A Influência da Filosofia na Educação, Resultando Em Uma Filosofia da Educação,

 

Ederson José Machado[e1] 

Objetivo Geral:

Conhecer a Importância da Influência da Filosofia na Educação

 

Resumo

A educação sendo consolidada de domínio e compreensão dos conteúdos que formam o indivíduos, teve de forma singela e notória a aproximação de reflexões filosóficas, pois tal filosofia fazendo ciência ao saber busca desmitificar questão educacionais problematizadas na pós-modernidades.

Objetivando uma especificidade no aferimento do panorama histórico filosófico , bem como  apresentar de forma clara aa influência da filosofia no história educacional, e assim identificar  com posturas éticas e  morais que deram o legítimo surgimento de uma Filosofia da Educação, onde que através de revisão bibliográfica de registros dos pensamentos e reflexões existentes ancoramos em tal conhecimento. Pois de certa forma prossegue no limiar da amplitude reflexiva das questões educacionais.

Fazendo necessário pensar em filosofia da educação num sistema de conhecimentos acerca da educação que pensa de forma critica a respeito da ciência, pois na atividade prática admite-se necessária ser a filosofia o meio mais excelente, na busca de resultados dos fenômenos, apesar de sua complexidade.

Palavras chaves: Filosofia. Historia. Educação. Ética.

Conceituando Historicamente a Filosofia

Conforme Vaz (2010) percebe-se que a Filosofia como um saber leva o homem a uma reflexão mais rigorosa e radical sobre ele mesmo e sobre o mundo com o qual interage. Desta forma, ao apresentar uma consciência filosófica ele se afasta do senso comum, caracterizado por não realizar uma reflexão crítica à cerca da realidade, pois começa a questionar todas as verdades em que se acreditava, não as aceitando como prontas e acabadas e procurando repensá-las, de forma sistemática e coerente, obtendo respostas com caráter provisório.

No que tange a educação o estudo da filosofia preocupa-se com problemáticas que envolvem todos os segmentos da sociedade, pois falar em filosofia na educação é envolver uma maior complexidade afirma Saviani (1984).

 

Registra Chateau (1956) que na visão de Platão, a filosofia deveria transcender a contingência histórica, contribuindo para o processo de esclarecimento da verdadeira sabedoria, lançando a ideia de uma educação para a virtude, uma educação perfeita, com a qual o homem se torna culto e erudito, em consonância a concepção de Saviani (1984), a educação atualmente passa por transformações circunstanciais advindas de um modelo tradicional, direcionada por diversas modalidades considerando ainda, o espaço e tempo, onde uma geração aprende e molda a geração vindoura. Entretanto, na filosofia moderna e contemporânea, as investigações em torno desses objetos estão em uma situação diferente da filosofia grega onde eram considerados distintos e independentes.

 

Histórico Filosófico

Há mais de 2.500 anos a filosofia foi de um saber específico, nascida na Grécia antiga com os chamados pré-socráticos onde estes investigaram a origem das coisas e as transformações da natureza, Chauí (2000). Segunda a autora esse período foi privilegiado com o germinar das ciências e das artes onde se fez presentes o pensamento dos três maiores filósofos da Antiguidade: Sócrates, Platão e Grécia antiga com os chamados pré-socráticos onde estes investigaram a origem das coisas e as transformações da natureza, Chauí (2000). Segunda a autora esse período foi privilegiado com o germinar das ciências e das artes onde se fez presentes o pensamento dos três maiores filósofos da Antiguidade: Sócrates, Platão e Aristóteles. Sócrates não deixou obra escrita, Platão não escreveu sequer uma obra sistemática e organizada de forma lógica, mas um conjunto de textos. Aristóteles, ao contrário de Platão criou uma obra sistemática e ordenada, cobrindo diversos campos do conhecimento, como a lógica, a retórica, a poética, a metafísica e as diversas ciências.

