RONDINELLI DUTRA DE OLIVEIRA

A CONCEPÇÃO DE FÉ E RAZÃO EM SANTO TOMÁS DE AQUINO

CURITIBA
2010
Conceitualização da Fé em Tomás de Aquino
1. Considerações gerais sobre: Fé e Razão

As discussões relativas ao embate entre os conhecimentos hauridos da fé e os da razão se manifestaram desde muito cedo, pois já na Grécia antiga quando se instaurou a ruptura entre mythos e logos, começaram os conflitos entre a fé e a razão, desde lá podemos ver as críticas de Heráclito, Pitágoras e Xenofontes que censuraram a religião e apontaram a ruptura com ela. O próprio Sócrates foi condenado à morte por impiedade .
Ao longo da história da cultura ocidental, houveram diversos choques nesta relação entre a fé e a razão. Essas dificuldades para se estabelecer a relação entre as duas formas de conhecimento ocuparam os medievais, os modernos e nossos contemporâneos, de forma a parecer impossível dissolver tal questão.
Desde o século primeiro da era cristã, esta problemática deteve grande quantidade de autores que discutiram a respeito deste assunto. Dentre tantos períodos da história da filosofia, podemos destacar o período patrístico - que se estende do primeiro ao sexto século -, onde se buscou dar razões à fé. "Durante este período, o pensamento cristão desenvolveu-se no meio da cultura antiga, no Império Romano, confrontando-se com a cultura Grega (ZILLES, 1996, p.7)". Na patrística, portanto, predominou a atitude da fé em busca da razão. Já no período da Escolástica - que vai do nono ao décimo quinto século - , ao contrário, a razão saiu em busca da fé, onde os pensadores cristãos cultivaram o exercício da atividade racional a serviço da fé cristã.
Um grande referencial de pensador no período escolástico, que soube de forma magnífica, discutir acerca deste conflito foi Santo Tomás de Aquino, que conseguiu através de suas diversas obras unir sua vocação teológica com as exigências filosóficas. Portanto, empenharemos forças para através da filosofia tomista tentar compreender as reflexões a este respeito. Santo Tomás pode nos ajudar na busca de uma coerente e equilibrada resposta para a existência humana que busca o sentido verdadeiro da vida.
Olhando a história da filosofia, vemos que muitos pensadores tentaram obter uma resposta coerente a este problema, a esta questão, mas foi Santo Tomás quem conseguiu sintetizar de forma coerente esta harmonia entre a fé e a razão.

2. Santo Tomás de Aquino
2.1. A Vida

Apesar de algumas divergências relativas a data correta do nascimento de Tomás, Torrel nos relata que os historiadores parecem chegar a um acordo em dizer que ele nasceu em torno do ano de 1224/1225. Nasceu no castelo da família em Roccasecca, na Itália Meridional. Seus pais eram Landolfo e Teodora.
"Aos 5 anos, Tomás foi enviado pelo pai para a grande abadia beneditina de Monte Cassino (KENNY, 1981, p.14)". Após nove anos nessa abadia, sua formação foi interrompida, pois a abadia foi invadida por tropas em conseqüência das disputas entre o papa e o imperador.
Depois de um período na casa paterna, foi enviado para a Universidade de Nápoles, onde estudou "as sete artes liberais: gramática, lógica, retórica, aritmética, geometria, música e astronomia (KENNY, 1981, p.14)". Os estudos da lógica e da astronomia possibilitaram seu início nos estudos em filosofia, desse modo leu os tratados de Aristóteles com os comentários dos escolásticos posteriores.
Em 1244, Tomás tornou-se frade dominicano, mas devido aos descontentamentos da família, que o queria como monge beneditino, os seus superiores enviaram-no para Paris por razões de segurança. Após ter se graduado em Paris, solicitou ao seu co-irmão Guilherme de Moerbeke que traduzisse as obras de Aristóteles diretamente do grego para o latim. È a partir dessa realidade que deve ser entendido o pensamento tomista, pois,


Sua obra nasce no conflito reinante em Paris entre a liberdade, que é exigência da razão, e a desconfiança, que a fé e a razão impõem. Propõe-se conciliar criticamente a fé e a razão, escolhendo como instrumento o aristotelismo (...). Nesses escritos seu estilo é rigorosamente escolástico: primeiro expõe um problema; em seguida, uma solução possível objeções a ela; depois a resolução definitiva e respostas a cada uma das objeções. (ZILLES, 1996, p.115).


