A importância da mãe na formação da personladiade da criança

 

A saúde mental do ser humano é estabelecida pela mãe durante o cuidado com o filho desde bebê. Freud diz que o bebê só existe porque existe a mãe. O desenvolvimento psíquico tem início dentro de um determinado ambiente que,se tudo corre bem, atinge um estágio no processo de desenvolvimento ao qual o indivíduo,passa gradualmente da dependência para a independência, que nunca é absoluta.

Portanto,é  muito importante que as mães possam ser amigas de seus filhos, mas, antes de qualquer outra coisa,o cuidado com a formação de seu caráter é fundamental.Por amor a seus filhos, as mães têm o dever de educá-los, colocar limites, estabelecer regras. O que se espera de mães amigas de seus filhos, inclusive o que os próprios filhos precisam são de mães mais próximas, mais disponíveis, abertas a escutá-los, a discutir e orientá-los naquilo que eles lhes solicitarem, ou naquilo que as mães entenderem necessário fazê-lo. Mas, precisam igualmente de mães que saibam dizer não, estabelecer o que é certo e o que é errado, e quais os limites que precisam ser seriamente respeitados.

Freud acreditava que a personalidade estaria essencialmente formada ao fim da terceira fase,(oral,anal e fálica)  por volta dos cinco anos de idade, quando o indivíduo possivelmente já desenvolveu as estratégias fundamentais para a expressão dos seus impulsos, estratégias essas que estabelecem o núcleo da personalidade. Segundo Freud, uma fixação em uma das fases do desenvolvimento  provoca o desenvolvimento de um tipo de personalidade que vai desde  de caráter oral, do qual os traços  fundamentais são o otimismo, a passividade e a dependência; a fixação  de   caráter  anal,  fase  onde  a  criança tem o desejo de controlar os movimentos esfincterianos e começa também a entrar em conflito com a exigência social de adquirir hábitos de higiene. Uma fixação nessa fase pode causar conflitos para o resto da vida em torno de questões de controle, de guardar para si ou entregar. O caráter anal é caracterizado pro três traços que são: ordem, parcimônia (econômico) e teimosia;  e de caráter fálico, onde uma  não resolução nessa fase pode ser considerada como a causa de grande parte das neuroses. 

O que se espera de mães enquanto  amigas de seus filhos, são  mães mais próximas, mais disponíveis, abertas a escutá-los, a discutir e orientá-los naquilo que  se fizer  necessário, bem como mães  independentes em seus” afetos “.

Mães  que se comportam somente como amigas de seus filhos, deixa-nos uma questão:  “quem então faria  o papel de mãe?”  se os filhos  precisam de orientação adequada e segura, e não apenas  alguém que  os ouça e os aconselhe. Filhos precisam, de mães que funcionem,que sejam  um porto seguro, tanto firme quanto  forte o suficiente   para orientá-los. ensinando-os a respeitar a si mesmos, e aos outros, preparando-os para a vida em sociedade.

Quando  os filhos são  colocados em  tronos, redomas, ou em qualquer outra forma de “engessamento”, as mães deixam de cumprir sua função de educadoras, e estas crianças crescem sem orientação, sem limites,podendo vir a se  sentir sozinhas, inseguras  ou desconectadas de sua própria família, construindo uma personalidade sádica, mazoquista,manipuladora controladora,  sem uma verdadeira identidade e  identificação com essa mãe, pois lhes faltam um modelo forte, seguro e afetivo, que elas possam admirar, seguir, amar e respeitar, e, serem livres.

Cada filho e cada  mãe são únicos em sua natureza. Todos precisam ser respeitados, e respeito se aprende em casa.

 Educar  é também frustrar, Pois assim, será sua relação com a sociedade e com o mundo ao longo de suas vidas. Não há quem,  nem como,  escapar disso.  Ser mãe não consiste em apenas  ser amada por seus filhos,é  preciso muitas vezes, suportar a frustração de ser odiada por eles nos momentos em que precisa-se dar os “cortes”, para sua boa formação no futuro, estando atenta aos processos de transferências  e contra transferências que ocorrem ao longo desse processo   chamado educação “ na difícil relação entre mães e filhos.”    

 

Lednalva Oliveira,

Bióloga,Psicopedagoga Clínica

Psicalista em formação - CEAPP