A Desgraça de deus

Por. Bruno Henrique Marinelli

Como pensar Deus, em uma sociedade que passa fome, guerras, violência, ignorância, intolerância, injustiça, corrupção, etc? Porque não viria Deus, assim como o seu grande legado “Histórico-Bíblico” resgatar a humanidade de tamanha “perdição demoníaca”?

A resposta está no próprio ato do voltar-se, buscou-se Deus nas religiões, nos céus, alguns em sua própria falta de coragem, mas o fato é que compreendemos e julgamos Deus de modo errado.  Deus não está no céu, passamos toda a nossa história procurando Deus no céu e esquecemos-nos de olhar um ponto básico, dentro de nós. Deus não está nas religiões, na voz de pessoas que julgam serem suas palavras mais fortes e potentes, afim de que, Deus o grande e Supremo, passe a confirmar os delitos e juízos acerca do diferente somente porque este diferente, pensa ser Deus uma energia, Alá, Ur, Assur, e, assim sucessivamente. È irônico, mas não teria Deus mais coisas com que se preocupar, além de seu nome? Afinal, ainda temos pessoas morrendo de fome: Senhor! Tenho sede de justiça!!! Gritam os pobres.

Deus um ser transcendental, metafísico, ontológico. Compreendemos errado mais uma vez, pois, enquanto Deus continuar sendo um dado supra-sensível ainda gradearemos contra o pobre do Darwin, afirmando que a Teoria da Cobra Falante (do Livro do Genesis) é mais sustentável para a afirmação criadora e científica. Apesar de que, tenho ouvido relatos reais de cobras que falam e andam (com pernas ‘detalhe’) pelo jardim do Éden; e o melhor essa espécie tem nome: Sogra, Mulher, amante professora, e assim vai ao populacho cientificamente racional de nossa avançada sociedade contemporânea.

O que leva o radicalismo religioso? Seria medo? Falta de humanidade? Culpa de um Deus que tem por adjetivo criador, desgraçar a humanidade em uma liberdade que age como um imperativo de medo dizendo: “Cuidado você vai para o Inferno” (leia com a voz grossa e devagar, dá até medo experimente a sensação).   

Não creio neste deus, até rezo: Deus livra-me de deus. Creio em um Deus diferente, não um deus que me recompensa com uma vida futura, mas um Deus que me garante a luta pela justiça, Não em um deus de mágica, mas em um Deus de Comunhão. Não em um deus do céu, mas em um Deus humano, afinal de contas, Cristo só poderia ser Deus mesmo, de tão humano que foi. Cuspo na cara de todo e quaisquer tipos de fé que desvaloriza a ciência, a história e o saber humano, assim como qualquer racionalismo que se esquece dos atributos que transcendam e garante a divinização do ser humano como ser integral e dinâmico. Não acredito em um deus que mata a sexualidade, que renuncia o saber, que se cala diante da injustiça, que faz milagre no passado e hoje apenas se manifesta na graça do Espírito Santo na voz de um líder religioso, mas se esquece que se descesse na África em forma de pomba pelo menos salvaria a vida de um mortal que sonha que se desfaleça a sua frente uma bela e linda pomba, detalhe a pomba é branca.

Penso que se a humanidade perseguir por este caminho estará condenada afinal de contas, desculpe-me, mas já estamos seguindo a afirmação de que "Os mundos uivam o próprio canto fúnebre. E nós somos macacos de um Deus frio" é verdadeira. Se, falsa, pense, enquanto existir fome no mundo, injustiça, pessoas que dizem não ao diálogo seria justamente porque estamos no caminho certo? Vivemos nossos ideais religiosos, na integra? Apenas, esquecemos que acreditar em um Deus não é tê-lo como ideal, mas como identidade, concreticidade, autenticidade. Mas enquanto isso, diga não a razão, a justiça, aqueles que passam fome. Rezar é mais importante, a intolerância garante o seu status social de dizer, sou Cristão e vou para o céu. Amém.