemporâneo.

   Para que possamos entender melhor este conceito e sua relação com nossas decisões pessoais e escolhas, é preciso identificar o que leva ao homem buscar essa liberdade, sempre relacionando com sua participação ativa com os seus demais interlocutores. Com tudo isto, podemos então afirmar a constante interação entre a liberdade, os preceitos éticos e a formação moral do homem. No entanto, será necessário que cada pessoa, na sua liberdade de atuação pessoal, passe a procurar com mais precisão seus próprios direitos como ser que pensante e de opinião, mas também é necssario que não se perca a relação, tão decisiva e coerente, da sociedade, de onde provém o desenvolvimento estrutural do indíviduo.

 

-Referências Bibliográficas:

 

MILL, John Stuart. Da Liberdade. [tradução de E.Jacy Monteiro].São Paulo: Ibrasa, 1993.

 

PERGORARO, Olinto. Ética dos maiores mestres através da história. Petrópolis, RJ: Vozes. cap. 4.p.149. 

 

SÁNCHES VÁSQUEZ, Adolfo. Ética. [tradução de João Dell’Anna].Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1997, ed.17. cap. 5, p. 96-104.

 

VERGNIÈRES, Solange. Ética e política em Aristóteles: physis, ethos, nomos. [tradução Constança Marcondes Cesar]. São Paulo: Paulus, 1998. cap. 1, p. 163.



[1] -Alunos do 1° ano de filosofia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas no ano de 2012.

[2] SÁNCHEZ VÁSQUEZ, Adolfo. Ética [tradução de João Dell’Anna]Rio de janeiro:Civilização Brasileira, 1997.ed.17.cap.5.p.97.

[3] VERGNIÈRES, Solange. Ética e política em Aristóteles: physis,ethos,nomos.[tradução Constança Marcondes Cesar]. São Paulo: paulus,1998.cap.1,p.163.

 

[4] MILL, John Stuart. Da Liberdade. [tradução de E.Jacy Monteiro].São Paulo:Ibrasa, 1993.cap.2, p.21.