Por mais poderosa que tenha sido a reflexão pessoal de Santo Tomás, ela sempre partiu e se confrontou com o problema fundamental dos filósofos cristãos, no século XII, que era superar as antinomias entre o aristotelismo e o platonismo. Segundo Zilles Tomás "Realizou uma síntese coerente e harmônica entre a filosofia de Aristóteles e a tradição platônica, criando uma filosofia que se pode chamar verdadeiramente original (1996, p.115)".
Boa parte das fontes da filosofia do Aquinate decorre da obra de Aristóteles, também como, da longa tradição neoplatônica, haurida através das obras dos Santos Padres. Além dessas fontes Tomás recebe contribuições dos filósofos árabes e judeus, e dos escolásticos anteriores a ele, em especial de seu grande mestre Alberto Magno.
Uma questão que a maioria das pessoas que entram em contato com a filosofia do Aquinate, podem se fazer é: Tomás é filósofo ou teólogo? A este propósito escreve Rassam


Seria fácil dar respuesta substituyendo la disyuntiva por la copulativa. Pero no sería suficiente decir que Santo Tomás es a la vez teólogo y filósofo. El tomismo no es una simples yustaposición de la filosofia y de la teologia. Su originalidad consiste en el equilibrio interior que logra entre la supremacia de la teologia y la autonomia de la filosofia (1980, p. 27).


Desse modo, podemos dizer que Tomás foi um pensador que funda a possibilidade de uma filosofia pura, porém sem deixar de ser um teólogo .

2.2. As obras principais

Suas duas principais obras são duas enormes Sumas (Summa Contra Gentiles e Summa Theologiae) ,as sumas são um estilo de escrita que


Nasceram no século XII. Eram coleções ou compilações breves, sintéticas e completas de Sentenças. Obras, portanto, de escritores-compiladores ou de compiladores-escritores (...) No século XII, porém, passaram a ser obras de autores, ou seja: exposições, também de maneira breve, concisa, clara e completa, de um dado domínio científico, organizadas de tal modo que se tornassem pedagogicamente adaptadas aos discípulos (VILELA, 1984, p.95).


Há no entanto ainda outras obras originais de Tomás, de acordo com Vilela podemos citar , além dessas duas sumas, as: Quaestiones disputatae, Quaestiones quodlibetales, Opúscula philosophica, Opúscula theologica: dere dogmatica et morali e de re spirituali .
É a partir da realidade histórica de Paris, que é onde Tomás se graduou, que deve ser entendido o pensamento tomista, pois


Sua obra nasce no conflito reinante em Paris entre a liberdade, que é exigência da razão, e a desconfiança, que a fé e a razão impõem. Propõe-se conciliar criticamente a fé e a razão, escolhendo como instrumento o aristotelismo (...). Nesses escritos seu estilo é rigorosamente escolástico: primeiro expõe um problema; em seguida, uma solução possível objeções a ela; depois a resolução definitiva e respostas a cada uma das objeções. (ZILLES, 1996, p.115).