No período helenístico as preocupações filosóficas fundamentais volta-se para as questões morais, para a definição dos ideais de felicidade, virtude e para o saber prático. Já no medieval com a dissolução do Império romano, as invasões bárbaras e o desaparecimento das instituições, os centros de difusão cultural também se desagregaram Chauí (2000).

Os chamados pais da igreja foram os primeiros a defender a fé cristã e a tentar conciliar a herança clássica greco-romana, com o pensamento cristão e o primeiro filósofo cristão com sua ideologia de interioridade, com a possibilidade de conciliação entre fé e razão foi Santo Agostinho. A partir do século XII, ela é conhecida como escolástica, surgem então às universidades e os centros de ensino e o conhecimento é guardado e transmitido de forma sistemática registra Chauí (2000).

Para a autora no período do r, ocorreram profundas transformações na política, economia, artes e ciências, e seu principal autor foi Nicolau Maquiavel, mentor da teoria política fundamentada na prática e na experiência concreta. Outro filósofo que teve uma boa representação foi Erasmo de Roterdã com sua obra Elogio da Loucura. As mudanças dessa época de crise prepararam o caminho para o racionalismo clássico, período esse mais germinante, marcado pelo absolutismo monárquico e pela Contra Reforma, onde ocorreram criações científicas, como as teorias de r, ocorreram profundas transformações na política, economia, artes e ciências, e seu principal autor foi Nicolau Maquiavel, mentor da teoria política fundamentada na prática e na experiência concreta. Outro filósofo que teve uma boa representação foi Erasmo de Roterdã com sua obra Elogio da Loucura. As mudanças dessa época de crise prepararam o caminho para o racionalismo clássico, período esse mais germinante, marcado pelo absolutismo monárquico e pela Contra Reforma, onde ocorreram criações científicas, como as teorias de Galileu Galilei e o experimentalismo de Francis Bacon.

Desde então os filósofos formularam duas respostas diferentes para o conhecimento: o racionalismo e o empirismo. Para o racionalista René Descartes, o conhecimento verdadeiro é puramente intelectual.

Começando a duvidar de tudo, das afirmações do senso comum, dos argumentos da autoridade, dos testemunhos dos sentidos, das informações da consciência, das verdades deduzidas pelo raciocínio, da realidade do mundo exterior e da realidade de seu próprio corpo (ARANHA, 1993, p104).

Ainda para a autora os empiristas John Locke e David Hume defendiam que o conhecimento se realiza por graus contínuos, desde a sensação até atingir as ideias.

Já no século XVIII, a razão é vista como guia para a discussão do problema moral e ético, ou seja, o problema da ação humana. O iluminista Immanuel Kant foi caracterizado pela valorização da razão como instrumento para alcançar o conhecimento.

A filosofia contemporânea se firmou em alguns conceitos elaborados no século XIX, como o de história formulado por Hegel, as utopias políticas como anarquismo, socialismo e comunismo, também devem muito à ideia de desenvolvimento e progresso, como caminho para uma sociedade justa e feliz, nessa visão desenvolveram-se várias ciências como a etnologia, a antropologia e as anarquismo, socialismo e comunismo, também devem muito à ideia de desenvolvimento e progresso, como caminho para uma sociedade justa e feliz, nessa visão desenvolveram-se várias ciências como a etnologia, a antropologia e as ciências sociais. A confiança no saber científico foi outra atitude filosófica desenvolvida, implicando a natureza ser controlada pela ciência e pela técnica passando a ser capaz de levar ao progresso vários aspectos da vida humana, surgindo então disciplinas como a psicologia, a sociologia e a pedagogia.

