A DINÂMICA DA MUDANÇA VIVENCIAL NA VISÃO DO AUTOGERENCIAMENTO VIVENCIAL

A mudança vivencial é um processo autorreflexivo que exige de cada pessoa, não o concerto dos seus atos vividos e sim, a troca deles por novas atitudes e comportamentos, sem nenhuma conexão com o anterior.Mas o que significa isso?

Para o autogerenciamento vivencial, só há transformação vivencial quando mudamos de lógica vivencial. Ao tentarmos consertar um acontecimento passado, continuamos presos a sua lógica vivencial, e assim, não ocorre mudança na dinâmica vivencial, apenas justificativa e explicações.

Embora aparentemente seja confuso discernir essa diferença, esse entendimento é fundamental para o processo de transformação vivencial.

A ferramenta que nos permite iniciar e completar esse processo é a nossa consciência, já que além de nos permitir julgar as nossas próprias condutas, também nos orienta nas escolhas de novas atitudes e comportamentos. Já em termos de resposta vivencial, ela nos informa o que aquele acontecimento passado está provocando em nossas vidas e nos sinaliza, principalmente nos casos de dor e sofrimento, sobre a necessidade de mudar de ato. Cabe aqui a pergunta: Por que mudar DE ato e não mudar O ato?

Como cada ato vivencial vivido já tem a sua própria lógica vivencial, a sua expressão emocional e o seu tempo vivencial já está completo em si mesmo, só nos é possível mudar DE ATO. Prestaram a atenção!Nós podemos mudar DE ATO, mas não podemos mudar O ATO. Reesignificar um ato não é mudar de ato.Não adiante pintar uma parede velha na esperança de que a parede, em termos estruturais, se tornará nova. Embora haja mudança, elas são apenas na aparência e não na sua essência.Ela continuará sendo velha só que com aspecto de nova. O que nos leva a conclusão de que ainda não temos o poder para alterar o que já faz parte do passado.

Antes de continuarmos, o que é ato vivencial? O ato vivencial são os acontecimentos que nos envolvem no nosso dia a dia que tem em si, o poder de direcionar e dar sentido as nossas vidas. Determinam a nossa forma de ser.

O ato vivencial, é constituído pelo estímulo vivencial e pela a resposta dada a ele. Como essa resposta vivencial é uma variável subjetiva e específica de cada pessoa, pode ser mudada a qualquer momento, basta à pessoa mudar de lógica vivencial. Nossa, Como é fácil mudar!!!!

Se determinada atitude está nos causando sofrimento, a única maneira de nos livrarmos desse sofrimento é mudar DE ATO. Ou seja, criar uma nova lógica vivencial que nos permita ter novos comportamentos que não nos causem sofrimentos. É vã a tentativa de insistir em alterar o que é já fato ocorrido.

Na visão do autogerenciamento vivencial, para mudar um ato vivencial vivido, nós teríamos dois caminhos: voltar o tempo ou voltar-nos no tempo e alterar o acontecido. Como isso não é possível, qualquer tentativa nesse sentido é inútil, mesmo que o autor do ato se arrependa. O máximo que se pode fazer é gerenciá-lo de forma inteligente, procurando viver os novos momentos de forma diferente do anterior.

É preciso deixar de acreditar que a distância e o tempo apagam o sofrimento, para que isso aconteça. Na verdade, o passado só é esquecido, se houver perda da memória. Não se pode transformar um ato (uma atitude, um comportamento) triste em alegre. O que pode ser feito é mudar de um ato triste para um ato alegre e essa transformação só acontece através da ação, tendo na autorreflexão a sua força guia pois a realização do ato só acontece no presente. A nossa resposta vivencial ocorre no momento em que a experiência vivencial está acontecendo, daí podermos escolher que resposta nós queremos dar: a já vivida ou buscarmos novas respostas.

Cuidado!! O aprisionamento a atitudes e comportamentos passados retira da pessoa o direito de mudar a sua vida. Toda a sua dinâmica vivencial irá girar entorno deles e em vez de mudar de ato, estaremos em busca de algo que mude o ato, talvez uma explicação, uma justificativa e assim a vida segue. Porem, tudo tem o seu preço e como o trem da vida nunca para, estaremos trocando o presente por passado, esquecendo que na matemática da vida o futuro sempre decresce.

Como as pessoas agem e reagem de acordo com a sua lógica vivencial, em termos de conflito vivencial, quem vive preso ao passado, dificilmente conseguirá superar os obstáculos que o afligem.

Lembre-se, a nossa transformação em termos vivenciais só ocorre no momento em que a experiência vivencial está acontecendo, pois nos permite emitir novas respostas que antes eram apenas desejos. Só desejar não muda ninguém.

Para pensar!!!Uma não ação também é resultado de uma escolha, logo é uma ação e produz conseqüências vivenciais. Fique esperto!!!!

MUDAR

Mudar

Essa magia da vida

Aonde não há

Uma realidade eterna

Onde vivemos

No limite da escolha

Entre sofrimento/felicidade

Onde transformar

É terrivelmente fácil

Que apavora

Só em pensar

Viciado na dor

Senhor da própria atuação

Cultivando o pior

Utilizo do orgulho

Para continuar aprisionado

A esse ciclo vivencial

Como agindo assim

Estarei protegendo

De algo pior que a dor

A felicidade.

Drº Cláudio de Oliveira Lima – psicólogo

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