A Suma Contra os Gentios é uma obra tomista que foi escrita a pedido de seu confrade Raimundo de Penãfort, o objetivo da Suma é equipar os missionários com armas intelectuais necessárias. É claro que a Suma Contra os Gentios supera em muito de ser apenas um manual aos missionários. Há quem diga que Tomás tinha como alvo de sua obra os filósofos aristotélicos, e ele queria portanto, mostrar as verdades de Aristóteles sob os aspectos de uma realidade viva e purificada no interior da fé cristã.
A Suma Teológica é com certeza sua maior e mais importante obra, "cuja mais recente edição crítica alcança sessenta volumes (BROWN, 2001, p.20)", na qual sistematiza as teologias medievais, baseando-se na Bíblia, na tradição da Igreja e na filosofia, principalmente a de Aristóteles. A suma teológica dificilmente tem rival no que se refere ao tamanho, eficiência e apresentação sistemática. A obra inteira é composta de questões, que por sua vez são subdivididas em artigos.
Para entendermos a filosofia tomista, no tocante a esta questão, é necessário entendermos, o que ele compreende por fé e por razão. A proposta acadêmica é, portanto, um estudo verticalizado em Santo Tomás, buscando analisar as respostas dadas por ele na busca desta harmonia. Pois, segundo o Papa João Paulo II


A Fé e a Razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de o conhecer a ele, para que, conhecendo-o amando-o, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio (1998, p.5)


3. Conceito de fé em Santo Tomás.

Ao fazermos a pergunta: O que entende Tomás por fé? Podemos constatar que; "el concepto de Tomás sobre la fé está determinado por una ralación singular entre fé y razón (PESCH, 1992, p.129)". Na busca de uma compreensão do que é fé para Santo Tomás deparamo-nos com a constatação de que o sistema tomista é baseado nesta determinação rigorosa das relações entre a Fé e a Razão. Segundo Nicolas o pensamento tomista presente na Suma procura


Usar todas as forças e todos os recursos da razão humana para compreender o que Deus diz ao homem em sua Revelação; esclarecer e aprofundar, à luz da fé, tudo o que a razão conhece e procura conhecer em seu campo próprio; eis o empreendimento da razão sob o domínio da fé, esse opus perfectum rationis que a Idade Média tentou e de que a Suma teológica é, por excelência, o testemunho. Tal empreendimento supõe certa idéia, de um lado, da fé, do outro, da razão (2001, p.34).



Portanto, Tomás assim como outros autores da Idade Média empreenderam forças, para que, através da razão pudessem compreender os ditames da fé. Porém, "mesmo aquelas verdades que a razão pode alcançar sozinha, não é dado a todos alcançá-las, e não está liberto de erros o caminho que a elas conduz (ABBAGNANO, 1985, p.25)", pois a compreensão não se basta, da compreensão filosófica por meio da razão, Tomás empreende toda sua obra sob o alicerce da relação entre a fé e a razão.


3.1. O Tratado sobre a fé

Para empreender o trabalho de compreensão, do que vem ser a fé na concepção tomista é necessário ter uma idéia geral da estrutura da Suma Teológica. Lá poderemos encontrar o Tratado (expressão habitual entre os especialistas de Tomás) sobre a Fé que se encontra na secunda secundae II-II, 1-16 (começo da segunda seção, da segunda parte, questões 1 a 16), que compreende um total de 81 artigos.
Neste tratado sobre a fé, se encontra um grande exemplo de sistematização, maturidade, que segundo Mesquita contém: "(...) o mais acabado tratado sobre a fé que já se escreveu e seria possível escrever (1990, p.373)".
Como o próprio Tomás descreveu a segunda parte da Suma é o "movimento da criatura racional em direção a Deus (Apud TORREL, 1999, p.174)" Após a primeira seção da Suma onde ele trata dos temas da finalidade e das obras do ser humano, com suas virtudes e vícios, lei e graça como caminhos no qual Deus guia as obras dos Homens, Tomás inicia a segunda parte retomando de maneira mais esmiuçada seus primeiros dados. Depois de ter tratado das virtudes e dos vícios , e de coisas relativas a moral, ele busca falar desse mesmo objeto, ou seja, a moral. Para ele os atos humanos revelam poucas coisas aos princípios morais universais. Desta forma Tomás trata das virtudes, "(...) do seu dom correspondente, dos vícios opostos e dos preceitos afirmativos ou negativos. (AQUINO,1980,p.2023)", as virtudes são sete, dentre elas três são teologais. Dentre as virtudes teologais Tomás trata primeiro da fé.
Em outras obras do Aquinate podemos nos deparar com textos que nos ajudam a compreender a conceitualização tomista de Fé. Porém, ficaremos somente com a análise da Suma Teológica, que pela sua sistematização e maturidade no apogeu de exposição , contém a mais brilhante explanação. Naturalmente não vamos analisar as dezesseis questões com seus oitenta e um artigos, do tratado sobre a fé. Analisaremos reduzindo ao mínimo, para expor assim os artigos mais importantes que se referem aos temas básicos da sua concepção de fé.