Fragmentada no século XX, o alcance desses conhecimentos é colocado em cheque, pensado criticamente por dois filósofos a ideia de que a razão, ciência e o conhecimento seriam capazes de dar conta de todos os aspectos da vida humana Karl Marx torna relativa à ideia de razão livre e autônoma ao formular a noção de ideologia, onde o poder social e invisível nos faz pensar e agir. Já Sigmund Freud provocou um abalo nas ciências psicológicas ao descobrir a noção de inconsciente, como poder que atua sem o controle da consciência. O existencialista Jean-Paul Sartre, também elaborou um pensamento sistemático que põe em relevo a noção de existência em lugar da essência.

O estudo da linguagem científica, dos fundamentos e dos métodos das ciências tornou-se um foco de atenção importante daí Edmund Husserl propôs à filosofia a tarefa de estudar as possibilidades e os limites do próprio conhecimento, desenvolveu a teoria da fenomenologia. Estudado por Ludwig Wittgenstein as formas e os modos de funcionamento da linguagem valem-se a análise lógica como método de entender a linguagem como objeto da filosofia.

Embora tenha se desdobrado em disciplinas especializadas, ainda é como sempre foi, uma atitude. Assim que começamos a filosofar achamos que mesmo as coisas mais cotidianas levam-nos a problemas com os quais só podem ser dadas respostas incompletas. Embora sendo incapaz de nos afirmar quais as respostas verdadeiras às dúvidas que se levanta, está sempre pronta a sugerir as possíveis, ampliando nossos pensamentos e nos libertando da tirania do hábito.

 

Concepção da Filosofia da Educação

Para Vaz (2010) quando a reflexão filosófica segue de forma metódica e sistemática ás questões educacionais, expondo fundamentos e elaborando diversas dimensões num todo articulado, a concepção de mundo se manifesta alcançando uma compreensão mais profunda, mais rigorosa e mais ampla de seu objeto, onde o educador filtra o pensamento e a linguagem a fim de não tornar ambíguas e imprecisas.

 

Para Aranha (1993) a funcionalidade que a filosofia promove vem sendo especialmente enfatizada pela concepção analítica, a qual entende que o papel próprio da filosofia é a análise lógica da linguagem. Por conseguinte o papel da filosofia da educação passa a ser efetuada em uma análise lógica da linguagem educacional, de modo a libertá-la de suas imprecisões e incongruências. Entretanto, independentemente da concepção que o inspira, o aprofundamento filosófico implica em se manifestar através de uma linguagem precisa, clara e Inteligível.

 

Contribuição da Filosofia Para a Educação

No contexto da história, podemos observar que educação e filosofia sempre estiveram juntas, percebemos que desde seu surgimento buscou sempre uma intenção pedagógica, já nascendo Paidéia! Além do ato de pensar dos filósofos, sempre esteve vinculada a uma tarefa educativa, e a uma convivência escolar com características de instituição, desde então, essa relação veio se estreitando.

As relações entre Educação e Filosofia parecem ser quase “naturais”. Enquanto a educação trabalha com o desenvolvimento dos jovens e das novas gerações de uma sociedade, a filosofia é a reflexão sobre o que e como devem ser ou desenvolver estes jovens e esta sociedade. (LUCKESI 1990, p.31).

Conforme Aranha (1993) a filosofia escolástica na Idade Média foi o suporte fundamental de um método pedagógico responsável pela formação cultural e religiosa das gerações europeias que estavam constituindo a nova civilização que nascia sobre os escombros do Império Romano, o Renascimento com seu projeto humanista de cultura, e a Modernidade com um projeto iluminista de civilização.

A partir daí qualquer critério do agir humano só poderia ser de caráter técnico, e não mais ético ou político, ruindo então a unidade do saber. Podemos ainda dizer que os esforços da reflexão filosófica se mantem envolvidos com a tarefa educacional. Para Chauí (2000) este envolvimento decorre de uma tríplice vinculação que esboça três frentes presente na contribuição da filosofia para a educação de forma significativa.

