A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA PRÁTICA DO CUIDAR EM PSF
EDUCATION IN PRACTICE IN HEALTH CARE IN THE PSF
Ângela Barbosa Carreiro Lima¹

RESUMO
A educação em saúde efetiva dispõe de uma base sólida para o bem-estar individual e da comunidade. A educação em saúde é um fator influenciador diretamente relacionado com os resultados de cuidados positivos do paciente. Este estudo tem por metodologia uma pesquisa cientifica baseada em referencias bibliográficas de livros e artigos relacionados ao assunto. Pode-se concluir que é preciso que o enfermeiro, ao ser o desencadeador de ações educativas, esteja disposto a dividir, trocar, ensinar e aprender com a família.
PALAVRAS-CHAVE: educação, comunidade, PSF

ABSTRACT
Health education provides an effective basis for the well-being of the individual and the community. Health education is a factor that influences directly related to the positive results of patient care. This study is a scientific research methodology based on bibliographic references of books and articles related to the subject. It can be concluded that it is necessary that the nurse, to be the trigger of an education, be willing to share, exchange, teaching and learning with the family.
KEYWORDS: education, community, PSF

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O ensino é um instrumento integrante que todas as enfermeiras utilizam para cuidar dos pacientes e famílias no desenvolvimento de comportamentos de saúde efetivos e na modificação dos padrões de estilo de vida que predispõem as pessoas aos riscos de saúde. A educação da saúde é um fator influenciador diretamente relacionado com os resultados de cuidados positivos do paciente.
As alterações no atual ambiente de cuidados de saúde impõem a utilização de uma abordagem organizada para a educação da saúde, de modo que os pacientes possam satisfazer suas necessidades especificas de cuidados de saúde. Os fatores significantes para a consideração da enfermeira quando planeja a educação do paciente incluem a disponibilidade do cuidado de saúde fora do ambiente convencional, o emprego de diversos profissionais de saúde para alcançar as metas do controle do cuidado e o uso aumentado de estratégias alternativas em lugar das condutas tradicionais para o cuidado.
A consideração cuidadosa desses fatores pode fornecer aos pacientes informações abrangentes, as quais são essenciais para tomar decisões informadas a respeito dos cuidados de saúde.
A enfermeira como professora é colocada à prova, não somente para fornecer a educação específica ao paciente e à família, como também para focalizar as necessidades educacionais das comunidades. A educação em saúde é importante para o cuidado de enfermagem, porque ela pode determinar de que forma os indivíduos e as famílias são capazes de realizar os comportamentos que levam ao autocuidado ótimo.
Todos os cuidados de enfermagem tem por fim promover, manter e restaurar a saúde; evitar a doença; e assistir as pessoas em sua adaptação aos efeitos residuais da doença. Muitas dessas atividades de enfermagem são realizadas através da educação da saúde ou ensino do paciente.
Embora a pessoa tenha o direito de decidir se deve aprender ou não, a enfermeira tem a responsabilidade de apresentar a informação que motivará a pessoa a reconhecer a necessidade de aprender. Portanto, a enfermeira deve aproveitar as oportunidades dos ambientes de cuidados de saúde internos e externos para facilitar o bem-estar. Os ambientes educacionais podem incluir casas, hospitais, centros de saúde na comunidade, locais de trabalho, organizações de serviço, abrigos e grupos de apoio ou ação de consumidores.
A meta da educação da saúde consiste em ensinar as pessoas a viver a vida da forma mais saudável possível, isto é, esforçar-se no sentido de atingir o seu potencial de saúde máximo.

EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO PSF
A implementação integral dessas mudanças requer a integração entre os serviços de saúde, instituições formadoras, trabalhadores que atuam no sistema e usuários, para o estabelecimento de novos pactos de convivência e prática. Tais ações precisam investir na aproximação dos serviços de saúde aos princípios do SUS, dentre os quais o da integralidade, universalidade, eqüidade e qualidade em saúde. A educação é um dos caminhos para a efetivação dessas mudanças. Nessa perspectiva, o Ministério da Saúde (MS), com o objetivo de articular a educação com o mundo do trabalho de forma descentralizada, ascendente e transdisci- plinar, instituiu, através da Portaria nº 198/MS, de 13/02/2004, a Política Nacional de Educação Permanente para o SUS. Essa proposta de educação investe na promoção de mudanças nos processos formativos, nas práticas pedagógicas de saúde e gerenciais, propiciando uma integração entre os diversos segmentos dos serviços de saúde.
É fundamental pensar que a prática do cuidar envolve e fundamenta a comunicação dialógica, e não visa mais mudar comportamentos, prescrever tratamentos, controle, modificar as pessoas, pensar só na doença. É preciso que o enfermeiro, ao ser o desencadeador de ações educativas, esteja disposto a dividir, trocar, ensinar e aprender com a família.
Para ser assim, o trabalho deve ser contínuo e intenso, porque é necessário: formar grupos, unindo famílias interessadas em discutir a saúde; escolher temas comum e de interesse dos grupos (família), dos quais profissionais serão os coordenadores; criar espaços para discussões, informações, reflexões e debates.
Educar é interagir em um determinado espaço (a família), para que se descubra como resolver problemas e/ou como encaminhá-los a outras instâncias. Não deve existir coerção, ordem, mas orientações com argumentações, com base teórica e prática; caso contrário, os profissionais de saúde criam barreiras intransponíveis.
Os enfermeiros devem agir como educadores e os familiares como co-educadores, pensando em problemas comuns como: medos, preconceitos, dúvidas, inseguranças, impotência, resistência e desesperança. Tudo isso visa captar mensagens, sinais, signos, gestos, jeitos, expressões do corpo. No campo biológico, é possível sentir a temperatura, a cor da pele, o ritmo da respiração; na comunicação, entende-se o que estamos falando e se entendemos o que a família fala; se a pergunta ou resposta é clara ou confusa, se traz alguma preocupação não expressada claramente nas relações, é possível identificar se existe ou não confiança, se existe afeto ou não, como se tratam, como se cumprimentam.
Ao decidir sobre o acordo, ele deve ser escrito e assinado pelos interessados e tornar-se um instrumento legal, a fim de evitar problemas futuros para os envolvidos.

Estratégias para a educação
A investigação é exercitada com muita freqüência, sobretudo quando se ensina, pesquisa e quando se está em constante busca por uma outra pedagogia de liberdade, que se desenvolvem por meio de: jogos dramáticos para falar de imagem, dramatizações, criação de bonecos, sociopoética, cineclube e dinâmicas em grupo de diversas modalidades. As técnicas e métodos de ensino estimulam o aprendizado desde que apropriadas para as necessidades do individuo.
Os membros da família devem estar envolvidos nas sessões de ensino sempre que possível. Eles fornecem outra fonte para o reforço do material e podem ajudar o aluno a lembrar as instruções mais adiante. Eles também podem fornecer informações de avaliação preciosas a respeito da situação de vida da pessoa e sobre as necessidades de aprendizado correlatas.
As parcerias com as sociedades científicas, outras entidades governamentais e não-governamentais e, especialmente, com lideranças comunitárias é indispensável para assegurar a operacionalidade dessas intervenções em âmbito estadual e municipal.
Ações educacionais devem ser dirigidas a
 profissionais de saúde.
 alunos de escolas profissionalizantes.
 alunos de primeiro e segundo graus.
 pessoal de instituições e empresas.
 comunidade em geral.
Ações de conscientização são desenvolvidas por
 campanhas de esclarecimento através da mídia.
 campanhas temáticas periódicas

CONCLUSÃO
O sucesso da enfermeira com a educação da saúde é determinado pela avaliação contínua das variáveis que afetam a capacidade do paciente para adotar comportamentos específicos, obter recursos e manter um ambiente social valioso. Como profissionais de saúde, as enfermeiras possuem uma responsabilidade de promover as atividades que formentam o bem-estar, autorealização e satisfação pessoal. Toda interação com os consumidores de cuidados de saúde deve ser visualizada como uma oportunidade para promover comportamentos e atitudes de saúde positivas.
Esse grupo de estudo deve ter a participação de um profissional de saúde, com a função de organizar as discussões e esclarecer dúvidas. No entanto, ele deve deixar que as discussões ocorram espontaneamente, orientando-as para um conteúdo mínimo. Dessa forma, o processo educativo deixa de ser imposto e passa a ser persuasivo. Uma conversa clara é necessária para estabelecer uma parceria entre o profissional de saúde e o paciente e seus familiares para dar a esses uma compreensão básica dos mecanismos da doença e dos objetivos do tratamento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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