3.2. O objeto Primeiro da Fé.

Para Santo Tomás o objeto da fé é a Verdade Primeira, de acordo com Grabmann


A ?veritas prima?, objeta da fé, é, ao mesmo tempo o pórtico monumental da fé, por onde se penetra no tratado tomista das virtudes. O modo com que o Aquinate faz descansar a certeza da fé sobre a verdade da revelação divina, a um tempo objeto, meio e motivo da fé, é característico de sua maneira de pensar em matéria sobrenatural (Apud MESQUITA, 1990, p.374).


É nessa questão que vamos nos deter, pois segundo Pesch, nas obras do Aquinate, sucede com freqüência que os primeiros artigos de um tratado contêm o esboço de toda problemática, que estarão presentes nas questões seguintes .
Neste primeiro artigo ele explicita que o objeto de qualquer coisa a ser conhecida, encerra em si mesmo, dois elementos: "o conhecido materialmente, que é como o objeto material; e aquilo pelo que se conhece, que é a razão formal do objeto (...) se considerarmos a razão formal do objeto da fé (...) (AQUINO, 1980, p.2025)" chegaremos a conclusão de que a fé é a Veritas Prima (Verdade Primeira), a verdade originária,ou seja, é Deus mesmo.
Tomás não quer saber sobre o ato, nem sobre a virtude da fé, nem mesmo por, algo como, a razão da fé, ele quer discutir sobre a fé em si mesma, pois, podemos ver que o "objeto de la fé no es esto o aquello, no es lo que está em la Escritura, no es este dogma o aquel, sino Dios mismo como verdad primera (PESCH, 1992, p.137)".
Com a afirmação de que Deus é o objeto primeiro da fé, Tomás remete a doutrina sobre Deus, na qual trata sobre a essência de Deus, onde "se dice que Dios así como es la bondad y poder infinitos también es la verdad primera y com ello fuent de toda verdad (PESCH, 1992, p.141)".
Mas, diante desta afirmação, de que Deus é o objeto da fé, poderemos nos questionar acerca daquilo que se nos apresenta como objetos da fé, mas que são provenientes das criaturas, o Aquinate nos responde que "quaisquer criaturas, constitui objecto da fé enquanto meios pelos quais nos ordenamos para Deus, aos quais também assentimos por causa da verdade divina (AQUINO, 1980, p.2025)". Dessa forma os objetos que a fé adere não é apenas Deus, há ainda outros que nos ajudam a ordenar as coisas em direção a Deus, pois a fé adere a um objeto por ter sido revelado por Deus, na medida em que "(...) auxiliam o homem a tender para a fruição divina (AQUINO, 1980, p.2025)". Deus, portanto, se converte em objeto da fé por meio das frases (enunciados), "cujo contenido objetivo no puede "verse" ni "saberse" sino que (primero), em la sumisión a la autoridad de la verdad del Dios revelante, ha de acogerse y guardarse como verdadero (PESCH, 1992, p.135)".
Nada desponta sob o domínio da fé, senão, enquanto ordenado por Deus; Da mesma forma que o objeto de algo é aquilo que lhe pertence, "assim como o objeto da medicina é a saúde (AQUINO, 1980, p. 2025)", sobre a fé poderemos dizer o mesmo, nada pode lhe pertencer a não ser aquilo que remete à Deus.