Conforme a autora esta se faz por reflexão axiológica, onde perquirindo a dimensão de valores da consciência e da expressão do agir humano, a questão diretriz desta perspectiva é aquela dos fins da educação, a questão do para quê educar. De um lado, percebe-se como fim último da educação, a realização de uma perfeição dos indivíduos e plena atualização de uma essência modelo, de outro lado, entende-se essa perfeição como plenitude de expansão e desenvolvimento de sua natureza biológica.

 

Agora, para a autora busca desenvolver sua reflexão levando em conta os fundamentos antropológicos da existência humana, tais como se manifesta em mediações histórico-sociais, dimensão que qualifica e especifica a condição humana. Ainda para a mesma a tarefa epistemológica instaura a discussão sobre questões no processo de produção, sistematização e de transmissão do conhecimento, presente no processo da educação.

 

No coroamento do projeto iluminista da modernidade, a ciência dominou todos os setores da existência humana nos dias atuais, se impondo não só pela sua fecundidade explicativa enquanto teoria, como também pela sua operação técnica, possibilitando aos homens o domínio e a manipulação do próprio mundo.

(...) Á medida que tomam consciência de si, de seus iguais e do todo social, os indivíduos sentem-se herdeiros de um patrimônio físico e cultural comum a todos. (CORDI, 1997 p.97)

Assim, também no âmbito da educação, seu impacto foi profundo. Porém, é preciso lembrar que, por mais imprescindível que seja a contribuição da ciência para o entendimento e condução da educação, não se dispensa a contribuição da filosofia. Para Gelamo (2009) Alguns aspectos da problemática educacional carecem de uma abordagem especificamente filosófica que condiciona inclusive o adequado aproveitamento da própria contribuição científica e esses aspectos se relacionam com a própria condição da existência dos sujeitos conferidos pela educação.

De caráter prático o processo educacional com a produção de conhecimento e em sua relação com a educação podemos identificar a presença marcante da contribuição que a filosofia dá à educação, possibilitando assim uma maior clareza conceitual e de linguagem, melhorando a comunicação entre os educadores, acentuando a pedagogia no rumo da maturidade epistemológica lhe garantindo condições de igualdade em face dos demais ramos do saber científico.

 Considerações Finais

Considera-se então ser necessário pensar em filosofia da educação num sistema de conhecimentos acerca da educação, seja como epistemologia que esclarece os princípios e os fundamentos desse sistema que pensa criticamente da ciência e o modo como ela se faz e se constitui, seja como análise da linguagem científica visando saber o seu sentido e distinguindo proposições verdadeiras ou afirmações sem sentido como pretender.

Esta posição é defendida por aqueles que são mais avessos à filosofia, e do como é óbvio a visão redutora e limitada do papel de uma filosofia da educação. De qualquer modo, serve para demonstrar que, mesmo nos setores mais críticos ao discurso filosófico, admite-se necessária a filosofia. Mas ela tendo uma função mais abrangente e encarando a educação como um fenómeno global e não somente aspectos por parcelas e de fragmentos do fenómeno educativo, tal como fazem as diferentes ciências da educação.

Então, sendo a educação uma atividade prática, cumpre não apenas compreender as suas características, mas, também, as condições que tanto externas entendendo as determinações econômicas e sociais, como internas, em que é desenvolvida a situação material e cultural das escolas e a qualidade dos conteúdos e dos métodos aplicados.

 

Pois enquanto atividade especificamente humana e envolvendo diversas faces no processo educativo vivenciado pelo indivíduo na sua conduta ética e moral, a filosofia da educação no entanto, se caracteriza pela intencionalidade, isto é, pela antecipação mental de seus resultados na forma de objetivos a serem alcançados.

 

A atividade educacional, pela sua complexidade e pelo peso da rotina pedagógica e responsabilidade no que tange a critérios éticos e morais, é particularmente vulnerável a esse tipo de desvio e para evitá-lo é indispensável por excelência a atividade reflexiva, sendo designada por filosofia.