Letícia Nogueira Botinha

PUC MINAS

 

Resumo:

O presente artigo busca demonstrar a situação atual econômica vivida pelo Brasil e as medidas adotadas pelo país para o contínuo crescimento econômico. É abordada ainda, a desaceleração da economia no primeiro semestre de 2012, comparado ao vislumbre brasileiro do ano de 2010 com a ascensão ao crédito; o consumo familiar, a indústria e a agropecuária como fatores da redução do PIB.

Palavras-Chave: Economia Brasileira, consumo familiar, indústria, agropecuária, desaceleração da economia.

 

I - DESENVOLVIMENTO

A economia brasileira passou por um crescimento econômico em 2010 que se alastrou até meados de 2011 de maneira significativa. Medidas como o crédito, possibilitaram a expansão do consumo pelas famílias, o que contribuiu para, no primeiro momento, haver um impulso e dinamismo ainda maior. A indústria e a agropecuária também configuraram importantes fatores para o ritmo de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) durante esse período.

Entretanto, segundo divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na sexta-feira (01/06/2012), foi registrado um crescimento do PIB de apenas 0,8% em comparação com o primeiro trimestre de 2011, demonstrando a desaceleração econômica que se deslanchava.

 O momento vivido pelo Brasil caracteriza os “pés no chão”, após o vislumbre com a capacidade de poder consumir mais como se a disponibilidade de crédito e a facilidade em obter o que se deseja não surtissem como antes o efeito da dívida. 

Se antes o brasileiro, principalmente aquele da classe baixa e média baixa, estava em êxtase com a novidade de poder comprar mais, pagando em 36 prestações, agora ele percebe, aos poucos, que mesmo que em várias parcelas ele terá que arcar com a dívida que só aumenta.

De tal sorte, o brasileiro se viu novamente endividado, sendo obrigado a se concentrar no pagamento dos débitos e, portanto, a consumir menos. A desenfreada vontade de ter em mãos, de imediato, todos os novos produtos do mercado deram espaço à conscientização da realidade, o que fez com que o consumo das famílias diminuísse.

Acoplados com a redução do consumo, ainda estão a desaceleração da indústria, que com a crise internacional apresentou queda na demanda de produtos brasileiros no exterior e o retrocesso da agropecuária, que considerada muitas vezes como a salvadora da lavoura da economia brasileira, o setor agropecuário foi desta vez um dos responsáveis pela derrubada do PIB.

O desemprego e a pobreza, que sempre são objetivos a serem erradicados nas mudanças e planos econômicos continuam vigorosos no país e mais do que nunca, fica comprovado que poder comprar não significa ter condição para isso. Os gastos familiares já foram reduzidos e demonstram ao menos, maior clareza da sociedade frente à economia.

A indústria, segundo o economista Paulo Casaca, da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais tende a crescer pouco, por depender da exportação e sofrer com a concorrência da importação e as drásticas quedas referentes à agropecuária estão relacionadas a problemas climáticos, como o excesso de chuva em uma parte do país e estiagem em outra, o que acabou por afetar a “cultura”.

A economia brasileira, apesar de estável, passa por um momento delicado, o qual nada é em absoluto certo. A aposta dos economistas é que a partir do segundo semestre ela volte a ganhar ritmo, pois os resultados do PIB mostram que a economia  se recuperou em um ritmo lento no primeiro semestre e deve melhorar com ajuda dos estímulos do governo, quando o consumo e os investimentos devem ter maiores benefícios.

 

II - Conclusão

Ressalta-se, portanto, que mais uma vez, as medidas adotadas para o crescimento econômico devem estar pautadas na coerência para não deixar uma impressão fantasiosa. O acesso ao crédito e os benefícios para o consumo são vantajosos, mas como tudo, precisam do equilíbrio. É preciso ter uma visão realista e os pés no chão para que a economia brasileira alcance a estabilidade almejada, sem correr riscos de surpreender a sociedade e os próprios analistas de mercado. 

III - Referências Bibliográficas:

SADDI, Armando Castelar Pinheiro Jairo. Direito, Economia e Mercados. Rio de Janeiro: Campus, 2006.

 SILVA, César Augusto Silva da. O Direito Econômico na Perspectiva da Globalização. Rio de Janeiro: Renovar, 2000.

SARAIVA, Alessandra  e ENNES, Juliana, Economia cresce 0,2% no primeiro trimestre, aponta IBGE, Econômico Valor, julho de 2012 em: http://www.valor.com.br/brasil/2687128/economia-cresce-02-no-primeiro-trimestre-aponta-ibge.