O Objecto conhecido está no sujeito, que o conhece, ao modo do sujeito. Ora, o modo próprio do intelecto humano é conhecer a verdade compondo e dividindo, (...). Por onde, objectos em si mesmos simples o intelecto os conhece segundo uma certa complexidade; assim como, inversamente, o intelecto divino conhece, incomplexamente, objectos em si mesmos complexos. Portanto. O objecto da fé pode ser considerado à dupla luz. ? De um modo, quanto à realidade mesma crida. E então, o objecto da fé é algo de incomplexo, a saber, a realidade mesma na qual temos fé. ? De outro modo, quanto a quem crê. E, a esta luz, o objecto da fé é algo de complexo, a modo do objecto do juízo (AQUINO, 1980, p.2026).



Este objeto, que nos é conhecido, está presente em nós mesmos, mas, nenhum erro pode ser introduzido na fé, a razão é que nenhum erro pode ser introduzido em Deus, como verdade primeira, na qual está vinculada a fé.
O que podemos concluir diante de toda essa exposição a respeito da fé, enquanto forma de conhecimento, é que na filosofia se consideram as criaturas em relação a si mesmas, a atenção vai das criaturas ao conhecimento de Deus. Já na doutrina da fé, se consideram as criaturas, em sua relação com Deus. A atenção vai de Deus às criaturas . Santo Tomás com sua filosofia, dedica uma especial atenção às criaturas, porque elas são feitas à imagem e semelhança de Deus, e um erro acerca das criaturas poderá nos conduzir a um erro acerca de Deus.

3.3. O ato da fé e a virtude da fé.

A terceira questão proposta por Tomás dentro deste mesmo artigo (II-II 3, 1) refere-se ao ato de fé em seu exterior, que é a sua demonstração. "Os actos exteriores são propriamente actos da virtude a cujo fim especificamente se referem. (...) Por onde, assim como o conceito interior das cousas da fé é propriamente acto de fé, assim também o é a confissão exterior (AQUINO, 1980, p.2058)"
Estes atos da fé são relativos à virtude, isto é, uma disposição durável, um hábito que nos inclina e, é a este fim específico, que o ato se refere. Virtude aqui, não é uma capacidade de desempenho conseguida com esforço, mas sim, uma inclinação, uma disposição estável e sem esforço para uma determinada obra. Desta forma podemos dizer que uma definição de fé como virtude deve ser entendida, como uma disposição firme do espírito para entregar-se ao que Deus disse.
Com uma fórmula tomada de Santo Agostinho Tomás diz que, credere quer dizer cum assentione cogitare, crer, portanto, quer dizer pensar com assentimento.


A conhecida conceituação augustiniana, aceita e repetida por Sto. Tomás de Aquino "credere est cum assentione cogitare", que traduzimos "crer é cogitar com assentimento", assim se justifica: crer não é simplesmente pensar com assentimento, como há quem o prefira, porque pensar é ato genérico da inteligência humana, ao passo que cogitar, aqui, significa um conhecer que inquire, não tendo plena evidência da verdade, e por ela aspira para ter um conhecimento perfeito, eis que este é aquele que atinge diretamente, sem intermédio de testemunha, o objeto visado; já o assentimento, porém, significa a firme adesão da inteligência (MESQUITA, 1990, p.86)


O ato de cogitar aqui não pode ser confundido como um ato da virtude cogitativa, mas enquanto algo pertencente ao intelecto. É uma investigação daquilo em que "o homem é levado a crer (AQUINO, 1980, p.2044)". Pensar aqui, se entende num único sentido, de uma reflexão constante.


El hombre, para asentir a las verdades de la fé, es elevado sobre su propia naturaleza, y esto no puede explicarse sin un principio sobrenatural que le mueve interiormente, que es Dios. Por tanto, la fe considerada en cuando al asentimiento, que su acto principal, proviene de Dios, que mueve interiormente por la gracia (RASSAM, 1980, p.208)


Enfim, termino este capítulo citando as palavras de João Paulo II, que foi um grande exemplo de homem de fé unida à razão.


(...) o homem se encontra num caminho de busca, humanamente infindável: busca da verdade e busca duma pessoa em quem poder confiar. A fé cristã vem em sua ajuda, dando-lhe a possibilidade concreta de ver realizado o objetivo dessa busca (...) (1998, p.38)