A DITADURA DO PENSAMENTO ÚNICO
Ensaio sobre Sociologia da Educação


De professor, médico e louco todo brasileiro tem um pouco. Tudo se sabe ou já se ouviu falar. Dificilmente alguém confessa: não sei, quero aprender. Todos receitam ou auto-receitam drogas legais ou não e deliram na exata proporção dos sonhos inacabados.
Assim é a EDUCAÇÃO no Brasil. Somos doutrinados a RESPONDER, não a perguntar. Por que este último espalharia a impressão de fragilidade cognitiva. Já responder (ainda que incorretamente ou no "embromeichiom") demonstrará certamente, força, poder do enfrentamento, coragem (de que?).
Desta maneira no Brasil não se estuda, vivemos a procurar RESPOSTAS, ao invés de questionar.
A sacralização da Instituição Educação transformou-a em objeto das elites poderosas para o bem e para o mal. Educam-se os melhores para eternização no poder e os piores para evitar que o tomem. Esta dissensão cratológica define o exato perfil da Educação e seu fracasso no Brasil.
Temos na literatura, depoimentos, pesquisas e obras dos melhores profissionais da Educação. Mas nossa média no PISA (programa internacional de avaliação comparada) é pífia se espelhada com outros Estados-Nacionais periféricos.
A dinâmica do ensino-aprendizagem é continuamente seccionada por interesses outros, fazendo com que os objetivos visando estabelecer em que ponto os jovens adultos estão preparados para enfrentar os desafios do futuro? Serão capazes de analisar, raciocinar e comunicar suas idéias efetivamente? Têm capacidade para continuar aprendendo pela vida toda?( INEP.2001) .
Denota-se a destroada sanha do Poder Central em "uniformizar" os procedimentos instrumentais relativos à implantação da Educação no Brasil, seja por desconhecimento (o que não é audível), ou por conveniência estratégica, objetivando a certeza de que nada dará certo ao final.
Porquanto, a medidas adotadas pós-tropeço, revelam-se orçamentariamente exorbitantes em nítida intenção de se "vender dificuldades para colher facilidades" . A ambigüidade dos responsáveis é marcante a partir do momento em que se ignora os estudos de viabilidade estratégica para os eventos.
O modelo capitalista imposto pelo Consenso de Washington foi responsavel pelo aumento das desigualdades sociais na América Latina, pois uma vez abraçados casuisticamente pelas ditaduras de plantão, reproduziu fórmulas padronizadoras para diferentes realidades.
O visível desrespeito às variáveis ambientosociais, foi internalizado pela elite dominante à exemplo dos estertores do terrorismo de Estado impingido pelos Países centrais, provocando uma celeuma epistemológica em real atentado ao núcleo cognocente da massa educanda. Como resultado, temos a permanência do analfabetismo funcional, o desprogresso do processo de alfabetização e formação da consciência coletiva, graduados deformados pela ausência do exercício da leitura, pesquisa em prejuízo da educação continuada.
Questões irrespondíveis vagam no imaginário da população, tais como: Por que um livro custa tão caro, se são livres de impostos ? ?Somando-se ao fato do Brasil ser uma dos maiores produtores de papel celulose, virgem e reciclado do mundo.
Sendo a Docência uma profissão de Estado, isto é, essencial à segurança estratégica de uma Nação, por que será que é tão marginalizada e mal-paga?

Sebastião Fernandes Sardinha
Professor Universitário
Especialista em
Gestão Estratégica pela UCAM
Docência do Ensino Superior pela UCAM
Sociologia, Política e Cultura pela PUC - Rio